Capitulo 8

Florence

Não demorei muito para pegar no sono, estava cansada por conta do voo e cansada mentalmente com tudo que vem acontecendo na Russ. Eu vim para Paris para conhecer a empresa de Jackson e Kobe e com o embalo, Angel já foi me alertando sobre o Fashion Week que acontecerá nesta semana em que estarei aqui. Eu nunca faço programas com ela, a gente nunca sai para um shopping da vida ou vai a alguma rua movimentada fazer compras aleatórias, essas coisas que amigas fazem. Nós somos sim melhores amigas, mas somos mulheres com responsabilidades e compromissos inadiáveis. A melhor parte disso tudo é que estarei na casa de Jackson, posso conhecer sua rotina e sua vida mais de perto, quando tenho um sócio novo, gosto de saber tudo sobre ele bem de pertinho.

Levantei-me bem cedo e tomei logo um banho perfumado, Trabalhei um pouco pelo computador e peguei minha pequena malinha onde carrego ele junto com carregador e outras coisas, desci junto com minha bolsa pessoal, vestida num macacão social e fresco na cor azul clara, aqui faz um calor absurdo durante o verão, estou usando um salto plataforma com tiras azuis na cor do vestido e fico bem confortável com eles.

Me sentei à mesa e Jackson ainda não havia acordado, tomei café da manhã sozinha graças a impontualidade de meu novo sócio. Assim não vai dar... Fiz amizade com Yolanda e pedi para que ela tomasse café na mesa comigo, ela recusou e disse que já havia tomado seu café, mas mesmo assim continuou ali conversando comigo e dizendo num inglês arrastado o quão ela gostaria de conhecer os Estados Unidos, nunca havia ido e eu disse que levo meu mordomo comigo para tudo quanto é lugar. Ele já viajou o mundo inteiro comigo e ela ficou com uma pontinha de inveja de Isac. Assim que terminei minha refeição mais importante do dia, pedi para Yolanda chamar um taxi e ela disse que por ordens de Jackson, eu teria um motorista que me levaria para onde eu desejasse.

Assim fizemos e eu fui para a HM antes mesmo do dono chegar lá. No meio do caminho liguei para Kobe que disse já estar chegando por lá e que Jackson nunca se atrasava assim.

Depois de alguns minutos longos, chegamos na empresa e o motorista disse que ficaria caso eu precisasse e por mim, tudo bem... Kobe me mostrou toda a empresa e percebi algum tipo de clima estranho assim que entramos na recepção e duas das funcionárias pararam na mesma hora de conversar e olharam para Kobe com um olhar receoso e confuso.

― Com qual das duas você já dormiu? – Perguntei assim que passamos por elas e fiz questão de tirar os óculos de sol e o encarar bem.

― Com as duas. – Respondeu sorrindo de um jeito sacana. – Elas só estão com ciúmes, você é a mulher mais bonita aqui dentro, nem mesmo Emily é tão linda como você. – Disse como se eu conhecesse essa tal.

― Emily? Namorada sua ou de Jackson? – Fiquei curiosa, se for namorada de Jackson, já posso tirar meu cavalinho da chuva...

― De nenhum de nós dois. Ela é a gerente de Produção na fábrica. Ela é ruiva, simplesmente linda, mas você consegue ser bem mais linda e natural... Quer dizer, seus seios ficaram bem naturais...

― Meus seios? – Olhei pra ele indignada e peguei suas mãos colocando sobre os mesmos e apertando. – São naturais pra sua informação. – Tirei a mão dele que permaneceu me olhando estatelado e de boca aberta. Olhei ao redor e vi alguns funcionários olhando pra gente da mesma forma que Kobe estava. – Circulando! – Falei alto e séria e rapidamente todo mundo voltou a seus afazeres.

Kobe continuou andando comigo e me levou até o andar onde ficava a sala dele e de Jackson, bem separada de tudo e todos, lá encontrei duas mulheres, sendo que uma estava de cabeça baixa anotando alguma coisa em uma agenda e a outra rapidamente se levantou abrindo a porta para Kobe. Provavelmente a outra é a assistente de Jackson. Entrei na sala de Kobe e já vi algumas coisas interessantes como livros e pastas, olhei tudo, depois me sentei e conversamos um pouco sobre a empresa.

― Tem realmente um grande potencial e está crescendo mais a cada ano, pelo o que vi nos relatórios do contador – Disse olhando para alguns gráficos em meu computador, Kobe me passou tudo por e-mail e já estou trabalhando nisso.

― Sim, nos últimos anos nós conseguimos crescer bastante e pagar algumas dividas que ainda restaram e assim fizemos mais negócios por todo o mundo. Temos um possível cliente no Brasil e pretendo visitar ele em breve.

