Ela foi embora e eu não pude fazer nada para impedir. Preferi continuar sendo orgulhoso e deixar a mulher que eu amo ir embora. Porra, como eu sou estúpido! Mas eu não tive escolha. "Eu não estou preparado para ter um relacionamento sério!", "Eu não sei o que os meus fãs podem pensar!", "As pessoas iriam falar que eu só estava com ela por interesse!". Essas são algumas das razões que eu dava para me pararem de chatear. Mas havia uma razão maior. Uma razão que já não me impede de ficar com Renata.
Meus pais e toda a gente me xingaram por ter mandado ela embora, sabendo que nós nos envolvemos e que nos amávamos. Mas como disse: havia uma razão que impedia de ficar com ela. Na festa de aniversário do Mário, toda a gente reparou que eu estava lá de corpo, mas os pensamentos não estavam lá. Mais uma vez todo o mundo começou a falar que eu não devia ter feito com ela o que eu fiz. "Eu já sei disso, porra!", foi o que eu disse para eles. E o Mário me falou: "Então se quer parar de ser um idiota, vá atrás dela".
E foi isso o que eu fiz. Peguei minhas coisas e fui para Brasília, rumo à empresa da mãe da Renata. Quando lá entrei, aquilo era enorme. Eu nem sabia com quem eu devia falar para chegar até à mãe dela. Andando pelos corredores da empresa, encontrei uma recepcionista, na verdade, era mais como uma secretária.
- Boa tarde! - cumprimentei simpaticamente.
- Boa tarde! - fala a secretária com um sorriso na cara - Em que lhe posso ajudar?
- Eu gostaria de falar com a senhora Deolinda Cavalcante, por favor.
- Eu lamento, mas de momento a senhora Cavalcante está ocupada. - ela perde o sorriso e volta a fazer o que estava fazendo antes de eu falar com ela.
- Não tem forma de falar com ela? - eu pergunto impaciente - É importante... É sobre a filha dela, a Renata.
- É sobre a filha? - me pergunta como se quisesse que eu lhe contasse algo.
- É - eu falo - e é urgente.
- Me dê um momento, por favor. - a vejo começando a tremer, como se eu fosse um ladrão.
Pega no telefone e liga para alguém. Pouco tempo depois, alguém recebe a chamada da secretária.
- Boa tarde, senhor Cavalcante? - ela fala com a mão no pescoço, ainda nervosa - Peço desculpa estar incomodando você numa hora dessas - faço cara feia; "uma hora dessas"? O que ela quer dizer com isso? -, mas está aqui um senhor que diz que gostava de falar com sua mãe sobre a sua irmã. - ela se cala, ouvindo o que o irmão da Renata está falando - Com certeza! - ela se vira para mim - Qual é o seu nome?
- Me chamo Leon Onete. - respondo confuso; não percebo o que se tá passando. Será que aconteceu alguma coisa?
A secretária fica ouvindo o que ele tem para dizer e no final ela responde:
- Com certeza! Eu digo! Boa tarde! - ela pousa o telefone e marca outro número - Pode vir até à recepção? Tem aqui uma pessoa para você cuidar. - ela fala e eu fico preocupado.
Vão cuidar de mim? O que eu fiz?
- Ótimo! - ela se despede com quem tá falando e fala para mim - Senhor Onete? Tá vindo um motorista que vai levar você para a casa da senhora Cavalcante. Agora também tá vindo o segurança que vai levá-lo até à entrada. Você aguarda lá pelo motorista, tudo bem?
- Tudo ótimo! - eu falo.
Eu realmente fico preocupado. Afinal, o que tá acontecendo? O que se passa de tão grave para ter um segurança que me vai levar até à casa da mãe da Renata?
Quando o segurança aparece, ele me leva para junto da entrada. Quando lá chegamos, o motorista já chegou.
Me abre a porta dos bancos de trás do carro. Eu me sento e o segurança se senta no banco da frente, com o motorista, que arranca com o carro.
