om, caso você não me conheça sou a Anna Yanov (até parece que alguém não me conhece, Puff), sou filha de Alexander Yanov, o chefe da Organização Solsnet, o maior e mais poderoso núcleo da máfia russa - e provavelmente do mundo -, com mais de 5 mil membros ativos e com negócios com a Itália, Alemanha e Brasil.
Sou filha única e mulher, e como todo mundo sabe, isso é uma da desonra e desgraça na vida de meu pai. E mesmo eu sabendo tudo sobre a máfia e sendo mil vezes melhor que qualquer capanga dele, não sou digna de ser sua sucessora.
Basicamente se você nasce mulher na máfia, só tem 2 caminhos: ser pura e esperar para casar com quem te disserem, ou curtir a vida e ir para uma prostibulo de algum dos mafiosos.
Aah e tem também o meu jeito, que é curtir a vida na encolha e se fazer de pura e recatada na frente desse bando de velho hipócrita.
Até essa semana, esse inferno não era tão infernal assim, dava pra lidar, até eu descobrir que terei de casar com o filho do Capo da Máfia Italiana. AAAH QUE ODIO, o velhote italiano decide que quer se aposentar e que pro bambino assumir ele tem que estar casado - dá mais credibilidade, você sabe como é - e agora me diz, o que EU tenho que ver com tudo isso?
Realmente, o velhote deve estar com muito tempo livre, porque não decidiu fazer isso por um simples acordo e contrato, mas sim através de uma seleção, onde toda as filhas das máfias com relação mais próxima com a Itália deverão participar. Vecchio inútil, está com tanto tempo livre que acha que pode fazer da vida das pessoas a cópia de um livro de romance.
Hoje estou voando para Itália, rumo a casa dos Marino, onde irei conhecer as outras meninas e o idiota do Lorenzo Marino, o futuro noivo dos sonhos. Fala sério, meu lado feminista chora, seremos todas apresentadas e colocadas como animais para a escolha do italianinho.
Além de toda essa humilhação, ainda tive que passar por uma entrevista para ser aceita. Sim, para ser aceita as candidatas precisam preencher alguns requisitos: virgem, fértil, educada, obediente e fluente em inglês e italiano.
Minha única felicidade nesse momento é entrar no jatinho e encontrar Petrov já sentado despojado com olhar zombeteiro, do lado direito da aeronave.
Petrov, é braço direito do meu pai, meu segurança, amigo e confidente nas horas vagas.
Caso essa merda não dê certo, ele assumirá os negócios do meu pai.
Sento a sua frente, e aguardo a tripulação realizar os procedimentos necessários e se preparar para decolar.
-Privet (oi) - digo terminando de subir as escadas e entrando no avião
-Então você não conseguiu convencer o Senhor Yanov em cancelar sua participação. Quam diria, suas habilidades estão ficando enferrujadas. - Posso observar o sorriso em seus olhos verdes
-Eu não vou me casar – Petrov coça a sobrancelha e solta uma misto de lufada e risada – sabemos muito bem que não me enquadro em todos os requisitos.
-Você vai contar? - pergunta rindo – Você sabe que dizer que está arruinada, vai te arruinar de verdade.
-Está preocupado comigo ou com você?
Ele se levanta e vai para os fundos da aeronave, provavelmente dar um checada na comissaria, e eu me ajeito na poltrona e aproveito as últimas horas de paz que restam.
Chegamos em Montessori e Petrov nos leva de carro até a casa dos Marino. Casa não, esse lugar tá mais pra um palacete.
Descemos e somos recebidos pelos funcionários que pegam nossas malas e levam para dentro, as minhas para meu quarto de convidada e as de Petrov para a ala dos funcionários.
Eu vivia bem na Russa, a propriedade era bem equipada e moderna, mas nada me preparou para esse quarto, ou melhor para a vista desse quarto.
A decoração e a mobília são femininas e modernas, bege e rosa queimado, nada demais.
