Viviane foi levada sob os olhares de todos, o que a deixou em pânico. Sua primeira reação foi pensar se suas ações no exterior haviam sido descobertas.No entanto, ao encarar os olhares de surpresa e dúvida ao redor, ela deu um sorriso forçado e disse com calma:— Deve ser algum engano. Vou ver o que está acontecendo.Suas três colegas de quarto se entreolharam, sem saber o que fazer, apenas observando enquanto ela era levada:— Que situação é essa? Estou perdida…— Será que deu ruim para ela?— O que a gente faz agora? Avisamos os pais dela?— Você tem o número dos pais dela?Uma das colegas balançou a cabeça.De repente, lembrou-se de uma vez em que Rafael deixou Viviane no dormitório e entregou-lhes um cartão com o número de telefone dele.Rapidamente, elas voltaram ao quarto, pegou o cartão e ligou para o número.Rafael tinha acabado de sair de uma reunião e se preparava para ir embora quando seu telefone particular tocou.Poucas pessoas tinham aquele número, então apesar do número
Viviane explicou ansiosamente:— Amor, fiz tudo isso porque te amo. Eu só queria ficar com você. Me perdoa, por favor. Eu prometo, nunca mais vai acontecer!Sem demonstrar emoção, Rafael olhou para Viviane com frieza nos olhos, vendo seu desespero:— Você não sabe que o que fez é crime? Não use o amor como desculpa. Você machucou as pessoas que são mais importantes para mim. É assim que você diz que me ama? No fundo, tudo o que fez foi por você mesma!Rafael continuou:— Vamos terminar. De hoje em diante, não apareça mais na minha frente. Não quero ter mais nada a ver com você.Viviane tentou agarrar a barra da camisa dele, mas Rafael a olhou de forma ameaçadora e avisou friamente:— Eu não repito as coisas. Pelo fato de você já ter me ajudado uma vez, vou deixar passar desta vez. Mas não ache que vai ter essa sorte sempre.Dizendo isso, ele entrou no carro e foi embora sem olhar para trás.Viviane quis correr atrás dele, mas mal deu dois passos e sentiu uma leve dor no abdômen.Ela ra
Viviane tremia dos pés à cabeça. A atitude de Rafael foi como um balde de água fria jogado sobre ela.Nunca imaginou que ele seria tão cruel, sem lhe dar sequer uma chance de se redimir. Ela não conseguia aceitar!Ela disse com voz triste:— Amor, eu sei que errei, mas o bebê não tem culpa! Olha só, aqui está o ultrassom. Ele já tem batimentos cardíacos. Você realmente tem coragem de deixá-lo sem pai?Rafael baixou o olhar, observando a imagem em preto e branco na mão trêmula dela.A foto do ultrassom estava tão desfocada que não se via quase nada. Ele soltou um riso frio e falou com desdém:— Foi por isso que eu o fiz abortar. Melhor que ele nem venha ao mundo do que nascer sem pai.Além disso, ele nem tinha certeza de que era o pai.Sem vontade de continuar a conversa, Rafael virou-se e subiu as escadas.Viviane olhou para suas costas com um misto de raiva e impotência, suas mãos se fecharam em punhos. A fúria e a frustração ameaçavam sufocá-la.Só pelo que ela fez, ele ia condená-
Mas agora…Não fazia mais sentido.Amor tardio não vale nada.Com uma expressão neutra, Júlia ouviu tudo e manteve a mão firme na maçaneta, numa postura defensiva.Ela respondeu lentamente:— Desculpa, mas não.Sem perdão. Sem recomeço.Rafael ficou visivelmente irritado:— Por quê? Me diz por quê! Antes você não queria voltar devido a Viviane, e agora que terminei com ela, você ainda não quer? Por quê?!Ele já tinha cedido tanto. O que mais ela queria?Enquanto o homem se enchia de raiva, Júlia permanecia tranquila:— No passado, meu mundo girava em torno de você. Você era tudo para mim.Por ele, ela havia abandonado seus planos de fazer um mestrado.Na época em que o amor estava no auge, ele era seu universo, o homem a quem ela confiaria sua vida.Os olhos de Rafael brilharam de esperança, e ele falou com urgência:— E agora pode ser igual! Se você quiser, podemos voltar ao que éramos.Júlia abaixou o olhar e balançou a cabeça:— Ninguém fica parado para sempre, nem você, nem eu. Dep