O carro para junto de um portão enorme. A viagem não durou mais do que 15 minutos. Olho pela janela e vejo o portão se abrindo e o carro arrancando. Na hora que passamos pelo portão, vejo o quão grande é aquela casa. Bem, para falar verdade, aquilo não é uma casa, mas sim uma mansão. O caminho entre o portão e até à mansão é grande e ainda se pode ver os jardins que lá existem. Consigo ver, ao longe, uma piscina enorme.
Quando chegamos à porta da mansão, uma empregada me abre a porta do carro e diz para a acompanhar.
Dessa vez, o segurança não sai e vai com o motorista, talvez de volta para a empresa. Antes de entrar dentro da casa, ainda tenho tempo para ver novamente o quão grande a mansão é. Quando entro na casa, percebo que sou totalmente enganado pelo o que a mansão aparenta ser por fora: o que por fora parece uma mansão rústica, por dentro vejo uma mansão moderna.
- Queira aguardar no sofá, enquanto eu chamo pelos senhores? - fala a empregada.
- Claro. - eu falo.
Me sento no sofá. O sofá era enorme: fazia uma meia roda à volta de uma televisor também grande. Espero um pouco tal como foi recomendado pela empregada. Enquanto espero, sou assustado pelos gritos de uma menininha.
- Olha, mãe! É o Toddy! - fala uma menina, talvez com uns 7 anos, para a sua mãe, que eu reconheço como a cunhada da Renata. Elas estavam entrando por uma porta e a deixaram aberta; consigo ver que essa porta, é a porta que nos leva até à piscina.
- É! Vamos para o quarto. - fala a cunhada para a filha, e depois fala para mim - Boa tarde!
- Boa tarde! - eu retribuo.
Elas sobem umas escadas enormes, com um tapete vermelho, que davam acesso ao piso superior. Espero mais uns minutos, esperando que alguém chegue para falar comigo.
Fico esperando mais alguns minutos, até que ouço alguém descendo as escadas. Eu reconheço quem está vindo. É a mãe de Renata, que vem de braço dado com o irmão da Renata.
- Boa tarde, Leon. - fala Hélder, o irmão.
Eu me levanto - Boa tarde!
- Estou feliz por conhecê-lo. - fala a mãe de Renata - Eu e Renata já estivemos falando de você. - se sentam no sofá - Fui eu quem convenceu a Renata a ir atrás de você. Se senta, por favor. - e eu me sento - Minha secretária disse que queria falar comigo sobre a Renata?
- Sim! - eu engulo um pouco de saliva - Bem, na verdade... Eu queria falar com ela. Eu só fui até à sua empresa porque era o único jeito de chegar até ela. - esfrego minhas mãos.
- Ela me contou o que aconteceu... - fala a mãe de Renata, olhando para o chão.
- Eu sei que a fiz sofrer - a interrompo -, mas eu quero remendar as coisas. Eu tô aqui para pedir desculpas para ela. - falo enquanto vejo uma lágrima escorrendo pelo rosto da mãe da Renata.
- Você ainda não sabe o que aconteceu? - pergunta a mãe de Renata.
- O que... - tento perguntar mas sou interrompido pelo irmão.
- Provavelmente não, mãe. Eu e a polícia estamos tentando escondendo o máximo possível da comunicação social.
- Me desculpem, mas me podem contar o que aconteceu, por favor? - falo, cada vez mais assustado.
Fico cada vez mais preocupado. A cada segundo que passa, sinto meu coração apertando cada vez mais.
- Depois o que aconteceu entre vocês - fala o irmão de Renata -, a Renata foi para os Estados Unidos. Ela queria se afastar do Brasil, para tentar esquecer o que aconteceu. Semanas depois, a Renata desapareceu. - me levanto e levo as mãos a minha cabeça - A empregada que costumava arrumar o nosso apartamento em Los Angeles nos ligou e disse que Renata não tinha dormido em casa. Nós pensamos que ela tivesse arranjado um namorado e talvez estava em casa dele. Por isso não ficamos muito preocupados. Mas depois recebemos um telefonema da policia de Los Angeles que disse que o carro da Renata foi encontrado abandonado num estacionamento. - o irmão dela limpa as lágrimas que começam escorrendo pela cara dele - Mas não encontraram só o carro...
