O carro parou em frente a porta bege da mansão que agora tinha uma decoração completamente diferente. Ela colocou os pés no chão, mas sentiu como se ainda não os tivesse tocado em nada. Não havia uma única mala quando ela andou em direção a casa, sem se despedir do motorista fiel que por tantas vezes a levou para todos os lugares da cidade. Os olhos tristes e cansados fitaram a sala com o grande tapete de onças. As cores douradas por todos os lugares a fizeram pensar que estava na casa errada. Felipo Rossi desceu as escadas abraçado a duas mulheres praticamente sem roupas. – Então você finalmente resolveu aparecer por aqui! – Para você ver. Ao que parece, há lugares piores que o inferno. – Eu imagino o que você estava fazendo. E eu imagino o que ele fez a você. Agora você aprende.– Eu não tenho o que aprender, mas você sim. As suas rotas estão uma merda. – Então que bom que você voltou, irmãzinha! – Ele andou até ela, e então a encarou. – O que o don andou fazendo com vo
Enquanto subia as escadas, o telefone da garota passou a tocar como louco. Ela estava tão bêbada que quase caiu da escada ao buscar pelo aparelho no bolso da calça apertada. – Alô? – Ela falou mais alto que o necessário.Leoni Messina praticamente afastou o celular do ouvido para não correr o risco de ficar surdo, mas a ideia de que ela estava em um lugar que não deveria o deixava profundamente irritado. O homem dentro de uma limusine ordenou ao soldado que fizesse a volta. Ele deveria ir para outro lugar agora. – Giulia, que merda você esta fazendo? – Eu estou curtindo a minha vida. A vida que você destruiu. – Para de drama e sai dai agora. – O que? Não... – Ela falou da mesma forma embriagada que ele conhecia tão bem. – Eu acabei de chegar. Eu vou desligar! – Esse território é perigoso, garota. Para de ser teimosa! – Eu não sou teimosa. Você que é! – ela riu. – Me deixa em paz. – Eu estou indo ai te buscar agora. Fica exatamente aonde você está!Ela riu alto, olha
Giulia Rossi deixou que os olhos fossem inundados de lágrimas. Ela não podia contar a verdade, ou perderia a única família que havia restado. – Eu não sei. – Ela abraçou o corpo. O homem se levantou e a tocou no rosto. – Eu sei que você esconde algo de mim, e eu vou tirar de você, Giulia. Não importa como eu tenha que fazer isso! – Eu não sei. – Ela deu de ombros. – Ele parecia prestes a fazer algum tipo de exame. Eu não sei... – De quem foi a idéia? – De que? – De ir até aquela merda de lugar. – De ninguém. Nós só... – Não se preocupe em me contar, amor. Eu vou saber. Leoni Messina saiu da água e arrancou as roupas. Deixando que o corpo musculoso invadisse a retina da garota, agora, tentada para agarra-lo. Ele, no entanto, parecia completamente indiferente a ela. A nudez... O que havia acontecido? Por que ele não a estava agarrando como costumava fazer? – Não se preocupe com isso. Foi idéia minha. – Não foi! Eu sei que você é imprudente e quer se matar, mas não
O vestido rosa claro a fazia sentir-se como um algodão doce. As outras mulheres em frente do altar pareciam tão felizes, embora não fosse igual para a noiva tradicionalmente atrasada. Giulia Rossi encarou os rostos das pessoas cinicamente sentadas nos bancos da igreja como as mais inocentes almas que já pisaram em solo sagrado. A verdade é que não havia um único inocente naquele lugar. Ela observou a impaciência do noivo que provavelmente a puniria por aquela maldita demora, e então, encarou o relógio grande preso acima de uma elaborada coroa de flores rosas e amarelas. Giulia Rossi sabia bem o que a Alessandra Stone havia feito para ela, e considerava o casamento a pior das punições. Ela não tinha motivos para destrui-la além do que o próprio marido se encarregaria de fazer quando estivesse a sós na primeira noite de pesadelo. Giulia andou em direção aos camarins, torcendo para que a mulher não tenha fugindo tão perto do altar. Alessandra Stone de certo era uma cretina, mas defin
