A enfermeira respondeu:— A familiar já foi embora…— O quê?! O que quer dizer com ‘foi embora’?— Bom… essa grávida é SVIP no nosso hospital. Ela já ficou internada aqui várias vezes.A médica parecia confusa, pois estava de plantão naquela noite e não conhecia a situação da paciente.Mas as enfermeiras já estavam mais do que acostumadas e bem cansadas.Toda vez que ela aparecia para ser internada, o clima no posto de enfermagem ficava pesado.A médica disse com certa irritação:— E o que isso tem a ver com a assinatura? Ligue logo para eles! Com a assinatura, podemos começar a cirurgia. O bebê já não tem batimentos, e a paciente está com uma hemorragia. Se demorarmos mais, a vida dela estará em risco.— Mas… o homem que trouxe ela a deixou aqui e foi embora…A médica sentiu uma raiva crescer. Como ainda existem maridos assim?Dinheiro, e daí?Ele tinha dinheiro para pagar o SVIP, mas não para acompanhar a esposa que estava com uma hemorragia?Essas famílias ricas só fazem coisa errad
Na enfermaria, Viviane acordou e percebeu que o bebê não estava mais ali. Ela entrou em desespero total.Esse bebê era tudo que ela tinha, toda sua esperança. Como isso pôde acontecer?!Ela perguntou incrédula a médica:— Doutora, meu bebê ainda está aqui, não está? Tudo o que você disse antes era só uma brincadeira, não foi? Esse tipo de brincadeira não tem graça nenhuma! Meu bebê está vivo, eu sei!— Srta. Viviane, eu entendo que a perda de um filho é algo muito difícil, mas, infelizmente, seu bebê realmente não resistiu. Pense que você ainda é jovem, no futuro…Naquele momento, não sei o que me veio à mente, mas as palavras da médica não saíam.Viviane continuou:— Como assim ele não sobreviveu? Vocês não tentaram salvar ele o suficiente, não é?! Além disso, como puderam decidir por esse procedimento sem o meu consentimento? Com que direito fizeram isso?!Já esperando essa reação, a médica explicou de forma calma:— Quando você chegou, estava com uma grande hemorragia, e sua bolsa j
— Olá, quem fala?— Olá, estou falando com a família da Viviane? Aqui é da maternidade do Hospital Central. A situação da Srta. Viviane…Assim que ouviu essas palavras iniciais, Fernanda imediatamente reconheceu que era uma ligação do hospital.Provavelmente, Viviane estava novamente fazendo uma cena.Ela cortou a conversa bruscamente:— Está ruim de novo, né? Fazendo drama, né? Nem precisam me ligar. Se ela quiser morrer, que morra longe e me poupe!E desligou sem mais.Fernanda resmungou para si mesma. Toda vez era essa mesma estratégia, já estava cansada disso.Ela sabia muito bem que o único trunfo que Viviane tinha era a gravidez. Por isso, não importava quantas vezes ameaçasse, não teria coragem de prejudicar realmente o bebê.Com esse pensamento, Fernanda percebeu que todo o desconforto que havia passado foi em vão.Na verdade, ela tinha levado Ana, a Leona, e o motorista de propósito, para dar uma lição em Viviane. Era hora dela experimentar como era não ter ninguém para servi-
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e
Rafael havia bebido demais na noite passada. André, o provocador, insistira em estender a festa pela madrugada.Quando Rafael finalmente chegou à sua mansão, levado pelo motorista, o céu já estava clareando.Embora estivesse exausto e prestes a desabar na cama, ele se obrigou a tomar um banho rápido. Talvez assim Júlia não brigasse com ele, pensou meio sonolento.Quando acordou, foi a dor que o fez abrir os olhos.Ele segurou o estômago e tentou se levantar da cama.— Estou com dor de estômago! Jú...Ele parou de repente ao perceber que ela não estava lá.Rafael franziu a testa. Bem, parece que ela estava levando a sério dessa vez. Vou ver quanto tempo ela aguentaria, pensou.Mas, onde estava o remédio?Rafael vasculhou a sala inteira, mas não encontrou a caixa de primeiros socorros. Ele ligou para Ana.— O remédio para o estômago? Está na caixa de remédios. — Disse Ana.Rafael sentiu uma pontada de irritação:— E onde está a caixa?Ana respondeu imediatamente:— No armário do quarto,
— Rafael, o que houve?André olhou para o homem bebendo silenciosamente e se aproximou de Bruno.Assim que entrou, Rafael estava com uma cara fechada. A animação da turma diminuiu.— Foi bloqueado, né? — disse Bruno, conhecendo a situação e querendo provocar.Rafael ficou ainda mais irritado ao ouvir isso.Ele bateu o copo na mesa de vidro, afrouxando o colarinho da camisa com uma mão, mostrando impaciência.Rafael disse com raiva:— Já falei para não mencionar ela. Não entenderam?Bruno não disse mais nada.O ambiente ficou tenso, quem estava cantando parou e os outros ficaram em silêncio, sem coragem de falar.André se engasgou com a bebida. Júlia estava falando sério dessa vez?Lucas Santos, um pouco bêbado, perguntou baixinho a André:— A Júlia voltou?André balançou a cabeça, sem coragem de falar a verdade, apenas murmurando que não sabia.Lucas entendeu que Júlia ainda não voltou.O barman trouxe mais bebida, e alguém sugeriu:— Vamos jogar Verdade ou Desafio?Todos entenderam a