Quando ouço o irmão de Renata dizendo que "não encontraram só o carro", eu perco o chão... Fico como que se uma faca se enfiasse em meu coração.
- Não... Ela... - me atrapalho nas palavras e uma lágrima escapa dos meus olhos - Ela não pode tar morta! - falo, esperando que ele dissesse algo que me tirasse o desespero que tenho.
- Não! - ele fala - Ela não tá morta! - dou um suspiro de alívio - Quer dizer, é o que esperamos. - ele dá um suspiro - O que a polícia encontrou foi uma seringa caída no chão. A polícia levou a seringa para investigar e descobriu uma substância nela. A seringa tinha um líquido que faz adormecer uma pessoa e...
- Mas onde tá a Renata? - o interrompo.
- A polícia pensa que ela foi raptada. - fala a mãe de Renata, enquanto limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto - Mas a verdade é que ainda não recebemos nenhum telefonema pelo resgate...
Eu paraliso olhando o desespero na cara da mãe de Renata, e percebo o quanto estúpido eu fui. Se eu não tivesse mandado a Renata embora, nessa hora ela estaria comigo. Quem sabe ela não teria sido raptada, e não estaríamos nesse desgosto de não saber onde ela está. Agora, eu perdi-a.
Mas eu não vou aceitar isto como um final! Não vou aceitar isto como um final infeliz! Renata e eu ainda vamos ter o nosso final, e será feliz! Eu não sei onde ela tá, mas sei que vou fazer de tudo para encontrá-la e trazer ela de volta para a família dela, para junto de mim. Eu não vou desistir...
Quando abro meus olhos, é como se ainda os tivesse fechados. A sala onde eu estou e completamente escura e tem um cheiro horrível. Uma pequena janela aberta, deixa passar o sol, iluminando assim um pouco o chão, no meio daquela escuridão. Mas mesmo assim, continua difícil ver alguma coisa.Me lembro de ter sido apanhada por dois homens e de depois ter apagado. Me lembro também de ouvir o som de um motor de um barco e de tudo estar mexendo, acompanhando o movimento de ondas, e de depois um homem aparecer e me dopar algo novamente que fez dormir. E agora tô aqui.Tento me levantar e tentar chegar até à pequena janela, para perceber onde eu estava. Olho pela janela e só vejo uma terra amarela, e sinto uma brisa quente batendo na minha cara. Ouço passos vindos de fora da porta daquela sala escura e então me deito na cama, fingindo que estava dormindo.A porta abre e entra um homem com
Eu e Renata tentamos fugir a noite passada. Eu finalmente tinha arranjado um jeito de fugir desse lugar horrível. Mas eles sabem que existem pessoas que querem fugir. Eu tenho a certeza que eles vão redobrar a segurança deste lugar depois o que aconteceu na noite de ontem. Mas penso que eles não desconfiam que sou eu e Renata quem quer fugir.Eles confiam muito em mim, e adoram a Renata. É a mais “bela criação” deles. Mas se desconfiam de algum de nós dois, prefiro que desconfiem de mim, ao invés dela. Ela não merece ser morta por minha culpa.Ainda tenho na minha cabeça o olhar assustado de Renata quando, ontem, eles apareceram e nós tivemos que fugir.Eu vou garantir que isso não volta a acontecer. Não a quero ver mais assustada. Agora só falarei para ela que tenho um novo jeito de fugi
- Não tem nada! – eu falo – Se quiser vir comigo venha, e comprove você mesma. – falo para tentar desviar as atenções dela. Ela me vira costas e sai.Chego novamente à sala, Leon e Renata estão se beijando. Como ela pode desculpa-lo depois de tudo o que ela me contou, depois de tudo o que ele fez com ela. Eles param assim que entramos e Leon começa falando do plano que nos vai levar para a nossa morte.- Tem uma van nos esperando do outro lado dos penhascos. Tudo o que temos que fazer é conseguir passar pelas guardas e depois correr em direção a eles.- Parece um plano brilhante! – falo irónico e Renata me olha chateada – Você nem se pergunta de quem é essa van?Ou com que ele está? – falo para ela.- É como eu falei para você. Se quer vir com a gente, venha. Se quer continuar aqui preso e fazer coisas que
