Três dias antes da mensagem.Eu estava escutando “Your Love” no repeat. Escutei a música praticamente todo o trajeto. E aquilo era porque me lembrava Vi. Sorri sozinho, parecendo um doido no carro. Claro que não era só a música que me fazia lembrar dela.Era como se eu contasse os minutos todos os dias para chegar em casa e encontrá-la na minha cama. Aquilo nunca aconteceu comigo antes.Eu tentava entender, mas quanto mais pensava, mais fodia minha cabeça.Sempre gostei da companhia dela, de ouvi-la falar sem parar nos meus ouvidos, quase nem me deixando tempo para contar sobre as minhas coisas. Ela sempre foi assim, com mil pensamentos na cabeça e tantos sonhos que nem cabiam na bagagem. Mas nunca conseguiu seguir com nenhum deles adiante, pois a mãe não deixava ela se desvencilhar e viver a própria vida.Michelle nunca foi gentil comigo. Mas também não me destratava. Conforme fui crescendo, percebi que ela me tratava de um jeito quando estava junto dos meus pais e de outro quando eu
- Virgínia sabe que você pegou isso?- Está interessado? – ela perguntou, não respondendo a minha pergunta.- Não. – falei firmemente, mas curioso sobre o papel que Vi tanto me escondia.- Deveria estar... É uma lista de coisas que ela quer fazer antes de morrer.- Eu... Não tenho nada a ver com isso. – tentei fingir desinteresse.- Deveria. Tem seu nome escrito aqui.Porra! Claro que eu devia dizer não. Era o correto a fazer. Mas eu queria muito ler o que ela escreveu sobre mim.- Eu vou perguntar para ela e com certeza me dirá. – falei.- Duvido. Se você não quer, posso tentar a mãe dela. Aposto que Michelle vai querer ler isto.Desgraçada dos infernos. Acho que eu poderia convidar Vi para torturarmos e matarmos com a nova inimiga dela juntos.- Se você está dizendo isso, creio que o conteúdo possa prejudicar Vi de alguma forma.- Sim, com certeza.Fui pegar o papel e ela puxou a mão, me deixando com o os dedos no ar.- Ok, o que você quer em troca?Ela sorriu enigmaticamente. E iss
- Sim, talvez eu esteja apaixonado por ela... – confessei, andando de um lado para o outro, passando as mãos nos meus cabelos, nervosamente. – Mas como eu posso ter certeza se é amor o que eu sinto?Porra, você é o meu pai! Pode me explicar, por favor, que merda está acontecendo comigo? Porque eu não estou bem. Tenho a impressão de que fui enfeitiçado. Uma mulher gostosa me deu o número dela e eu sequer abri o celular para ver.Só para constar, eu tenho o apelido de Virgínia como senha no meu celular e na tranca do cofre do hotel, pai. Claro que dizer aquilo seria assinar a minha sentença de morte por ele.- Sente-se... Acalme-se. – meu pai falou, talvez percebendo que eu estava em desespero.- Não tem como você amá-la, entende? Está gostando de comê-la... Só isso. Lembra quando você ficava de pau duro o tempo todo com aquela garota, que chegou a ir ao médico achando que não era normal?Assenti, com a cabeça.- Então... É como isso. Passou, lembra? Tudo se resolveu depois, com outras
Julia Gostosa: “Desculpe, gostoso. Acho que bebi demais ontem. Acordei agora, com a cabeça latejando e sem você na minha cama. Esta noite estarei esperando, sóbria e preparada para tudo fazer tudo que você gosta.”Senti meu estômago embrulhando subitamente. E as lágrimas já não eram mais de felicidade e sim de dor. Por que doía daquele jeito, como se meu coração estivesse se quebrando em mil pedaços?Francis estava dormindo com outra mulher enquanto me chamava de “minha Vi”, “meu amor”... Ele tinha feito uma tatuagem para mim e o meu apelido era a senha do celular dele. Que tipo de pessoa conseguia ser tão insensível e sem sentimentos, levando em consideração somente o sexo e os desejos físicos?Talvez eu significasse algo para ele. Mas ainda assim ele continuaria a dormir com todas as mulheres que aparecessem na sua frente. Simplesmente porque ele era aquele tipo de homem: canalha.Peguei uma roupa e vesti rapidamente. Tive vontade de socá-lo enquanto dormia tão lindamente sobre aque
