CAPÍTULO 5

                                                         SOU LÉSBICA SIM!

Anne parou diante a borda passando as mãos nos cabelos —O que você acha que eu sou? Se quiser continuar comigo, procure me aceitar como sou. Adapte-se a minha vida. Sei que é difícil sair sem privacidade Donna. Você já viveu algo parecido, quando esteve com Brady. Faz parte da minha vida os repórteres e paparazzi. Falo sem me preocupar com a sociedade preconceituosa — ela saiu colocando um roupão — Minha vida sempre foi assim! Amanhã iremos cedo a Paris. Organize suas coisas. Se precisar de ajuda chame Scott— secava os cabelos—Quantas garotas não dariam tudo para estar comigo? — estava magoada, não conseguia ser gentil.

Donna tinha que tentar tê-la de volta — O que devo fazer para me perdoar? Pensei em tudo, e vejo que você tem plena razão. O meu pai não é digno de nada.

—Não critique minhas atitudes. Tenho 15 anos, preciso defender os meus sentimentos de pessoas como seu pai. Não é rebeldia de uma adolescente que deseja contrariar os pais. É minha vida! Minha liberdade! É o amor que me faz lutar pela vida. Sou lésbica sim! E não vou viver escondida do mundo. Luto pelos que não têm força.

—Sinto orgulho de você. Sou mais velha que você alguns anos e isso me deixa insegura— ela abraçou Anne sentindo seguranças em seus braços.

Anne a beijou — Esteja ao meu lado. Enquanto lhe amar será minha eterna namorada. A diferença de idade não importa. Ainda vou enfrentar muita gente pela liberdade de um povo injustiçado. A sociedade quer mudar os sentimentos das pessoas, por ignorância.

Martha entrou na sala advertindo:

—Senhoritas amanhã terão que acordar cedo. Os senhores Adams as esperam para jantar.

Anne concordou batendo continência.

Paris era a cidade preferida dos pais de Anne. Acordaram cedo— O que acha de navegar no rio Sena? —indagou o senhor Adams.

—Claro papai —Anne o beijou.

 Donna sentou à mesa olhando Anne sentada ao lado do pai. Vivia ao lado de uma pessoa surpreendente e sem papas na língua.

Os Adams tinham tirado umas férias em Paris— Quando se formar Donna, poderá trabalhar nas nossas empresas. Acredito que será uma excelente administradora e economista— dizia o Sr. Pet orgulhoso da nora—Anne será uma excelente advogada futuramente.

Anne participava daquele momento família em silêncio. Não pensava em trabalho no momento. Era ciente que um dia, teria que assumir um grande império —Não é o momento, eles vão viver eternamente ao meu lado — pensou admirando os pais que eram perfeitos e admiráveis.

Anos depois Donna passara a trabalhar nas empresas da família Adams — Donna iremos ao Iraque amanhã—comentou o senhor Pet assinando alguns documentos, entregando a sua secretária, Camille.

Donna se lembrou de Anne— Tudo bem— era vista por todos nas empresas como um membro da família Adams e respeitada como tal.

Durante o jantar o senhor Pet disse:

—Amanhã iremos ao Iraque.

Anne olhou séria para Donna —Você não!

—Ela sim! —respondeu seu pai—Donna é perfeita! Fala árabe fluentemente e tem o dom para persuadir. Tem grande talento para os negócios.

—Papai você não precisa de intérprete.

—Anne quando Donna pediu para trabalhar conosco, sabia que os nossos negócios estão espalhados pelo mundo. É uma excelente negociante e não vai me acompanhar como intérprete.

Olhou para sua mãe — Ela não precisa trabalhar.

—O trabalho enobrece o ser humano— disse Scott.

—Scott não é o momento para filosofar —Anne saiu da mesa para o quarto.

Donna a seguiu —Tenho que retribuir o que sua família faz por mim.

Com um ato furioso a empurrou contra a cama -Iria me contar quando estivesse chegando ao Iraque? Esqueceu que amanhã é aniversário da Raquel. Não tem que retribuir nada Donna.

—Fique calma. Não é o fim do mundo! Raquel é sua amiga e… Anne sua família tem um império admirável. Você como herdeira deveria se interessar pelos negócios.

Ela respondeu com um longo silêncio.

No dia seguinte Anne não levantou para acompanhar Donna até o helicóptero. Horas depois se levantou indo para piscina. O dia parecia longo sem Donna-Martha certifique se meu camarote está preparado. Hoje tenho uma festa na boate Streep. Quero água de coco, e as melhores dançarinas no meu camarote. É aniversário de uma amiga.

Scott riu — O que seria da minha vida sem você — ficou parado —Procure ficar discreta, Donna...

Ela o interrompeu:

—É aniversário da Raquel. E sua vida sem mim seria um tédio. Donna está viajando. Eu preciso alimentar minha alma.

—Anne, é uma boate para adultos.

—É! Hoje será fechada para a festa dela. A boate é do pai de Raquel. Ela prometeu que será fechada ao público, ou seja, não haverá paparazzi.

—Anne!

A noite prometia mais popularidade à boate após a presença de Anne Adams — O camarote está em ordem — certificava-se o gerente da boate.

Antes da festa começar, os seguranças da família Adams faziam as últimas verificações do ambiente —Tudo, tem que estar perfeitamente gelado e nada de fotógrafos.

—Alguma irregularidade? — perguntou o gerente a Martha.

- Tudo ok.

Raquel selecionou seus convidados, não queria que nada chateasse sua amiga ilustre — Por favor, o que acontecer hoje à noite não sairá daqui— havia conversado com todos antes da chegada de Anne.

—Não se preocupe todos nós estamos aqui para conquistar a confiança de Anne Adams— confortou um dos convidados.

Anne chegara após todos os convidados.

Um dos seguranças aproximou-se— Ligação para senhorita.

Anne o olhou - Quem é?

—A senhorita Donna.

—Avise que estou no toalete — levantou-se.

—Aonde vai? — perguntou um dos amigos.

—Ao toalete!

Os convidados tentavam se aproximar de Anne — Raquel, ela não vai descer? Uma festa maravilhosa, vai ficar no camarim?

—Calma meninas. Anne acabara de chegar, deixa se instalar — sorriu se afastando.

 Anne juntou-se aos demais convidados. —Que bom vê-la, junto aos humildes —Raquel riu.

—Precisei admirar sua beleza de longe.

Com um sorriso tímido Raquel tentou disfarçar a “gentileza”.

Scott aguardava acordado, Anne chegar da boate — Bom dia!

—Scott já falei para não me esperar acordado -ela o beijou — Me leve para cama — seguiu segurando o braço do velho mordomo.

—Donna ligou diversas vezes.

—Scott procure dormir um pouco, não me chame por nada — fechou a porta, seguindo para o banho. Precisava daquela ducha nas costas. Fechou os olhos lembrando-se das meninas que beijara na boate— Isso é vida! — se envolveu na toalha indo para a cama, por onde ficou até o fim da tarde.

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