Florence
Minha última reunião acabou e agora mais uma pessoa vem me ver e logo após uma breve conversa de apresentação nós iremos almoçar a conversar melhor.
Fui desperta de meus pensamentos quando Anne, minha secretária, me liga avisando que o Sr. Hawks chegou. O tal CEO.
― Sr. Hawks. É um imen... – Eu simplesmente travei quando me virei da janela para a porta e me deparei com o drogado gostoso do clube, era com ele a minha reunião? Quem é esse homem que está com ele?
― Sra. Russel? – Anne me acordou de meus pensamentos.
― Sim!? Ah, Sr. Hawks. Seja muito bem-vindo à Russel Company. É um prazer imenso recebe-lo. – Estendi minha mão para ele que a beijou delicadamente.
― Muito obrigado. O prazer é todo meu! Este é meu melhor amigo e CTO, Kobe Martin.
Apertei sua mão e os convidei para sentar. Ofereci algumas coisas e começamos a conversar.
Kobe e Jackson são Franceses e estudaram ambientalismo no Afeganistão. Quando voltaram para a França anos após se formarem, fundaram uma empresa de matéria prima para vários tipos de produtos. Até mesmo frutas você encontra por lá. São processadas para virarem polpa e serem vendidas a fábricas de suco, por exemplo. A HM Industry trabalha com qualquer tipo de matéria prima que você imaginar, pra minha empresa, isso é bom em vários pontos. Porque eles têm ligações direta com algumas produções Afegãs...
Depois de muito conversar, chegamos ao ponto crucial.
― Tudo bem, Sr. Hawks. Como o senhor pode ser útil para mim e eu para o senhor? – Me encostei na cadeira e cruzei os braços com um olhar cauteloso.
― Virgílio! – O código. Levantei as sobrancelhas tão rápido que ele nem deve ter percebido.
― Porque não oi direto ao ponto? Vamos almoçar e continuaremos esta conversa.
Seguimos para um restaurante que eu mesma já havia reservado, uma mesa bem longe de tudo e todos.
― Pois bem, no que posso ser útil para você? – Nós já deixamos a formalidade para trás.
― Eu pesquisei demais sobre você e tudo que já construiu, eu só não tinha um rosto. Quando conversei com alguns fornecedores do Brasil, soube que a sua empresa fazia parte do código. Depois de pesquisar bastante sobre você e sua empresa, pude ver o qual discreta é. Não tem nenhum tipo de indicio de que seja envolvida em algo assim.
― A intenção é essa. Não é?
― Sim, mas muita coisa acaba vazando e as especulações começam.
― Que tipo de coisa?
― Testes em água que apontam grande quantidade de lidocaína ou fermento. Acampamentos próprios para derrubadas de árvores e essas coisas.
― Ok, deixa eu ver se entendi. Você é formado em ambientalismo e destrói a natureza? – Estou chocada.
― Meu conselho de acionistas disse que gastaríamos menos se não colocássemos o selo verde na empresa.
― Jack, acorda! Eu falei pra você que isso era furada, cara. – Kobe se pronunciou depois de um longo tempo calado.
― Realmente, você colocou seu pescoço direto na guilhotina. Kobe, porque concordou com isso? Você também tem voz dentro da empresa. – Questionei.
― Ele não me ouviu, e a parte maior é dele, por mais que eu tivesse conseguido uns dois acionistas, ele com a parte maior da empresa, fez o que fez. Agora está gastando uma grana preta em processos judiciais. E aquele advogado da empresa não resolve nada.
― Tudo bem, eu errei, assumo! Só que estou disposto a corrigir o que der para corrigir e continuar da forma certa. – Jackson se rendeu. – No que você pode me ajudar quanto a isso?
― Certo, primeiro vamos por partes. Jackson, a quanto tempo você usa?
― Pelo menos dois anos e meio. Não sou viciado, só exagero um pouco as vezes.
― Ok, primeiro precisamos dar um jeito nisso. Nem tudo o que você vende, você usa.
― É impossível não usar...
― É possível sim. Estou a dez anos nesse cargo e nunca coloquei nem mesmo um simples baseado na boca. Ter domínio do próprio corpo é ter domínio da vida e de tudo que te rodeia. Vou te dar alguns comprimidos que irão te limpar em pouquíssimo tempo. Primeiro você se acerta e depois vamos acertar a empresa. Eu vou te ajudar porque você tem determinação, eu gosto disso.
― Ótimo, qual o plano? – Kobe estava ansioso e não parava de sorrir.
― Depois que esse cara estiver com a medicação em mãos, vocês vão precisar mudar a política da empresa e entrar com recursos para limpeza de tudo que vocês vêm destruindo. Saneamento básico, reflorestamento e tudo isso. Vamos transformar em uma empresa verde. Depois vou mandar um dos meus advogados da França até a sua empresa, empresta-lo por algum tempo. E ele reorganizará tudo e cuidará de toda a coisa judicial, vocês irão entrar com um acordo de sustentabilidade e tudo se resolverá. Após isso, começaremos a trabalhar juntos, do meu fornecedor da Colômbia, vai para suas mãos e me entregará a pasta já no ponto certo, eu só concluo o serviço por aqui e faço a distribuição.
