Fernanda ficou tão irritada que acabou indo atrás delas.Esse tipo de atitude era algo que ela sempre desprezou, acreditando que apenas pessoas desesperadas insistem em causar confusão.Mas, naquele momento, ela não estava muito diferente. Estava realmente fora de si.Ela disse com raiva:— Língua afiada, arrogante, sem um pingo de respeito. Não é à toa que dizem: ‘Semelhante atrai semelhante’. Vocês duas são mesmo sem educação!Patrícia ouviu aquilo e caiu na gargalhada. Podiam falar o que quisessem dela, mas implicar com Júlia? Isso, não!Patrícia se apressou em dizer:— Cala a boca, sua bruxa velha!Fernanda também rebateu:— Ah, estou mentindo? Ela ficou seis anos com meu filho e nem sinal de nada. Isso é claro como o dia! Ela simplesmente não consegue engravidar! E você está tão ofendida por quê? Está com a consciência pesada?Patrícia riu ironicamente:— Se em seis anos não teve nada, como você sabe que o problema não é do seu filho? Ele vive no hospital, fuma, bebe… acho que ser
Patrícia fez uma careta:— Ela está toda convencida agora, que nojo. Você não devia ter me segurado antes.Ela só usou um pouco da força, se tivesse partido para a briga de verdade, aquela bruxa velha com certeza não teria chance.Júlia lembrou da cara feia de Viviane ao ir embora e soltou uma risada. Logo tentou acalmar sua amiga:— Está tudo bem, não vale a pena se irritar com isso. São só duas pessoas que não importam em nada. Ficar irritada só vai te fazer mal.Patrícia concordou:— Isso mesmo! Mas se acontecer de novo, com certeza eu vou partir para briga.Júlia tem um jeito mais pacífico, mas Patrícia estava pronta para brigar se fosse preciso.Júlia sorriu:— Tá bom, entendi. Você levou um susto hoje, então eu pago o jantar. O que você quer comer?Patrícia rapidamente a abraçou pelos ombros:— Já estava esperando você dizer isso! Vamos, eu vou te levar para comer algo bem gostoso.— Essa frase não era para eu ter dito?— Tanto faz quem fala, o que importa é que a gente se entend
Ao deixar Viviane na porta da Universidade, Fernanda reforçou mais uma vez:— Cuida bem de você e do bebê, tá?Em seguida, disse ao motorista:— Podemos ir agora.Sentada no banco de trás, Fernanda olhou para a echarpe feia ao seu lado e não conseguiu evitar torcer o nariz.Quanto mais olhava, mais desgosto sentia. Não resistiu e jogou a echarpe no chão do carro, retirando rapidamente a mão como se tivesse tocado algo desagradável.Ao lembrar de Viviane, Fernanda suspirou. A garota tinha uma aparência comum, sem muito destaque. Se quisermos ser gentis, podemos dizer que é ‘delicada’, mas, na verdade, ela é apenas ‘sem classe’.Mais uma vez, o olhar de Fernanda se fixou naquela echarpe de rosa-choque, de gosto rústico e antiquado.Não importava o quanto fosse bem embalada, não dava para disfarçar a qualidade ruim. Claramente, quem vem de uma família simples tem seus limites.Ao lembrar dos presentes que Júlia sempre lhe dava: echarpes de seda, joias, bolsas, todas elegantes e cuidadosam
Para Fernanda, o filho dela sempre foi o melhor.Nem passava pela cabeça dela aceitar uma nora que não tivesse pelo menos um mestrado, preferencialmente com formação no exterior.Em todos os aspectos, Viviane estava bem longe do ideal. Só pela ‘criança’ que ela estava esperando, Fernanda concordou, a contragosto, em se encontrar com ela.Quanto a se casar com seu filho… Isso era pura fantasia.Bianca ouviu e deu de ombros, claramente não surpresa com a decisão da mãe.Sem pensar muito, jogou o cachecol que segurava no lixo, limpando as mãos com um lenço umedecido como se quisesse se livrar do cheiro de ‘pobreza’ que aquele presente exalava.Depois ela disse:— Assim é melhor. Viviane não vale nada, e ainda quer ser minha cunhada? Ela nem chega aos pés de Júlia.Bianca torceu o nariz, pensando em como Viviane, apesar de ter sido considerada a mais bonita da universidade, não tinha nada de especial além de um rosto mais ou menos.Como Rafael tinha se interessado por ela? Ele deve ter per
