Primeiro, Viviane teria mais tempo para cuidar da gravidez e, de quebra, poderia dedicar toda sua atenção a Rafael. Mas o mais importante era que, em breve, ela se casaria e entraria para uma das famílias mais ricas. E afinal, para que serviria um diploma de faculdade?Na segunda-feira, Viviane entrou com o pedido de desistência na faculdade, alegando problemas de saúde, o que geralmente acelerava o processo de aprovação. Já que estava lá, decidiu passar no dormitório e pegar suas coisas.Era tarde, e não havia aulas programadas. Ao abrir a porta, encontrou todas as colegas de quarto. Fazia muito tempo que não ia ao dormitório, embora algumas de suas coisas ainda estivessem lá. Sua chegada repentina causou surpresa.— Viviane! O que faz aqui? Não estava morando na casa do seu namorado? Esqueceu alguma coisa? Se precisar, a gente pode pedir um motoboy pra levar até você. — Disse colega da Viviane.Viviane esboçou um leve sorriso, com o queixo ligeiramente erguido:— Vim buscar minhas co
Viviane agora era outra pessoa. Naturalmente, aquelas coisas antigas já não combinavam mais com ela.— Essas coisas aqui... deem uma olhada e vejam se querem alguma. O que não quiserem, façam o favor de jogar fora pra mim. — Disse Viviane.— O quê? Você vai se desfazer de tudo? — Perguntou Clarice.— Sim.As colegas ficaram sem palavras.Viviane foi até o dormitório, não levou nada, e, ao sair pelo portão da universidade, ligou para o motorista, pedindo que viesse buscá-la. Em meio aos olhares surpresos, invejosos e até curiosos ao seu redor, ela se acomodou no banco de trás e partiu com elegância.Mais tarde, naquela mesma noite, Viviane teve uma surpresa ao ver que Rafael havia, finalmente, voltado para casa. Ela foi ao seu encontro com um sorriso radiante:— Rafael, tenho uma ótima notícia! Hoje eu pedi o desligamento da faculdade. Agora posso ficar em casa cuidando de você e do nosso bebê com tranquilidade.Rafael acabava de voltar de uma reunião de negócios exaustiva. A empresa es
Júlia perguntou:— Andressa, é gota?— Você sabe?— Sim. Professora Larissa também tem isso. Tenho uma receita de ervas que, embora não cure, ajuda muito com a dor e tem menos efeitos colaterais do que os remédios convencionais.Ao ouvir isso, os olhos apagados de Andressa brilharam de repente:— Isso é ótimo! Depois me passa a receita. Vou à farmácia assim que sair do trabalho. Muito obrigada, Júlia! Você nem imagina como a avó da minha filha sofre com isso. Ela passa noites em claro, e os analgésicos já não fazem efeito. Se essa receita funcionar, faço questão de te levar para jantar depois!Júlia sorriu:— Não precisa se preocupar com isso, foi só uma ajudinha.Alan entrou na conversa:— Vocês repararam que desde que a Júlia chegou, sempre que temos algum problema, ela acaba resolvendo tudo? Parece nosso amuleto da sorte!Arthur entrou no laboratório e ouviu o comentário:— Amuleto da sorte?Andressa completou:— Estamos falando da Júlia. Além de linda, é supercompetente, igual a um
Arthur hesitou, um brilho incerto nos olhos, mas sem dizer nada.Amanda olhou para os outros, percebendo que estavam defendendo Júlia, o que a irritou profundamente, mas ela tentou manter a calma e se controlar:— A gente nunca conhece a fundo quem é quem… e se tudo o que ela mostra fosse apenas uma fachada? Ontem de manhã, quando conferi os dados, estava tudo certo. Hoje, sumiram. Ontem à tarde, lembro que Andressa e Alan saíram primeiro, depois eu e Arthur. Só ficaram Júlia e o professor José.Ela continuou:— Professor José não teria motivo para fazer isso. Então só pode ter sido Júlia!O tom acusatório de Amanda parecia lógico, mas Júlia notou uma falha na narrativa. Ela encarou Amanda e perguntou, com cada palavra carregada de significado:— Você disse que conferiu os dados de manhã. Quando saiu ontem à tarde, revisou de novo?— Claro! Tudo estava lá!Júlia perguntou:— Você tem certeza?Amanda respondeu irritada: — Tenho certeza, sim! O que está insinuando? Acha que estou te acu
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e
Rafael havia bebido demais na noite passada. André, o provocador, insistira em estender a festa pela madrugada.Quando Rafael finalmente chegou à sua mansão, levado pelo motorista, o céu já estava clareando.Embora estivesse exausto e prestes a desabar na cama, ele se obrigou a tomar um banho rápido. Talvez assim Júlia não brigasse com ele, pensou meio sonolento.Quando acordou, foi a dor que o fez abrir os olhos.Ele segurou o estômago e tentou se levantar da cama.— Estou com dor de estômago! Jú...Ele parou de repente ao perceber que ela não estava lá.Rafael franziu a testa. Bem, parece que ela estava levando a sério dessa vez. Vou ver quanto tempo ela aguentaria, pensou.Mas, onde estava o remédio?Rafael vasculhou a sala inteira, mas não encontrou a caixa de primeiros socorros. Ele ligou para Ana.— O remédio para o estômago? Está na caixa de remédios. — Disse Ana.Rafael sentiu uma pontada de irritação:— E onde está a caixa?Ana respondeu imediatamente:— No armário do quarto,