- Eu quero... Mil vezes eu quero... Ser sua mulher, sua melhor amiga... O amor da sua vida... E estar todas as noites na sua cama.- Depois que tive você na minha cama, nunca mais quis saber de outra mulher, senhorita Virgínia Hernandez. – ele sorriu.Francis colocou o anel e a aliança no meu dedo. Fiquei observando a pedra enorme e brilhante no meu dedo.Nossos olhos se encontraram, naquela madrugada de sábado para domingo. Só havia nós dois ali, no nosso pergolado, nossa eterna casinha da infância, onde levávamos nossos brinquedos e simulávamos sermos casados desde sempre. E agora estava a um passo de se tornar realidade.Acho que amei Francis a minha vida inteira. Não só como amigo... Mas como homem, como minha alma gêmea. Tentaram nos separar de todas as formas. E conseguiram. Mas ninguém contava que a morte de Irina, que nos afastou de vez, seria também capaz de nos unir para sempre. Porque ela sempre acreditou em nós. E esteve presente ao longo da nossa vida, certamente perceben
- Estou indo, Vi.“- Quem é?” – ouvi a voz feminina do outro lado da linha antes de ele desligar.- Francis, você fez eu empatar a foda do homem... Que porra!Ele gargalhou:- Isso é melhor que jogar na piscina, algodão doce na cara ou colocar o nome dele num cachorro. Fazer o homem deixar a mulher na cama, quase meia noite, por causa da ex. Quero ver ele se explicar para ela depois... Estou vingado do meu ciúme. – ele me olhou de relance.- E eu estou bem. Já passou e não sinto mais nada.- Exatamente por isso é preocupante. Não adianta argumentar. Você vai ao médico.- Eu... Estou sem calcinha, porra! De novo.- Meu amor, desta vez eu entro com você... E nada nem ninguém vai me impedir, ou eu mando fechar o hospital, acredite.Olhei para ele e fiquei temerosa. Não por ele ameaçar fechar o hospital se não entrasse comigo. Mas o motivo pelo qual eu me senti mal novamente, como no dia do baile. Enjoo, tontura... Sim, sintomas de gravidez. Mas foi a segunda vez que tive aquilo, num inte
Francis foi pagar e César não aceitou de forma alguma. E ainda deu um algodão azul de presente para Francis.- Espero que o próximo desejo seja mais fácil. – Francis avisou, quando entrou no carro.- Só fale comigo depois que eu comer tudo, Francis. Não quero perder tempo falando... Só quero saborear vagarosamente. – fechei meus olhos, extasiada.Pensei que voltaríamos para casa, mas não. Francis seguiu por uma estrada secundária, que dava na parte mais remota da cidade. Era como se fosse uma zona rural de uma cidade minúscula.- Sabe onde está indo? – perguntei.- Sim. – ele disse firmemente.Pegamos a estrada de terra e andamos uns cinco quilômetros. Observei os campos verdejantes, árvores frondosas, cultivo de flores maravilhosas. Até o cheiro ali era melhor. Não havia poluição. Eu amava o centro de Noriah. Mas não era um lugar tranquilo para criar filhos, embora com mais recursos.Francis parou o carro e me olhou:- Sinto muito, mas tenho um trabalho para você.- Como assim?- Um
- Como assim, Francis? Por que fez isso?- Eu... Recusei já faz uma semana. O julgamento é amanhã. Então... Precisava lhe contar.- O motivo... Não entendo... – fiquei confusa.- Vi... Você sabe que eu sempre quis estar neste cargo para ser justo. A ética sempre esteve em primeiro lugar tanto na vida quanto no meu trabalho. Talvez foi por isso que cheguei tão longe. Por acreditar e propagar aos quatro cantos o quanto é importante ser justo, de todas as formas, mesmo sabendo o quanto isso é difícil. Por mais que eu tentasse ser neutro, você sabe que eu não conseguiria. Eu já chegaria lá com o objetivo de condená-la. E certamente a uma pena talvez bem maior do que ela realmente merecesse... Sei o quanto Michelle foi horrível. E de todas as atrocidades que ela cometeu. Mas eu não posso julgá-la pelos crimes que ela cometeu por toda a vida. Não posso sentencia-la por ter feito cirurgias no amor da minha vida, na minha melhor amiga, aos dezesseis anos de idade. Não posso sentencia-la por e
