SOU LÉSBICA SIM!
Eufóricos os repórteres registravam cada frase e os paparazzi se encarregavam de fotografar as duas belas jovens. Todos providenciavam que a notícia fosse publicada no mundo inteiro — Esta garota é demais! — gritou um repórter sentindo que seria ela a libertar jovens do armário — Serei um deles — sorriu seguindo para agência.
O pai de Donna lia o jornal furioso — Ligue para essa pervertida! — sua carreira política, seus colegas! Sua mente estava perturbada — Fale que eu não quero vê-la nunca mais! Tenho um nome a zelar— ele gritava com sua mulher que chorava em silêncio — Faça o que estou mandando! Quero ver como vai viver agora. “De amor lésbico” — murmurou se afastando com o jornal debaixo do braço, sentando-se no sofá — Sou um miserável mesmo!
Na mansão da família Adams todos encaravam o assunto de forma natural— O nosso papel como pais é apoiar a nossa filha Meg — disse o senhor Pet.
Meg pegou o jornal olhando em silêncio por alguns minutos e disse:
—Sinto orgulho de nossa família, meu amor.
Enquanto conversava Donna descia a enorme escada com um belo corrimão banhado a ouro com os olhos lacrimejando — Mamãe me ligou, papai não me quer mais em casa, depois que leu os jornais.
Anne respondeu:
—Não é o fim do mundo. Ele é um homofóbico!
O Sr. Adams levantou-se olhando para elas — Em que século esse homem vive? — para surpresa de todos disse:— Não se preocupe Donna. Ficará conosco! Terá a mesma educação de Anne.
A senhora Meg a segurou pelos ombros — Providenciarei que termine seus estudos e se prepare para a vida. Seja bem vinda à família Adams, não se preocupe ficará muito bem conosco.
Orgulhosa dos pais Anne os abraçou emocionada — São os melhores! Farei questão que todos saibam disso.
Donna disse:
—Não pode levar isso a público.
—Por que não?
—Porque o meu pai é político e isso pode prejudicá-lo.
Anne deu um sorriso irônico — Veja o que fez com você! Ele se preocupou com isso? Não diga que não posso, porque eu posso e vou fazer. Ele vai falar o que quando perguntarem sobre você? Que está viajando? Donna você será vista o tempo todo ao meu lado.
Uma semana depois Anne resolveu fazer uma surpresa ao pai no centro financeiro de Los Angeles — Vamos almoçar com ele depois podemos ir ao cinema —Anne pediu que os seguranças deixassem os paparazzi e jornalistas se aproximarem —Avise que quero que seja ao vivo.
Donna tinha que superar mais um desafio pela frente.
—Anne obrigada por ser gentil com a imprensa. Será ao vivo, como solicitou. É verdade que a senhorita Donna está morando com sua família? — era uma repórter de mais ou menos 25 anos, magra de olhos verdes.
—Era tudo que eu queria — murmurou Anne respondendo: — Vivemos em um século moderno e de pessoas civilizadas. Tenho os melhores pais do mundo! Já não posso dizer de um homem que declara ser inteligente e sábio diante sua política— ela riu ironizando — O pai de Donna é tão covarde que mandou sua mulher ligar para ela, informando que não a queria mais na família. É um homofóbico! Que pai faz isso? Despreza a filha como um bicho sem valor ou moral. É uma mercadoria que comprou e devolve porque não gostou? — olhou para as câmeras em sua direção— Homofobia é crime! Desprezou seu bem maior. Sua filha! Ao saber que ela saiu do armário, fechou a porta e disse que não a queria mais na família. Ela não precisa de você! — Anne gritou — Então o voto do gay não é válido? O homossexual não é gente? — com aquela reportagem Anne chamava a atenção dos eleitores homossexuais —Donna está muito bem comigo; a amo e somos felizes. Meus pais dão todo apoio e carinho que ela precisa.
—Os seus pais aceitaram? Como é encarar esse tipo de preconceito?
— Donna estuda no mesmo colégio que eu, e está fazendo cursos. Quem você acha que paga? O pai dela? O preconceituoso? Donna não precisa dele! Passo por cima do preconceito, sem dor e piedade. Como já falei tenho os melhores pais do mundo —virou-se para se afastar, quando uma pergunta a chamou atenção.
