- Vi, nem fale uma coisa destas... – ele desviou o olhar na minha direção.- Acha que eu devo fazer um teste?- Não... Claro que não. Está no seu período fértil?- Que porra, Francis, como eu vou saber?- Você... Não cuida isso?- Claro que não. Com que tipo de mulher você se relaciona, afinal?- Que mal há em você saber seu período fértil?- Já transou com mulher que usa tabelinha, Francis? Sem fazer uso da camisinha?- Virgínia, eu nunca transei sem preservativo com nenhuma mulher... E nunca gozei dentro... Eu mentiria isso por qual motivo para você, porra?- Para eu pensar que sou diferente? Que sou especial?- Você é diferente e especial... E sabe disto.- Francis, eu conheço você. Sei que diz isso para todas as mulheres.- Que parte de você não é “todas as mulheres” não entendeu, Virgínia? – ele gritou. – Não é, porra! Nunca foi.- Quer que eu acredite nisto?- Vá se ferrar. – ele disse indignado.- Já me ferrei. Quando decidi transar com você.- Agora vai dizer que não gostou?-
Corri até alcançar meu pai, que estava quase chegando na recepção. - Como vai pagar a conta do hospital, pai? Não vai sair muito caro pra você? - Não se preocupe com isso, Virgínia. - Mas... Não seria correto dividir as despesas com minha mãe? - Desde que deixei sua mãe, incrivelmente pude ver a cor do meu dinheiro. Estou inclusive guardando para faculdade sua e de seu irmão. Porque eu espero muito que você não desista disso. - Quero sim ver o que fazer, pai. Mas não agora. Por enquanto minha cabeça está tão cheia. - De quê? De Francis? – ele me encarou. - Não... – fiquei ruborizada. - Não deixe o tempo passar para você. Enquanto você não faz nada e o espera, Francis está estudando e organizando seu futuro. Não pare a sua vida por ele. - Pai... - Não deixe sua mãe dominá-la, Virgínia. Você é muito inteligente para isso, minha filha. Me encarou seriamente. - Quero fechar a conta em nome de Liam Hernandez. – falou meu pai à recepcionista. Minha mãe estava com Otávio, ainda s
Sim, eu comia doces escondida. E acho que poderia estar acima do peso, pois a ansiedade estava acabando comigo nos últimos dias. E que mal tinha eu ficar um pouco acima do peso? Minha mãe dizia isso para mim o tempo todo, fazendo eu me culpar, como se manter-se no peso ideal, conforme os padrões que ela mesma criou para mim, fosse a coisa mais importante da vida.O que era mais importante na minha vida? Eu fiz uma lista ridícula de desejos de coisas que queria fazer antes de morrer. E ela praticamente só incluía coisas idiotas. E agora, havia sido roubada pela pessoa que eu menos queria que tivesse pegou ou lido aquilo.Chegava de ser boazinha. Eu não tinha que aturar tudo quieta. Estava farta. Fui até a mesa e puxei os cabelos de Joice, fazendo com que ela derrubasse a cadeira, mas não caísse, pois eu a segurava com firmeza.- Quero o bilhete. – falei.Quando percebi, minha mãe e Otávio estavam me segurando e retirando os fios de cabelos dela presos nos meus dedos.- Saia daqui agora
Francis veio todas as noites depois da aula para casa. E eu não pedi. Simplesmente ele estava realmente viciado na nossa vidinha juntos, assim como eu. Queria poder brincar daquilo para sempre. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde iria acabar. Pelo menos a parte de eu morar na casa dele.Iniciei as aulas para aprender a dirigir. Por sorte, descobri que eu era boa naquilo. O que me deixou muito feliz, afinal, eu não era boa em nada.Eu ia todos os dias em casa ver como Liam estava e passava o máximo de tempo que conseguia com ele. Levava comida na cama, água, organizava o quarto e o ajudava no banho. Percebi que Andréia ligava para ele todos os dias.- Será que você e Andréia voltaram a se entender? – perguntei.- Nunca deixamos de nos entender, na verdade.- Eu gostaria que vocês ficassem juntos.- Quando eu melhorar e tirar este gesso, vou procurar ela.- Em Norah Norte?- Sim.- Vai procurar ela ou se mudar para lá? – fiquei confusa. – Não pode fazer isso.- Por que não?- Porque é
