Acordei uma dor de cabeça infernal, me lembro vagamente de Petrov me trazendo para casa e me deixando na porta do quarto.
Não posso negar que a noite de ontem foi uma das mais divertidas que tive desde que essa história começou, bebi horrores e dancei muito.
Olho para a criado mudo e vejo um copo com água e um comprimido, me estigo para pegar e percebo que junto há um bilhete.
Noites como a da inauguração da minha boate, merecem manhãs igualmente incríveis.
Tome!
Lorenzo.
Italianinho convencido, aposto que mandou seus empregados colocarem em todos os quartos de suas meninas.
Um babaca de cantadas prontas, como que essas garotas podem estar tão animadas para passar o resto de suas vidas com um cara desse. Com toda certeza ele não irá tratar a escolhida como ela merece, provável que seja humilhada, traída e ser usada como enfeite nas festas e para parir.
Na máfia quando você se casa, é para sempre, mesmo que você sofra com isso. O único jeito de um casamento ser anulado é com a morte e as chances de você morrer antes do seu marido são bem grandes.
Tomo o comprimido com ajuda da água e me levanto para me arrumar. Agora são 9 horas e provável que todos já esteja tomando café. Na máfia é assim, se você for homem pode farrear à vontade desde que no dia seguinte esteja pronto para suas obrigações.
Ao entrar na sala de café, quase todos estão a mesa.
Me sento ao lado da Natasha, herdeira da máfia alemã, nos divertimos muito ontem. Tomamos café tranquilamente.
- Senhorita Yanov – paro meu café e olho para Giussepe – tenho negócios a tratar com seu pai.
Apenas concordo e percebo olhares em minha direção.
- Me ofereci para ir pessoalmente a Rússia, mas ele preferiu ver para a Itália. Assim poderá matar as saudades de você.
- Que ótimo, também estou com saudade – sorrio de maneira forçada.
- Fico feliz em saber por que ele chega ainda hoje.
Pouco mais tarde, Dona Francesca a governanta da casa, veio me avisar que meu pai havia chegado e me esperava no jardim.
Respiro fundo e vou ao encontro daquele monstro que tenho que chamar de pai.
- Olá minha filha– apenas aceno com a cabeça - espero que esteja fazendo todo o possível para se tornar a esposa do Lorenzo.
- Nossa você não faz ideia – cruzo os braços em frente ao peito - Negócios com os Marino? Não vai me dizer que irá solicitar esforços para procurar a minha mãe?
- Sim, ela não pode sair impune depois de ter fugido com meu dinheiro e ter me condenado a criar você - sinto meu peito se apertar depois da última frase. Me condenar a criar você.
- Talvez se você não fosse um AGRESSOR ela não teria fugido.
- Você está insinuando que a culpa é minha? - vejo seu semblante sutilmente para raiva, mas ele esconde bem e abre um sorriso.
- E de quem mais seria?
- Talvez sua, ela queria me dar um herdeiro digno, homem, mas então veio você, que além de inútil a fez ficar infértil - tento disfarçar a vontade que tenho de chorar mordendo o lábio - ou também porque desde que criança você era insuportável, sempre tendo crises idiotas, chorando e não a deixando em paz um misero minuto.
- Vai se fuder! - tento controlar ainda mais a vontade de chorar e ele segura meu braço com força.
- Seja útil uma vez na sua vida e faça o possível para se casar aquele homem. Faça o necessário para tal – ele me olha com cara de nojo – se porte como uma dama, ele não precisa saber a vadia que é!
Travei meus punhos e olhei para baixo, não queria olhar nos olhos dele, me virei e fui em direção ao meu quarto tentando falha mente segurar as lagrima.
Cheguei no quarto e me taquei na cama, e morri de tanto chorar.
Eu não era aquela criança, eu apenas tinha medo, por isso tentava sempre ficar perto da minha mãe.
Uma vez, quando eu ainda era bem pequena, nossa casa foi invadida e um dos homens e pegou e machucou. Eu não entendia o que estava acontecendo e depois disso sempre tive medo de estar sozinha.
LORENZO
O velho russo veio pedir ajuda para meu pai para encontrar sua mulher. Um papinho que ela fugiu, mas não sabia direito o que estava fazendo.
Estamos todos no escritório de meu pai, terminando de conversar sobre, e bebendo whisky.
- Guiseppe, eu agradeço muito sua ajuda para esse assunto e agradeço mais ainda por disponibilizar um de seus seguranças para cuidar de minha Anna. Petrov terá de me acompanhar em uma missão, ele é meu homem de confiança.
- Petrov está recostado na parede do escritório, calado todo o tempo, apenas escutando a conversa.
- Não tem problema, se Anna está participando da seleção também é importante para nós. Afinal pode ser a escolhida de meu filho. Pai, o senhor não sabe de nada.
- Obrigada. Eu e a Anna sentimos muita falta da mãe dela.
Neste momento posso ver o segurança revirar os olhos, será que temos um mentiroso por aqui? Tal pai tal filha.
