Maurício correu como nunca vi nada igual. Levou segundos para chegar na rua. Júnior estava bem. Liam no chão, sem se mover.Fui caminhando até lá, com as pernas trêmulas e meu coração batendo tão forte que parecia que me daria um ataque. Quase não sentia o ar nos meus pulmões.O motorista saiu do carro, apavorado. Ele se justificava, mas eu não conseguia prestar atenção em nada. Liam estava desacordado. Mas não havia sangue. Eu não sabia se isso era bom ou ruim.Minha mãe já estava ali, no chão, tentando acordar meu irmão.- Michelle, não mova ele. Já chamei uma ambulância.Não lembro de ter visto lágrimas no rosto da minha mãe. Já me perguntei se ela sabia exatamente o que era dor, sofrimento ou algo do tipo. Mas vi que existia amor... Por Liam.Ele sempre foi superprotegido por ela. Podia fazer o que queria. E mesmo quando ela tentava negar algo a ele, acabava cedendo. Por sorte meu irmão não usava disto para se aproveitar. Ele sabia exatamente quem ela era. E não fingia que Michell
- Francis... Você dormiu aqui? Ele me abraçou, impedindo-me de sair da cama:- Sim... Cheguei era quase meia-noite. Não quis acordar você. Havia sido uma noite difícil e pelo jeito o dia foi do mesmo jeito. E você dormia lindamente.- Acho que foi efeito dos antialérgicos. – Abracei-o. – Por que voltou?- Por você... Não achou que eu a deixaria sozinha num momento destes, não é mesmo? – ele me encarou.- Achei que sim... Sequer me ligou.- Havia desligado o telefone, por causa da aula. Minha mãe avisou assim que conseguiu. E eu vim imediatamente. Sinto muito por Liam... E... – alisou meu rosto ternamente. – Se acha mesmo que eu deixaria você sozinha numa hora destas, que porra de amigo eu fui a vida inteira para você?- Me desculpe por achar que você tinha me abandonado, Francis.- Vi, olha para mim. – ele levantou meu queixo, na sua direção. – Jamais vou deixa-la, está bem? Somos Virgínia e Francis, lembra? – sorriu, com aquela boca que me tirava do sério e acabava com a minha sanid
Francis me levou no colo até o box, ligando o chuveiro. Desvencilhei minhas pernas dele, sentindo seu líquido viscoso escorrer pela parte interna das minhas coxas.- Que porra a gente fez, Francis!- Eu... Não sei o que aconteceu comigo. – ele falou confuso, balançando a cabeça preocupado.- Perdemos o juízo... E a sanidade.- Foda-se. – ele pegou meu rosto entre suas mãos e me beijou.Tentei resistir. Aquilo era sério. Mas quando percebi, já estava completamente molhada, sentindo a água cair sobre mim enquanto correspondia ao beijo ardente e apaixonado dele.O empurrei com dificuldade, tentando recuperar a respiração:- Francis... Eu não aguento mais... – comecei a rir. – Preciso descansar.- Me perdoa por gozar dentro...- Agora não tem o que fazer... – peguei shampoo e passei nos meus cabelos.Antes que eu começasse a retirar a espuma, ele já estava fazendo aquilo. Senti o sabonete passando pelo meu corpo, enquanto ele brincava com a minha pele.- Acho que preciso sair do banho, go
- Vi, nem fale uma coisa destas... – ele desviou o olhar na minha direção.- Acha que eu devo fazer um teste?- Não... Claro que não. Está no seu período fértil?- Que porra, Francis, como eu vou saber?- Você... Não cuida isso?- Claro que não. Com que tipo de mulher você se relaciona, afinal?- Que mal há em você saber seu período fértil?- Já transou com mulher que usa tabelinha, Francis? Sem fazer uso da camisinha?- Virgínia, eu nunca transei sem preservativo com nenhuma mulher... E nunca gozei dentro... Eu mentiria isso por qual motivo para você, porra?- Para eu pensar que sou diferente? Que sou especial?- Você é diferente e especial... E sabe disto.- Francis, eu conheço você. Sei que diz isso para todas as mulheres.- Que parte de você não é “todas as mulheres” não entendeu, Virgínia? – ele gritou. – Não é, porra! Nunca foi.- Quer que eu acredite nisto?- Vá se ferrar. – ele disse indignado.- Já me ferrei. Quando decidi transar com você.- Agora vai dizer que não gostou?-
