Eu e Leon estamos indo agora para São Paulo para gravar aquele vídeo que eu tinha prometido a ele. Pelo caminho a gente já decidiu o que iria gravar: iriamos ver fazer um desafio em que íamos à internet ver posições de ginástica e íamos tentar imitar. Leon conseguiu adormecer durante o voo, apesar ter sido rápido. Ele dorme com a boca aberta e fica tão engraçado assim. O avião aterriza, recolhemos as nossas maletas e apanhamos um táxi. O Leon diz a morada dele e o taxista parte em direção ao destino. Nós também já combinamos com Alex, o colega de casa de Leon, que eu iria passar uns dias no apartamento deles. Eu menti para o Leon e disse que não havia quartos liberados em São Paulo, perto da casa dele. Então ele me deixou ficar no apartamento dele.
Chegamos ao apartamento e só logo barrada à entrada por Alex, que me pede para tirar uma foto com ele, no qual eu aceito. Leon pelo que parece não quer perder muito tempo com Alex e se preocupa em me tirar do perto dele para ir gravar o vídeo.
- Posso apenas arrumar as minhas coisas? – pergunto para Leon que me puxa pelo braço em direção ao seu quarto.
- Não! – ele ri – Primeiro o vídeo, o Alex arruma as suas coisas.
Entramos no quarto de Leon e ele me senta na cadeira dele. Alex entra logo de seguida.
- Ei! Por que tenho que ser eu a arrumar as coisas dela? – pergunta Alex amuado.
- Porque eu e ela vamos gravar um vídeo. – responde Leon, sério.
- Tenho que ser sempre eu a fazer tudo nessa casa! – diz Alex exaltado – Você não ajuda em nada!
- Cara, você pode calar a porra da boca e sair do meu quarto? – Leon se enerva.
- Deixa, Alex. Eu depois arrumo. Obrigada. – eu falo para acalmar os ânimos.
Alex sai e deixa eu e Leon sozinhos.
- Você não precisava falar assim com ele… – eu falo enquanto Leon prepara o computador e a câmara para gravar.
- Você tá aqui para gravar comigo, ou para gravar com o Alex? – eu tento não rir – É que se você quer gravar com ele fala logo, que eu saiu de casa e deixo vocês dois sozinhos. – eu não aguento mais e rio. – Por que você tá rindo?
- Por nada… Já tem tudo pronto? – me recomponho.
- Tá quase… - Leon me olha de lado e tenta arranjar mais espaço para que possamos fazer o desafio.
Vai pegar um banco para se sentar e se coloca perto de mim. Liga a câmara.
- Preparada? – ele pergunta.
- Já nasci preparada.
- 3… 2… 1… Fala aí galera, aqui é o Toddy e… Nossa, esse é um sonho realizado… olha só quem está aqui hoje comigo… A Renata Cavalcante…
- Olá! – eu falo, baixo.
- Nossa, que alegria!
- Olhar para a sua cara me deixa assim… alegre. – falo irónica e mantenho uma postura séria para a câmara.
Ele me olha de lado e se vira para a câmara. Começa a falar sobre o que vamos fazer no vídeo. Eu não consigo tirar os olhos dele. Ver os vídeos dele nos deixa com uma carga de boa disposição que não é possível explicar, mas ver ao vivo a energia positiva toda que ele deixa nos vídeos e o quanto ele se diverte a fazer um vídeo, é incrível. Depois de gravar a introdução, gravamos o final também para depois só termos que nos preocupar em fazer o desafio.
Algumas posições são bem engraçadas como eu que pôr os pés nas pernas do Leon e ter que subir, outra ele tinha que sentar no chão e eu colocar-me nos ombros dele em pé. Fizemos mais umas três posições. Na última, Leon tinha que se deitar no chão com as mãos e as pernas esticadas para cima e eu tinha que me deitar em cima das mãos e pernas dele para fazer um “avião”.
