Ele me jogou na cama, deitando sobre mim, cantando no meu ouvido, baixinho:- “I just wanna use your love tonightI don’t wanna lose your love tonight”- Eu também quero muito usar o seu amor hoje à noite, Francis. – respondi enquanto sentia os lábios dele descendo pelo meu pescoço, com beijos molhados que arrepiavam cada centímetro da minha pele.- Quase achei que não teria você esta noite... – senti seu hálito quente no meu ombro.Fechei meus olhos:- Eu... Fico imaginando como não descobrimos isso antes.- O prazer? – ele retirou lentamente a alça fina da camisola.- Sim... O prazer... Quanto tempo perdemos!- Nunca é tarde. – ele mordeu levemente meu ombro. – Gosta disso, Vi? – perguntou baixinho.- Sim... – falei num fio de voz.Daquele momento lento e carregado de luxúria ele passou para um Francis incontrolável ao rasgar minha calcinha furiosamente, em segundos.- Francis... – tentei reclamar, já sentindo meu corpo clamando pelo dele.- Sem pérolas, sem rendas, sem nada... Nua,
- Éramos uma família feliz nesta casa. – comecei a rir.- Cheia de filhas. – ele apertou a minha mão, me puxando mais rápido. – Porque você nunca foi capaz de comprar um filho homem. – fingiu ressentimento.Francis sentou e antes que eu fizesse o mesmo, me puxou para seu colo. Tocou minha intimidade sob o tecido fino da camisola e beijou meu pescoço, fazendo-me estremecer novamente.- Não podemos ficar aqui para sempre. – falei, num fio de voz, enquanto ele descansava o rosto entre meu ombro e pescoço.- Eu gosto do seu cheiro, Vi. – senti o hálito quente na minha pele.- Amanhã vou ter problemas. – troquei de assunto, com medo de revelar os novos sentimentos que eu acabara de descobrir e eram tão intensos que quase não cabiam dentro de mim.- Você não é obrigada a ficar lá, Vi. Pode ir morar com seu pai. Sabe disto.- Não é tão fácil como você pensa, Francis.- Nem tão difícil quanto você faz parecer. Michelle é manipuladora... E hoje eu vejo o quanto ela é cruel com você, como eu nã
Corremos pelo caminho de saída do labirinto, que bem conhecíamos. Quando chegamos no portão, estávamos quase sem fôlego. Nos olhamos e caímos na risada. Sim, foi uma completa loucura. Mas a loucura mais perfeita da minha vida inteira.Fizemos o caminho de volta para casa lado a lado, sem nos tocarmos, somente próximos um do outro. Eu fechei o casaco de Liam no meu corpo, escondendo a camisola. Cumprimentávamos um ou outro conhecido que encontrávamos no caminho.O trajeto foi feito em silêncio. Vez ou outra eu olhava as mãos dele se mexendo junto com o ritmo da caminhada. E me dava vontade de pegá-la e enlaçar na minha. Queria poder mostrar ao mundo que estávamos juntos. Eu pouco me importava o que dissessem ou pensassem. Eu estava disposta a seguir adiante com aquilo.Mas não dei o primeiro passo. Se ele seguiu assim, sem o gesto de enlace de mãos que tanto me atormentava naquele momento, era porque aquela era sua decisão. Eu só precisava tentar entender o motivo.Quando cheguei em ca
Quando percebi, estava dentro do carro, sentindo minha garganta quase fechando. Eu sabia o que se tratava: alergia.- Como estou? – perguntei, tentando abrir o pára-sol e me olhar no espelho.Francis segurou, me impedindo de abrir:- É melhor você não se olhar, Vi.- Que porra! Se eu morrer, tem uma lista... Debaixo do meu colchão, Francis.- Vi, pare de falar besteiras. E joga fora esta tal lista de vez.- É que se a minha garganta não fechar... Você vai me matar acidentada neste carro... De tanto que está correndo.- Seus lábios estão muito inchados... E sua pele avermelhada.- Eu... Estou horrível? – perguntei, quase chorando.- Não... Está linda... Parece um botox que não deu certo.Comecei a rir e bati no braço dele:- Francis idiota.- Idiota sincero, sempre. Mas... O que tem na lista?- Nada importante... Acho que eu não vou morrer. – falei quando ele parou na frente do hospital.- O que tem na lista? Se você não disser, não desce do carro.- Eu vou morrer de novo... – comecei
