Assim que acabou a cerimônia, nos encaminhamos para a área que receberia os convidados para o jantar.Procurei Francis com meu olhar, mas não o encontrei. Mas assim que chegamos à nossa mesa, ele estava lá, já sentado. Levantou-se e cumprimentou todos. Quando recebi o beijo no rosto, senti sua barba levemente crescida, fazendo cócegas na minha pele. O cheiro dele nunca mudou. Ela usava o mesmo perfume desde a adolescência. E ainda era o que eu escolhia para ele. Agora ele tinha opção de escolher outro aroma, mas ainda assim preferiu ficar com o que eu gostava.- Você está linda, Vi! – ele disse olhando nos meus olhos.- Você também, Francis. – retribui o elogio, sinceramente.Ele balançou a cabeça, sorrindo e sentou-se. Logo meu pai começou a falar com ele sobre o trabalho como juiz. E eu fiquei ali, observando-o, com o rosto apoiado no braço, sem conseguir prestar atenção em uma única palavra do que meu pai dizia.O jantar foi servido. Para minha sorte, era comida italiana. Tive medo
Senti sua ereção sob a calça e o toquei, provocante. Logo senti suas mãos nas minhas coxas, subindo suavemente, trazendo junto todo tecido do vestido. Quando chegou na calcinha, ele tocou minha intimidade sob o minúsculo tecido rendado, sentindo a umidade excessiva.- Gostosa... – murmurou enquanto os lábios beijavam meu pescoço sem pressa.- Arranca logo, Francis... – pedi, como se aquilo precisasse acontecer sempre que estivéssemos juntos.Habilidosamente ele rasgou as laterais, retirando com facilidade a calcinha enquanto guardava no bolso.- Continua habilidoso em arrancar calcinhas... Quantas... Arrancou mesmo? – apertei as nádegas dele com toda minha força.Ele gemeu:- Mulher, você é muito ciumenta... Juro que me comportei.- Então prove isso... E me come, do jeito que eu gosto, Francis.Ele foi até a fenda do vestido, rasgando-o até a altura da cintura:- Não fiz amor enquanto estive longe de você... Só sexo. Porque amor eu só faço com você, Vi.- Francis... Seu louco... Meu p
Passamos o domingo mais perfeito de todos. Não lembro de quando eu fui tão feliz na vida... A não ser em dias que estive ao lado dele.Perto das 16 horas meu pai foi até meu quarto. Quando entrou, não ficou impressionado em ver Francis deitado na minha cama, de roupa, é obvio.- Imaginei que quando encontrasse um de vocês, encontraria o outro também. – ele disse.- Oi, pai. – falei temerosa.Nos últimos tempos, meu pai estava muito ciumento. E o tempo que passei com Dom o senhor Yan me deu muita dor de cabeça.- Querida, nosso voo sai às 18 horas. Precisamos ir logo ou vamos nos atrasar.- Pai, esqueci completamente. – falei, preocupada, não sabendo por onde começar a organizar minhas coisas em tão pouco tempo.- Yan, eu posso levar Vi embora. Vim de carro. Seria... Um prazer.- Não duvido que seria um prazer, Francis. – ele balançou a cabeça.- Não vai perguntar as reais intenções dele comigo, papai? – ironizei.- Claro que não... Eu já sei quais são. As piores possíveis, não é mesmo
Ária tinha razão. E eu não podia deixar meu sono tirar a sanidade que ainda existia em mim. Furiosa, deixei meu apartamento e fui dormir na casa do meu pai. Por sorte ele e Grécia tinham saído.Acordei já era sete horas da noite. Dothy ainda estava sonolenta quando a peguei e fomos até o carro, dispostas a voltar para nossa casa.Assim que desci em frente ao meu prédio, perguntei:- Que acha de jantarmos pizza, Dothy?Ela lambeu minha mão e eu entendi como um “sim”.Subimos pelo elevador e quando chegamos em casa tudo parecia estar em paz. Nenhum som vindo do apartamento de cima.- De que adianta, não é mesmo Dothy? Agora não estamos mais com sono... Posso apostar que vou passar a noite acordada.Liguei pedindo uma pizza e fui tomar banho antes da entrega. Coloquei só um roupão por cima do corpo e não sequei nem penteei meus cabelos, deixando-os úmidos.A campainha tocou. A pizza chegou exatamente na hora, o que era raro de acontecer. Cheguei na sala e Dothy estava se esfregando enlou
