Capitulo 3

Florence

Miami Beach me surpreende de várias formas. Quando o repouso terminou, me deu uma vontade de sair um pouco, aproveitei para ir a um clube no qual já estou acostumada, a festa seria tema branco e escolhi um vestido simples porem bonito. Depois de cinco copos de uísque e um cigarro de menta, me aparece um homem simplesmente maravilhoso.

Eu nunca tinha o visto por ali e também nunca tinha visto uma beleza igual a dele. Totalmente fora dos padrões de homens que eu me envolvo, sempre brancos e mauricinhos. É o que temos em Miami, mas como eu disse, esse lugar me surpreende.

Este homem em questão é negro, cabelo em corte militar, olhos escuros e intensos, educado, mas não muito. Aparentemente rico, pelo Rolex cravejado em seu pulso esquerdo. Sem aliança, um corpo enorme e muita altura, eu molhei na hora em que o vi naquele lugar. A voz dele, grossa, serena, sexy. Me molhei mais um pouco. Pouco depois do assunto desenvolver, o uísque dele chega e ele pede licença para ir ao banheiro. Quando volta, reparo um homem totalmente mudado e um uísque “fermentando”, ele cheirou no banheiro e colocou também no uísque, não vou dar assunto para homem drogado. Levantei, fui até o balcão, entreguei o dinheiro e saí decepcionada, pretendia levar ele pra um motel e fazer loucuras... cheguei em casa e Mike estava na cabine de Segurança da entrada. Não entendi o porquê, mas segui até a porta de casa.

Não tem ninguém aqui, é a folga de Isac. Fui até a adega e pequei um champanhe, uma taça, alguns morangos e segui até o quarto, arrumei tudo na beirada da banheira e me despi, acendi um cigarro mentolado e entrei na água quente e perfumada, liguei uma música e fechei os olhos. Viajei até sentir uma presença ao meu lado. O perfume de Mike invadiu meu nariz.

― Quer me matar de susto? – Falei com os olhos ainda fechados.

― Não, hoje não. O clube não foi bom? – Sentou-se na beira da banheira.

― Foi até interessante! – Abri os olhos e encarei o homem ao meu lado. – Conheci uma pessoa. – Soltei rápido.

― Sério? – Me olhou incrédulo, como se isso nunca tivesse acontecido.

Serviu uma taça de champanhe e adicionou dois morangos dentro, me entregando após tomar um gole.

― Sério, Mike. Mas não deu em nada o cara se trancou no banheiro pra se drogar antes mesmo de saber se eu era casada ou não. – Falei lembrando da cena.

Ele começou a gargalhar e eu joguei água nele com o pé.

― Olha, não estou brincando. – Falou prendendo o riso.

― Nem eu, pare de rir as minhas custas. – Vociferei.

― Impossível, o cara precisou de um incentivo pra FALAR com você. – Mais risos e eu jogo mais água nele.

― Florence, minha arma, vai molhar. – Falou tirando a arma do coldre e secando com uma toalha.

― Tire-a, tire logo essa roupa e entre aqui comigo. – Falei convicta.

Ele me olhou com olhar de predador e arrancou as roupas do corpo, entrou na banheira do lado oposto ao meu.

― Vai me usar para suprir a vontade que o drogado te deixou? – Provocou.

― Talvez eu use. – Passei o pé em seu abdômen até chegar em seu queixo.

― Talvez eu deixe você usar. – Passou as mãos nas minhas pernas.

― Você sempre deixa. – Coloco o pé no queixo novamente e ele alcança meu dedo maior com a boca, mordendo-o e lambendo. Isso só serviu para acender meu fogo que já estava em estado catastrófico, mais de duas semanas sem sexo, estava louca já.

Avancei até ele e montei em seu colo, senti sua ereção roçar no meu íntimo, poderia me encaixar ali mesmo, mas quero brincar, desci uma das mão e segurei, fiz alguns movimentos e ele abocanhou meu seio esquerdo, mordiscando o mamilo, lambendo e chupando, alternou para o outro e eu continuei no meu ritmo lento e preciso. Senti um dos braços dele envolver meu corpo e o outro mergulhar na água, levando a mão em direção a meu sexo que a essa altura já pulsava e babava. Os dedos dele entraram fáceis, só confirmando minha desconfiança de que estava encharcada, ele acompanhou meu ritmo e eu o dele, senti as contrações do início do orgasmo e acelerei minha mão, ele também acelerou a dele, a boca que estava em meu seio, procurou minha boca, mas como sempre, eu virei o rosto e não deixei que me beijasse, beijo na hora do sexo faz você se apaixonar e a paixão é sinal de fraqueza. Um pouco mais de movimentos de ambos e gozamos juntos, com gemidos desorganizados e descompassados.