Mas a janela, IMENSA, dando a moldura para uma vista privilegiada das montanhas italianas. O entardecer que ela mostra agora é de tirar o folego, um pôr alaranjado que faz a sombra e nuance perfeita para as montanhas a sua frente, devo ter ficado uns 3 minutos feito estatua observando.
Direciono o olhar para o restante do quarto, cama queen, vários travesseiros, uma Alexa na mesa de cabeceira e duas portas opostas a cama. Uma deve ser o banheiro e a outra o closet. Nada mal italianos, nada mal.
Percebo um papel em cima da cama, me sento e começo a ler;
AnnaÉ um imenso prazer recebe-la em nossa residência, espero que se sinta em casa.
Aguardamos você e as demais candidatas na sala e jantar as 21h.
Esteja pronta as 20h30, um dos funcionários irá lhe acompanhar.
Lorenzo Marino
Lorenzo Marino, mi mi mi, italianinho idiota.
Dou uma respirada profunda, e me volto para as malas. É melhor eu começar a organizar minhas coisas e escolher uma roupa para esse jantar.
Escuto duas batidas na porta, ao abri-la vejo que é o funcionário designado a me levar ao jantar.
Ele me olha de cima abaixo – tarado – Estou usando um vestido preto simples de alças, reto na frente porem com um generoso decote nas costas, nos pês uma sandália preta de tiras e meu cabelo castanho está solto em ondas largas Simples, elegante e sensual – Vai garota! Já que é para passar raiva, vamos passar raiva arrasando.
Ele me acompanha pelas escadas até chegarmos à sala de jantar, que mais parece um salão dado o tamanho.
Deve haver umas 50 pessoas no recinto, vasculho com o olhar e percebo alguma das candidatas: Helena, a grega esguia, Natasha – a Alemã, Rubia – espanhola ruiva. Além delas avisto a Sra. Marino e o todo poderoso Capo Giussepe Marino. Mas, a pergunta que não quer calar e posso ver no olhar de todas as candidatas “Onde está o Lorenzo?”.
Pego uma taça de champanhe de uma das bandejas que passam, e me posiciono ao canto, onde observo um homem se aproximar
- Boa noite, sou Vitorio, irmão do Lorenzo. Venho avisar que houve um imprevisto, um atraso, o Lorenzo logo vai chegar. - diz sorrindo
-Atraso? - pergunto com um meio sorriso
-Sim, problemas com uma encomenda – semicerro os olhos
-Ele está com uma mulher não está - Vitorio arregala os olhos, e ao fundo posso observar a Sra. Marino irritada. Acredito que se fosse um problema de negócios ela não estaria assim.
-Observadora. - diz me dando um sorriso de lado, quanto pega uma taça na bandeja que passa.
-Eu também posso ser bastante observador, Anna Yanov, certo?
-Certo – respondo com um sorriso genuíno. Simpático, gostei dele.
Bom Anna, logo ele vai chegar, vou continuar a avisar as outras.
Devem ter se passado uns 20 minutos quando percebo um burburinho se formar (uhhm, seja lá com que ele estada, foi uma foda rápida). Viro meu olhar em direção a porta e tenho a visão de Lorenzo Marino.
Não posso negar, o italiano é idiota, mas é um gostoso: alto, ombros largos, cabelos escuros com fios ligeiramente compridos e cortados em um estilo despojado, olhos de um azul profundo e um sorriso de molhar calcinhas.
