Que eu adorava uma rapidinha correndo risco de ser pega já estava claro. Eu nunca gozei tanto na vida quanto nos lugares inusitados que transei com Francis.Nunca imaginei que alguém pudesse acender meu fogo novamente. Quando deixei Francis, pensei que jamais sentiria prazer novamente. Não da forma como ele me dava. Mas eu estava enganada. Aquele homem conseguiu me atingir em cheio. Só o olhar dele sobre mim me excitava. Ele simplesmente era uma perdição.Mal nos falamos e ele já estava com os dedos na minha intimidade enquanto eu desabotoava a calça dele, sem que nossas bocas se desgrudassem. Ele não era do tipo que rasgava calcinhas. Era do tipo que arredava para o lado. Ah, eu gostava igual. Só não gostava dos que pediam permissão para tirar.- Você é muito gostosa... – ele disse enquanto enfiava dois dedos dentro de mim com uma mão e a outra apertava minha bunda, com os lábios ainda nos meus.- Tudo... Menos me chamar de gostosa. – pedi, entre um gemido e outro.Ouvi a risada dele
- Assustou sim... Assombração da minha vida. – falei, seriamente tentando passar por ele, que me impediu.- Assombração? Eu sou a salvação da sua vida, “mulher”.- Não me chame de “mulher”. Eu não sou sua mulher.- Você é minha mulher e sei que gosta quando a chamo assim... Só gosta mais quando chamo de gostosa. – falou baixo, tão próximo de mim que senti seu hálito quente.- Está me vigiando agora?- O médico, porra? Jura que vai ficar com o médico? Isso é jogo baixo.- Jogo baixo é você transar com outra mulher antes de vir dormir comigo.- Eu não fiz isto. Tentei mostrar a prova, mas você não quis ver. Aliás, eu já tentei de tudo. Não sei o que você quer de mim.Só quero que diga que me ama, Francis, como eu amo você. Mas não porque acha que se não disser, vai me perder. Quero que fale se este sentimento realmente existir dentro de você.- Eu não quero nada de você, Francis. – falei, incerta, com a voz fraquejando.- Vi...- Vai procurar Júlia... Ou quem sabe Dothy. – sugeri tentan
Pois bem, eu começava a entender o motivo de Otávio e sua família estarem ali. Ela estava usando-os para ganhar a eleição. A família perfeita, que nunca existiu, mas estaria retratada numa foto, na qual todos acreditariam. A cidade inteira conhecia Michelle Miller e seu temperamento explosivo. Mas nas últimas semanas ela estava mudada da porta para fora de casa: contida, educada, preocupada e cheia de carinho. E as pessoas esqueciam fácil o que ela era antes de ser Michelle Bondosa. Um bando de hipócritas. Eu que não estaria em casa às 17 horas.Cheguei no quarto de Liam e ele e Andréia dormiam agarrados, como eu a Francis fazíamos a alguns dias atrás. No meu quarto, uma Joice quase caindo da cama. Era melhor dormir com ela do que no meio de Liam e Andréia. E a cama de Francis, embora me chamasse furtivamente, seria só para sexo. E eu não queria mais ser usada por ele como um objeto.Se Francis me amasse, já teria dito. Não da forma como falou, da boca pra fora, naquela manhã. Não adi
Então a foto em família, tão planejada pela minha mãe, foi feita com Dom no lugar de Joice. Michelle Miller não fez questão de esperar a enteada para a foto. Ao mesmo tempo que quase obrigou o Dr. Domênico a fotografar. E assim ela usou as imagens em prol de si mesma, em sua campanha eleitoral. A mãe perfeita, esposa dedicada, madrasta amada e talvez amiga do ex-presidente de Noriah, Dr. Domênico, conhecido por todos.Eu chegava a rir sozinha de tão cômica e triste que era aquela vida sob o mesmo teto de Michelle Miller.Assim que passei pela porta, naquele final de domingo, ela estava esperando por mim, sentada confortavelmente na poltrona, entre a cozinha e sala.- Onde ele está? – perguntou.- Ele quem? – fiquei confusa.- Dr. Domênico. – questionou, curiosa.- Foi embora.- Mas ele volta?- Creio que não. Já resolvemos tudo que tínhamos para resolver.Ela levantou e me encarou:- Com assim? Eu não acredito que você dispensou ele.- Mais ou menos. Acho que fui dispensada. Ele é ami
