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Capitulo 6 - Sombras do Passado

Claro, aqui está uma versão mais curta do trecho:

Narrado por Ryder

A ressaca me atinge forte. Faz dois anos que fui abandonado no altar, descobrindo que Priscilla estava grávida de outro. Hunter sabia, mas escondeu. Aquele dia me destruiu.

Agora, só me resta o rancho e a rotina.

No estábulo, após um banho, saio nu e dou de cara com Savannah. Seus olhos verdes me examinam, parando onde não deviam.

— Apreciando a vista, docinho? — provoco.

Ela fica vermelha e sai furiosa.

M*****a ruiva.

À tarde… Harper aparece para ver o cavalo.

— Ele está finalmente a 100%. Podem voltar a montá-lo sem preocupações.

Savannah e Hunter comemoram. Eu apenas solto um suspiro de alívio.

Então, Harper nos convida para o bar country de Creekville naquela noite.

— Uma banda muito boa vai tocar. Vocês deviam ir.

Savannah aceita na hora. Hunter assente. Isaiah entra na conversa e decide ir também. Eu não respondo.

No almoço, o assunto volta.

— E você, Ryder? Vai? — Isaiah pergunta.

Minha resposta é rápida e definitiva:

— Não.

Mas, como sempre, minha família não aceita um não. Todos insistem, até minha avó se anima. A única que não diz nada é Savannah. Ela só me observa, esperando.

E no final, eu cedo.

— Mas não quero ficar até tarde.

Mais tarde… Depois do jantar, todos começam a se aprontar. Eu coloco minha calça jeans escura, uma camisa preta justa e minhas botas desgastadas. Não faço muito esforço, mas pelo menos estou apresentável.

Lá fora, Hunter, Isaiah e eu esperamos junto da caminhonete. Harper já está lá também, usando um vestido simples e botas, o que claramente chamou a atenção de Hunter. Ele tenta disfarçar, mas seu olhar a segue.

Eu abriria a boca para provocá-lo se, naquele momento, Savannah não aparecesse.

E porra…

Ela estava diferente.

O vestido azul justo abraçava suas curvas, terminando um pouco acima dos joelhos, revelando suas longas pernas. O decote era discreto, mas ainda assim realçava seus seios fartos. Seus cabelos ruivos estavam soltos, caindo sobre os ombros, e a única maquiagem que usava era um leve realce nos olhos. Suas sardas estavam visíveis, e, por algum motivo, aquilo me chamou atenção.

Mas foi o colar que prendeu meu olhar.

Uma fina corrente de prata com um pingente.

A inicial C.

C de quê?

Minha expressão endurece.

Eu não deveria estar notando essas merdas.

Hunter solta um assobio baixo.

— Caramba, Savannah. Você tá tentando matar alguém?

Ela revira os olhos, mas sorri.

— É bom vocês conseguirem acompanhar no bar. Eu quero me divertir.

Subimos na caminhonete, e o caminho até Creekville é tranquilo, apenas o som do rádio preenchendo o silêncio.

No bar country… Assim que entramos, o cheiro de cerveja, tabaco e madeira envernizada invade meus sentidos. O bar está lotado. Homens de chapéu e botas jogam sinuca, mulheres dançam ao som da banda ao vivo, e o balcão está cheio de clientes pedindo drinks.

Assim que atravessamos o salão, percebo os olhares femininos sobre mim e meus irmãos.

Já estou acostumado com isso.

Mas não me importo.

Atravessamos o bar e encontramos Harper sentada em uma mesa.

— Achei que não viriam. — ela diz, sorrindo.

Sentamos, pedimos bebidas e logo Savannah e Harper estão na pista de dança.

A banda começa a tocar um cover de “Cowgirls”, e eu me recosto na cadeira, observando Savannah.

Ela se move no ritmo da música, seus quadris balançando de um jeito que atrai olhares masculinos.

Levanto e vou até o bar. Peço uma bebida mais forte e, logo, Louise, uma mulher recém-divorciada, se aproxima com um sorriso malicioso.

— Ryder Sawyer… Faz tempo que não te vejo por aqui.

Ela se aproxima mais do que deveria, sua mão roçando em meu braço.

— O que acha de a gente dançar? Ou talvez algo mais divertido? — ela sugere, sorrindo.

Reviro os olhos e solto um comentário sarcástico para afastá-la. Mas, antes que ela vá embora, meus olhos encontram Savannah na pista.

E ela está olhando direto para mim e para Louise.

Seu maxilar está travado.

E porra… Eu gosto disso.

Mas minha diversão acaba quando vejo Joe Williams se aproximar dela.

E, quando ele põe as mãos em Savannah sem permissão, a única coisa que enxergo é vermelho.

Sem pensar, me levanto e vou até eles.

Joe aperta sua cintura, ignorando o desconforto dela.

E então, minha paciência se esgota.

Com um único soco, ele está no chão, o nariz sangrando.

Seguro a mão de Savannah e a levo para fora.

E, enquanto caminhamos, percebo algo estranho.