Em certo momento, Leon e eu perdemos o equilíbrio e eu caio por cima dele. Foi a primeira vez que ficamos com a cara junto um do outro. Aí eu pude admirar a beleza dos olhos dele, a perfeição dos lábios dele e suavidade da pele dele. E o inesperado acontecesse. As palavras que eu tinha preparado para ele foram embora e ficaram as ações.
Antes que houvesse tempo de ele dizer ou fazer alguma coisa, eu o beijei. O beijo foi correspondido, ele parecia não se ter importado.
- Me desculpa. – falo quando paramos de nos beijar.
Ele fica em suspenso, olhando para o teto, como se tivesse pensando em algo.
- Não, - ele fala enquanto se levanta – desculpa eu. – e sai.
Parabéns, Renata! Você acabou de estragar o pouco que tinha com o Leon. Saio do quarto e vou à procura do Leon. Eu precisava saber o que ele pensou. Vou para a sala e só lá estava Alex.
- Onde foi Leon? – pergunto.
- Ele saiu apressado. – diz Alex, apontando para a porta de entrada – Eu perguntei onde ele ia, mas ele não me respondeu. O que aconteceu?
- Não sei. – minto – Nós acabamos de gravar e ele saiu correndo. Disse que precisava de sair. Você sabe se ele anda com problemas? – tento disfarçar.
- Ele é assim. – ri – Ele só fez isso para não ajudar você a preparar as coisas para dormir. – brinca. Abano a cabeça com sinal de aprovação e dou um meio sorriso para Alex.
Alex me ajuda arrumando a sala para que eu possa dormir em uma espécie de cama improvisada. Tento não mostrar para ele que aconteceu algo entre mim e Leon.
(...)
Horas se passaram desde que Leon saiu de casa sem dizer para onde ia e a cada minuto que passava eu ficava mais preocupada. Alex e eu íamos começar a preparar o jantar até Leon chega a casa.
- E aí, galerinha! – diz Leon animado com duas pizzas na mão.
- Nossa cara. – fala Alex – Por onde você andou?
Leon olha para mim.
- Tive que ir tratar de uns problemas, e…
- E está tudo bem agora? – o interrompo, pois sabia quais problemas ele estava falando; eu precisava saber se estava tudo bem depois do que aconteceu com nós dois.
- Sim. – ele fala e olha para as pizzas – Eu trouxe umas pizzas para o jantar.
- Valeu, cara. – fala Alex, enquanto pega nas pizzas e as prepara para o jantar.
Leon passa por mim e nem olha. Se senta, esperando que Alex as ponha na mesa. Como é possível que ele esteja indiferente comigo depois o que aconteceu entre nós? Me sento, também esperando pelas pizzas. Olho para ele esperando que ele diga alguma coisa, mas ele apenas desvia o olhar para o celular dele.
Alex se senta e começamos comendo as pizzas. Eu não consegui falar nada. O jantar foi passado com Leon e Alex falando coisas bobas. Isso me irritava: como Leon agia como se não tivesse acontecido nada.
Acabamos de jantar já tarde e Leon falou que ia dormir e Alex ia arrumar a cozinha. Eu fui tomar banho para depois dormir. Eu só consegui pensar em tudo o que aconteceu naquele dia. A forma como Leon se comportava não me permitia perceber se ele tinha gostado ou se estava puto comigo.
Saio do banheiro para ir para a sala. Penso em bater na porta do Leon para falar com ele, mas desisto dessa ideia e vou para a sala. Alex já não lá estava, então me deito para dormir. Se fosse fácil dormir depois do que aconteceu. Eu não iria conseguir dormir sem primeiro falar com Leon. Então me levanto e vou para o quarto do Leon.