― Também tenho alguns clientes na América do Sul, Brasil é quase minha segunda casa, estou sempre indo pra lá. Família e tudo mais. – Falei enquanto observava mais algumas coisas no computador.

― Você é Brasileira? – Pergunta surpreso.

― Sim, de sangue sim. Mamãe e papai são cariocas, moramos no Brasil a vida inteira, decidimos ir para os estados unidos porque papai estava com uma nova frota de caminhões por lá e isso dava muito dinheiro na época, só que a economia do pais foi ficando um fiasco e papai recorreu a outros meios, foi nessa que ofereceram a ele um “emprego”, alugariam os caminhões e os encheriam de drogas para serem transportadas pelo pais, a princípio, ele ficou receoso, mas logo ele pegou o jeito e viu o tanto de dinheiro que esse lance dava e foi ai que a gente começou a trabalhar nisso, ele começou a fazer negócios no Brasil traficando armas, drogas e tudo o que podia, nossa fortuna toda vinha disso, até que um dia, enchemos uma casa de duzentos metros quadrados com dinheiro e tivemos que enterrar este dinheiro logo depois porque a DEA estava encima das drogas de boa qualidade que entravam no país, a frota de caminhões do meu pai não dava tanto dinheiro para justificar nossos bens e eu já estava fazendo vinte anos, foi quando aconselhei que meu pai parasse um pouco e me deixasse resolver algumas coisas.

Tivemos que ficar um tempo no escuro e ele apenas trabalhando normalmente com os caminhões, nossos clientes estavam avisados e foram encaminhados a outros vendedores de nossa confiança e nossa vida se normalizou um pouco. Nos dois anos que estávamos parados, foi o tempo em que eu me formei em farmácia e tive a brilhante ideia de abrir uma fábrica de fármacos, a luta foi grande no início, mas tínhamos dinheiro pra isso, mesmo assim não deixamos de pegar empréstimos, para não dar na telha, e logo assim que a empresa estava funcionando normalmente, eu comecei a junto com meu pai a montar a cocaína, fornecia os produtos para nosso vendedor e a qualidade triplicou, com isso fomos fazendo mais dinheiro e lavando também.

Logo depois eu me formei em química, o que ajudou, porque pude estudar melhor a fórmula e a qualidade, depois disso eu precisava somente da pasta base e colocando todo o processo de preparo dentro da empresa. Logo que foi pra rua já fez sucesso, eu mesma vendia em rodas de amigos e o pessoal espalhou pra um e outro. O negócio tomou uma proporção enorme e um dia o presidente foi até a Russel, nem mesmo eu acreditei no que estava acontecendo. Ele foi comprar mais cocaína para colocar nas ruas, é a droga que move a economia do país e a minha é da boa. Dali em diante, eu me tornei a Rainha da neve... meus pais voltaram para o Brasil porque amam aquilo e eu fiquei por aqui, já adulta com vinte e cinco anos, comprei uma casa e montei aos poucos o meu reinado... Nós temos dupla cidadania, mas eles gostam de morar por lá. Eu acho até uma boa. – Termino de falar percebendo que falei muito.

― Nossa... – Kobe parecia surpreso.

― Falei muito né? Desculpa, eu não converso muito e quando tenho alguém de confiança por perto, acabo desabafando. – Falo com certa vergonha.

― Não precisa se desculpar, você nem falou tanto e foi um assunto interessante. Eu morreria e não desconfiaria que você é Brasileira. Se bem que depois de ter a prova de que seus seios são verdadeiros, teria muito sentido você ser Brasileira. – Ele está sem graça ao extremo com o que aconteceu.

― Sim, temos esta característica de ter seios e bundas enormes. É uma boa. – Brinquei com ele e dali começamos um papo descontraído.

Estávamos indo almoçar quando vejo um certo homem alto e loiro vindo em minha direção. O que Jesse faz aqui?

― Meu amor... – Me puxou pela cintura e me deu um beijo quente.

― Jesse, o que faz aqui? – Estou de cenho franzido e com o olhar mais confuso do que qualquer coisa.

― Vim num avião fretado, um cliente precisa de mim e achei viável passar para lhe dar um beijo, liguei para Angel e ela disse que estaria aqui, foi só entrar e já te achei. – me agarrou com mais força fazendo meu corpo arrepiar, eu me excito rápido demais. – A mulher mais gostosa desse lugar. – Falou no meu ouvido. Dei um sorriso fraco para ele e vi Jackson entrando na empresa. Com a feição preocupada que logo ficou confusa ao ver Jesse.

― Jesse, porque não almoçamos? – Sugeri tentando sair dali com ele.