Diariamente eu ficava olhando o celular, na esperança de Francis mandar qualquer mensagem. Não sabia sequer se ele viria na festa de Natal.Me arrumei para a entrevista à tarde e antes de sair passei na casa dos Provost. Irina atendeu:- Oi, Virgínia.- Irina... – abracei-a. – Aposto que está sentindo saudades da bagunça que eu e Francis deixávamos para você.Ela riu:- Confesso que sim. A casa e a vida é completamente vazia sem vocês dois.- Sabe que pode me chamar quando se sentir sozinha... Estou sempre por aqui... Sem um lugar legal para ir. – brinquei.- Quer saber do meu filho? – ela sorriu ironicamente.- Bem... Mais ou menos. Vocês... Vão participar da festa de Natal na minha casa?- Sim.- Todos vocês?Ela riu:- Querida, não sei se Francis vem.- Como assim?- Talvez ele passe com alguns amigos.- Mas... Eu sou a amiga dele.- Acho que já foram amigos... Será que ainda são?Não... Não éramos mais. E ele se afastou completamente de mim. E eu não sabia se foi porque confessei
A festa de Natal na casa de Michelle Miller seria o acontecimento do ano. Creio que nem o último baile de primavera tenha gerado tantos comentários quanto o evento na nossa casa.Todo mundo que coube estava no nosso pátio ou dentro de casa, na decoração perfeita que havia sido montada no jardim e na área gramada dos fundos.Além dos tradicionais pinheiros ornamentados espalhados por todos os lados, tinha um imponente, maior que os demais, que ficava no portão de entrada. Luzes redondas e coloridas espalhavam-se por cima de nossas cabeças, iluminando lindamente tudo. As mesas com as comidas estavam fartas e coloridas. Claro que entre um passo e outro, eu dava uma beliscada nos alimentos oferecidos. Escolhi um vestido vermelho justo e simples, mas que valorizava meu corpo “acima das medidas” padrão. Uma sandália dourada completou o look com cabelos presos num coque soltinho e maquiagem leve.Eu já tinha um copo de espumante na mão enquanto Michelle Miller ia de mesa em mesa, cumprimenta
- E então... Não vai me levar para dar uma volta no seu carro novo?- Eu não posso ficar sem meus bebês... – olhei Andreia partindo com meus dois presentes preciosos com rabinhos balançando.- Eu tenho outro presente. – ele me olhou, seriamente.- Mais um? Você nunca me deu tantos presentes...- Sou bondoso algumas vezes.- Ou está tentando compensar algo...- Não estou tentando compensar nada. Eu não dormi com a porra da mulher.- Francis, eu acredito em você. – confessei.- Sei o quanto é complicado, Vi, já que nos conhecemos tão bem um ao outro. E talvez realmente seja difícil para você acreditar que eu possa mudar.- Mudou por mim, Francis? – senti meu coração batendo mais forte e minhas pernas ficando bambas com a possível resposta.Infelizmente com Francis era assim. Parece que eu tinha sempre que dar o primeiro passo para ele criar coragem. Mas temia que ele nunca admitisse os sentimentos para ele mesmo.- Sim, Vi, mudei por você. Sempre, tudo na minha vida, foi por você... Nun
Então eu, Virgínia Hernandez, a mulher mais azarada de Primavera, desprezada a vida inteira pela mãe, por causa do meu corpo, das minhas alergias, cheia de defeitos físicos e emocionais, ganhei naquele Natal um carro, dois cachorros, uma tatuagem, um pedido de namoro e um anel de brilhante.Devolvi a caixa, já fechada:- Não posso aceitar, Marcelus.- Mas Virgínia... Eu comprei para você. – ele pareceu decepcionado.Marcelus estava bem vestido. Certamente passou a ceia com a família e depois foi parar naquele buraco de cidade, na casa de uma mulher que ele desprezava, que era minha mãe. Eu não era vaidosa e não me considerava uma mulher bonita, embora já tivesse ganho vários concursos de beleza ao longo da minha vida. E me perguntei o que fazia aquele homem rico, bonito e influente querer algo comigo. Não que eu não merecesse este tipo de homem... Mas eu não fiz absolutamente nada para ele se apaixonar por mim. Eu era uma mulher comum, cheia de defeitos, insegura, comandada pela mãe e