Bem... Como eu começo? Ok...
O meu nome é Renata Cavalcante tenho 21 anos e hoje será o dia decisivo: no final desse dia, se tudo correr bem, eu vou estar com o Leon Onete de Souza, a pessoa que eu mais amo. É incrível pensar aquilo que nós dois passamos nos últimos 2 anos: quando e como nos conhecemos, as barreiras que foram postas no nosso caminho, e como todos os problemas acabaram... A gente nunca tinha tempo de pensar que tudo tinha acabado e que tudo estava bem. Mas ainda não acabaram... Agora estou metida nesse vestido de noiva, pronta para a minha forca. Mas o melhor é começar por contar como tudo começou.
Eu sou filha da dona de uma das mais bem sucedidas empresas imobiliárias do Brasil. Há 4 anos atrás eu não era atriz, e nem sequer pensava em ser uma; há 4 anos atrás, eu era chefe da empresa da minha mãe no Rio de Janeiro, enquanto minha mãe era dona da empresa em Brasília, juntamente com meu irmão. Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos, mas apesar disso continuamos sempre muito unidos e somos felizes assim. A minha vida era como de muitas pessoas que trabalham com negócios: casa - trabalho, trabalho-casa. Eu quase nunca tinha tempo para mim.
Um dia meu carro avariou e como não tinha tempo para chamar um táxi fui a pé. Pelo caminho encontrei um ex namorado meu. Ele era ator. A gente namorava no tempo do colegial e se encontrou anos depois. Nesse dia era o aniversário dele e ele estava de férias no Brasil. Nessa noite a gente jantou fora e ficamos juntos. Nessa altura eu tinha um amigo meu que era compositor e queria que eu cantasse uma das músicas que ele escreveu, mas eu sempre recusava. Larazo foi quem me convenceu a aceitar o convite. Apesar de tudo o que aquele maldito fez comigo, fico contente por ele me ter convencido a aceitar o convite do meu amigo, pois fiquei conhecida.
Da música fui convidada para fazer uma participação em uma telenovela e a galera gostou de mim: diziam que eu tinha jeito para ser atriz. Eu participei em outra telenovela, num papel mais pequeno e comecei a ter muito sucesso como atriz também. A minha vida era feliz: tinha uma carreira ainda pequena, mas estável e tinha um namorado que me amava, ou pensava eu que me amava. Larazo me traiu pouco tempo depois de a gente começar a namorar. Apesar de isso me ter trazido tristeza, isso me trouxe uma amiga: Susy que foi também uma ex namorada de Larazo. A gente se conheceu depois de uma viajem de avião. Ela e o seu namorado, Pedro, me deram forças para continuar.
Continuei a lutar e fazer crescer a minha carreira e tive um papel principal numa novela que ganhou um Emmy.
Durante a cerimónia da entrega desse prémio estava um realizador que me levou até Hollywood. Eu lhe devo muito a ele pois se sou o que sou agora, é graças a ele. Me tornei uma atriz de sucesso mundial depois de participar numa saga de filmes de sucesso, e a minha vida era feliz.
Tudo corria bem. O pior de tudo foi o que aconteceu depois de uma noticia ter passado na televisão. A partir daqui a minha vida entregou numa espécie de túnel escuro em que você entra e vê a luz ao fundo, mas não consegue chegar até lá. A noticia era de um atentado terrorista que tinha acontecido e publiquei nas minhas redes sociais os meus pêsames às famílias das vítimas e "disse" ao grupo terrorista que aquilo que eles faziam não era correto e que deveriam ser retardados para matar outras pessoas. "Eu não percebo o que vai na cabeça das pessoas que matam". Essa foi a minha sentença.
Numa noite depois de um jantar com colegas atores da saga que me tornou famosa, saí e voltava sozinha para o hotel que eu estava hospedada. A noite era fria e chovia muito, o que é raro em Los Angeles. Estava passando a via enquanto recebi um telefonema. Parei para ver quem me estava ligando, e antes de ver quem era, ouvi um barulho forte de um carro arrancando e um clarão. Não me lembro de mais nada.