Faz já umas cinco horas que estão operando Leon. De 10 em 10 minutos entre e sai uma enfermeira da cirurgia e de 10 em 10 minutos eu pergunto para a enfermeira como está correndo. A resposta é sempre a mesma: "´Retirar uma bala da nuca é complicado. Temos que ter muito cuidado. Um erro pode ser fatal". Se ao menos eu tivesse dado ouvidos ao Liam. Deveríamos ter arranjado mais tempo para ter um plano para fugir daquele lugar.Algumas enfermeiras já passaram por mim, e me ofereceram comida, mas por muito que tente, não consigo comer nada; já me ofereceram um quarto no hospital para dormir um pouco, mas também não consigo. A dor de saber que a pessoa que você ama está morrendo é demasiado grande para tentar fazer seja o que for. As lágrimas já não caem pelo meu rosto; já secaram todas.A minha família e a do Leon já estão
O avião aterriza e porta abre. Espreito por detrás das caixas e ninguém entre. Respiro fundo e me levanto. Em passos lentos saio do avião e vou a caminho do refúgio. Até lá, tem pessoas cá fora, e enquanto eu vou passando por elas, elas param o que estão fazendo e olham para mim.- É a Renata Cavalcante! – ouço alguém falando.Tento não reagir e olho para o chão, continuando o meu caminho. Ouço mais pessoas cochichando e também ouço passos atrás de mim. Olho para trás e tem uma multidão, batendo palmas para mim. Por que estão batendo palmas? O que eu fiz de bom para fazerem isso? Sinto o meu braço a ser puxado.- Renata? – solto o braço e olho para trás, é o Liam – Pensei que estivesse junto dele?- E estava. – falo para ele – Eu estou aqui para aj
Estamos indo para Besaysin, uma cidade a sudeste de Jableh. Durante a noite recebemos a informação que as tropas rebeldes de Constantim iam levar os cidadãos dessa cidade para Jableh, para puderem ter mais segurança pelo lado sul.Ficamos também a saber que Constantim fez um acordo com líderes de países mundiais. Os líderes desses países convenceram Constantim a deixar sair a população; disseram que aquilo era uma guerra entre eles e os cidadãos não deviam ser envolvidos. Ficamos também a saber que nós agora também trabalhamos para esses líderes mundiais, pois Larson fez também um acordo de cooperação entre eles. Parece que o secretismo acabou…Felizmente, isso vai garantir que nenhum cidadão se machuca. Um enorme navio está atracado na Cavalcante e está recebendo os cidadãos para leva-los para se
Constantim continua olhando para mim. Continua com a mesma expressão na cara, como quando disse aquilo. E eu também. O que ele queria dizer com “Ele não é quem você pensa que ele é”?A verdade é que antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, ou que eu pudesse perguntar alguma coisa, as equipas entraram na sala e levaram Constantim. Eu volto a guardar a arma. Não sei ele quis dizer aquilo para que eu não disparasse, ou se simplesmente está dizendo a verdade. Mas se é verdade, quem é essa pessoa?- Você não disparou. – fala Liam.Eu espero que as equipas saiam da sala para puder falar com ele.- Você ouviu o que ele disse? – eu pergunto.- Ouvi. Você sabe de quem ele tá falando.- Não, mas eu…- Vocês vêm? – um soldado me interrompe - Está vindo um helic&oac
POV. RENATA:Preciso de um médico! – grito no corredor do hospital.Depois de Leon mexer a mão, as máquinas começaram apitando.- Preciso de ajuda! – grito novamente e uma enfermeira vem até mim – Ajude-o, por favor.A enfermeira entre dentro do quarto e clica num botão para chamar alguém.- Por favor, saia. – diz a enfermeira para mim.- O que se passa com ele? – pergunto desesperada.- Por favor, você tem de sair.Ela fecha a porta. Eu me sento numa cadeira, junto do quarto daquele hospital, e pouco tempo depois vejo médicos correndo em direção ao quarto. Tento novamente entrar no quarto, mas não me deixam.(…)<