― Por mim, tudo bem. – Kobe se pronunciou.
― Por mim também está tudo bem.
― Garanto que vocês não irão se arrepender.
Nossa refeição chegou e depois de pagar a conta voltamos direto para a Russel. Lá apresentei Mike a eles e fizemos um tour pela fábrica e laboratórios, peguei alguns comprimidos especiais e depois de embalado, entreguei à Jackson.
― Pra você! Tome todos os dias na hora que acordar e na hora de dormir. Beba muita água, muito mesmo. Você vai urinar uma espuma, não se preocupe. Em três semanas, já vai estar limpo e sem abstinência. Continue tomando e reduza a dose para um comprimido por dia, após um mês tome dia sim, dia não. Mais um mês e tome um a cada dois dias. Assim vai. Até você tomar apenas um no mês e acaba aí o ciclo, não o interrompa. Não precisa parar de beber e nem nada do tipo.
― Porque está fazendo isso por mim? – Nós estamos sozinhos do lado de fora do laboratório e ele está perto demais. O perfume dele é inebriante, e os olhos intensos. – Poderia apenas mandar eu me internar numa clínica.
― Clínicas são falsas. Eles te medicam com calmantes e anti depressivos. Você não é um viciado total e não tem depressão, pelo menos acho que não.
― Não, não tenho. Obrigada. Manteremos contato e antes de irmos embora, quero sair com você para algo mais casual. Para compensar a minha vacilada no clube ontem.
― Acho que posso aceitar este convite. – Dou um sorriso breve e ele sorri de volta.
― E Mike? É o seu namorado, noivo?
― Um amigo e também chefe de segurança.
― Hmm, certo. Eu vou indo. Foi uma tarde produtiva e eu vou te ligar para marcarmos um jantar antes de eu ir embora.
― Tudo bem, eu vou esperar. Pense com carinho em tudo o que eu disse e perdoe-me se em algum momento eu te ofendi.
― Me ofender? Se você fez isso, foi de forma tão doce e educada que eu nem percebi e provavelmente sorri.
Que voz e esse que esse homem tem? Estou com as pernas bambas. Nos despedimos com um aperto de mãos e ele nada satisfeito, me puxou para um abraço e me deu um beijo no topo da testa. É possível ser romantizada a tal ponto? Eu estou em choque. Choque. Foi como eu fiquei quando vi essa figura masculina e erótica entrando em meu escritório totalmente clean, o terno preto muito bem alinhado fazendo contraste com o ambiente, a pele negra se misturando em todo aquele branco, o sorriso. Perfeito e brilhante. O jeito como a boca dele se movia ao falar. Eu estremeci só em vê-lo falar.
JacksonMinhas mãos agarram o volante com certa força, apesar de manter a expressão tranquila.Kobe está ao meu lado, distraído com algo em seu celular.― O que achou? – Perguntei fazendo-o me olhar.― Simplesmente incrível. São ótimos planos para a empresa e também para nosso tipo de mercado.― Estou falando em relação a Florence.― Ah sim! Bem, ela é uma mulher e tanto, poucas mulheres são tão profissionais como ela. Além de ser bem objetiva, como ela descobriu que você usava? Cara, ela é muito observadora, como uma leoa, sabe, olhando tudo e estudando cada movimento, esperando o momento certo para dar o bote. Fala nas horas certas e se porta muito bem em encontros sociais. Ela gostou de você, pelo o que pareceu.― Ela sabia sobre a droga porque era ela a mulher de ontem no clube
FlorenceAssim que Jackson e Kobe foram embora eu liguei para Isac mandando ele organizar tudo porque faria uma pequena reunião em casa, com 15 pessoas no máximo, bastante aperitivos, vinho, champanhe, vodca e tudo que ele já sabe que eu gosto nas minhas reuniões. Marquei para nove da noite e mandei mensagem para algumas pessoas, fiz questão de ligar para Jackson, eu estava louca para ouvir a voz dele de novo, mas infelizmente ele não atendeu, então mandei uma mensagem mesmo. Me despedi de todos na empresa e fui pro salão, precisava fazer as unhas e um spa nos pés.Cheguei em casa por volta das quatro da tarde e fui direto colocar uma roupa mais levinha. Gente, eu posso ter o dinheiro que for, mas nada vai tirar de mim o prazer que é andar com roupinha de dormir dentro de casa. Aquele shortinho folgadinho sem calcinha, blusinha sem sutiã, aí, incrível. P
JacksonHoje Fazem exatos um mês que aconteceu a festa na casa de Florence e já de volta a Paris, continuo lembrando da cena ela junto com aquele branquelo de suéter. Sorrisos e risadas e logo depois um cochicho na orelha e mais sorrisos, até que subiram e pro meu azar, quarto de Florence estava com as janelas abertas e somente as cortinas fechadas, estava uma cena digna de filme, para quem não estava com olhos grudados em Florence enquanto ela rodava pela festa, porque pra mim, estava com vontade de vomitar já. Kobe disse que é ciúmes porque estou gostando dela, não acho que seja verdade. A questão é que ela chega hoje a Paris por conta do Fashion Week, mas inocentemente, a convidei para se hospedar em minha casa e ela aceitou numa boa, disse que sempre se estressa com hotéis.Pedi para Yolanda deixar tudo pronto e arrumar o quarto de hospedes bem pertinho do m
