27. O que eu sentia

Gabrielle

— Eu não sei — confessei.

Eu tentei encontrar algo que pudesse definir o que sentia, uma palavra, um nome para aquele turbilhão dentro de mim, mas era como tentar capturar a névoa com as mãos. Nada fazia sentido, e tudo parecia fora do lugar. Por que, depois de tanto tempo, ele ainda tinha esse poder sobre mim?

— Isso é ótimo — disse ele, sorrindo — significa que não me odeia.

— Eu não disse...

— Não se preocupe — me interrompeu — estou disposto a arcar com as consequências de minha ausência.

— E como exatamente pretende fazer isso?

— Vou te mostrar que podemos ser muito mais do que um dia fomos. ― seus olhos se encontraram com os meus, e havia uma sinceridade neles que me desarmou.

Retomamos nosso caminho e seguimos em silêncio pelo restante do percurso. Eu não esperava que ele estivesse disposto a assumir qualquer responsabilidade que pensasse ter comigo; afinal, ele não tinha nenhuma. Ele não era culpado pelo meu se
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