Abro meus olhos com muito esforço devido à luz intensa que está mesmo sobre mim. Quando finalmente consigo ter os meus olhos abertos, dou por mim numa sala onde a luz é se torna mais intensa ao olhar para as paredes brancas que só refletem a luz. Não sei onde estou, nem o que estou aqui fazendo. Só me lembro de um barulho e de um clarão.Estou quieta uns minutos até que ouço a porta da sala abrir e entre uma mulher vestida de branco e cabelo preso. Uma enfermeira, uma médica?- Olá senhorita Renata! Como se sente? - ela não deve ser americana, tem sotaque britânico.- O que aconteceu?- pergunto, mas as palavras demoram a sair. Tenho uma enorme sensação de formigamento na minha boca.- Você foi atropelada e esteve em coma por uns cinco meses - diz a enfermeira enquanto me avalia para ver se está tudo bem -, mas você ainda precis
Passei o resto dos meus dias no meu quarto vendo os vídeos do Leon. Eu ainda não tinha a certeza o que sentia por ele, mas ver os seus vídeos me faziam feliz; sempre que tinha um dia mais complicado, ver o Leon com toda aquela boa disposição me punha também bem disposta. Eu praticamente só saía do meu quarto para comer e nada mais, o que começou a criar suspeitas em Susy.- Ok. Agora me diga. O que passa com você? - fala Susy entrando repentinamente no meu quarto.- Não sei... O que passa comigo?- Você passa os dias enfiados no quarto, sempre agarrada ao celular, a fazer não sei o quê... Você nem tem ido às sessões de fisioterapia e...- Eu já me sinto melhor - interrompo-a.- Quem é ele? - eu olho para ela de baixo e ela ri - Quem é o cara?- Ele quem?- Com quem você tem andado a falar?<
Faz 3 semanas que estou em Riberão Preto e até agora nem sinal do Leon. Passo os meus dias num café que fica perto da morada que o Leon tem nos seus vídeos, mas ainda não o vi. Todos os dias minha mãe me liga para saber se estou bem e se já o encontrei e, como é óbvio, a minha resposta é sempre a mesma. Susy, quando descobriu que eu tinha vindo para Ribeirão Preto sem lhe contar, ficou um pouco chateada, mas depois percebeu a minha situação e até me desejou boa sorte. Ela queria vir, mas eu disse que não precisava. Na verdade, eu não queria que ela estivesse aqui, eu a conheço; se ela estivesse aqui comigo já o tinha encontrado, eu sei disso, mas todo o mundo saberia que eu estava aqui, e não queria. Eu não queria ser reconhecida. Mesmo assim às vezes alguns fãs meus ainda me reconheceram e pediam fotos e autógrafos, mas ped
O silêncio da sala foi quebrado quando uma garotinha gritou:- Tio! - Lívia, a sobrinha do Leon salta para o colo dele, e ele para pôr um momento de olhar para mim.- Bem. O jantar está pronto. Vamos jantar? - pergunta Vera.Fomos todos jantar e Vera e Paschoal se sentaram nas cabeças da mesa. Eu fiquei junto de Paschoal e depois estava Leon e a sua sobrinha Lívia, que deveria ter uns 3 ou 4 anos. Do outro lado estava o irmão de Leon e a sua mulher com as suas outras filhas, uma mais velha, Luíza, e uma bebé muito fofa. Durante o jantar eu e Leon não conversamos muito, melhor, a gente não conversou nada! O jantar se passou com Paschoal e Ricardo me fazendo perguntas sobre como é fazer filmes e telenovelas.Depois do jantar a gente foi para a sala estivemos mais algum tempo falando. Eram onze horas da noite e a cunhada de Leon foi pôr as filhas mais novas a dormir. O so
Eu e Leon estamos indo agora para São Paulo para gravar aquele vídeo que eu tinha prometido a ele. Pelo caminho a gente já decidiu o que iria gravar: iriamos ver fazer um desafio em que íamos à internet ver posições de ginástica e íamos tentar imitar. Leon conseguiu adormecer durante o voo, apesar ter sido rápido. Ele dorme com a boca aberta e fica tão engraçado assim. O avião aterriza, recolhemos as nossas maletas e apanhamos um táxi. O Leon diz a morada dele e o taxista parte em direção ao destino. Nós também já combinamos com Alex, o colega de casa de Leon, que eu iria passar uns dias no apartamento deles. Eu menti para o Leon e disse que não havia quartos liberados em São Paulo, perto da casa dele. Então ele me deixou ficar no apartamento dele.Chegamos ao apartamento e só logo barrada à entrada por Alex, q
Quando eu acordo, o outro lado da cama está frio. Meu braço se estica, procurando pelo corpo de Leon, mas encontra apenas um espaço vazio na cama, apesar de ela ser pequena.- Leon? – chamo por ele, esperando uma resposta, mas simplesmente recebo o silencio da casa. O Alex estava em casa? Ou eu estava completamente sozinha?Tinha apenas vestido uma lingerie e tinha uma blusa jogada no chão. Pego ela e a visto. Tem o mesmo cheiro da jaqueta que o Leon me deu em Ribeirão Preto. A jaqueta! Me lembro que não devolvi ela a Leon. Pego na minha maleta e tiro ela para fora. Me dirijo ao armário para meter ela junto das outras roupas de Leon. Mas a roupa dele não estava lá. Ele ainda não arrumou as roupas dele? Fecho as portas e vejo que as maletas de Leon também não estão no quarto. Sinto um pouco de vento entrando pelo quarto, vindo da janela, que me dá arrepios. Fecho ela
Ela foi embora e eu não pude fazer nada para impedir. Preferi continuar sendo orgulhoso e deixar a mulher que eu amo ir embora. Porra, como eu sou estúpido! Mas eu não tive escolha. "Eu não estou preparado para ter um relacionamento sério!", "Eu não sei o que os meus fãs podem pensar!", "As pessoas iriam falar que eu só estava com ela por interesse!". Essas são algumas das razões que eu dava para me pararem de chatear. Mas havia uma razão maior. Uma razão que já não me impede de ficar com Renata.Meus pais e toda a gente me xingaram por ter mandado ela embora, sabendo que nós nos envolvemos e que nos amávamos. Mas como disse: havia uma razão que impedia de ficar com ela. Na festa de aniversário do Mário, toda a gente reparou que eu estava lá de corpo, mas os pensamentos não estavam lá. Mais uma vez todo o mundo começo
Quando abro meus olhos, é como se ainda os tivesse fechados. A sala onde eu estou e completamente escura e tem um cheiro horrível. Uma pequena janela aberta, deixa passar o sol, iluminando assim um pouco o chão, no meio daquela escuridão. Mas mesmo assim, continua difícil ver alguma coisa.Me lembro de ter sido apanhada por dois homens e de depois ter apagado. Me lembro também de ouvir o som de um motor de um barco e de tudo estar mexendo, acompanhando o movimento de ondas, e de depois um homem aparecer e me dopar algo novamente que fez dormir. E agora tô aqui.Tento me levantar e tentar chegar até à pequena janela, para perceber onde eu estava. Olho pela janela e só vejo uma terra amarela, e sinto uma brisa quente batendo na minha cara. Ouço passos vindos de fora da porta daquela sala escura e então me deito na cama, fingindo que estava dormindo.A porta abre e entra um homem com