Eu não conseguia conter meu sorriso bobo. Estava imensamente feliz. E via um Francis ansioso. Foram anos esperando por aquele momento... Quase uma vida inteira.Meu pai, lindamente vestido, beijou meu rosto e entregou minha mão à Francis, dizendo baixinho:- Faça nossa diabinha feliz, Francis.- Minha felicidade depende da dela, Yan... Sua preciosidade é também a minha... Não existe maior amor do que o que eu sinto pela sua filha.Senti uma lágrima rolando pelo meu rosto:- Francis, seu idiota, vai fazer eu acabar com a maquiagem antes mesmo de iniciar este casamento. – reclamei.Como se não fosse suficiente um beijo, meu pai deu outro, na mesma face que não havia beijado antes.Francis, quebrando os protocolos, como sempre, abaixou-se e beijou minha barriga antes de dar um beijo na minha testa. Ok, ele nunca havia beijado minha testa antes... Não que eu lembre.A cerimônia foi rápida, como pedimos. Era só um enlace oficial e mostrar ao mundo o quanto nos amávamos.Era difícil não me
Sim, aquela era a nossa música. E não poderia ser nenhuma outra a não ser ela. Uma música antiga, que quase ninguém escutava a não ser nos bailes de Primavera, mas que só nós dois sabíamos o quanto ela era importante para nós. E não só pela letra... Simplesmente porque um dia ela tocou em algum momento importante que estávamos juntos e quando percebemos, fazia parte do nosso mundinho de algodão doces, visitas noturnas entrando pela janela, baladas...Nossos corpos se encontram, afastados pela minha enorme barriga, que trazia nosso filho.- Me diga que está tudo bem... E que ela não lhe fez nada de ruim.- Ela não pode mais me fazer mal, Francis.- “Eu só quero usar seu amor esta noiteEu não quero perder seu amor esta noite.” – ele falou, me puxando o máximo que conseguiu para perto de si, cantando no meu ouvido.- Amo quando você canta para mim, Francis. – confessei.- Amo você, Vi.- É tão bom ouvir Your Love e não ser obrigada a dança-la porque é o baile de Primavera. – comecei a r
A pediatra disse:- Papai vem comigo. Vou pesá-lo, medi-lo enquanto você e os familiares poderão assistir a tudo. A mamãe agora vai se recuperar um pouco e logo estarão os três no quarto, juntinhos. – falou carinhosamente.Então vi meu filho sendo levado no colo de um papai completamente bobo, que não desgrudava o olhar dele um segundo. Sorri, imensamente feliz. Apesar do cansaço físico, eu não sentia mais dor. Porque a felicidade era tão intensa dentro de mim que não tinha espaço para nada ruim.Antes de sair na porta, Francis disse:- Amo você, Vi... Fica bem. Estaremos esperando-a... Nós dois.- Amo vocês. – falei emocionada ao adicionar um “s”.Ele saiu na porta e voltou:- Dom... Vem conosco?Dom riu:- Isto é ciúme?- Não acha que vou sair e deixá-lo com minha mulher, não é mesmo?Dom balançou a cabeça e foi com ele.Assim que não vi mais Francis e Francisco comecei a sentir dor.- Preciso de algo para dor. Sem eles ao meu lado eu não sou tão forte. – confessei.A doutora riu:-
- Eu... Trouxe isso. – Michelle me mostrou uma margarida na mão.- Eu... Não estava louca. Vi você... O que quer?- Vim lhe trazer uma flor. – ela disse, sem se aproximar.- Você quer me dar uma flor? – perguntei confusa. – Tem... Veneno nela? Leite?- Acha que eu faria isso?- Acho... Quer dizer, tenho certeza.Michelle olhou para os presentes que estavam em todos os lugares no quarto. Foi até a janela e abriu o vidro, jogando fora a flor.Fiquei olhando para ela, que disse com ar de deboche:- Por que quereria uma simples margarida, não é mesmo?Ela estava tão próxima que eu senti seu perfume. Um leve tremor tomou conta do meu corpo:- O que você quer aqui? Vá embora... Ou vou chamar a polícia.- O que eu fiz? Vai dizer o que para a Polícia?- Que... Você entrou sem permissão.- Eu sou sua mãe, Virgínia, quer você queira, quer não.- Nunca foi... Por que isso agora? Fale de uma vez o que quer de mim e suma daqui.- Quero ver a criança. – falou em tom autoritário.- Está louca? Você.