Entro mesmo sem bater e Leon levanta a cabeça olhando para mim. Ele também ainda não tinha adormecido, apesar de já estar aqui dentro por muito tempo. E mais uma vez as palavras que eu tinha preparado para falar para ele, foram trocados por atos. Ele se senta na cama e eu me dirijo até ele, o beijo e me sento nas pernas dele. Leon me deita na cama e me beija como se tivesse fome de mim. Ele tira minha calcinha e eu baixo a cueca dela. Ele me penetra e nesse momento, estico minha cabeça para trás e arquejo minhas costas para a frente. Ele começa os movimentos lentamente e vai acelerando aos poucos. Os gemidos são abafados pelos nossos beijos, cada vez mais vorazes. Um gemido se escapa quando chego ao orgasmo e Leon tem a sua ereção pouco depois.
Ele sai de cima de mim e se deita ao meu lado, e eu coloco minha cabeça em cima do peito dele. Com isto que acabou de acontecer minhas dúvidas em relação ao que ele sente por mim só aumentam. Se ele realmente me ama, porque me ignora durante o dia, à frente de outras pessoas? Esses meus pensamentos são logo apagados quando adormeço, junto dele.
Quando eu acordo, o outro lado da cama está frio. Meu braço se estica, procurando pelo corpo de Leon, mas encontra apenas um espaço vazio na cama, apesar de ela ser pequena.- Leon? – chamo por ele, esperando uma resposta, mas simplesmente recebo o silencio da casa. O Alex estava em casa? Ou eu estava completamente sozinha?Tinha apenas vestido uma lingerie e tinha uma blusa jogada no chão. Pego ela e a visto. Tem o mesmo cheiro da jaqueta que o Leon me deu em Ribeirão Preto. A jaqueta! Me lembro que não devolvi ela a Leon. Pego na minha maleta e tiro ela para fora. Me dirijo ao armário para meter ela junto das outras roupas de Leon. Mas a roupa dele não estava lá. Ele ainda não arrumou as roupas dele? Fecho as portas e vejo que as maletas de Leon também não estão no quarto. Sinto um pouco de vento entrando pelo quarto, vindo da janela, que me dá arrepios. Fecho ela
Ela foi embora e eu não pude fazer nada para impedir. Preferi continuar sendo orgulhoso e deixar a mulher que eu amo ir embora. Porra, como eu sou estúpido! Mas eu não tive escolha. "Eu não estou preparado para ter um relacionamento sério!", "Eu não sei o que os meus fãs podem pensar!", "As pessoas iriam falar que eu só estava com ela por interesse!". Essas são algumas das razões que eu dava para me pararem de chatear. Mas havia uma razão maior. Uma razão que já não me impede de ficar com Renata.Meus pais e toda a gente me xingaram por ter mandado ela embora, sabendo que nós nos envolvemos e que nos amávamos. Mas como disse: havia uma razão que impedia de ficar com ela. Na festa de aniversário do Mário, toda a gente reparou que eu estava lá de corpo, mas os pensamentos não estavam lá. Mais uma vez todo o mundo começo
Quando abro meus olhos, é como se ainda os tivesse fechados. A sala onde eu estou e completamente escura e tem um cheiro horrível. Uma pequena janela aberta, deixa passar o sol, iluminando assim um pouco o chão, no meio daquela escuridão. Mas mesmo assim, continua difícil ver alguma coisa.Me lembro de ter sido apanhada por dois homens e de depois ter apagado. Me lembro também de ouvir o som de um motor de um barco e de tudo estar mexendo, acompanhando o movimento de ondas, e de depois um homem aparecer e me dopar algo novamente que fez dormir. E agora tô aqui.Tento me levantar e tentar chegar até à pequena janela, para perceber onde eu estava. Olho pela janela e só vejo uma terra amarela, e sinto uma brisa quente batendo na minha cara. Ouço passos vindos de fora da porta daquela sala escura e então me deito na cama, fingindo que estava dormindo.A porta abre e entra um homem com
