Desci do carro me sentindo imensamente bem. Eu não sorria só com os lábios... Eu sorria por dentro também. Esperei um dia lindo de sol para dar a notícia a Michelle e Maurício. Escolhi um conjunto de blazer e calça pretos, com camisa branca por baixo. Os sapatos Prada eram novos em folha e tinham custado uma fortuna. Guardei-os para uma ocasião especial, que ainda não tinha acontecido até aquele momento. Mas aquele dia era uma ocasião pra lá de especial.Bati na porta. Michelle Miller atendeu. Me olhou dos pés a cabeça, dizendo:- O que faz aqui? Já vendi a casa. – virou as costas e entrou, me deixando ali, parada.Empurrei a porta e entrei, mesmo sem ser convidada. Ela já estava com seus pertences em caixas. A barriga havia crescido muito e ela andava devagar e por vezes colocava as mãos nas costas, parecendo sentir dor ou desconforto.- Você está horrível. – falei.- Obrigada... – ela sorriu sarcástica.- Maurício, além de pobre, meteu um filho em você. Deixou-a gorda... Feia. Seus
Me olhei inúmeras vezes no espelho antes de sair. Particularmente eu achava que vermelho me deixava bem. Assim que saí do quarto, Ária disse:- Está linda, Virgínia. Vai chamar mais atenção que a própria noiva.Eu ri divertidamente: - Fala isso porque não viu Andréia com o vestido de noiva. Eu vi uma foto que ela me mandou... Ficou absurdamente linda.- Eu posso apostar que esta produção toda é para um certo juiz...- Imagina, Ária. Eu jamais faria isso. – pisquei, pegando a pequena bolsa dourada. – Combina?- Claro, amiga.O look com vestido vermelho foi complementado com sapatos e bolsa dourados, bem como acessórios da mesma cor.Depois da prova do vestido de madrinha com os acessórios, organizei tudo na mala.Como Noriah Norte ficava longe e demandava muito tempo para ir de carro, fui de avião com meu pai e Grécia. Para minha surpresa, Liam não convidou nossa mãe, nem o pai biológico, Maurício.Eu nunca havia andado de avião na vida. Entre idas e vindas, sempre em Noriah Sul e por
Assim que acabou a cerimônia, nos encaminhamos para a área que receberia os convidados para o jantar.Procurei Francis com meu olhar, mas não o encontrei. Mas assim que chegamos à nossa mesa, ele estava lá, já sentado. Levantou-se e cumprimentou todos. Quando recebi o beijo no rosto, senti sua barba levemente crescida, fazendo cócegas na minha pele. O cheiro dele nunca mudou. Ela usava o mesmo perfume desde a adolescência. E ainda era o que eu escolhia para ele. Agora ele tinha opção de escolher outro aroma, mas ainda assim preferiu ficar com o que eu gostava.- Você está linda, Vi! – ele disse olhando nos meus olhos.- Você também, Francis. – retribui o elogio, sinceramente.Ele balançou a cabeça, sorrindo e sentou-se. Logo meu pai começou a falar com ele sobre o trabalho como juiz. E eu fiquei ali, observando-o, com o rosto apoiado no braço, sem conseguir prestar atenção em uma única palavra do que meu pai dizia.O jantar foi servido. Para minha sorte, era comida italiana. Tive medo
Senti sua ereção sob a calça e o toquei, provocante. Logo senti suas mãos nas minhas coxas, subindo suavemente, trazendo junto todo tecido do vestido. Quando chegou na calcinha, ele tocou minha intimidade sob o minúsculo tecido rendado, sentindo a umidade excessiva.- Gostosa... – murmurou enquanto os lábios beijavam meu pescoço sem pressa.- Arranca logo, Francis... – pedi, como se aquilo precisasse acontecer sempre que estivéssemos juntos.Habilidosamente ele rasgou as laterais, retirando com facilidade a calcinha enquanto guardava no bolso.- Continua habilidoso em arrancar calcinhas... Quantas... Arrancou mesmo? – apertei as nádegas dele com toda minha força.Ele gemeu:- Mulher, você é muito ciumenta... Juro que me comportei.- Então prove isso... E me come, do jeito que eu gosto, Francis.Ele foi até a fenda do vestido, rasgando-o até a altura da cintura:- Não fiz amor enquanto estive longe de você... Só sexo. Porque amor eu só faço com você, Vi.- Francis... Seu louco... Meu p