Corri até alcançar meu pai, que estava quase chegando na recepção. - Como vai pagar a conta do hospital, pai? Não vai sair muito caro pra você? - Não se preocupe com isso, Virgínia. - Mas... Não seria correto dividir as despesas com minha mãe? - Desde que deixei sua mãe, incrivelmente pude ver a cor do meu dinheiro. Estou inclusive guardando para faculdade sua e de seu irmão. Porque eu espero muito que você não desista disso. - Quero sim ver o que fazer, pai. Mas não agora. Por enquanto minha cabeça está tão cheia. - De quê? De Francis? – ele me encarou. - Não... – fiquei ruborizada. - Não deixe o tempo passar para você. Enquanto você não faz nada e o espera, Francis está estudando e organizando seu futuro. Não pare a sua vida por ele. - Pai... - Não deixe sua mãe dominá-la, Virgínia. Você é muito inteligente para isso, minha filha. Me encarou seriamente. - Quero fechar a conta em nome de Liam Hernandez. – falou meu pai à recepcionista. Minha mãe estava com Otávio, ainda s
Sim, eu comia doces escondida. E acho que poderia estar acima do peso, pois a ansiedade estava acabando comigo nos últimos dias. E que mal tinha eu ficar um pouco acima do peso? Minha mãe dizia isso para mim o tempo todo, fazendo eu me culpar, como se manter-se no peso ideal, conforme os padrões que ela mesma criou para mim, fosse a coisa mais importante da vida.O que era mais importante na minha vida? Eu fiz uma lista ridícula de desejos de coisas que queria fazer antes de morrer. E ela praticamente só incluía coisas idiotas. E agora, havia sido roubada pela pessoa que eu menos queria que tivesse pegou ou lido aquilo.Chegava de ser boazinha. Eu não tinha que aturar tudo quieta. Estava farta. Fui até a mesa e puxei os cabelos de Joice, fazendo com que ela derrubasse a cadeira, mas não caísse, pois eu a segurava com firmeza.- Quero o bilhete. – falei.Quando percebi, minha mãe e Otávio estavam me segurando e retirando os fios de cabelos dela presos nos meus dedos.- Saia daqui agora
Francis veio todas as noites depois da aula para casa. E eu não pedi. Simplesmente ele estava realmente viciado na nossa vidinha juntos, assim como eu. Queria poder brincar daquilo para sempre. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde iria acabar. Pelo menos a parte de eu morar na casa dele.Iniciei as aulas para aprender a dirigir. Por sorte, descobri que eu era boa naquilo. O que me deixou muito feliz, afinal, eu não era boa em nada.Eu ia todos os dias em casa ver como Liam estava e passava o máximo de tempo que conseguia com ele. Levava comida na cama, água, organizava o quarto e o ajudava no banho. Percebi que Andréia ligava para ele todos os dias.- Será que você e Andréia voltaram a se entender? – perguntei.- Nunca deixamos de nos entender, na verdade.- Eu gostaria que vocês ficassem juntos.- Quando eu melhorar e tirar este gesso, vou procurar ela.- Em Norah Norte?- Sim.- Vai procurar ela ou se mudar para lá? – fiquei confusa. – Não pode fazer isso.- Por que não?- Porque é
Três dias antes da mensagem.Eu estava escutando “Your Love” no repeat. Escutei a música praticamente todo o trajeto. E aquilo era porque me lembrava Vi. Sorri sozinho, parecendo um doido no carro. Claro que não era só a música que me fazia lembrar dela.Era como se eu contasse os minutos todos os dias para chegar em casa e encontrá-la na minha cama. Aquilo nunca aconteceu comigo antes.Eu tentava entender, mas quanto mais pensava, mais fodia minha cabeça.Sempre gostei da companhia dela, de ouvi-la falar sem parar nos meus ouvidos, quase nem me deixando tempo para contar sobre as minhas coisas. Ela sempre foi assim, com mil pensamentos na cabeça e tantos sonhos que nem cabiam na bagagem. Mas nunca conseguiu seguir com nenhum deles adiante, pois a mãe não deixava ela se desvencilhar e viver a própria vida.Michelle nunca foi gentil comigo. Mas também não me destratava. Conforme fui crescendo, percebi que ela me tratava de um jeito quando estava junto dos meus pais e de outro quando eu