Larissa continuou:— Você leva isso para casa e dá uma olhada. Em março começam as aulas, então é bom já ter uma ideia da linha de pesquisa. Assim, quando entrar no grupo, não vai se sentir perdida.Júlia deu uma olhada rápida nos papéis e acenou com a cabeça:— Pode deixar! Vou me aprofundar nisso o mais rápido possível, prometo que não vou te decepcionar!Larissa riu ao ver a confiança de Júlia:— Confio em você. Vi seu vídeo da entrevista. Confesso que, por um tempo, fiquei preocupada se você ainda conseguiria acompanhar o ritmo da pesquisa.Ela deu uma tapinha no ombro de Júlia:— Mas, após assistir, vi que você não perdeu nada do que aprendeu.José perguntou essa pergunta e Júlia a surpreendeu com sua resposta.Sem exagero, nem mesmo alunos do último ano responderiam melhor do que Júlia.Não era só sobre a resposta estar certa ou errada, mas sim sobre a capacidade de raciocínio e lógica que ela mostrou ao explicar.Larissa disse com alívio:— Você é minha aluna. Ninguém conhece se
Júlia ouviu e seu coração disparou.A Rua Oeste não ficava perto da empresa da Patrícia?Um nó subiu à garganta, quase a fazendo chorar.O motorista cumpriu o prometido. O que normalmente levaria meia hora, ele reduziu pela metade.Assim que Júlia desceu do táxi e estava prestes a entrar no hospital, ouviu o som das sirenes de ambulâncias:— Rápido! Esses são os feridos da segunda leva do acidente na Rua Oeste. Levem para a emergência!Ela viu os feridos sendo retirados da ambulância, cobertos de sangue e inconscientes, o que fez seu estômago revirar. Júlia acelerou o passo até a recepção.A enfermeira perguntou:— Você é parente de Patrícia Cardoso?— Sou, me ligaram.A enfermeira fez uma pausa, com um olhar de pesar:— Pode entrar.O coração de Júlia afundou.Com a mão tremendo, ela respirou fundo e abriu a porta. No segundo seguinte, viu um corpo coberto por um lençol branco.Seus joelhos fraquejaram, quase caindo no chão.De repente, uma voz veio de trás dela:— Jú, o que você est
Júlia riu e disse:— Você é incrível, tá bom?— Pela política do hospital, precisam contatar algum parente dos feridos no acidente. Eu não queria preocupar meus pais, então passei o seu número.Patrícia suspirou e pegou o celular com expressão de frustração:— Se meu telefone não tivesse quebrado, eu teria atendido suas ligações.Só então Júlia entendeu por que suas chamadas tinham ido direto para a caixa postal.Ela perguntou:— E aí, está tudo bem agora? Sentindo alguma coisa?Passar pelo local de um acidente grande deixou Júlia preocupada com o estado de saúde da amiga.Patrícia respondeu:— Fiz todos os exames antes de você chegar, está tudo normal. Agora só falta dar entrada na alta.Júlia soltou um suspiro de alívio:— Que bom.Patrícia tinha apenas uma bolsa pequena com ela. As duas foram até o balcão no térreo, pagaram a conta e estavam prontas para sair, mas acabaram se deparando com Fernanda. Ela estava acompanhada de Viviane.As duas conversavam baixinho, com Fernanda sorrin
Fernanda só podia encarar Patrícia, fixando o olhar nela.Se os olhares pudessem matar, Patrícia já estaria em pedaços.Viviane disse com um olhar triste, levantando os olhos timidamente:— Patrícia, acho que você… tem algum mal-entendido comigo.Mas Patrícia não comprava aquele drama:— Mal-entendido do quê? Você tem vergonha na cara?Fernanda gritou com irritada:— Patrícia, não seja tão grosseira! Eu sou sua mais velha, sabia?— Ah, quer usar a idade como desculpa? Eu não ligo para isso. Se quiser, posso ser ainda mais grossa, quer ver?Fernanda ficou sem palavras, enquanto Júlia tentava encerrar a discussão:— Chega, Patrícia, não adianta discutir. Vamos embora...Ela realmente não via sentido em discutir, mesmo que ganhasse a discussão, o que mudaria?No entanto, o tom calmo de Júlia só atiçou ainda mais Fernanda, que soltou uma risada sarcástica: — Você está é com inveja, né? Ficou anos com o Rafael e nunca aconteceu nada. Agora, olha só, Viviane já está grávida em tão pouco tem