ANNA
Paro um pouco para respirar e sento minha garganta seca, apoio minhas mãos no joelho e respiro fundo.
Essa é a terceira volta que dou pelo terreno, eu PRECISO me exercitar e aliviar a mente. Como se não bastasse a merda com meu pai a dois dias atras, hoje precisei aguentar as meninas se derretendo por aquele bacana por uma manhã inteira.
Alem de tudo isso, ainda não fui expulsa desse lugar. O que esse italianinho está esperando para me mandar embora daqui. Talvez eu deva contar a verdade para mãe dele, não sei.
Pior que tenho outro jantar com ele.
Vejo Vitorio se aproximar com roupa de treino
- Você estava correndo? – assinto com a cabeça que sim – Tem uma área de treino aqui, você quer ir para lá?
- Quero sim, não sabia que você treinava.
- É tipo isso, vamos?
Caminhamos juntos até o salão de treinamentos.
Ao chegarmos me deparo com um ambiente amplo e completamente equipado, além de um tatame para treinamento corpo a corpo.
Percebo que alguns dos seguranças que já vi pela casa estão ali.
Me contento por um tempo em somente levantar pesos, mas o que me fascina mesmo são os golpes. Paro e fico olhando os seguranças.
- Meu irmão não vai gostar nada de saber que você está de olho nos seguranças dele. - Vitorio me provoca.
- Não que seja da conta dele, mas não estou de olho NELES, mas sim no que estão fazendo. É sempre bom aprender novas técnicas.
- Você luta?
- Sim, você pensou que eu era apenas um bibelô submissa? Aprendi a lutar escondido de meu pai. Petrov me treinou esse tempo todo.
Após terminar o treino com Vitorio vim para meu quarto tomar um banho e começar a me arrumar. Hoje tenho mais um jantar com Lorenzo. Sabendo que será a mesma porcaria de sempre, não vou nem caprichar. Coloco um vestido vermelho simples, saltos pretos, cabelos escovados, gloss, delineador e rímel. Desço para a sala de estar, que está vazia. Ele está atrasado, que novidade. Após que não é por conta do trabalho. Vou até o mini bar localizado no canto e encho um copo de whisky, só estando bêbada para aguentar esse homem idiota. O tempo passa e ele não aparece, devo estar no meu terceiro copo quando o vejo se aproximando. Não dá pra negar que o miserável é uma delícia. Se controla Anna, deve ser o álcool falando. - Já enchendo a cara? - Tenho que aturar você - ergo o copo - único jeito. LORENZO Tem algo nessa garota que me irrita, e eu nem sei dizer o que é. Depois dessa resposta malcriada dela, me sento - Peço perdão pelo atraso – estou uma hora atrasado, e nem vou diz
LORENZO - Essa sua ideia é ridícula, Lorenzo – Vitorio exclama – quantos anos você tem? Isso é infantil para cassete. - Não acho, acho que sou vou me divertir. - Não, você quer transar com ela, e depois tratar mal – ele coloca as mãos na cintura – so para mostrar que tem poder aqui, e isso já e demais. -Vitório, não exagera, per favore. - A Anna não é virgem ok, se vocês quiserem transar porque sentem um desejo mutuo eu não me oponho, até te ajudo com a mamãe, agora isso não. -Eu estou comentando e não pedindo a sua opinião. A cena da Anna ontem me irritou, ela ter saído achando que manda em algo por aqui me deixou completamente furioso. Então eu faço questão de lembra-la: ELA NÃO É NADA DEMAIS. ANNA Com toda certeza e única e melhor parte dessa seleção é o acesso a boate, eu adoro esse lugar. Hoje viemos eu a Helena, herdeira da máfia grega, ela é ótima, quero manter minha amizade com ela quando isso tudo terminar. Nós estamos muito bêbadas e eu estava me
ANNA Seu pai está convicto que você vai ser casar com o Lorenzo. Eu não entendo Petrov, eu posso muito bem comandar a máfia russa sem me casar. Eu já provei isso várias vezes, eu não sou de contar vantagem, mas sou muito melhor que muito líder por aí. Eu sei pequena, mas isso vem de gerações e mudar não é fácil. E se ei não me casar com o Lorenzo, o que obviamente não vai acontecer já que ele colocou uma arma na minha cabeça ontem de manhã. Eu vou ter que me casar com você. Ah qual é, tira essa cara feia do rosto. Eu sou um bom partido, e sou gostoso – Petrov diz rindo. Mas tem um problema, vamos nos casar e ser herdeiros. Mas não seremos felizes, porque não somos apaixonados um pelo outro. Eu odeio muito, tudo isso. Eu sei disso, e sinto muito – ele diz quanto me abraça e dá um beijo em minha testa – seu eu pudesse fazer algo para te tirar disso, faria sem pensar duas vezes. Eu acredito nele, ele sempre está me tirando de umas enrascadas, aperto meu abraço ao lon
