- Anna você não fez isso! Você é louca garota! - escuto minha melhor amiga falar pelo Ipad. Estamos em vídeo chamada, ela está me ajudando a escolher o vestido para o evento dessa noite.
- Eu pensei que ele iria me mandar embora na hora, quando soubesse. Mas já fazem 2 dias. - Olho rapidamente para a tela e volto a procurar um vestido.
- Amiga, você é muito louca ou realmente não se importa. - diz rindo - você e seu pai podem se ferrar tanto por isso.
- É eu não me importo.
- Se você não se casar com ele, você sabe que terá de se casar com o Petrov. Seu pai já deixou isso bem claro.
- Se casar com um estranho ou com alguém que vive salvando a sua pele? - mostro as duas mãos em sinal de ponderação - Qual você acha que eu escolho?
- Mas você não ama o Petrov.
- Como se eu amasse o italianinho.
- Agatha, foca no vestido! Preto longo ou verde midi ? - digo mostrando ambos
- Não, que tal aquele azul com uns brilhos. Eu amo você naquele vestido, fica realmente parecendo uma princesa da máfia. - Dou risada das loucuras dela.
- Tá bom, faz de conta que eu não usei esse look antes, ninguém nesse lugar me viu antes
- Isso, coloca aquele salto poderoso e arrasa! Já que pelo visto você não vai embora mesmo - essa menina é mais louca do que eu, fazer o que eu amo essa garota.
- Tá Agatha, deixa eu desligar então e me arrumar.
Encerramos a chamada e eu vou para o banheiro secar meus cabelos, e começo a pensar como eu vim parar nesse lugar.
Eu nunca tive uma relação legal com meu pai, mas isso não significa que eu não goste da máfia. Eu não gosto dos meios, mas entendo que a organização tem que ser forte e que para isso são necessários alguns sacrifícios.
Enquanto eu era uma criança meu pai não era muito próximo, sempre muito ocupado e me deixando em casa com os empregados. A vida sempre foi solitária mês eu não tinha do que reclamar.
Somente quando me tornei uma mulher foi que o inferno começou, cada vez mais trancada em casa e sempre sendo repreendida por ser muito bonita, por me vestir errado e tudo mais.
Mas foi somente depois de uma festa, quando eu tinha uns 15 anos, que a nossa relação desmoronou.
Nessa festa havia um garoto que eu tinha uma paixonite, e ele queria me beijar.
Eu o beijei, e foi só isso, pois sabia que minha virgindade “era valiosa demais”.
Foi só a porra de um beijo bem babado, meu primeiro beijo, e logo em seguida meu pai apareceu e nos viu, eu até achei que ele iria brigar comigo ou fazer algo com o menino. Porem apenas fomos embora.
Quando cheguei em casa, eu apanhei tanto, de tantas maneiras, que foi parar o hospital. Saldo: roxos por todo o corpo e três costelas quebradas.
Alguns dias depois eu já estava recuperada, mas meu orgulho ainda estava ferido.
Como vingança eu coloquei fogo na garagem dele, os 5 bebes dele, lindos e lustrosos, foram pro espaço.
Petrov me pegou em flagra e sabia que se meu pai descobrisse eu apanharia ou dobro, quem sabe até ficar à beira da morte. Ele apagou as filmagens da câmera de segurança e disse para meu pai que foi sabotagem e que viu um homem sair correndo do terreno de casa. Até hoje ele não sabe que fui eu.
Saio dos meus devaneios, e me concentro em me maquiar e terminar de me arrumar.
Hoje será a inauguração de mais uma das boates que a máfia mantem como fachada, além de ser um ótimo lugar para a venda das drogas. Todas as garotas haviam sido convidadas. Diga-se obrigadas, a ir.
Quando estava pronta foi para a entrada da casa, lá vi o Petrov encostado no carro a minha espera. Iriamos eu, Petrov, o motorista e um dos seguranças do italianinho.
- Pensei que tinha voltado para a Rússia – Diz Petrov enquanto abre a porta do carro para mim.
- Ainda bem que não fui, finalmente a noite pode ser divertida – digo enquanto entro no carro e ele faz o mesmo.
- Malêchka*, Bebida e você não fazem uma boa dupla.
- Aquele dia quando eu e Agatha ficamos bêbadas na viagem de Miami você não reclamou da minha dupla - sorrio - Pelo contrário se divertiu muito.
Ele engoliu seco e passou a olhar pela janela. Algo atingido com sucesso.
LORENZO
Vitorio encara a pista de boca aberta, sua noiva agora estava completamente bêbada dançando com a Anna.
- Eu falei que essa daí era a pior delas.
-Mas não faz nem 1 hora que elas começaram a beber.
Olho para Anna na pista, não suporto essa garota, mas não posso negar que ela está uma tremenda de uma gostosa nesse vestido.
Se não fosse usada e tão insuportável, seria minha primeira opção.
Uns 15 minutos depois minha cunhada voltou arrastando Vitorio do meu lado, já posso imaginar o que vão fazer, ou não, prefiro não pensar.