Quando toquei nela, uma eletricidade me atingiu em cheio.

E isso… me fode ainda mais. 

O silêncio dentro da caminhonete é espesso como uma tempestade prestes a desabar.

Hunter dirige com as mãos firmes no volante, sua expressão séria. Isaiah está ao lado dele, olhando para fora da janela. Harper, no banco de trás ao meu lado, mantém os braços cruzados, a cabeça encostada no vidro, perdida em pensamentos.

E então tem Savannah.

Sentada ao meu lado, imóvel. Eu a sinto. Sinto sua respiração. Seu perfume. O calor do corpo dela tão próximo ao meu.

Minha mão ainda formiga por ter segurado a dela há poucos minutos.

O toque foi breve, mas intenso.

E a porra da eletricidade ainda corre por minha pele.

Me xingo mentalmente. Isso não deveria estar acontecendo.

Eu não deveria sentir nada.

Mas então olho pelo retrovisor e vejo Savannah. Seu rosto está levemente virado para a janela, como se tentasse esconder algo. Seus dedos apertam o tecido do vestido sobre as coxas, como se estivesse tentando se manter firme.

E algo dentro de mim se remexe.

Eu queria ter arrancado a cabeça de Joe Williams.

Eu ainda quero.

Se ele não tivesse parado depois do primeiro soco, eu teria acabado com ele.

Eu não dou a mínima para brigas. Já me meti em várias. Algumas justificáveis, outras nem tanto. Mas esta… Esta foi diferente.

Porque foi por ela.

E eu ainda não sei o que diabos isso significa.

Harper é a primeira a sair do silêncio.

— Obrigada por me trazerem de volta.

Hunter estaciona diante da casa dela, e ela se inclina para abraçá-lo rapidamente antes de abrir a porta. Então, para minha surpresa, ela se vira e me abraça também.

Fico rígido por um segundo antes de simplesmente aceitar.

— Obrigada, Ryder. — ela murmura.

Eu apenas aceno com a cabeça.

Assim que Harper entra em casa, Hunter volta a dirigir. O silêncio retorna, mais denso do que antes.

O rancho surge diante de nós.

Hunter e Isaiah são os primeiros a sair do carro. Eles murmuram algo sobre estarem cansados e seguem direto para dentro da casa, nos deixando sozinhos.

Savannah não se move.

Eu também não.

O motor já está desligado, a única coisa preenchendo o ar é a brisa quente da noite e o farfalhar das árvores ao longe.

A tensão entre nós é quase palpável.

Sinto quando ela respira fundo. Quando se vira ligeiramente para me encarar.

— Eu só queria… agradecer. — sua voz é baixa, hesitante.

Fecho os olhos por um breve segundo antes de soltá-los em um suspiro frustrado.

— Não precisa agradecer.

Abro a porta para sair, mas, antes que eu consiga, ela continua.

— Mas eu quero. Você me ajudou.

Eu paro, fecho a porta devagar e a encaro.

Ela me olha com aqueles malditos olhos verdes, cheios de algo que não sei nomear.

Eu odeio como ela consegue me bagunçar sem nem tentar.

— Você está bem? — pergunto, minha voz saindo mais grave do que eu esperava.

Ela pisca, como se não esperasse essa pergunta.

— Sim. — sua resposta é rápida demais.

Não sei se acredito nela, mas também não sou do tipo que insiste.

Sem mais uma palavra, saio do carro e bato a porta.

Mas Savannah faz o mesmo.

— Por que você está tão irritado? — sua voz me alcança enquanto caminho para o estábulo.

Paro no meio do caminho, cerro os punhos e me viro devagar.

— Eu não estou irritado.

Ela solta uma risada incrédula.

— Claro. Você está agindo como um cavalo selvagem prestes a dar um coice.

Cruzo os braços e a encaro.

— Olha, docinho, se quer discutir, escolheu a pessoa errada.

— Eu não quero discutir. — ela solta um suspiro exasperado. — Eu só quero entender por que você está assim.

— Assim como?

— Fechado. Mais do que o normal.

Solto uma risada curta e sem humor.

— Você está delirando. Eu sou sempre assim.

Ela estreita os olhos.

— Não. Tem algo diferente hoje. Você estava puto no bar.

Cruzo os braços, minha paciência se esgotando.

— Talvez porque eu não goste de ver idiotas colocando as mãos em uma mulher que claramente não quer ser tocada.

Ela hesita.

Mas não recua.

— E foi só por isso?

M*****a seja.

Ela sempre quer ir mais fundo.

Eu poderia simplesmente dizer que sim.

Que foi só por isso.

Mas algo dentro de mim me impede.

Minha mandíbula trava.

Meu coração b**e mais forte.

E então eu faço o que sei fazer de melhor.

Fecho a cara e me afasto.

— Boa noite, Savannah.

E, sem olhar para trás, desapareço na escuridão do estábulo.

Mas mesmo quando me deito na cama, no meio da penumbra do meu quarto, o eco do toque dela ainda está na minha pele.

E essa é a porra do meu problema.

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