—Anne você não tem medo da sociedade? Por mais que vivemos em um século moderno, além do preconceito, tem a violência. Algumas pessoas dizem que você só faz isso porque é rica.
—Que se dane toda sociedade racista preconceituosa e essa m*****a homofobia. Desde criança meus pais me ensinaram que o medo pertence aos fracos. Nasci para viver livre não trancada com medo do que vão dizer ou achar. Somos livres! Todos os afrodescendentes, que sofrem com o racismo, homossexuais, transgêneros, os bissexuais, com homofobia. Temos que gritar para o mundo, que somos seres humanos, com um diferencial: amamos, somos inteligentes e respeitamos o mundo e sua natureza e não somos covardes. Não tenho o porquê não viver e assumir os meus sentimentos. Faria o mesmo, minha moral não está na riqueza. O amor não tem preço. Conheço políticos e padres que criticam e condenam os homossexuais. Vamos analisar que na igreja a pedofilia é rotina. Na política a corrupção é fato. Já fiquei com algumas filhas de políticos e sobrinhas de padres. Virou-se para Donna — Meu amor, perdão pelo comentário, foi necessário.
A transmissão da jovem polêmica estava sendo ao vivo — Continuem com essa entrevista! A audiência é a melhor possível —disse o chefe de uma emissora local, por telefone.
—Anne não se acha muito jovem para amar? Você é muito jovem para declarar amor. Você um dia vai participar do programa na emissora dos seus pais. O grande debate? Você desafiando a igreja e...
Ela o interrompeu:
—Desafio? Se quiserem interpretar dessa forma que seja. Estou pensando em um debate bem interessante. Senhores, o amor tem idade? Sejam felizes! Chega de sofrer! Ser homossexual não é crime. Crime é ter homofobia — ela sorriu — Tenha uma boa tarde e respeite nossa privacidade — ela se afastou ouvindo:
—Vocês são dignas meninas! Contem com a imprensa!
SOU LÉSBICA SIM! A carreira do pai de Donna acabara de ir para o buraco. Ele estava se candidatando a deputado — Como podemos ter um homem público preconceituoso? Abandonou a filha! Não o quero no meu partido —declarava o líder do partido pelo o qual estava se candidatando — Corte a verba da campanha. Ligue para os nossos líderes de partido e peça para que façam o mesmo. Não podemos ter os Adams como inimigos. Donna sentia pena do pai —Anne… — ela olhava a revista que exibia a foto do seu pai —Ele vai me odiar. Foi expulso de todos os partidos. Faça algo! —Que diferença faz? Uma pitada de ódio a mais… Vamos! Ele não pensou nos seus sentimentos. Piedade não! Ela pensava na mãe—Mamãe é totalmente submissa a
SOU LÉSBICA SIM! Anne parou diante a borda passando as mãos nos cabelos —O que você acha que eu sou? Se quiser continuar comigo, procure me aceitar como sou. Adapte-se a minha vida. Sei que é difícil sair sem privacidade Donna. Você já viveu algo parecido, quando esteve com Brady. Faz parte da minha vida os repórteres e paparazzi. Falo sem me preocupar com a sociedade preconceituosa — ela saiu colocando um roupão — Minha vida sempre foi assim! Amanhã iremos cedo a Paris. Organize suas coisas. Se precisar de ajuda chame Scott— secava os cabelos—Quantas garotas não dariam tudo para estar comigo? — estava magoada, não conseguia ser gentil. Donna tinha que tentar tê-la de volta — O que devo fazer para me perdoar? Pensei em tudo, e vejo que v
SOU LÉSBICA SIM! Donna estava obcecada pelo trabalho e estava sempre viajando, permitindo que Anne a traísse cada vez mais — Brady eu fecho os olhos para as traições de Anne. Veja onde estou com você! Não deveria ter aceitado esse encontro, você me maltratou demais. Ele tirou sua roupa — Deixe as mágoas de lado e me tenha. Uma semana depois Donna estava na América do Sul - Pode chamar a Anne, por favor, Scott? —Ela foi almoçar com Valentina— ele escutou o telefone ser desligado. Donna provava para o seu pai que ser lésbica não era ser uma fracassada. Estava trabalhando e ganhando muito dinheiro. Era sempre ignorada quando o procurava — Papai, por favor... — escutava sempre o telefone ser desligado. Chorava