A mão dele foi por baixo do meu vestido, passando lentamente pela parte interna da coxa, chegando ao centro úmido.- Safada! – ele falou largando meus lábios.Suspirei, gemendo em seguida com o toque profundo dele, me incendiando.Francis saiu e foi até a porta:- Onde está a chave desta porra?- Eu... Acho que não tem... Talvez por ser um hospital? – me questionei.Ele me olhou seriamente. Senti o corpo clamando pelo dele, a pele ardendo ainda mais e o sangue fervendo dentro de mim.Levantei cuidadosamente.- Onde você vai com isso no braço? – Francis perguntou, enquanto eu me movia até o banheiro com o ferro que segurava o soro.- Botou lenha na fogueira, agora precisa apagar o fogo, gostosão. – abri a porta. – Já comeu alguém no banheiro do hospital?Ele veio na minha direção:- Não... Nem com uma agulha cravada na veia.- Posso apostar que isso é uma aventura que lhe fará gozar... – pisquei.- Caralho, Vi... Agora eu tenho certeza de que você realmente quer me matar.Entramos no b
- Vi! – Júnior apareceu, correndo até mim e me dando um abraço.Até me senti culpada por odiar tanto o garoto que eu mal conhecia. Talvez fosse um bom menino.Ele me largou e começou a gargalhar, apontando para mim.- Vire-se. – disse Joice.Virei e ela retirou uma massa grudenta da minha roupa:- Massa de modelar. Ele adora.- Ele não é capaz de gostar de algo útil? – falei seriamente enquanto ele achava engraçado. – Como você consegue ser tão sem graça, garoto?- É só uma brincadeira, irmã.- Eu não sou sua irmã. – quase gritei, pulando entre as coisas no chão.Encontrei Liam descendo enquanto eu subia as escadas.- Liam, me lembre de retirar meu útero ainda este ano. Não quero ter filhos.- Estou inclusive indo fazer uma vasectomia. Deus pode me castigar e mandar um garoto tão ridículo quanto Júnior se eu tiver um filho.- Que porra está acontecendo aqui?- “Papi” veio morar conosco... E trouxe nossos lindos “irmãozinhos”.- Nossa mãe só pode estar louca... Me diga que é possível i
Maurício correu como nunca vi nada igual. Levou segundos para chegar na rua. Júnior estava bem. Liam no chão, sem se mover.Fui caminhando até lá, com as pernas trêmulas e meu coração batendo tão forte que parecia que me daria um ataque. Quase não sentia o ar nos meus pulmões.O motorista saiu do carro, apavorado. Ele se justificava, mas eu não conseguia prestar atenção em nada. Liam estava desacordado. Mas não havia sangue. Eu não sabia se isso era bom ou ruim.Minha mãe já estava ali, no chão, tentando acordar meu irmão.- Michelle, não mova ele. Já chamei uma ambulância.Não lembro de ter visto lágrimas no rosto da minha mãe. Já me perguntei se ela sabia exatamente o que era dor, sofrimento ou algo do tipo. Mas vi que existia amor... Por Liam.Ele sempre foi superprotegido por ela. Podia fazer o que queria. E mesmo quando ela tentava negar algo a ele, acabava cedendo. Por sorte meu irmão não usava disto para se aproveitar. Ele sabia exatamente quem ela era. E não fingia que Michell
- Francis... Você dormiu aqui? Ele me abraçou, impedindo-me de sair da cama:- Sim... Cheguei era quase meia-noite. Não quis acordar você. Havia sido uma noite difícil e pelo jeito o dia foi do mesmo jeito. E você dormia lindamente.- Acho que foi efeito dos antialérgicos. – Abracei-o. – Por que voltou?- Por você... Não achou que eu a deixaria sozinha num momento destes, não é mesmo? – ele me encarou.- Achei que sim... Sequer me ligou.- Havia desligado o telefone, por causa da aula. Minha mãe avisou assim que conseguiu. E eu vim imediatamente. Sinto muito por Liam... E... – alisou meu rosto ternamente. – Se acha mesmo que eu deixaria você sozinha numa hora destas, que porra de amigo eu fui a vida inteira para você?- Me desculpe por achar que você tinha me abandonado, Francis.- Vi, olha para mim. – ele levantou meu queixo, na sua direção. – Jamais vou deixa-la, está bem? Somos Virgínia e Francis, lembra? – sorriu, com aquela boca que me tirava do sério e acabava com a minha sanid