Miguel caminhava pelas ruas movimentadas de Paris, com um disfarce cuidadosamente montado para se misturar à multidão. Vestia um casaco longo e carregava uma pasta com documentos falsos, prontos para enganar qualquer um que precisasse. Seu alvo era um pequeno restaurante no Marais, onde o traidor da organização costumava se reunir com contatos.Ele já havia estudado os horários e os hábitos do homem, sabia como abordá-lo e o que dizer. A missão parecia simples no papel, mas Miguel sabia que qualquer deslize poderia ser fatal.Enquanto caminhava, sentiu a presença invisível da organização. Não havia dúvida de que estava sendo monitorado; eles queriam garantir que ele estava obedecendo. A pressão era esmagadora, mas Miguel não podia errar.Antes de seguir para o restaurante, Miguel parou em uma esquina mais isolada e pegou o telefone descartável que usava para tentar se comunicar com Clara. Digitou rapidamente:"Clara, como você está? Por favor, me responda. Estou preocupado."Esperou a
Miguel continuava encarando o telefone em silêncio, a falta de resposta de Clara pesando mais do que qualquer ameaça que já enfrentara. Ele fechou os olhos e respirou fundo, lutando para não deixar o medo tomar conta. Algo estava errado, mas ele não podia arriscar movimentos precipitados.Pegou os documentos comprometedores e os espalhou sobre a mesa. Os nomes, os números, as transações – tudo era evidência suficiente para destruir a organização. Se caíssem nas mãos certas, poderiam desmantelar todo o esquema. Mas Miguel sabia que, se a organização sequer suspeitasse que ele guardava esses papéis, sua vida acabaria.Precisava de um plano.Miguel passou horas pensando, até que uma ideia surgiu. Pegou uma pasta idêntica à que havia usado para guardar os documentos e a encheu com papéis irrelevantes: folhetos antigos, páginas de revistas e contratos falsificados. Certificou-se de que, à primeira vista, parecessem autênticos.Então, levantou o colchão da cama do apartamento e colocou os d
Miguel sentia o peso da tensão crescer a cada dia. O silêncio de Clara ainda o incomodava, mas não era só isso. Desde que entregara o vídeo da destruição dos documentos, notara pequenas mudanças no comportamento das pessoas ao seu redor – contatos que antes eram breves em suas interações agora pareciam mais inquisitivos.No apartamento, sentia-se constantemente vigiado, mesmo quando estava sozinho. Os movimentos da organização eram quase imperceptíveis para os desatentos, mas Miguel havia passado anos entendendo suas táticas. Algo estava diferente, e ele sabia o que isso significava: eles desconfiavam dele. A quantidade de pessoas junto com ele para uma tarefa que ele resolveria sozinho também era um fator que ele questionava.No fim da tarde, enquanto andava por uma rua movimentada, Miguel recebeu uma ligação inesperada. O número não estava registrado em seu telefone descartável, mas ele atendeu, hesitante."Fique atento, tentarão te matar” disse a voz do outro lado.“Gabriel, é você
Miguel sentia o peso da tensão crescer a cada dia. O silêncio de Clara ainda o incomodava, mas não era só isso. Desde que entregara o vídeo da destruição dos documentos, notara pequenas mudanças no comportamento das pessoas ao seu redor – contatos que antes eram breves em suas interações agora pareciam mais inquisitivos.No apartamento, sentia-se constantemente vigiado, mesmo quando estava sozinho. Os movimentos da organização eram quase imperceptíveis para os desatentos, mas Miguel havia passado anos entendendo suas táticas. Algo estava diferente, e ele sabia o que isso significava: eles desconfiavam dele. A quantidade de pessoas junto com ele para uma tarefa que ele resolveria sozinho também era um fator que ele questionava.No fim da tarde, enquanto andava por uma rua movimentada, Miguel recebeu uma ligação inesperada. O número não estava registrado em seu telefone descartável, mas ele atendeu, hesitante."Fique atento, tentarão te matar” disse a voz do outro lado.“Gabriel, é você
