Enfim, era justo infernizar um pouco a vida da minha nova “irmã” e não me deixar abater. Eu estava na “minha” casa. Ela era a intrusa. Vontade de voltar eu não tinha. Mas também não havia muita opção. Eu precisava sentar sozinha e conversar comigo mesma, seriamente. E decidir o que eu faria da minha vida. Porque agora eu não tinha nem mais meu amigo para poder dar opinião ou abrigo quando tudo desabasse. Ou melhor, já havia tudo desabado. E sobre a minha cabeça.- Vai ficar até Liam melhorar, conforme combinamos. E depois vem para cá. – disse meu pai.- Talvez... – sabia que se dissesse não ele acharia que eu estava chateada por Grécia.- Não existe talvez. Quero que você venha... Mas precisa saber que tem direitos naquela casa. Ela também é sua e de Liam. E não é de Otávio e nem dos filhos dele e jamais será. Eu só fiquei um pouco confuso quando você chegou porque não queria que conhecesse Grécia desta forma. Eu queria ter preparado você e seu irmão antes.- Eu... Estou bem com relaç
Olhei-a, curiosa, mas de certa forma imaginando o que ela diria.- O que seria?- Posso lhe dar um emprego, Virgínia. Bem aqui, na Sweet M. Ou poderia até trabalhar com Mel, caso prefira. Ela cuida da parte dos restaurantes, junto do pai. Eu fico com a parte burocrática das confeitarias. Em breve minha filha mais nova vai vir ajudar aqui também. Meu dom não é a cozinha... – ela riu. – Mas sou uma boa provadora de tudo que eles fazem.- Acho que eu sou parecia com você neste quesito, tia. Faltei no dia do dom da cozinha. – ri. – Eu agradeço imensamente pela oferta do emprego e sei o quanto você gostaria de me ajudar com isso. Mas não seria muito justo da minha parte aceitar, visto que praticamente fui sustentada por você a vida inteira, mesmo que indiretamente. Acho que é hora de me livrar disso, assim como minha mãe e meu irmão Liam, que mal sabe sobre esta história. Meu pai não é um homem rico, mas pode nos auxiliar caso precisemos de algo. Eu preciso fazer parte do mundo dos adultos
Então Marcelus revidou e quando eu vi os dois estavam se batendo feito dois lutadores daqueles da televisão. O que mais me preocupou é que nunca vi Francis brigando na minha vida inteira. Eu nem sabia que ele conseguia acertar um soco em alguém. Mas ele sabia... E muito bem.Se não fosse na frente das nossas casas, não teria sido tão grave. Quando percebi minha mãe, a intrometida da Joice e Irina estavam me ajudando a separar a brigaNão sei como, mas começamos a puxá-los até que me meti no meio dos dois, tirando coragem não sei de onde. Acho que eles não se atreveriam a bater em mim e se tentassem se acertar, poderiam me acertar sem querer.Então os dois pararam, ofegantes, se encarando como se fossem dois moleques no playground.- Doutor Marcelus... O que houve? – minha mãe perguntou.- Francis, você está sangrando! – Irina falou preocupada, puxando o filho.Porra, tinha sangue saindo dos lábios de Francis. E aquilo doeu dentro em mim. Marcelus também estava machucado e os cabelos c
- Por que você fez isso comigo, Joice? – perguntei seriamente. – Eu sei que você leu e sabia exatamente o teor do que tinha ali. E que Francis estava mencionado em várias frases. E foi entregar justo para ele?- Ele pagou pelo bilhete. – ela me olhou seriamente.Fiquei olhando para ela atônita, sem reação. Não acredito que Francis havia feito aquilo.Fui para o meu quarto e peguei o telefone, mandando uma mensagem para ele:“Eu quero o bilhete que Joice lhe vendeu.Você não tem direito de pegar o que não lhe pertence, muito menos pagar por isso.Eu estou ainda mais furiosa com você.Jamais pensei que pudesse fazer isso. Se não o deixei ler, era porque não queria que soubesse o conteúdo do que estava escrito.”Eu ainda estava digitando quando ele respondeu:“Estou na praça, comendo algodão doce. Adivinha a cor?”“Idiota. Quero a minha carta.” – respondi.“Vem aqui buscar”.“Nem pensar.” – fui enfática.“Então fique sem ela”.Senti o sangue subir à cabeça.“Francis, você é um otário. Eu