FlorenceNão demorei muito para pegar no sono, estava cansada por conta do voo e cansada mentalmente com tudo que vem acontecendo na Russ. Eu vim para Paris para conhecer a empresa de Jackson e Kobe e com o embalo, Angel já foi me alertando sobre o Fashion Week que acontecerá nesta semana em que estarei aqui. Eu nunca faço programas com ela, a gente nunca sai para um shopping da vida ou vai a alguma rua movimentada fazer compras aleatórias, essas coisas que amigas fazem. Nós somos sim melhores amigas, mas somos mulheres com responsabilidades e compromissos inadiáveis. A melhor parte disso tudo é que estarei na casa de Jackson, posso conhecer sua rotina e sua vida mais de perto, quando tenho um sócio novo, gosto de saber tudo sobre ele bem de pertinho.Levantei-me bem cedo e tomei logo um banho perfumado, Trabalhei um pouco pelo computador e peguei minha pequena malinh
FlorenceNunca pensei que seria tão ruim estar à beira da morte. Se eu não morrer, hoje será o início de uma nova vida.As vozes voltaram a se manifestar e eu continuei no breu total, como um golpe de box as luzes invadiram meus olhos quando o capuz preto foi removido em milésimos de segundos da minha cabeça. Estou anestesiada pela exaustão, meus pulsos doem por conta da corda amarrada ali que sustenta todo meu peso quando minhas pernas fraquejam.― Vamos lá, Florence. Eu sei que você vai ser boazinha e me contar. – Falou pegando meu rosto com uma das mãos― Vai se foder! – Vociferei quando ele ousou chegar mais perto.― Bem, acho que não temos muita escolha então.Um golpe na barriga.Então, eu sou a Florence e acabei de levar uma paulada na barriga pelo babaca do Frank.Deixe-me te explicar melh
JacksonAssim que me dei conta da hora que era, comecei a correr e fui rápido tomar um bom banho e me apressei mais ainda para descer. A mesa do café estava posta ainda e Yolanda Rapidamente esquentou um pouco de café.― Assim que Florence levantar, avise que eu já fui para a empresa. – Informei a ela enquanto tomava um gole do café.― A senhorita Florence já acordou e pediu um carro para leva-la até a empresa, senhor. – Yolanda disse me olhando estranho como se nunca me tivesse visto atrasado.― E ela foi já tem bastante tempo? – Perguntei espantado.― Sim, senhor. Faz algumas horas, levantou bem cedo, tomou café e saiu. – Diz dando de ombros.― Certo. – Falo inerte em meus pensamentos.― Senhor... Desculpe-me a intromissão, mas o que houve que deixou o senhor tão cansado a ponto de dormir até a
FlorenceAcordei esta manhã me sentindo um trapo, olhei em volta do quarto e perto da parede estava a camisa de Jackson confirmando tudo que estava passando na minha cabeça. Eu me deixei levar pelo desejo e permiti que ele me beijasse, estava incrível e eu me entreguei de verdade, mas tudo mudou quando senti sua língua tocar um dos meus mamilos, fazendo meu corpo se arrepiar e se curvar, fazendo minha mente lembrar de um acontecimento no qual eu tive a mesma sensação, fazendo a área de defesa do meu cérebro funcionar rapidamente me fazendo empurra-lo para longe. A confusão que se instalava em mim era evidente e Jackson numa tentativa frustrada de se aproximar de novo, percebeu quão séria era a situação e recuou, pedi para que ele fosse embora e assim ele fez, sem discutir ou teimar. Passei o resto da noite em claro, com uma vontade terrível de chorar, de
JacksonEstava no quarto quando ouvi Florence chegando com a amiga Angel, sai em silêncio e pude pegar a conversa das duas. A todo segundo eu queria descobrir se Florence havia falado sobre nossos beijos, mas ela estava somente pedindo a amiga para ficar e dormir com ela.― Amiga, Jackson não vai se importar, eu aposto, fique! – Florence pediu abraçada na amiga.― Lógico que ele se importaria, ele quer você só pra ele. – A amiga brinca. E ela revira os olhos. Então ela contou sobre o beijo.― Não sei se eu conseguiria. Mesmo depois desses anos todos, eu ainda sinto falta do Malik, é uma dor horrível. – Neste momento posso ver os olhos dela se encherem de lagrimas e ela bufar ignorando-as e apertando os olhos, como se não quisesse chorar. Angel apenas a abraça mais forte ainda e olha pra ela.― Af, eu pensei que estava choran