Júlia ficou séria:— O vídeo da minha entrevista foi visto por todo mundo na internet. Se você tem algum problema com a minha nota, pode muito bem reportar isso à direção da universidade. Não fique inventando histórias.Júlia fez uma pausa e continuou:— Hoje em dia, espalhar boatos sai muito barato. Por exemplo, até agora ninguém descobriu quem postou aquela foto minha com o professor José na rede.Enquanto Júlia falava, seus olhos fixavam-se em Bianca, observando qualquer mínima reação.Quando mencionou ‘foto’ e ‘autor das postagens’, percebeu que Bianca desviou o olhar, claramente desconfortável.Júlia logo entendeu que era ela a responsável. Não era algo tão surpreendente, mas agora tinha certeza.Ela disse:— Você me critica, mas não esconde a inveja nas suas palavras, né?Bianca parecia um tanto frustrada, como se estivesse arrependida por não pensar nesse plano antes:— Do que você está se gabando? Viviane está grávida! E o bebê é do meu irmão. Aposto que você ainda não sabia di
Bianca ficou radiante:— Sério? Eu realmente posso?!— Claro.— Eu aceito! Sempre admirei seu trabalho, ser sua aluna de mestrado é o meu sonho.Ela parecia ter esquecido que havia acabado de sair da casa de Larissa.Vanessa disse com sorriso:— Então está combinado. Você se chama…Bianca foi rápida:— Professora Vanessa, eu sou Bianca Lima, do curso de Biologia da Universidade B.— Você é da casa? Ótimo, já tem uma boa base.Vanessa sorriu satisfeita e balançou a cabeça:— A propósito, Bianca, no primeiro dia de aula, vá me encontrar no Bloco C, eu vou apresentar você aos seus colegas de pesquisa.Apresentar colegas de pesquisa? Bianca se lembrou do projeto de laboratório da professora Vanessa. Ela ficou animada com a possibilidade de participar. Afinal, os laboratórios da Universidade B eram de altíssimo nível, quem sabe Júlia não conseguiria nem entrar?Esse pensamento a fez sorrir com mais entusiasmo.Vanessa percebeu a inteligência e simpatia de Bianca, ficou ainda mais satisfei
Larissa acabara de receber a notícia de que 70% do financiamento dos projetos de pesquisa da universidade este ano foi direcionado ao grupo de pesquisa de Vanessa, deixando o restante para ela. Descontando os custos variados, a parte que sobraria em suas mãos seriam a 20%.Nos últimos anos, seus experimentos não mostraram progresso, naturalmente, resultou na ausência de publicações científicas.Sem publicações, não há conquistas acadêmicas, e aos poucos, o financiamento foi minguando.Além disso, sua saúde já não era a mesma, e nenhum de seus alunos parecia ser capaz de carregar o fardo ou representar.Suspirando profundamente, Larissa viu sua colega atravessar a rua, com aquele sorriso de sempre:— Boa tarde, Larissa! Acabei de sair do laboratório. Ouvi dizer que seu grupo de pesquisa fez uma nova descoberta? É verdade?Larissa permaneceu em silêncio.Vanessa disse com sarcástica:— Ah, então é mentira, né? Você vive ocupada no laboratório, mas nunca tem resultados. Ouvi dizer que cor
Júlia tinha uma ideia em mente, mas ainda precisava esperar um pouco mais…Ela só poderia agir quando o contrato terminasse, permitindo que as próximas etapas fossem desenvolvidas.…Um dia, como de costume, Júlia saiu para ir à biblioteca.Ao sair do prédio, encontrou José, que estava envolvido em novos projetos de pesquisa e havia passado várias noites no laboratório, acabando de voltar de lá.Júlia disse com um sorriso:— Bom dia, professor José.Ele respondeu com uma pitada de cansaço:— Na verdade, fora da sala de aula, você pode me chamar pelo nome. Aliás, tem algo que gostaria de ouvir sua opinião. Lembra daquele projeto que te mencionei, o que eu não consegui finalizar?Júlia assentiu.Claro que ela lembrava; aquele projeto estava muito alinhado com sua área de pesquisa.Além disso…Era um tema cuidadosamente escolhido, desenvolvido com muito esforço, e ela achava uma pena ter sido abandonado no meio do caminho.José perguntou: — Você já pensou bem? Quer continuar com isso?Jú