O som da chuva batendo contra a vidraça preenchia o silêncio do pequeno café no centro da cidade. Clara ergueu o olhar do seu caderno de anotações quando a porta se abriu, trazendo uma rajada de vento frio e um homem de presença avassaladora. Ele era alto, com cabelos castanhos desordenados que combinavam com a barba rala. Os olhos, de um azul intenso, pareciam explorar cada canto do espaço antes de pousarem nela."Com licença," disse ele, a voz grave e carregada de uma confiança desarmante. "Este lugar está ocupado?"Clara engoliu em seco, percebendo que a mesa onde estava era a última vaga no café lotado. Com um aceno de cabeça, apontou para a cadeira à sua frente. Ele sorriu de lado e sentou-se, ajeitando o sobretudo molhado com movimentos precisos."Obrigado," murmurou, antes de abrir um livro desgastado e começar a ler.Mas Clara não conseguia desviar os olhos dele. Algo no jeito como ele parecia alheio ao ambiente a intrigava. Ela tentava voltar ao seu trabalho, mas as palavras
Clara não conseguia parar de pensar no estranho encontro da tarde passada. Miguel, com seu charme enigmático e olhar hipnotizante, parecia ter deixado uma marca indelével nela. A noite foi longa, repleta de pensamentos inquietos e fragmentos de diálogos imaginários. Quando o sol finalmente rompeu o horizonte, ela sabia que precisava focar.Mas o destino tinha outros planos.Estava debruçada sobre o computador, revisando um capítulo de seu novo romance, quando a campainha do apartamento tocou. Não era comum receber visitas, ainda mais tão cedo. Clara levantou-se, curiosa, e abriu a porta apenas para encontrar um pequeno envelope dourado sobre o capacho.Sem remetente. Apenas seu nome, escrito em uma caligrafia elegante e firme.Intrigada, ela abriu o envelope. Dentro, havia um convite minimalista com um endereço e horário para aquela mesma noite. Abaixo, uma assinatura curta: Miguel Duarte.Clara hesitou. Qualquer pessoa em seu lugar descartaria o convite, mas algo na memória de seus o
Clara não conseguiu tirar Miguel de sua mente. Mesmo depois de voltar para o conforto do seu apartamento, sozinha com o silêncio e as paredes que conheciam seus segredos, ela não conseguia parar de pensar nele. A noite havia sido uma mistura de encantamento e confusão, e seu coração ainda batia mais rápido sempre que lembrava de seu toque, da suavidade com que ele a conduziu pela praça, e daquela última troca de olhares, carregada de intenções não ditas.Ela tentou se concentrar no seu livro, mas as palavras se desfaziam diante de seus olhos, como se as páginas estivessem falando de algo muito distante, enquanto ela mesma se afundava em um mar de pensamentos sobre Miguel. Mas ele ainda estava em sua vida, e, como um imã, parecia atraí-la a cada instante.O telefone sobre a mesa de café vibrou, interrompendo sua reverie. Era uma mensagem de Miguel."Clara, me permita a chance de lhe mostrar algo mais. Eu gostaria de passar mais tempo com você. Que tal amanhã, no mesmo lugar?"Ela olhou
O toque de Miguel foi como um choque elétrico que percorreu cada centímetro do corpo de Clara. Ele estava tão perto que ela podia sentir sua respiração, quente e constante, contra sua pele. Seu coração batia como um tambor, e todas as suas defesas, meticulosamente construídas ao longo dos anos, começaram a desmoronar."Clara..." Miguel sussurrou novamente, sua voz carregada de desejo, mas também de uma angústia que ela não conseguia decifrar.Por um instante que pareceu uma eternidade, Clara sentiu-se atraída para ele como uma mariposa para a chama. Mas algo em seu interior gritou para que parasse. Não era medo – era a intuição de que havia algo de errado, algo que ele ainda não estava revelando."Miguel, eu..." ela começou, mas suas palavras foram interrompidas quando ele se afastou abruptamente, como se tivesse percebido a mesma linha invisível que ela sentira."Desculpe," disse ele, passando a mão pelos cabelos em um gesto nervoso. "Eu não deveria ter feito isso. Não quero que você