As pessoas sentaram-se as mesas dispostas pelo salão. Tudo parecia conspirar perfeitamente bem, mas Leoni Messina não estava com paciência para espetáculos. A única coisa que o fizera continuar na festa não estava sob seus olhos vigilantes. Ele estava habitualmente irritado, mas naquela noite, parecia louco e agitado, ansiando pelo instante em que ela reapareceria pelo salão.A boca seca o deixava irritado, então, ele agarrou um copo de qualquer bebida que passou em uma bandeja, cujo garçom meramente ignorado estava levando para outras mesas. A luz se apagou, e ele ainda manteve o olhar gélido sobre o espetáculo tão próximo de começar. Estar na mesa da frente nada queria dizer para ele. A donzela da máfia que fosse se apresentar naquela noite, em busca de um casamento vantajoso, seria tão entediante quanto todas as outras que passaram pela mesma pista de apresentações. A silhueta do corpo perfeito fez com que ele se ajeitasse na cadeira. Ele previamente podia reconhece-lo, embo
Ele abriu a porta espalmando a mão grande. No instante em que Giulia Rossi gritou alto, ele a acertou com um tapa forte no meio da nadega esquerda. – Não me toque! – Ela ordenou. Ele a jogou no chão. – Não te tocar aonde exatamente? – Em qualquer parte! Ele esfregou o rosto transtornado. – O que você pensa que esta fazendo? Se isso for para chamar a minha atenção... Giulia, eu vou acabar com você! – Não quero chamar a sua atenção. Eu não preciso! Ela se levantou, passando a andar com um certo requinte de sensualidade oculto apenas pela forma odiosa com que ela o olhava. – O que você quer dizer com não precisa? – Bom, você não viu? Acho que eu consigo um homem essa noite! Ele avançou sobre ela, com toda a fúria que por diversas vezes tentou guardar para si mesmo. – Você não vai se casar com ninguém! Ela sorriu quando sentiu a parede contra as costas expostas. – E quem falou em casamento? Ele pareceu momentaneamente confuso. Leoni Messina era perspicaz o bastante p
A garota apontou uma arma como a verdadeira agente de uma guerra suicida. O soldado parado na porta nunca deixaria qualquer outra pessoa passar, mas Giulia Rossi nunca deveria ser machucada, e ele não teve outra escolha além de abrir a porta. Ninguém no mundo desejava o fim do último soldado que ousou atirar nela. Era a segunda vez que a mulher fugia em menos de um mês em sua prisão. A brisa da rua chegou como uma lufada de ar puro, que ela já não sentia a muito tempo. Ele nunca ousou tocar nela sem que permitisse, e o problema fora justamente esse. Giulia Rossi não podia negar-lhe fazer amor, e a cada vez que o sentia dentro dela, também provocava dor ao coração, como se este sangrasse violentamente. Ela não podia mais perdoa-lo. Ela não podia mais submeter-se a maldita humilhação, mas tão logo se viu livre e já estava cercada por todos os lados outra vez. Ela sabia que nunca teria paz desde que decidiu entregar-se a ele, mas nunca imaginou que viveria o próprio inferno. A mulh
Eles dançaram juntos durante a festa o tempo todo. Leoni Messina sentiu-se toca-la cautelosamente nas costas nuas. Giulia Rossi ainda tinha a mesma postura de dama da sociedade perfeita, mas os olhos da garota estavam longe de transmitir qualquer sentimento de calma ou paz. Ela não parou um único instante de olhar para os lados. Parecia apavorada, como se pretendesse impedir que qualquer mal se abatesse sobre o mafioso que amava. Ele a segurou pelo queixo, roubando-a a atenção desejada quando notou como a mulher ainda mantinha a tensão ao encarar a porta de entrada. – Não se preocupe com nada. Vai ficar tudo bem com você. Ela ainda manteve os olhos lateralizados, como se não pudesse se descuidar. Uma das mãos ainda estava caída ao lado do corpo, cuidadosamente colocada em cima da arma presa a cinta liga. – Eu não estou preocupada comigo. Ele analisou cada detalhe daquela cena. O homem mal podia tirar os olhos dela, enquanto via a forma com a qual ela parecia querer protege-lo