Passamos o domingo mais perfeito de todos. Não lembro de quando eu fui tão feliz na vida... A não ser em dias que estive ao lado dele.Perto das 16 horas meu pai foi até meu quarto. Quando entrou, não ficou impressionado em ver Francis deitado na minha cama, de roupa, é obvio.- Imaginei que quando encontrasse um de vocês, encontraria o outro também. – ele disse.- Oi, pai. – falei temerosa.Nos últimos tempos, meu pai estava muito ciumento. E o tempo que passei com Dom o senhor Yan me deu muita dor de cabeça.- Querida, nosso voo sai às 18 horas. Precisamos ir logo ou vamos nos atrasar.- Pai, esqueci completamente. – falei, preocupada, não sabendo por onde começar a organizar minhas coisas em tão pouco tempo.- Yan, eu posso levar Vi embora. Vim de carro. Seria... Um prazer.- Não duvido que seria um prazer, Francis. – ele balançou a cabeça.- Não vai perguntar as reais intenções dele comigo, papai? – ironizei.- Claro que não... Eu já sei quais são. As piores possíveis, não é mesmo
Ária tinha razão. E eu não podia deixar meu sono tirar a sanidade que ainda existia em mim. Furiosa, deixei meu apartamento e fui dormir na casa do meu pai. Por sorte ele e Grécia tinham saído.Acordei já era sete horas da noite. Dothy ainda estava sonolenta quando a peguei e fomos até o carro, dispostas a voltar para nossa casa.Assim que desci em frente ao meu prédio, perguntei:- Que acha de jantarmos pizza, Dothy?Ela lambeu minha mão e eu entendi como um “sim”.Subimos pelo elevador e quando chegamos em casa tudo parecia estar em paz. Nenhum som vindo do apartamento de cima.- De que adianta, não é mesmo Dothy? Agora não estamos mais com sono... Posso apostar que vou passar a noite acordada.Liguei pedindo uma pizza e fui tomar banho antes da entrega. Coloquei só um roupão por cima do corpo e não sequei nem penteei meus cabelos, deixando-os úmidos.A campainha tocou. A pizza chegou exatamente na hora, o que era raro de acontecer. Cheguei na sala e Dothy estava se esfregando enlou
- E o que a gente faz, Francis? – perguntei, incerta.- Não acho que eles mereçam que a gente vá... Mas... A criança não tem culpa. Se precisam de dinheiro... Ou qualquer coisa que possamos fazer para salvar a vida do nosso irmão, devemos fazer. Eu odeio Michelle, tanto quanto odeio meu próprio pai. Mas... Eu nunca quis a morte dela.- Eu também não... É minha mãe, por mais mal que tenha me feito. Não há perdão para tudo que ela fez... Mas concordo que o bebê não é culpado de nada. É uma vida inocente... Gerada por pessoas cruéis.- Vamos para Primavera, Vi.Troquei de roupa rapidamente e o encontrei no carro dele. Partimos imediatamente para o Hospital de Primavera.Discutimos no caminho as possibilidades do que poderia acontecer e como agiríamos. Mas por mais que conversássemos a respeito, era uma situação delicada. Minha mãe e o pai dele teriam um filho juntos... Na verdade, outro, porque já tinham Liam. Eu não sei se teria apego a criança como tinha com Liam, mas igual era meu irm
Era uma peça com algumas estantes envidraçadas, contendo medicamentos. Rezei para que logo alguém entrasse ali. Certamente era a farmácia do hospital.Ele permaneceu segurando minha boca. As lágrimas caíam pelo meu rosto. Não acredito que aquilo ainda não havia acabado. Colocou-me contra a parede, me obrigando a encará-lo:- Você não só me fez perder meu melhor amigo. Também o fez me socar... Até eu não aguentar mais. Levei alguns pontos para fechar os cortes. Tudo por sua culpa... Uma vagabunda que me custou caro.Eu não tinha como falar para me defender, pois permanecia com a boca tapada pela mão dele. Marcelus certamente estava de plantão, pois vestia o jaleco branco. Tentei soltar meu corpo, fazendo força e empurrando a perna em direção a ele, mas foi inútil. Ele era muito forte.- Eu paguei caro por você, Virgínia. Muito caro... E no fim, só tive problemas. Sua mãe me enganou.Eu continuava tentando me desvencilhar inutilmente. Comecei a bater minhas costas na parede, tentando fa