CAPÍTULO 4

                                                          SOU LÉSBICA SIM!

A carreira do pai de Donna acabara de ir para o buraco. Ele estava se candidatando a deputado — Como podemos ter um homem público preconceituoso? Abandonou a filha! Não o quero no meu partido —declarava o líder do partido pelo o qual estava se candidatando — Corte a verba da campanha. Ligue para os nossos líderes de partido e peça para que façam o mesmo. Não podemos ter os Adams como inimigos.

Donna sentia pena do pai —Anne… — ela olhava a revista que exibia a foto do seu pai —Ele vai me odiar. Foi expulso de todos os partidos. Faça algo!

—Que diferença faz? Uma pitada de ódio a mais… Vamos! Ele não pensou nos seus sentimentos. Piedade não!

Ela pensava na mãe—Mamãe é totalmente submissa a ele.

—É hora de sua mãe ter personalidade, você não acha? Donna, na vida não se pode admitir injustiça. Vamos para a aula e esqueça esse assunto. Caso sua mãe precise de algo, podemos ajudá-la.

—Não agrida os direitos das pessoas. Também não deixe que ninguém as ofenda — a senhora Meg conversava com as meninas— Respeite para ser respeitada.

Anne era respeitada por uma legião de fãs de várias idades. O mundo passava a respeitar mais os homossexuais. O casamento gay já não era mais um mito. As pessoas viam que eram capazes de reivindicar seus direitos.

A entrevista de Anne havia colocado o pai de Donna no fundo do poço —Estou arruinado! O partido não quer me apoiar mais na campanha. Aquela lésbica filha da p**a! O que vou fazer da minha vida? Estou falido!

Donna conversava com Meg— Saiu no jornal que o meu pai abandonou a política. Deve estar uma fera comigo. Anne não deveria ter falado nada —Donna imaginava o sofrimento de sua mãe.

—O que o seu pai fez não foi legal Donna. Amo minha filha e vou apoiá-la sempre — a senhora Meg observava Anne se aproximar.

— Alguém morreu? —Anne indagou sentando ao lado de Donna.

—Anne não quero que faça mais declarações em público.

Anne se irritou — Você está querendo me censurar? Tenho opinião própria Donna e ninguém vai me programar ou controlar minhas opiniões. Seu pai teve o que mereceu! Se quiser conviver comigo, me aceite!

—Suas declarações acabaram com a vida do meu pai!

A senhora Meg a olhou — Donna…

Anne a interrompeu:

—Mamãe, com sua licença — ela segurou o braço de Donna com força, levando-a para a sala de ginástica que ficava ao lado da piscina— Você está louca? Ele é um infeliz!

—Não fale assim. Ele me ama!

—Te ama? Ele disse em público que não tem filha. Eu, amo você! Ele a rejeitou!

Donna saiu deixando Anne falando —Não aguento mais!

Anne a seguiu falando em voz alta — Nunca mais me deixe falando sozinha! Se quiser mandarei o motorista levá-la ao aeroporto. Vá procurar seu papaizinho!

A senhora Adams disse:

—Chega, meninas! Donna seja maleável e entenda que agora você faz parte da família. Amanhã iremos a Paris cedo e vocês precisam se entender.

Anne seguiu para o quarto procurando manter sua raiva longe dos pensamentos — O que você quer, mamãe?

-Apenas ficar ao seu lado — afagou os cabelos da filha.

—Mamãe preciso ver Valentina, peça para preparar o carro.

 Valentina não via Anne há meses e ficou surpresa ao vê-la —Anne Adams! Quanto tempo! Anne fechou a porta passando a chave — Preciso de você.

—Em que posso ajudar? — ela não a encarava nos olhos — Já estou de saída.

Anne aproximou-se a beijando na boca — Ótimo! Vamos ao seu apartamento.

—Não podemos—sua boca foi calada com um beijo —Devo estar completamente louca!

Valentina dirigia com o pensamento na loucura que estava fazendo —Anne… — ficou em silêncio até seu apartamento —Quer algo? Uma água!

—Quero você! -Anne a conduziu para o quarto pequeno e confortável. Tirou suas roupas admirando seu corpo — Preciso de você! —após meia hora, Anne se levantou tomou banho, observando a timidez de Valentina por baixo do lençol —Me esperando?

—Pensando! — ela levantou vestindo um roupão colorido indo para cozinha. Sentiu Anne abraçá-la por trás, com as mãos dentro do roupão — Está na hora da senhorita ir embora — sentia sua respiração ofegante ao seu ouvido— Você é uma adolescente com os hormônios à flor da pele, eu já não sou mais uma adolescente… sei que estou errada. Não estou respeitando minha ética profissional.

Anne se afastou dizendo:

—Tenha uma boa tarde. Dane-se sua ética!

Valentina achou melhor deixá-la partir — Não posso continuar à disposição dela assim. Como sair dessa sem que ela faça algo? — andava de um lado para outro.

Anne seguiu em direção ao elevador — Por favor, chega de arrependimentos — entrou apertando o botão que dava acesso à garagem onde seu motorista a esperava.

Donna olhava o relógio impaciente — Por que está demorando tanto, Scott?

—Não se preocupe senhorita, a jovem Anne está chegando — se afastou murmurando — Mal agradecida!

Anne desceu do carro seguindo direto para o quarto— Scott a piscina está aquecida?

—Sim!

Ela se despiu seguiu direto para a enorme piscina que tinha em seu quarto— Não quero ser incomodada por ninguém — podia sentir seu desejo sedento de prazer — Preciso de horas nadando— murmurou ao entrar na piscina, ignorando a presença de Donna.

Scott colocou um roupão ao lado da piscina —Ela pediu para não ser incomodada — disse para Donna que estava sentada parada diante a janela.

Ela aproximou da piscina olhando Anne nadar de um lado ao outro— Podemos conversar? — sentou-se a borda da piscina.

—Estou em um momento sagrado, Donna — continuou dando suas braçadas impecáveis.

—Me desculpa. Fui incompreensiva com você.

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