- E o que a gente faz, Francis? – perguntei, incerta.- Não acho que eles mereçam que a gente vá... Mas... A criança não tem culpa. Se precisam de dinheiro... Ou qualquer coisa que possamos fazer para salvar a vida do nosso irmão, devemos fazer. Eu odeio Michelle, tanto quanto odeio meu próprio pai. Mas... Eu nunca quis a morte dela.- Eu também não... É minha mãe, por mais mal que tenha me feito. Não há perdão para tudo que ela fez... Mas concordo que o bebê não é culpado de nada. É uma vida inocente... Gerada por pessoas cruéis.- Vamos para Primavera, Vi.Troquei de roupa rapidamente e o encontrei no carro dele. Partimos imediatamente para o Hospital de Primavera.Discutimos no caminho as possibilidades do que poderia acontecer e como agiríamos. Mas por mais que conversássemos a respeito, era uma situação delicada. Minha mãe e o pai dele teriam um filho juntos... Na verdade, outro, porque já tinham Liam. Eu não sei se teria apego a criança como tinha com Liam, mas igual era meu irm
Era uma peça com algumas estantes envidraçadas, contendo medicamentos. Rezei para que logo alguém entrasse ali. Certamente era a farmácia do hospital.Ele permaneceu segurando minha boca. As lágrimas caíam pelo meu rosto. Não acredito que aquilo ainda não havia acabado. Colocou-me contra a parede, me obrigando a encará-lo:- Você não só me fez perder meu melhor amigo. Também o fez me socar... Até eu não aguentar mais. Levei alguns pontos para fechar os cortes. Tudo por sua culpa... Uma vagabunda que me custou caro.Eu não tinha como falar para me defender, pois permanecia com a boca tapada pela mão dele. Marcelus certamente estava de plantão, pois vestia o jaleco branco. Tentei soltar meu corpo, fazendo força e empurrando a perna em direção a ele, mas foi inútil. Ele era muito forte.- Eu paguei caro por você, Virgínia. Muito caro... E no fim, só tive problemas. Sua mãe me enganou.Eu continuava tentando me desvencilhar inutilmente. Comecei a bater minhas costas na parede, tentando fa
- Francis, o que passou, passou. Não vamos voltar ao passado. Que tal lembrarmos do tempo que ficamos juntos... Desde sempre? – propus. – Afinal, se formos contar, o tempo que ficamos separados um do outro simplesmente é nada frente ao que estivemos lado a lado.- Eu aceito sua proposta. Até porque, não podemos negar que isso nos fez bem... De alguma forma. Não sei você, mas eu sempre soube que no final, ficaríamos juntos.- Houve momentos que não tive certeza se isso aconteceria. Mas nunca desisti de lutar por você.- Como quando jogou a garota na piscina? – ele riu. – Ou quando colocou algodão doce na cara de Joice?- Eu sempre fui ciumenta com você... Mesmo quando éramos só amigos. Depois que decidi que seria meu... A coisa só piorou.Ele começou a rir:- Com assim “você” decidiu que eu seria seu?- Sim... Eu decidi isso. Quando fomos para o Motel com Tereza.- Sabe quando “eu” decidi que você seria minha?- Quando?- Quando larguei Dothy num quarto de Motel e fui atrás de você...
Ninguém ficou muito impressionado de ver eu e Francis entrando juntos. Acho que nem percebiam muito quando chegávamos separados, porque eles só nos viam juntos lá dentro. E como não sabiam de nada, mesmo quando acompanhados, viram Francis e Virgínia dançando Your Love e deixando seus pares. Os mais velhos seguiam lá, firmes e fortes, talvez com mais de trinta ou quarenta bailes de Primavera nas suas histórias.Tenho lembranças de todos eles... E em cada uma delas, aquela mão que segurava a minha, firmemente, estava lá, ao meu lado. Mesmo quando Your Love não significava nada e era só uma música, como outra qualquer, que nos divertia enquanto nossos pais, juntos, aproveitavam a festa.Fiquei me perguntando quem venceu as apostas sobre mim e Francis. Quem perdeu... No fim, saímos de Primavera, mas Primavera não saiu de nós. Porque todos os anos estávamos ali... E não era só por obrigação. Já era por vontade própria, como se aquilo não funcionasse se não estivéssemos ali, a cada ano, ven