Três dias antes da mensagem.Eu estava escutando “Your Love” no repeat. Escutei a música praticamente todo o trajeto. E aquilo era porque me lembrava Vi. Sorri sozinho, parecendo um doido no carro. Claro que não era só a música que me fazia lembrar dela.Era como se eu contasse os minutos todos os dias para chegar em casa e encontrá-la na minha cama. Aquilo nunca aconteceu comigo antes.Eu tentava entender, mas quanto mais pensava, mais fodia minha cabeça.Sempre gostei da companhia dela, de ouvi-la falar sem parar nos meus ouvidos, quase nem me deixando tempo para contar sobre as minhas coisas. Ela sempre foi assim, com mil pensamentos na cabeça e tantos sonhos que nem cabiam na bagagem. Mas nunca conseguiu seguir com nenhum deles adiante, pois a mãe não deixava ela se desvencilhar e viver a própria vida.Michelle nunca foi gentil comigo. Mas também não me destratava. Conforme fui crescendo, percebi que ela me tratava de um jeito quando estava junto dos meus pais e de outro quando eu
- Virgínia sabe que você pegou isso?- Está interessado? – ela perguntou, não respondendo a minha pergunta.- Não. – falei firmemente, mas curioso sobre o papel que Vi tanto me escondia.- Deveria estar... É uma lista de coisas que ela quer fazer antes de morrer.- Eu... Não tenho nada a ver com isso. – tentei fingir desinteresse.- Deveria. Tem seu nome escrito aqui.Porra! Claro que eu devia dizer não. Era o correto a fazer. Mas eu queria muito ler o que ela escreveu sobre mim.- Eu vou perguntar para ela e com certeza me dirá. – falei.- Duvido. Se você não quer, posso tentar a mãe dela. Aposto que Michelle vai querer ler isto.Desgraçada dos infernos. Acho que eu poderia convidar Vi para torturarmos e matarmos com a nova inimiga dela juntos.- Se você está dizendo isso, creio que o conteúdo possa prejudicar Vi de alguma forma.- Sim, com certeza.Fui pegar o papel e ela puxou a mão, me deixando com o os dedos no ar.- Ok, o que você quer em troca?Ela sorriu enigmaticamente. E iss
- Sim, talvez eu esteja apaixonado por ela... – confessei, andando de um lado para o outro, passando as mãos nos meus cabelos, nervosamente. – Mas como eu posso ter certeza se é amor o que eu sinto?Porra, você é o meu pai! Pode me explicar, por favor, que merda está acontecendo comigo? Porque eu não estou bem. Tenho a impressão de que fui enfeitiçado. Uma mulher gostosa me deu o número dela e eu sequer abri o celular para ver.Só para constar, eu tenho o apelido de Virgínia como senha no meu celular e na tranca do cofre do hotel, pai. Claro que dizer aquilo seria assinar a minha sentença de morte por ele.- Sente-se... Acalme-se. – meu pai falou, talvez percebendo que eu estava em desespero.- Não tem como você amá-la, entende? Está gostando de comê-la... Só isso. Lembra quando você ficava de pau duro o tempo todo com aquela garota, que chegou a ir ao médico achando que não era normal?Assenti, com a cabeça.- Então... É como isso. Passou, lembra? Tudo se resolveu depois, com outras
Julia Gostosa: “Desculpe, gostoso. Acho que bebi demais ontem. Acordei agora, com a cabeça latejando e sem você na minha cama. Esta noite estarei esperando, sóbria e preparada para tudo fazer tudo que você gosta.”Senti meu estômago embrulhando subitamente. E as lágrimas já não eram mais de felicidade e sim de dor. Por que doía daquele jeito, como se meu coração estivesse se quebrando em mil pedaços?Francis estava dormindo com outra mulher enquanto me chamava de “minha Vi”, “meu amor”... Ele tinha feito uma tatuagem para mim e o meu apelido era a senha do celular dele. Que tipo de pessoa conseguia ser tão insensível e sem sentimentos, levando em consideração somente o sexo e os desejos físicos?Talvez eu significasse algo para ele. Mas ainda assim ele continuaria a dormir com todas as mulheres que aparecessem na sua frente. Simplesmente porque ele era aquele tipo de homem: canalha.Peguei uma roupa e vesti rapidamente. Tive vontade de socá-lo enquanto dormia tão lindamente sobre aque