Estou entediado, meu pai e minha mãe vieram para a inauguração. Então não posso nem me aventurar com alguém no banheiro. Se minha mãe descobrir que transei com alguém na presença da minha futura esposa, ela corta o meu pau fora.
Percebo Anna voltando para o bar, provavelmente para se embebedar mais. Vou irrita-la.
- Uau, você adora encher a cara – me sento ao seu lado no bar.
- Sim – me responde dando um sorriso – ainda mais quando não tenho que pagar.
Ela vira para frente e encara o barman de um jeito bem promiscuo. Dio santo, bebe demais e não tem o menor pudor.
- Está pensando que dá para ele ou para outro estranho da pista? - pergunto virando meu corpo em sua direção.
Ela aproveita minha nova posição e me puxa pela gravata me levando em sua direção, de um jeito que sai boca fique próxima ao meu ouvido.
- Por que? Quer se candidatar? - Fala sensualmente no meu ouvido, enquanto se afasta passa seu rosto e lábios levemente pela minha barba e mandíbula e ao mesmo tempo desliza a mão que não está na gravata pelo meu abdome até chegar o cos da calça, sinto meu corpo arrepiar.
- A última coisa que quero é você - ela sorri e abaixa o olhar para minha calça, meu amigo traidor já está pronto, pronto até demais.
- Pelo menos sua cabeça de cima pensa como a minha, já a de baixo – ri em deboche- não posso dizer o mesmo.
- Meu pau esta duro e daí? Ele fica assim para qualquer gostosa.
- Gostosa?
- Sim, gostosa e não adianta fingir que você não sabe, mas isso não muda o fato de você ser uma vadia oferecida.
- Você ser um babaca escroto não muda o fato de ser um belo assento. Se me der licença vou ignorar a sua presença.
Acordei uma dor de cabeça infernal, me lembro vagamente de Petrov me trazendo para casa e me deixando na porta do quarto. Não posso negar que a noite de ontem foi uma das mais divertidas que tive desde que essa história começou, bebi horrores e dancei muito. Olho para a criado mudo e vejo um copo com água e um comprimido, me estigo para pegar e percebo que junto há um bilhete. Noites como a da inauguração da minha boate, merecem manhãs igualmente incríveis. Tome! Lorenzo. Italianinho convencido, aposto que mandou seus empregados colocarem em todos os quartos de suas meninas. Um babaca de cantadas prontas, como que essas garotas podem estar tão animadas para passar o resto de suas vidas com um cara desse. Com toda certeza ele não irá tratar a escolhida como ela merece, provável que seja humilhada, traída e ser usada como enfeite nas festas e para parir. Na máfia quando você se casa, é para sempre, mesmo que você sofra com isso. O único jeito de um casamento ser anulado é
Após terminar o treino com Vitorio vim para meu quarto tomar um banho e começar a me arrumar. Hoje tenho mais um jantar com Lorenzo. Sabendo que será a mesma porcaria de sempre, não vou nem caprichar. Coloco um vestido vermelho simples, saltos pretos, cabelos escovados, gloss, delineador e rímel. Desço para a sala de estar, que está vazia. Ele está atrasado, que novidade. Após que não é por conta do trabalho. Vou até o mini bar localizado no canto e encho um copo de whisky, só estando bêbada para aguentar esse homem idiota. O tempo passa e ele não aparece, devo estar no meu terceiro copo quando o vejo se aproximando. Não dá pra negar que o miserável é uma delícia. Se controla Anna, deve ser o álcool falando. - Já enchendo a cara? - Tenho que aturar você - ergo o copo - único jeito. LORENZO Tem algo nessa garota que me irrita, e eu nem sei dizer o que é. Depois dessa resposta malcriada dela, me sento - Peço perdão pelo atraso – estou uma hora atrasado, e nem vou diz
LORENZO - Essa sua ideia é ridícula, Lorenzo – Vitorio exclama – quantos anos você tem? Isso é infantil para cassete. - Não acho, acho que sou vou me divertir. - Não, você quer transar com ela, e depois tratar mal – ele coloca as mãos na cintura – so para mostrar que tem poder aqui, e isso já e demais. -Vitório, não exagera, per favore. - A Anna não é virgem ok, se vocês quiserem transar porque sentem um desejo mutuo eu não me oponho, até te ajudo com a mamãe, agora isso não. -Eu estou comentando e não pedindo a sua opinião. A cena da Anna ontem me irritou, ela ter saído achando que manda em algo por aqui me deixou completamente furioso. Então eu faço questão de lembra-la: ELA NÃO É NADA DEMAIS. ANNA Com toda certeza e única e melhor parte dessa seleção é o acesso a boate, eu adoro esse lugar. Hoje viemos eu a Helena, herdeira da máfia grega, ela é ótima, quero manter minha amizade com ela quando isso tudo terminar. Nós estamos muito bêbadas e eu estava me