Giulia seguiu firme até que a cerimônia acabasse. Logo, todos os convidados foram direcionados aos carros que os levariam ao salão de festas. Não estava nos planos do don Leoni Messina que aquela festa fosse parte da sua noite, no entanto, ele sentia que não ficaria em paz sem que pudesse explicar-se sobre as atividades daquela tarde.Giulia Rossi o viu aproximando do carro e então avançou com mais rapidez, esperando que pudesse fugir o quanto antes daquele homem. – Para o carro! – Ele ordenou. Nada se moveria sem que ele ordenasse para que fosse feito, e aquilo a deixou ainda mais enfurecida. Giulia Rossi direcionou-lhe um olhar enviesado, mas ele ainda a adorava assim. – O que você quer comigo! – Você tem que saber por mim, e não por outra pessoa. Quem quer que fale com você essa noite, pode te dizer algo que eu tentei esconder de você por muito tempo, Giulia Rossi. Ela ergueu uma sobrancelha questionadora. – Não tenho que saber nada sobre você, Sr. Messina. Nada que ve
Os olhos mareados de tristeza não conseguiam apagar o desejo por vingança que a jovem Rossi sentia com intensidade, dentro do peito que só batia apaixonado para Leoni Messina. Ela estava tão cansada de ser sempre enganada por aquele homem. O que mais ele guardava? Quais segredos ela ainda tinha que descobrir sobre aquele maldito mafioso? Giulia Rossi andou até o salão de festas decorado com flores em demasiado. Ela passou direto por homens que ofereceram-lhe a mão em uma das clássicas danças lentas. Os pés calçados com sapatos dourados pararam diante da mesa de bebidas, enquanto ela tentava se afogar numa taça de vinho seco fino.Alessandra Stone ainda exibia o mesmo olhar de nojo que fizera quando conheceu o marido pela primeira vez. O vestido decotado exibia mais que a metade dos seios fartos, e o velho mal podia esperar estar a sós com ela, para consumar o casamento. Para a jovem mulher, no entanto, não poderia haver o ritual dos lençóis brancos manchados de sangue, simbolizan
As pessoas sentaram-se as mesas dispostas pelo salão. Tudo parecia conspirar perfeitamente bem, mas Leoni Messina não estava com paciência para espetáculos. A única coisa que o fizera continuar na festa não estava sob seus olhos vigilantes. Ele estava habitualmente irritado, mas naquela noite, parecia louco e agitado, ansiando pelo instante em que ela reapareceria pelo salão.A boca seca o deixava irritado, então, ele agarrou um copo de qualquer bebida que passou em uma bandeja, cujo garçom meramente ignorado estava levando para outras mesas. A luz se apagou, e ele ainda manteve o olhar gélido sobre o espetáculo tão próximo de começar. Estar na mesa da frente nada queria dizer para ele. A donzela da máfia que fosse se apresentar naquela noite, em busca de um casamento vantajoso, seria tão entediante quanto todas as outras que passaram pela mesma pista de apresentações. A silhueta do corpo perfeito fez com que ele se ajeitasse na cadeira. Ele previamente podia reconhece-lo, embo
Ele abriu a porta espalmando a mão grande. No instante em que Giulia Rossi gritou alto, ele a acertou com um tapa forte no meio da nadega esquerda. – Não me toque! – Ela ordenou. Ele a jogou no chão. – Não te tocar aonde exatamente? – Em qualquer parte! Ele esfregou o rosto transtornado. – O que você pensa que esta fazendo? Se isso for para chamar a minha atenção... Giulia, eu vou acabar com você! – Não quero chamar a sua atenção. Eu não preciso! Ela se levantou, passando a andar com um certo requinte de sensualidade oculto apenas pela forma odiosa com que ela o olhava. – O que você quer dizer com não precisa? – Bom, você não viu? Acho que eu consigo um homem essa noite! Ele avançou sobre ela, com toda a fúria que por diversas vezes tentou guardar para si mesmo. – Você não vai se casar com ninguém! Ela sorriu quando sentiu a parede contra as costas expostas. – E quem falou em casamento? Ele pareceu momentaneamente confuso. Leoni Messina era perspicaz o bastante p