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Capitulo 5 - Nem tudo o que parece é

Após terminar o treino com Vitorio vim para meu quarto tomar um banho e começar a me arrumar. Hoje tenho mais um jantar com Lorenzo. 

Sabendo que será a mesma porcaria de sempre, não vou nem caprichar.

Coloco um vestido vermelho simples, saltos pretos, cabelos escovados, gloss, delineador e rímel.

Desço para a sala de estar, que está vazia. 

Ele está atrasado, que novidade. Após que não é por conta do trabalho. 

Vou até o mini bar localizado no canto e encho um copo de whisky, só estando bêbada para aguentar esse homem idiota.

O tempo passa e ele não aparece, devo estar no meu terceiro copo quando o vejo se aproximando. Não dá pra negar que o miserável é uma delícia. Se controla Anna, deve ser o álcool falando. 

- Já enchendo a cara?

-  Tenho que aturar você - ergo o copo - único jeito.

LORENZO

Tem algo nessa garota que me irrita, e eu nem sei dizer o que é.

Depois dessa resposta malcriada dela, me sento 

- Peço perdão pelo atraso – estou uma hora atrasado, e nem vou dizer que é por conta do trabalho, ela é esperta demais para isso.

- Por favor não se desculpe, quanto menos tempo ao seu lado melhor – diz sorrindo e se virando para mim. Dios mio, se alguém cogitar se casar com essa ragazza, pode se dar um tiro bem no meio da testa.

- Fiquei sabendo que treinou com meus soldados hoje.

Pego um copo e encho para mim, ouve de um dos seguranças que além de gostosa, essa garota sabe como socar.

- Sim, eu treino desde os 13.

- Não sabia que seu pai a havia treinado. Que eu saiba, garotas da máfia não recebem treinamento tático.

- Não foi ele, aprendi sozinha. Posso ser bastante dedicada quando quero – ela sorri novamente.

- Nem tanto – ela me encara – sua dedicação para manter as penas fechadas não foram muito boas.

Sinto a bebida atingir meu rosto, e o limpo com a mão livre.

- VAI SE FUDER SEU BABACA! Não gosta de mim, já disse, me manda embora. Agora não vem ficar pisando em mim!

- Eu só falei a verdade.

- Sim, eu não sou virgem. Transei com 2 homens a minha vida toda e beijei 3. O primeiro cara que beijei eu tinha 15 anos, e isso me custou algumas costelas quebradas.

- Ok, não posso negar que esse negócio das costelas soou estranho e agressivo.

- E você? Quantas pessoas beijou ou transou? - permaneço quieto – pois é, não faz ideia ne? Então você não tem moral pra ficar falando. Eu tenho certeza que você estava comento alguém enquanto eu estava aqui esperando.

Ela se levanta e procura pela bolsa enquanto fala.

- Sério, por que uma seleção? Por que você não fez um contrato com qualquer outra máfia e acabou com essa merda logo?

- Um contrato não seria viável – digo entre dentes

- POR QUE? - ela quase grita

- Por que a garota que meu pai queria era você. Só haveria um contrato se fosse com você.

- Você está mentindo!

- Não estou, por sorte minha mãe interferiu.

- QUE?

- Se tivéssemos feito a porra de um contrato – caminho em direção a ela, ficando perto – você seria minha esposa nesse exato momento – estou muito perto agora, perigosamente perto – garanto que a coisa mais útil que você já fez até este momento, na sua vida, foi não assinar a porra desse contrato. - Posso ver o nervosismo por traz do seu sorriso forçado, vejo quando ela engole seco.

Gostei dessa reação, talvez a repulsa dela, não seja tanta repulsa assim.

- Por que você está nervosa, tesoro? - ela me encara e se aproxima mais.

Para minha total e completa surpresa, ajeita o nó da minha gravata, desce a mão por meu colarinho até meu peito, onde apoia a palma e diz:

-Boa noite, Sr. Marino.

Só tenho tempo de vê-la subindo pelas escadas – fui um fodido bunda mole e a deixei ir.

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