.Olho ao redor, posso ver um conjunto de belíssimas mulheres, e na mesma proporção um conjunto de baba ovos do meu pai – Ser o filho herdeiro do Capo da Máfia, caro mio, não é nada fácil. Desde que meus pais decidiram que estava na hora de eu me casar para que no futuro quando meu pai deixasse o cargo, eu tivesse uma imagem forte e uma família consolidada o inferno reinou na minha vida. E o pior, tenho certeza que essa história de casar foi ideia de minha mãe, mama maledetta. Esse não eram meus planos. O foco era trabalhar bastante, fortalecer a famiglia e a máfia, me enfiar em uma rabos de saia para relaxar e esperar até que meu papa decidisse que era a hora de eu assumir. Mas não, vamos ouvir as mulheres, vamos dar uma chance ao amor e aos corações. Não sei o que acontece com esses homens, inclusive meu pai e meu irmão, quando a cabeça de baixo se apaixona a cabeça de cima perde o juízo, por isso o lema é NÃO SE APAIXONAR – como se fosse possível. Todos continuam a me olhar,
- Anna você não fez isso! Você é louca garota! - escuto minha melhor amiga falar pelo Ipad. Estamos em vídeo chamada, ela está me ajudando a escolher o vestido para o evento dessa noite. - Eu pensei que ele iria me mandar embora na hora, quando soubesse. Mas já fazem 2 dias. - Olho rapidamente para a tela e volto a procurar um vestido. - Amiga, você é muito louca ou realmente não se importa. - diz rindo - você e seu pai podem se ferrar tanto por isso. - É eu não me importo. - Se você não se casar com ele, você sabe que terá de se casar com o Petrov. Seu pai já deixou isso bem claro. - Se casar com um estranho ou com alguém que vive salvando a sua pele? - mostro as duas mãos em sinal de ponderação - Qual você acha que eu escolho? - Mas você não ama o Petrov. - Como se eu amasse o italianinho. - Agatha, foca no vestido! Preto longo ou verde midi ? - digo mostrando ambos - Não, que tal aquele azul com uns brilhos. Eu amo você naquele vestido, fica realmente parecendo uma princ
Acordei uma dor de cabeça infernal, me lembro vagamente de Petrov me trazendo para casa e me deixando na porta do quarto. Não posso negar que a noite de ontem foi uma das mais divertidas que tive desde que essa história começou, bebi horrores e dancei muito. Olho para a criado mudo e vejo um copo com água e um comprimido, me estigo para pegar e percebo que junto há um bilhete. Noites como a da inauguração da minha boate, merecem manhãs igualmente incríveis. Tome! Lorenzo. Italianinho convencido, aposto que mandou seus empregados colocarem em todos os quartos de suas meninas. Um babaca de cantadas prontas, como que essas garotas podem estar tão animadas para passar o resto de suas vidas com um cara desse. Com toda certeza ele não irá tratar a escolhida como ela merece, provável que seja humilhada, traída e ser usada como enfeite nas festas e para parir. Na máfia quando você se casa, é para sempre, mesmo que você sofra com isso. O único jeito de um casamento ser anulado é
Após terminar o treino com Vitorio vim para meu quarto tomar um banho e começar a me arrumar. Hoje tenho mais um jantar com Lorenzo. Sabendo que será a mesma porcaria de sempre, não vou nem caprichar. Coloco um vestido vermelho simples, saltos pretos, cabelos escovados, gloss, delineador e rímel. Desço para a sala de estar, que está vazia. Ele está atrasado, que novidade. Após que não é por conta do trabalho. Vou até o mini bar localizado no canto e encho um copo de whisky, só estando bêbada para aguentar esse homem idiota. O tempo passa e ele não aparece, devo estar no meu terceiro copo quando o vejo se aproximando. Não dá pra negar que o miserável é uma delícia. Se controla Anna, deve ser o álcool falando. - Já enchendo a cara? - Tenho que aturar você - ergo o copo - único jeito. LORENZO Tem algo nessa garota que me irrita, e eu nem sei dizer o que é. Depois dessa resposta malcriada dela, me sento - Peço perdão pelo atraso – estou uma hora atrasado, e nem vou diz