ANNA Seu pai está convicto que você vai ser casar com o Lorenzo. Eu não entendo Petrov, eu posso muito bem comandar a máfia russa sem me casar. Eu já provei isso várias vezes, eu não sou de contar vantagem, mas sou muito melhor que muito líder por aí. Eu sei pequena, mas isso vem de gerações e mudar não é fácil. E se ei não me casar com o Lorenzo, o que obviamente não vai acontecer já que ele colocou uma arma na minha cabeça ontem de manhã. Eu vou ter que me casar com você. Ah qual é, tira essa cara feia do rosto. Eu sou um bom partido, e sou gostoso – Petrov diz rindo. Mas tem um problema, vamos nos casar e ser herdeiros. Mas não seremos felizes, porque não somos apaixonados um pelo outro. Eu odeio muito, tudo isso. Eu sei disso, e sinto muito – ele diz quanto me abraça e dá um beijo em minha testa – seu eu pudesse fazer algo para te tirar disso, faria sem pensar duas vezes. Eu acredito nele, ele sempre está me tirando de umas enrascadas, aperto meu abraço ao lon
LORENZO Chegamos à casa da família um pouco depois de todos, a Anna dirigiu rápido e com destreza, mesmo com o ombro baleado não podia negar que aquilo era sexy demais. Vê-la dirigindo concentrada com o vestido meio levantando, cabelo bagunçado e uma arma no meio das pernas, cara, se meu corpo não estivesse tão preocupado em estancar o sangue que saia do meu ombro, tenho certeza que teria ficado de pau duro. Quando chegamos alguns seguranças estavam fazendo uma ronda de reconhecimento – no mínimo para ter de evitar outra merda pior – e outro dois nos esperavam na porta. Ela abriu a porta do carro, deu a volta e veio em minha direção, no mesmo instante os seguranças que estavam na porta vieram ao meu encontro para me ajudar a sair. A Anna abriu a porta, o ferimento doia para um cassete e sangra consideravelmente, porém não ia ser um bundão e deixar que me ajudasse, já tinha tomado outros tiros antes, por isso sai sozinho do carro e fui entrando em casa onde tinha certeza que
LORENZO Já fazem três dia que eu estou miseravelmente preso nesse quarto, hoje me sinto um pouco menos miserável e decidi que vou sair daqui. Mesmo eu não gostando de ter que ficar de molho, esses dias foram bons para pensar no que eu quero para mim e para minha vida. Não é todo dia que uma gostosa salva sua pele. Brincadeiras a parte, o que a Anna fez por mim, eu não sei se todos dos meus homens fariam. É aquele ditado falar é fácil quero ver fazer. E cara ela foi lá e fez, sem nem piscar ou titubear. E pra mim que fui um merda, e só pense em ser um merda com ela. Confesso que isso mexeu muito comigo. Eu ainda não sei se quero aposentar minhas bolas, mas decidi que vou para de ser um imbecil pelo menos com ela. Levanto da cama e tomo um banho decente, hoje os pontos que tomei no ombro estão secos e com um processo de cicatrização ótimo – sangue italiano ne meus queridos. Aproveito para fazer a barba em frente ao espelho, passar um creme e meu perfume. Vou até o closet
ANNA Ainda estava um pouco em choque com as palavras do Lorenzo, o fato dele mostrar algum tipo da gratidão já era esperado, agora dele quer fazer isso passando um pouco do tempo comigo me surpreendeu. - Nada como ficar 3 dias enjaulado para mexer com a cabeça de uma pessoa. Seria divertido ir ao shopping com ele, primeiro por todo o esquema de segurança que era armado. Os negócios da família Moreno os faziam famosos na Itália, não famoso tipo Beyonce, mas tipo Bill Gates ou Donald Trump, por isso uma ida ao shopping precisava de seguranças. Minha família também tem dinheiro na Rússia, e também somos conhecidos, mas não ao ponto de pessoas comuns saberem que somos. Só quem é da máfia sabe do nosso poder e da nossa grana, para os demais somos como qualquer família normalmente rica. Isso significa que la posso andar mais livremente, vou al shopping com meu carro e geralmente com Petrov. Pensar sobre isso me fez sentir falta dos meus dias com Petrov, ele é um grande amigo e em gra
LORENZO Chegamos ao shopping e o carro da frente estava conduzindo Anna até a área vip, onde pessoas com meu dinheiro paravam. Existem três áreas de estacionamento em shopping, a comum, o valet e a área dos poderosos. Porque não se pode parar um Maserati ao lado de um Punto e achar que ele está protegido. Nos estacionamos e descemos, eu já havia combinado com meus homens para que eles ficassem mais afastados e eu pudesse ficar com a Anna sem quem chamássemos muita atenção. Apesar de não frequentar muito esse tipo de lugar, eu so venho aqui quando preciso de um terno novo ou algum almoço de negócios, eu sabia que a Anna se sentiria incomodada com os olhares alheios. No caminho do estacionamento até as lojas eu só conseguia pensar no que havia acontecido no carro e como tinha sigo legal ver uma mulher pilotar um de meus carros. Apesar de eu ter transado com várias dentro deles, nenhuma delas tinha dirigido, e parando para pensar nenhuma delas nunca sequer havia me pedido isso. -Vo