Amanda mudou a expressão e respondeu com um tom severo:— Júlia, que história é essa? Eu já fiz a entrada de todos os relatórios do grupo no sistema, não perdi nenhum! Se alguém duvida, pode verificar a lista de entradas. Embora o problema no computador tenha causado a perda de muitos dados, esse registro ainda está lá!— Não venha jogar lama em mim! —Júlia deu um leve "hum" e falou com tranquilidade. — Não houve perda, porque antes de jogá-lo no lixo, eu dei uma olhada e percebi que a data era do próprio dia, então devolvi ao lugar. — E por que você está insinuando que eu perdi o relatório? Você viu no chão, pegou, devolveu, e agora quer dar uma de esperta falando isso! — Amanda rebateu.— Em primeiro lugar, eu só relatei o fato de ter visto o relatório no chão e devolvido ao lugar, não disse que alguém perdeu nada. E ninguém mais aqui chegou a essa conclusão, então não precisa ficar tão nervosa. — Disse Júlia.— Pode até não ter dito com todas as letras, mas foi exatamente isso que
Em menos de dez segundos, uma grande quantidade de dados relacionados apareceu na tela.Andressa gritou a plenos pulmões: — Mestre! Mestre! Vem cá, vê se são esses...O técnico correu para sentar em frente ao computador e, depois de algumas manobras: — De fato, tem um lote de dados sendo recuperado, mas não posso garantir que sejam os que vocês querem. Alguém vem conferir...Amanda se aproximou rapidamente do computador, e o técnico se levantou para dar lugar a ela.O tempo passava devagar, e Andressa, vendo que Amanda não dizia nada, não se aguentou de ansiedade: — Fala logo, quanto dos dados conseguimos recuperar?— Recuperamos quase tudo. — Respondeu Amanda, mordendo o lábio inferior, mas seu rosto não mostrava muita satisfação.Andressa, não muito convencida pela resposta vaga, foi conferir por si mesma e, só então, conseguiu relaxar: — Graças a Deus! Encontramos 99% dos dados!Enquanto falava, ela agarrou o braço de Júlia: — Foi por pouco, viu? Se não fosse por você, a gente
José: [Sim. Alguém invadiu a sala de monitoramento e usou o sistema para trazer o vírus para a rede interna.]Júlia: [Quem foi?]José: [A pessoa estava encapuzada, não dá pra ver o rosto. Mas é alguém de dentro da Universidade B.]Júlia franziu os lábios e escreveu: [Não podemos deixar isso passar. Hoje foi um vírus, amanhã pode ser algo pior.]José segurava o celular e riu baixinho.O técnico ao lado dele olhou com uma expressão de curiosidade. O que poderia ser tão engraçado assim? Um sorriso repentino desses era de arrepiar...José respondeu: [Está bem, faremos do seu jeito.]Júlia sorriu, guardou o celular e foi para o banheiro tomar um banho.…A dor de cabeça causada pela ressaca fez Rafael inspirar fundo, sentindo o frio percorrer seu corpo.Ele se sentou na cama e olhou pela janela. O céu ainda estava escuro. Tinha dormido por um dia e uma noite inteiros.Seu estômago começou a doer de leve. Com movimentos automáticos, ele pegou o remédio no criado-mudo e, com a água já fria qu
— Sai daqui!— Rafael...— Eu mandei você sair, não ouviu? — A voz de Rafael ecoou fria e implacável.Viviane mordeu o lábio com força, tremendo de frustração e constrangimento. Seu corpo inteiro parecia vacilar sob o peso das palavras dele. Mas Rafael não demonstrava a menor compaixão. Seus olhos eram duros como pedra.— E mais uma coisa. — Ele acrescentou, sem o menor traço de piedade. — Daqui pra frente, sem a minha permissão, você não entra mais neste quarto. Está ouvindo?— Por quê? — Viviane levantou o rosto, os olhos marejados de lágrimas. — Este é o quarto principal. Deveria ser o nosso quarto. Por que eu não posso entrar?— Nosso? — O sorriso de Rafael, agora, era quase cruel. — Você acha que tem esse direito?Viviane deu um passo em falso, sentindo as pernas fraquejarem. Parecia que iria desabar a qualquer momento. Mas Rafael sequer fez menção de ajudá-la. Pelo contrário, seus olhos mostravam um desprezo claro, como se estivesse assistindo a uma cena de teatro mal encenada, e