LORENZO - Essa sua ideia é ridícula, Lorenzo – Vitorio exclama – quantos anos você tem? Isso é infantil para cassete. - Não acho, acho que sou vou me divertir. - Não, você quer transar com ela, e depois tratar mal – ele coloca as mãos na cintura – so para mostrar que tem poder aqui, e isso já e demais. -Vitório, não exagera, per favore. - A Anna não é virgem ok, se vocês quiserem transar porque sentem um desejo mutuo eu não me oponho, até te ajudo com a mamãe, agora isso não. -Eu estou comentando e não pedindo a sua opinião. A cena da Anna ontem me irritou, ela ter saído achando que manda em algo por aqui me deixou completamente furioso. Então eu faço questão de lembra-la: ELA NÃO É NADA DEMAIS. ANNA Com toda certeza e única e melhor parte dessa seleção é o acesso a boate, eu adoro esse lugar. Hoje viemos eu a Helena, herdeira da máfia grega, ela é ótima, quero manter minha amizade com ela quando isso tudo terminar. Nós estamos muito bêbadas e eu estava me
ANNA Seu pai está convicto que você vai ser casar com o Lorenzo. Eu não entendo Petrov, eu posso muito bem comandar a máfia russa sem me casar. Eu já provei isso várias vezes, eu não sou de contar vantagem, mas sou muito melhor que muito líder por aí. Eu sei pequena, mas isso vem de gerações e mudar não é fácil. E se ei não me casar com o Lorenzo, o que obviamente não vai acontecer já que ele colocou uma arma na minha cabeça ontem de manhã. Eu vou ter que me casar com você. Ah qual é, tira essa cara feia do rosto. Eu sou um bom partido, e sou gostoso – Petrov diz rindo. Mas tem um problema, vamos nos casar e ser herdeiros. Mas não seremos felizes, porque não somos apaixonados um pelo outro. Eu odeio muito, tudo isso. Eu sei disso, e sinto muito – ele diz quanto me abraça e dá um beijo em minha testa – seu eu pudesse fazer algo para te tirar disso, faria sem pensar duas vezes. Eu acredito nele, ele sempre está me tirando de umas enrascadas, aperto meu abraço ao lon
LORENZO Chegamos à casa da família um pouco depois de todos, a Anna dirigiu rápido e com destreza, mesmo com o ombro baleado não podia negar que aquilo era sexy demais. Vê-la dirigindo concentrada com o vestido meio levantando, cabelo bagunçado e uma arma no meio das pernas, cara, se meu corpo não estivesse tão preocupado em estancar o sangue que saia do meu ombro, tenho certeza que teria ficado de pau duro. Quando chegamos alguns seguranças estavam fazendo uma ronda de reconhecimento – no mínimo para ter de evitar outra merda pior – e outro dois nos esperavam na porta. Ela abriu a porta do carro, deu a volta e veio em minha direção, no mesmo instante os seguranças que estavam na porta vieram ao meu encontro para me ajudar a sair. A Anna abriu a porta, o ferimento doia para um cassete e sangra consideravelmente, porém não ia ser um bundão e deixar que me ajudasse, já tinha tomado outros tiros antes, por isso sai sozinho do carro e fui entrando em casa onde tinha certeza que
LORENZO Já fazem três dia que eu estou miseravelmente preso nesse quarto, hoje me sinto um pouco menos miserável e decidi que vou sair daqui. Mesmo eu não gostando de ter que ficar de molho, esses dias foram bons para pensar no que eu quero para mim e para minha vida. Não é todo dia que uma gostosa salva sua pele. Brincadeiras a parte, o que a Anna fez por mim, eu não sei se todos dos meus homens fariam. É aquele ditado falar é fácil quero ver fazer. E cara ela foi lá e fez, sem nem piscar ou titubear. E pra mim que fui um merda, e só pense em ser um merda com ela. Confesso que isso mexeu muito comigo. Eu ainda não sei se quero aposentar minhas bolas, mas decidi que vou para de ser um imbecil pelo menos com ela. Levanto da cama e tomo um banho decente, hoje os pontos que tomei no ombro estão secos e com um processo de cicatrização ótimo – sangue italiano ne meus queridos. Aproveito para fazer a barba em frente ao espelho, passar um creme e meu perfume. Vou até o closet