Fui levemente levantada e ele ficou por cima de mim, me penetrando de vagar, depois de algumas bombadas, gozamos novamente e saímos dali, tomamos um banho normal e segui em direção a cama, me deitando nua mesmo, ele logo veio e deitou-se atrás de mim me abraçando.

― Porque você não me deixa te beijar? – Senti um pouco de frustração em seu tom de voz.

― Não é só você. – Expliquei – É com qualquer um. Já te disse que sentimentos de compaixão, amor, paixão e esses tipos, te fazem fraquejar em algum momento, você acaba fazendo coisas erradas e perde liderança e respeito.

― Florence, ninguém mais pensa assim...

― Por isso não temos muitos empresários de sucesso, vemos cada vez mais o mercado sendo mutilado por líderes incompetentes. Veja bem a situação de Dubai. Com apenas um homem, aquilo virou um país. Naquela cultura não existe sentimentalismo, apenas cargos e costumes, o cara tem várias esposas para que possam lhe dar herdeiros e apenas isto. Ninguém passa por cima dele. Se você quer crescer, se quer ser um líder, precisa saber deixar os sentimentos de lado, porque na hora de foderem com teu reinado, eles não têm nenhum sentimento.

― Tudo bem. Vamos fingir que esta conversa não existiu.

Não falei nada, apenas segurei sua mão em minha barriga e fechei os olhos. O dia amanhã vai ser longo e eu preciso descansar...

Levantei de manhã e Mike ainda dormia, fiquei olhando aquela cena por um bom tempo. Seria bom ter marido e filhos, mas eu colocaria a vida de todos em risco e para isso não acontecer, seriam privados da vida normal. Melhor deixar como está. Apesar de ainda precisar de um herdeiro...

Fui para o banheiro e fiz toda minha higiene matinal. Peguei um vestido Louis Vuitton Modelo lápis branco e um salto preto. Fiz uma maquiagem leve com um batom vermelho que é minha marca. Eu sem um batom vermelho, não sou nada. Um perfume e estava pronta, acordei Mike e desci para o café que já estava na mesa, dei bom dia a Isac e me sentei, olhando para o noticiário na Tv de frente a mesa. Mike se juntou a mim e terminamos o café dando um beijo em Isac e seguindo para a Russel. Tenho uma reunião hoje bem cedo com o conselho e depois mais algumas reuniões, seguindo um almoço com um CEO de uma empresa de matéria prima. Dia cheio, agenda cheia, cabeça cheia. Ainda preciso de uma atualização sobre a situação de Frank...

― E Frank? – Pergunto à Mike já no trânsito.

― Estamos evoluindo, ele está disposto a fazer um tipo de delação premiada. O que ele sabe em troca da vida e algumas outras coisas.

― Só a vida já basta. Está se comunicando com a família? – Ele assentiu e eu continuei – Ele sabe que é valioso, mas faremos o seguinte: mande cuidar dele e assim que estiver em condições de se locomover sozinho, solte-o, mas antes disto, darei um presente a ele. Me avise antes de dar essa ordem a seus homens, meu presente depende do estado crítico que ele se encontra agora.

― Sim senhora. E eu posso saber o que seria este presente?

― Querido, você não faz nem ideia? – Dou uma risada sarcástica – Você ainda tem muito o que aprender mesmo.

Meia hora depois e eu já estava reunida com o conselho e discutindo as melhores formas de nos reerguermos após uma grave crise que o país passou. Meus objetivos são lógicos, precisos e funcionais. Se eles querem gastar menos fazendo a empresa se tornar uma destruidora de meio ambiente, eles que se demitam. Eu não posso permitir nada disso, temos estrutura e dinheiro o suficiente para tratar todo nosso lixo químico tóxico. Eu não quero meu nome e o da minha empresa em jornais espalhados pelo mundo acusadas de poluir o meio ambiente. Essa galera do Green Piece, terraplanistas e aquecimento global, são bem chatos. Sem contar que a própria OMS entra no problema, porque afeta diretamente a saúde de milhares de pessoas. Seria um problema e dívida enormes com a justiça e sabe-se lá mais quem, porque os sócios e acionistas babacas não querem gastar alguns milhares de dólares em sustentabilidade.

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