— Que remédio?— Aquele... Sabe, que faz o homem... Sentir desejo.Do outro lado da linha, houve um breve silêncio de dois segundos, seguido por uma risada debochada.— Então você chegou ao ponto de precisar dar remédio pra um homem sentir interesse por você?Viviane ficou furiosa, a vergonha queimando suas bochechas.— Só me diz se consegue ou não, o resto não é da sua conta!— Espera aí. — E com essas palavras, a pessoa do outro lado desligou o telefone abruptamente.Viviane ficou deitada na cama, olhando para o teto. Até o teto da casa dos ricos era decorado de um jeito bonito, com detalhes que ela nunca teria imaginado. Depois de experimentar essa vida de luxo, ela sabia que jamais aceitaria voltar ao que tinha antes.Ela precisava conquistar o coração de Rafael. De qualquer jeito.…Na manhã seguinte, Júlia acordou, fez sua higiene matinal e preparou o almoço antes de sair para o laboratório. Ela passou a manhã inteira ocupada, mas ao final, já tinha completado duas rodadas de dad
Júlia assentiu:— Beleza. Vou mandar o endereço no grupo. Daqui a pouco vou comprar as coisas, e vocês vêm depois que terminarem.— Claro!Alan perguntou:— Será que devíamos avisar o José?Andressa respondeu:— Você Avise.Então Alan pegou o celular e disse:— Vou perguntar se ele já saiu da aula…Às duas da tarde, Júlia fechou o computador, organizou a bancada do laboratório e saiu discretamente.Logo ao sair, deu de cara com José.Ele perguntou:— Vai fazer compras?Júlia ficou surpresa:— Você já sabia?— Sim, o Alan mandou uma mensagem. Vamos lá.José ficou confuso por um momento e depois disse:— Não ia ao mercado? Posso te levar de carro.— Hoje não está ocupado?— Nada demais.Ele poderia estar ocupado, ou não. Dependia de quem for acompanhado.Júlia sorriu e concordou:— Certo, obrigada.Ela ainda estava pensando em chamar um táxi, mas José apareceu como uma bênção, economizando sua corrida.E no final, Júlia não economizou só dinheiro, mas também o esforço.José carregou toda
Andressa ficou um tempo sem palavras, parecendo muito surpresa.Os outros estavam igualmente atônitos.Arthur olhou de José para Júlia, como se tivesse acabado de descobrir algum segredo impressionante:— Pro… professor…Amanda apertou os lábios, com um olhar frio.Alan saiu do choque e foi direto ao ponto e perguntou:— E aí, José, o que está acontecendo?José respondeu calmamente:— Ajudando, não está vendo?Ao ouvir isso, Alan brincou meio a sério:— Pelo visto, você está ajudando até na casa da Júlia, você é muito responsável.José deu de ombros:— Parente distante não vale mais que um vizinho próximo. Pelo menos é melhor do que alguém que só chega para comer.— Vizinho próximo? Como assim?Júlia explicou:— O professor mora ao lado, somos vizinhos de porta. Hoje à tarde, quando saí do laboratório e ia ao mercado, encontrei ele e ele se ofereceu para me levar de carro.Andressa suspirou aliviada:— Ah, entendi.Por pouco ela não pensou que tinha algo entre os dois!Foi um susto e t
José ajustou os óculos, mantendo uma expressão impassível.No segundo seguinte, Lucas atravessou a rua e foi ao encontro de Júlia:— Estava indo te procurar, mas olha só, dei sorte de te encontrar aqui.— Há algo errado?— Sim.Ele assentiu com um semblante sério:— Podemos conversar em um lugar mais reservado?Júlia olhou para José, e Lucas também virou o olhar para ele:— Que coincidência, professor José, nos encontramos de novo.José respondeu com frio:— Não é coincidência. Se você está procurando a Júlia, é fácil me encontrar também.Lucas parou um instante e estreitou os olhos.José encarou de volta, sereno, sem desviar o olhar.Júlia olhou rapidamente o relógio:— Meia hora é o suficiente?— Sim.— Vamos àquela cafeteria ali em frente.Por aqui, as cafeterias e restaurantes são os mais comuns. Como ainda não era hora de as aulas terminarem, os estudantes não estavam todos nas ruas.Estava até tranquilo.Júlia se sentou e foi direta:— Diga logo o que é.Lucas disse:— Enquanto i