Ele lhe disse algo obsceno no ouvido, quando Giulia Rossi arqueou a cabeça para trás, num riso intenso. Leoni Messina praticamente colou os olhos no pescoço fino e liso da futura esposa, com o desejo de o prender com as mãos e torce-lo até ver os doces olhos se revirarem sem o ar, e só então ele a soltaria para não correr o risco de perde-la. Era tão possessivo quanto apaixonado por ela, embora não quisesse admitir. Para um mafioso, estar apaixonado representava tudo de ruim. Sequestros, descuido, vulnerabilidade, e por isso, ele jamais poderia aceitar, ainda que o peito gritasse internamente para que ele falasse o mais alto que podia. Giulia Rossi o encarou com o semblante feliz que logo a deixou, abandonando o que parecia ter se tornado a noite mais mágica para ela. – O que foi? – Giulia Rossi o viu encher-se de tensão. A forma como o pomo de Adão se moveu a deixou ainda mais aflita. Giulia Rossi esperou pela resposta, nas Leoni Messina ainda insistia em continuar parado ali,
– Senhor, Leoni Messina, nós já estamos aqui a noite toda. Ainda quer insistir nisso? – O investigador bateu contra a mesa, encenando o policial ruim que o agrediria se pudesse. Leoni Messina o encarou, ainda usando o terno caro levemente sujo. De alguma maneira, ele estampava o mais cordial riso nos lábios perfeitos. O homem enfiou as mãos no terno e tirou um charuto do bolso interno. – Você quer? – Ele ousou oferecer. – Isto não é uma reunião com os seus amigos mafiosos. Leoni Messina riu baixinho, ironizando as péssimas tentativas de arrancar-lhe algo. – Mafiosos? Não, eu não conheço nenhum mafioso... – A voz jocosa era tão sensual que o fez parecer ter prazer no interrogatório. – Não conhece? – O homem arrancou fotos de dentro de um envelope e os jogou sobre a mesa. – O que é isso? Leoni Messina inclinou-se levemente para a frente, visualizando as imagens espalhadas próximas a uma das mãos que repousava sobre a mesa. Ele voltou a dar mais uma tragada do charuto, e a reco
A cama parecia tão vazia dentro do apartamento. Giulia Rossi cheirou o pequeno urso de pelúcia de coelho que Leoni Messina cuidadosamente havia deixado em cima da cama, preso a uma berinjela. Ela sorriu, embora os olhos estivessem inundados de lágrimas. A jovem nem mesmo sabia o que estava fazendo ali ou o motivo para perdoa-lo tão fácilmente, mas caíra nos braços dele outra vez, apenas para voltar a ficar longe. Havia tanto cansaço da noite não dormida, dos prantos que serviram-lhe como desabafo. A mulher se levantou da cama e jogou o robe cor de rosa claro sobre os ombros, o vestindo lentamente. O banheiro parecia sempre o melhor amigo depois que o amado havia sido preso. Dois dias sem ele pareciam uma eternidade. – Giulia? – Lucca Messina praticamente invadiu o quarto, sem pedir permissão. – Aonde você está? Giulia Rossi estava debruçada sobre o vaso sanitário quando subitamente escancarou a porta. – Eu estou aqui. – Você está vestida, não esta? Eu não quero que o meu irmão
Giulia Rossi ainda não tinha uma única protuberância na barriga quando fechou o zíper do vestido vermelho que o Leoni Messina mais gostava. Ela colocou sapatos nudes de bico fino e enfiou o envelope dentro da bolsa. O coração batia tão forte, que ela podia jurar que qualquer um no mesmo ambiente poderia ouvi-lo claramente. Ela entrou no carro e seguiu em direção ao presídio, ao lado do homem que havia se encarregado de que ela não fugiria ao final daquele encontro difícil. Giulia Rossi parecia ter esquecido de como se respirava adequadamente, enquanto tentava criar formas para contar ao noivo sobre o bebê que estava por vir. Quando o carro parou, ela suspirou longamente, e então viu a porta se abrir. Ainda tinha muita hesitação nas pernas que se recusavam a ir ao encontro do mafioso. Giulia Rossi, no entanto, tomou coragem e se levantou devagar, cuidando para que não acabasse tropeçando e caindo. Se estar grávida de um mafioso parecia-lhe difícil, perder o bebê seria um grande pes