Depois do terceiro beijo, levantei do colo dele.- Onde você vai, Vi?- Embora... Vim pegar o bilhete. E já peguei.- Isso quer dizer que... Você não me perdoou?- Não ouvi você pedindo perdão, Francis.- Eu... – ele ficou confuso.- Acho que é como você disse: não haverá confiança da minha parte. Porque eu conheço você tão bem que sei tudo que você pensa. A questão é: e se você tiver dúvidas novamente e quiser testar com outra? Sua masculinidade não funcionou com Júlia... E se depois você achar que o problema foi ela e não você?- Virgínia...- Francis, eu já tenho problemas demais na minha vida. E quer saber? Eu o perdoo, sim, mesmo sem você ter pedido. Mas não quero levar isso adiante.Sim, por mais que doesse em mim, eu não queria continuar. Seria horrível vê-lo e não poder tocá-lo. Mas pior ainda era o que ele ainda poderia fazer comigo se levássemos aquilo adiante, sem ele saber ou aceitar o que sentia por mim. Isso poderia acabar comigo definitivamente.- Ok, não vou contestar
Inicialmente eu pensei que ele estava procurando as palavras certas para falar. Mas o tempo foi passando e ele seguia me encarando, mudo e estático, como se tivesse levado um choque.Talvez Francis era muito mais covarde do que imaginei e jamais teria coragem de admitir que gostava de verdade de alguém. Ou quem sabe ele não sentia o mesmo que eu. A atração dele poderia sim ser só sexual e por isso ele propôs continuarmos amigos e transarmos vez ou outra.Eu fui usada, de um jeito ou de outro. Ele poderia ter acabado com tudo quando percebeu que eu estava envolvida. Porque acho que sempre deixei claro que para mim não era só sexo.Enfim, não precisava dar mais tempo para ele. Porque ele realmente não diria o que eu queria ouvir. Na verdade, acho que ele não tinha capacidade de dizer absolutamente nada naquele momento. E em nenhum outro.E aquilo doeu mais do que se ele dissesse sinceramente que não gostava de mim mais do que uma amiga. O silêncio machucava profundamente. Porque ele dei
Claro que eu sabia que Marcelus não era a solução dos meus problemas. E não era minha intenção usá-lo nem o deixar magoado, pois eu não era esse tipo de pessoa. Pelo contrário, eu me preocupava com as pessoas mais do que elas realmente mereciam.A semana passou e nestes dias eu fiz coisas importantes: não abri as mensagens de Francis, não retornei as ligações dele, recebi meu passaporte para dirigir, mesmo não tendo um carro e consegui ser aceita na faculdade.Compartilhei com meu pai a questão de estar apta para ser motorista e com Liam sobre iniciar a faculdade em poucos dias.Eu ainda estava tentando encontrar uma maneira de contar para a minha mãe que eu voltaria a estudar, sem que ela tivesse um AVC, infarto ou algo do tipo. Seria cruel matar a própria mãe por ser aceita na faculdade. Mas este era o meu caso, porque eu era filha de Michelle Miller, futura prefeita de Primavera, vuma mulher egoísta, egocêntrica, sem coração, sem alma, ambiciosa e que não queria que a filha fizesse
Que eu adorava uma rapidinha correndo risco de ser pega já estava claro. Eu nunca gozei tanto na vida quanto nos lugares inusitados que transei com Francis.Nunca imaginei que alguém pudesse acender meu fogo novamente. Quando deixei Francis, pensei que jamais sentiria prazer novamente. Não da forma como ele me dava. Mas eu estava enganada. Aquele homem conseguiu me atingir em cheio. Só o olhar dele sobre mim me excitava. Ele simplesmente era uma perdição.Mal nos falamos e ele já estava com os dedos na minha intimidade enquanto eu desabotoava a calça dele, sem que nossas bocas se desgrudassem. Ele não era do tipo que rasgava calcinhas. Era do tipo que arredava para o lado. Ah, eu gostava igual. Só não gostava dos que pediam permissão para tirar.- Você é muito gostosa... – ele disse enquanto enfiava dois dedos dentro de mim com uma mão e a outra apertava minha bunda, com os lábios ainda nos meus.- Tudo... Menos me chamar de gostosa. – pedi, entre um gemido e outro.Ouvi a risada dele