Eu e Renata tentamos fugir a noite passada. Eu finalmente tinha arranjado um jeito de fugir desse lugar horrível. Mas eles sabem que existem pessoas que querem fugir. Eu tenho a certeza que eles vão redobrar a segurança deste lugar depois o que aconteceu na noite de ontem. Mas penso que eles não desconfiam que sou eu e Renata quem quer fugir.Eles confiam muito em mim, e adoram a Renata. É a mais “bela criação” deles. Mas se desconfiam de algum de nós dois, prefiro que desconfiem de mim, ao invés dela. Ela não merece ser morta por minha culpa.Ainda tenho na minha cabeça o olhar assustado de Renata quando, ontem, eles apareceram e nós tivemos que fugir.Eu vou garantir que isso não volta a acontecer. Não a quero ver mais assustada. Agora só falarei para ela que tenho um novo jeito de fugi
- Não tem nada! – eu falo – Se quiser vir comigo venha, e comprove você mesma. – falo para tentar desviar as atenções dela. Ela me vira costas e sai.Chego novamente à sala, Leon e Renata estão se beijando. Como ela pode desculpa-lo depois de tudo o que ela me contou, depois de tudo o que ele fez com ela. Eles param assim que entramos e Leon começa falando do plano que nos vai levar para a nossa morte.- Tem uma van nos esperando do outro lado dos penhascos. Tudo o que temos que fazer é conseguir passar pelas guardas e depois correr em direção a eles.- Parece um plano brilhante! – falo irónico e Renata me olha chateada – Você nem se pergunta de quem é essa van?Ou com que ele está? – falo para ela.- É como eu falei para você. Se quer vir com a gente, venha. Se quer continuar aqui preso e fazer coisas que
Faz já umas cinco horas que estão operando Leon. De 10 em 10 minutos entre e sai uma enfermeira da cirurgia e de 10 em 10 minutos eu pergunto para a enfermeira como está correndo. A resposta é sempre a mesma: "´Retirar uma bala da nuca é complicado. Temos que ter muito cuidado. Um erro pode ser fatal". Se ao menos eu tivesse dado ouvidos ao Liam. Deveríamos ter arranjado mais tempo para ter um plano para fugir daquele lugar.Algumas enfermeiras já passaram por mim, e me ofereceram comida, mas por muito que tente, não consigo comer nada; já me ofereceram um quarto no hospital para dormir um pouco, mas também não consigo. A dor de saber que a pessoa que você ama está morrendo é demasiado grande para tentar fazer seja o que for. As lágrimas já não caem pelo meu rosto; já secaram todas.A minha família e a do Leon já estão
O avião aterriza e porta abre. Espreito por detrás das caixas e ninguém entre. Respiro fundo e me levanto. Em passos lentos saio do avião e vou a caminho do refúgio. Até lá, tem pessoas cá fora, e enquanto eu vou passando por elas, elas param o que estão fazendo e olham para mim.- É a Renata Cavalcante! – ouço alguém falando.Tento não reagir e olho para o chão, continuando o meu caminho. Ouço mais pessoas cochichando e também ouço passos atrás de mim. Olho para trás e tem uma multidão, batendo palmas para mim. Por que estão batendo palmas? O que eu fiz de bom para fazerem isso? Sinto o meu braço a ser puxado.- Renata? – solto o braço e olho para trás, é o Liam – Pensei que estivesse junto dele?- E estava. – falo para ele – Eu estou aqui para aj
Estamos indo para Besaysin, uma cidade a sudeste de Jableh. Durante a noite recebemos a informação que as tropas rebeldes de Constantim iam levar os cidadãos dessa cidade para Jableh, para puderem ter mais segurança pelo lado sul.Ficamos também a saber que Constantim fez um acordo com líderes de países mundiais. Os líderes desses países convenceram Constantim a deixar sair a população; disseram que aquilo era uma guerra entre eles e os cidadãos não deviam ser envolvidos. Ficamos também a saber que nós agora também trabalhamos para esses líderes mundiais, pois Larson fez também um acordo de cooperação entre eles. Parece que o secretismo acabou…Felizmente, isso vai garantir que nenhum cidadão se machuca. Um enorme navio está atracado na Cavalcante e está recebendo os cidadãos para leva-los para se