SOU LÉSBICA SIM! A senhora Meg se reunia com os seus mais importantes advogados no escritório da mansão—Sarah Capplly não é apenas uma cliente é uma amiga. Irei designar alguns de vocês para as empresas Cappllys, Donna acompanhará vocês ao Canadá. A mente de Donna estava confusa. Tinha alguém que não iria gostar da ideia. Scott observava Anne nadar por horas na piscina — Boa tarde senhora Adams. —Onde está a minha filha? Scott apontou da janela da sacada para a piscina — Parece que vai competir nas olimpíadas. Nada há horas. Ela dava várias voltas incansáveis na piscina —Anne saia um pouco. Preciso... Ela saiu da piscina dizendo com o dedo apontado para o seu rosto — Nem pense que irei deixá-la ir
SOU LÉSBICA SIM! Anne Adams brilhava na primeira para gay em Nova York. Havia sido vista na Broadway, Times Square e pelos famosos restaurantes. Os jornais exibiam a bela jovem em primeira página e ainda diziam: — “Essa parada gay jamais será a mesma. Anne Adams a jovem mais rica do mundo e polêmicas com suas declarações, compareceu no mais luxuoso carro na parada. Não estava com a amada, segundo informações Donna estava a negócios no Canadá.” Anne viu o helicóptero pousar, ficou observando Donna descer —Uma executiva linda! — O que espera para uma boa recepção? — Scott sorriu. Anne abraçou Donna beijando na presença de todos — Saudades! — Meu amor! — sentia seu cheiro penetrar sua alma - Como é bom
SOU LÉSBICA SIM! No dia seguinte avisou a Scott que ficaria na cama até tarde — Traga o meu café e só me incomode se for algo muito importante. Ligação de ninguém — voltou para a cama sentindo o cheiro de Donna — Essa não! —levantou foi para o quarto dos pais. — O que houve? — Scott mande trocar todos os lençóis —entrou no quarto lembrando quando era criança, que corria pela manhã para ficar com os pais, antes de saírem para as empresas. Scott havia sido chamado na sala de monitoração — Senhor tem essa jovem que insiste em ver a senhorita Anne. Scott olhou sem acreditar — Stella! Mande-a esperar — ele seguiu para o quarto —Stella está aguardando autorização para entrar na mansão. Anne levantou-se rá
SOU LÉSBICA SIM! Anne tinha cinco anos, quando seus avôs maternos e paternos morreram em um acidente aéreo. A senhora Celine Peale brincava com Anne no jardim ao lado da senhora Rebeca Capplly e Brady —Lembro que machuquei o joelho e vovó Celine me abraçou e disse que iria cuidar de mim —Anne abraçou a mãe, que estava emocionada— Não quero te perder nunca mamãe! —quando criança era unida a Brady como dois irmãos — Quem mandou? Todos ficaram em silêncio. — Sarah Capplly! — exclamou Scott surpreso, quando um dos empregados se aproximou murmurando ao seu ouvido que a senhora Capplly estava chegando à mansão. Seguindo para porta principal da mansão para recebe-la com a sogra — Como vão senhoras? —Muito bem, Meg se encontra? — ela e
SOU LÉSBICA SIM! Donna se aproximou exibindo seu belo corpo— Meu corpo está faminto por você amor. —E por quem mais, ele estaria faminto se não fosse por mim? Donna mergulhou beijando-a na boca por longo tempo — Apenas por você! Sou apenas sua! —Não ouse ser mais de ninguém. A senhora Adams se orgulhava da irmã —Sarah e Brady vem passar o final de semana conosco. Donna observou Anne dizer: — Agora vocês vivem grudadas e ainda tenho que aturar Brady aqui? Ele não ia ao Brasil? — Anne ele é seu primo! —Donna se arrependera do que acabara de falar, preferia ter ficado calada. — Está com saudades dele? Não venha me dizer o que já sei. — Não amor! Desculpa não queria… — Anne não