Enfim, era justo infernizar um pouco a vida da minha nova “irmã” e não me deixar abater. Eu estava na “minha” casa. Ela era a intrusa. Vontade de voltar eu não tinha. Mas também não havia muita opção. Eu precisava sentar sozinha e conversar comigo mesma, seriamente. E decidir o que eu faria da minha vida. Porque agora eu não tinha nem mais meu amigo para poder dar opinião ou abrigo quando tudo desabasse. Ou melhor, já havia tudo desabado. E sobre a minha cabeça.- Vai ficar até Liam melhorar, conforme combinamos. E depois vem para cá. – disse meu pai.- Talvez... – sabia que se dissesse não ele acharia que eu estava chateada por Grécia.- Não existe talvez. Quero que você venha... Mas precisa saber que tem direitos naquela casa. Ela também é sua e de Liam. E não é de Otávio e nem dos filhos dele e jamais será. Eu só fiquei um pouco confuso quando você chegou porque não queria que conhecesse Grécia desta forma. Eu queria ter preparado você e seu irmão antes.- Eu... Estou bem com relaç
Olhei-a, curiosa, mas de certa forma imaginando o que ela diria.- O que seria?- Posso lhe dar um emprego, Virgínia. Bem aqui, na Sweet M. Ou poderia até trabalhar com Mel, caso prefira. Ela cuida da parte dos restaurantes, junto do pai. Eu fico com a parte burocrática das confeitarias. Em breve minha filha mais nova vai vir ajudar aqui também. Meu dom não é a cozinha... – ela riu. – Mas sou uma boa provadora de tudo que eles fazem.- Acho que eu sou parecia com você neste quesito, tia. Faltei no dia do dom da cozinha. – ri. – Eu agradeço imensamente pela oferta do emprego e sei o quanto você gostaria de me ajudar com isso. Mas não seria muito justo da minha parte aceitar, visto que praticamente fui sustentada por você a vida inteira, mesmo que indiretamente. Acho que é hora de me livrar disso, assim como minha mãe e meu irmão Liam, que mal sabe sobre esta história. Meu pai não é um homem rico, mas pode nos auxiliar caso precisemos de algo. Eu preciso fazer parte do mundo dos adultos
Então Marcelus revidou e quando eu vi os dois estavam se batendo feito dois lutadores daqueles da televisão. O que mais me preocupou é que nunca vi Francis brigando na minha vida inteira. Eu nem sabia que ele conseguia acertar um soco em alguém. Mas ele sabia... E muito bem.Se não fosse na frente das nossas casas, não teria sido tão grave. Quando percebi minha mãe, a intrometida da Joice e Irina estavam me ajudando a separar a brigaNão sei como, mas começamos a puxá-los até que me meti no meio dos dois, tirando coragem não sei de onde. Acho que eles não se atreveriam a bater em mim e se tentassem se acertar, poderiam me acertar sem querer.Então os dois pararam, ofegantes, se encarando como se fossem dois moleques no playground.- Doutor Marcelus... O que houve? – minha mãe perguntou.- Francis, você está sangrando! – Irina falou preocupada, puxando o filho.Porra, tinha sangue saindo dos lábios de Francis. E aquilo doeu dentro em mim. Marcelus também estava machucado e os cabelos c
- Por que você fez isso comigo, Joice? – perguntei seriamente. – Eu sei que você leu e sabia exatamente o teor do que tinha ali. E que Francis estava mencionado em várias frases. E foi entregar justo para ele?- Ele pagou pelo bilhete. – ela me olhou seriamente.Fiquei olhando para ela atônita, sem reação. Não acredito que Francis havia feito aquilo.Fui para o meu quarto e peguei o telefone, mandando uma mensagem para ele:“Eu quero o bilhete que Joice lhe vendeu.Você não tem direito de pegar o que não lhe pertence, muito menos pagar por isso.Eu estou ainda mais furiosa com você.Jamais pensei que pudesse fazer isso. Se não o deixei ler, era porque não queria que soubesse o conteúdo do que estava escrito.”Eu ainda estava digitando quando ele respondeu:“Estou na praça, comendo algodão doce. Adivinha a cor?”“Idiota. Quero a minha carta.” – respondi.“Vem aqui buscar”.“Nem pensar.” – fui enfática.“Então fique sem ela”.Senti o sangue subir à cabeça.“Francis, você é um otário. Eu