LORENZO Chegamos à casa da família um pouco depois de todos, a Anna dirigiu rápido e com destreza, mesmo com o ombro baleado não podia negar que aquilo era sexy demais. Vê-la dirigindo concentrada com o vestido meio levantando, cabelo bagunçado e uma arma no meio das pernas, cara, se meu corpo não estivesse tão preocupado em estancar o sangue que saia do meu ombro, tenho certeza que teria ficado de pau duro. Quando chegamos alguns seguranças estavam fazendo uma ronda de reconhecimento – no mínimo para ter de evitar outra merda pior – e outro dois nos esperavam na porta. Ela abriu a porta do carro, deu a volta e veio em minha direção, no mesmo instante os seguranças que estavam na porta vieram ao meu encontro para me ajudar a sair. A Anna abriu a porta, o ferimento doia para um cassete e sangra consideravelmente, porém não ia ser um bundão e deixar que me ajudasse, já tinha tomado outros tiros antes, por isso sai sozinho do carro e fui entrando em casa onde tinha certeza que
LORENZO Já fazem três dia que eu estou miseravelmente preso nesse quarto, hoje me sinto um pouco menos miserável e decidi que vou sair daqui. Mesmo eu não gostando de ter que ficar de molho, esses dias foram bons para pensar no que eu quero para mim e para minha vida. Não é todo dia que uma gostosa salva sua pele. Brincadeiras a parte, o que a Anna fez por mim, eu não sei se todos dos meus homens fariam. É aquele ditado falar é fácil quero ver fazer. E cara ela foi lá e fez, sem nem piscar ou titubear. E pra mim que fui um merda, e só pense em ser um merda com ela. Confesso que isso mexeu muito comigo. Eu ainda não sei se quero aposentar minhas bolas, mas decidi que vou para de ser um imbecil pelo menos com ela. Levanto da cama e tomo um banho decente, hoje os pontos que tomei no ombro estão secos e com um processo de cicatrização ótimo – sangue italiano ne meus queridos. Aproveito para fazer a barba em frente ao espelho, passar um creme e meu perfume. Vou até o closet
ANNA Ainda estava um pouco em choque com as palavras do Lorenzo, o fato dele mostrar algum tipo da gratidão já era esperado, agora dele quer fazer isso passando um pouco do tempo comigo me surpreendeu. - Nada como ficar 3 dias enjaulado para mexer com a cabeça de uma pessoa. Seria divertido ir ao shopping com ele, primeiro por todo o esquema de segurança que era armado. Os negócios da família Moreno os faziam famosos na Itália, não famoso tipo Beyonce, mas tipo Bill Gates ou Donald Trump, por isso uma ida ao shopping precisava de seguranças. Minha família também tem dinheiro na Rússia, e também somos conhecidos, mas não ao ponto de pessoas comuns saberem que somos. Só quem é da máfia sabe do nosso poder e da nossa grana, para os demais somos como qualquer família normalmente rica. Isso significa que la posso andar mais livremente, vou al shopping com meu carro e geralmente com Petrov. Pensar sobre isso me fez sentir falta dos meus dias com Petrov, ele é um grande amigo e em gra
LORENZO Chegamos ao shopping e o carro da frente estava conduzindo Anna até a área vip, onde pessoas com meu dinheiro paravam. Existem três áreas de estacionamento em shopping, a comum, o valet e a área dos poderosos. Porque não se pode parar um Maserati ao lado de um Punto e achar que ele está protegido. Nos estacionamos e descemos, eu já havia combinado com meus homens para que eles ficassem mais afastados e eu pudesse ficar com a Anna sem quem chamássemos muita atenção. Apesar de não frequentar muito esse tipo de lugar, eu so venho aqui quando preciso de um terno novo ou algum almoço de negócios, eu sabia que a Anna se sentiria incomodada com os olhares alheios. No caminho do estacionamento até as lojas eu só conseguia pensar no que havia acontecido no carro e como tinha sigo legal ver uma mulher pilotar um de meus carros. Apesar de eu ter transado com várias dentro deles, nenhuma delas tinha dirigido, e parando para pensar nenhuma delas nunca sequer havia me pedido isso. -Vo
LORENZO Fomos ao La Mamma, um típico restaurante italiano que servia um spaghettini Alfredo com lascas de trufas fenomenal, um dos meus favoritos. O restaurante era sofisticado sem ser rebuscado, simples e intimista. Solicitei ao metre dois lugares em um local mais sossegado. Puxei a cadeira para que Anna se sentasse e me acomodei do outro lado. Logo em seguida o garçom apareceu para nos entregar o menu e carta de vinhos. - Italianinho, o que não dá para negar é o se bom gosto, olhando para esse menu não sei o que pedir, o que você me sugere ?– ela disse enquanto abaixava o menu que estava a sua frente e o apoiava na mesa. - Sem ser tão mandona hoje? Deixa comigo então. Chamei o garçom a mesa. - Per favore, para entrada uma salada caprese, como prato principal um spaghettini Alfredo com lascas de trufas, para acompanhar o melhor vinho tinto da casa. A sobremesa deixarei por conta dela. - Neste momento apontei o dedo para Anna que me deu um sorriso de volta. - Claro senh