― Acho ótimo. – Disse já pegando em minha mão. – Você está de carro?

― Não, chame um taxi, conheço um lugar. – Falo andando rápido em direção a saída.

Saímos dali e por fim almoçamos. A verdade é que eu não gosto de Jesse, gosto do sexo dele, selvagem, forte e gostoso. Era pra ser só sexo, mas ele é emocionado.

― Jesse, o que acha de mim? Como companheira... – Solto do nada quando terminamos a sobremesa.

― Você é viciada em sexo e eu acho bom, também sou. Mas se está perguntando sobre um padrão de namoradas, você é totalmente fora desses padrões, sempre preocupada com a empresa, nunca fala da família, você é um pouco fria. – Presto atenção em cada palavra. – Não demonstra sentimentos. – Ele disparou e falou todos os meus defeitos... Por isso eu não namoro, eu não sei demonstrar sentimentos e eu nem consigo gostar de alguém. Depois do meu ex, ninguém conseguiu me amolecer e eu sou desconfiada com tudo...

― Uau – Soltei num suspiro leve. – Porque ainda insiste em ter algo comigo? – Pergunto esperando uma resposta sincera.

― Eu gosto de você, gosto do seu sexo. – Fala me observando e solta um suspiro. – Se você quiser terminar, por mim tudo bem. Meu sentimento não é grande assim, eu vou levar numa boa, mas me prometa que vamos transar de vez em quando. – Riu de si mesmo chegou mais perto. – A não ser que você esteja namorando, sou contra mulheres comprometidas. – O garçom chegou com a conta e Jesse pagou nos guiando em seguida até a saída do restaurante.

― É... acho que sexo casual está de bom tamanho. Tem certeza que isso não te magoa em nenhum sentido? – Perguntei por perguntar, eu não ficaria nem um pouco sentida se ele dissesse que iria sofrer.

― Tenho certeza, Florence. Só preciso desse corpo mais algumas vezes, pode ser agora... – Fala me olhando com malícia. – Ainda tenho meia hora antes de encontrar meu cliente. – Diz olhando em seu relógio e me lançando um olhar predatório.

Dou um sorriso safado pra ele e entramos num taxi que ele havia chamado e eu nem tinha visto, seguimos para um motel e já entramos naquele frenesi, beijos, lambidas no pescoço, mão boba e tudo que temos direito, antes mesmo de me beijar, Jesse já estava pronto e isso facilitou tudo.

Já sem nenhuma peça de roupa para nos atrapalhar, estou ajoelhada em sua frente e minha língua percorre todo seu mastro, Jesse segura meus cabelos e eu começo um vai e vem com a boca e ele está mesmo perdendo o controle. Sinto ele me puxar pra cima e me beija com louvor, colocando a camisinha e me colando na parede ele me pega no colo, círculo sua cintura com as pernas e sinto a cabeça de seu membro em minha entrada que já está encharcada a essa altura. Com um só golpe, ele me invade e eu solto um gemido aliviado.

Estou pleníssima em meu macacão azul quando saio do taxi na porta da HM dando um tchauzinho para Jesse que segue para seu compromisso com o tal cliente, me sinto viva e leve depois desse sexo. Segui pelos corredores da HM e fui direto para a sala de Kobe. Depois de ser anunciada por Camila a assistente dele, eu entrei já me jogando na poltrona em frente sua mesa.

― Mas que felicidade é essa? – Perguntou Kobe rindo. – Está com cara de boa foda pós almoço. – Kobe tem um jeito engraçado que ao mesmo tempo que é galanteador, parece ser gay. Gosto disso.

― Acertou. Foi a foda da liberdade. – Digo rindo e já me preparo para contar.

Neste momento Jackson invade a sala com certa violência e eu e Kobe olhamos para ele assustados.

― Boa tarde, Florence! – Ele diz assustado ao me ver.

― Boa tarde, Jackson! Posso deixar vocês sozinhos se o assunto for sério. – Falo fazendo sinal com as mãos. Sinais que nem mesmo eu sei o que significam, pois estou desnorteada com o perfume de Jackson que invadiu por completo minhas narinas

― Não precisa, eu só ia pedir para Kobe ir até minha sala, mas se estão ocupados eu posso voltar mais tarde. – Ele se recompõe e eu o observo.

― Não, Kobe vai com você. – Digo rápido.

Kobe se levanta e vai com ele, mas o perfume continua ali. Aproveito que estou sozinha e trabalho um pouco em meu notebook, pelo mens eu tento né. Minha mente está viajando enquanto meus olhos se fecham e meu corpo absorve cada partícula daquele perfume gostoso que ainda resta no lugar.

Jackson me enlouquece mais do que qualquer homem jamais enlouqueceu.

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