LVIII O Tempo Passa, o Tempo Voa…

O tempo insistia em passar, mais rápido que nunca. A urgência dos anos 90 fazia com que a rotina parecesse liquefeita. Por isso mesmo, nenhum dos quatro amigos se deu conta de que mais um ano acabara, para o início de outro, 1991. O ano anterior fechou com o time de Dingo campeão nacional pela primeira vez, para seu êxtase. Fechou com Joanita embrenhada em algum ponto da fronteira entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cansada, com febre e fome, sem viva alma por perto. Pela primeira vez, o medo. Fechou com boas perspectivas para Samia, que considerava o novo emprego e a rotina sólida e digna presságios de um futuro decente. E fechou como começou para Taco, ladrão, noiado e paranoico. A paranoia tinha alguma razão de ser, embora até sons causados por gatos o apavorassem por completo. Difícil dizer se resistiria mais um ano inteiro.

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