A pele macia e quente dela se aquecia diante do toque de Beto e ele podia sentir os pelos arrepiados sob seus dedos. Cida era sua, ela era perfeita para ele e, por um momento, acreditou que jamais a teria nos braços de novo, mas ali estava ela, pronta para se entregar para ele mais uma vez. Não disse mais nada, acatando o pedido dela pelo silêncio, não sabia porque isso agora, mas tinha medo de contrariá-la e ela resolver ir embora, resolver que não vai dar a ele essa chance. Precisava daquela noite para mostrar para Cida que ela só a ela que ele desejava.Beto puxou a calcinha dela com pressa, jogando-a de lado e invertendo as posições, colocando a moça na cama enquanto, com sede e desejo, deslizava a língua pela parte interna da coxa dela, sentindo o calor de sua pele até chegar em sua boceta, onde esqueceu todo e qualquer problema que tivessem tito, sugando com desejo e tesão. No fundo, bem no fundo, ele sentia que algo não estava certo, que as coisas não deveriam ser daquele jei
Quando o dia amanheceu, os raios do sol entraram na pequena casa pelas frestas nas telhas, despertando o casal quando o dia já ia alto. Beto foi o primeiro a acordar, ele esticou o corpo, sentindo a cabeça doer e um gosto amargo na boca. Se lembrava de pouco, lembrava do boteco, do seu irmão e, depois tudo o que sabia era que Cida o havia perdoado e que haviam passado a noite juntos, ao menos era no que acreditava. Ele a apertou em seus braços, a puxando para si e sentindo o toque delicado em seu peito, só então abriu os olhos, esperando ver o rosto delicado de Cida ao acordar, mas o que encontrou o fez quase saltar da cama. — Que porra é essa? — berrou Beto, encarando as madeixas loiras que se esparramam na cama enquanto Lucia se mexia devagar, acordando lentamente. — O que tu tá fazendu aqui, Lucia?— Como assim, amor? — ela perguntou, fingindo-se de inocente. Claro que Lucia sabia bem o que havia feito, e não se arrependeria nunca. Beto sair para beber com Leo foi a melhor cois
Cida não entendia porque estava sendo castigada daquele jeito, será que seu Santo António quem tava judiando assim de seu coração por ela ter colocado ele dentro de um copo de água tantas vezes? Duvidava disso, nenhum santo faria uma pessoa sofrer tanto em tão pouco tempo por causa de um copinho de água, certo?Ela nem se deu ao trabalho de voltar para a casinha para pegar suas coisas, como podia pisar la de novo depois de ser enxotada daquele jeito? Se dependesse dela, não pisava naquela fazenda nunca mais, não importa o perrengue que passasse. Preferia sofrer sozinha do que ser humilhada por aquela mulher de novo, tinha vergonha na cara, por mais que as pessoas achassem o contrário.Enquanto caminhava, os pés doendo sob o chão de terra batida, olhando a longa estrada reta que levava para o vilarejo, percebeu o quão sozinha estava. Não tinha mais seu pai, não queria incomodar Sandra e sua família, principalmente quando poderia prejudicar a amiga por causa da má fama, e Beto… Bem, apar
Cida passou horas e horas arrumando a casa. As coisas anda estavam uma grande bagunça e cada canto a lembrava do horror que havia vivido nas mãos de Zé no dia em que saiu de sua casa. Ela lavou o chão, esfregou, arrancou os lençóis das camas e trocou todos eles, jogando os outros fora sem se importar por não ter muitos, afinal, parecia que o cheiro de Zé estava impregnado neles e aquilo a deixava nauseada. Não sabia quanto tempo levou, mas quando finalmente acabou, os fios castanhos longos grudavam em sua testa e a pele estava suada, quase brilhando ao sol que entrava na casa. Estava pronta para tomar banho, já com o balde na mão para tirar a água da cisterna que havia ao lado da casa, mas antes que saísse, o som de palmas na janela ao lado da porta chamou sua atenção. — Oh de casa! — uma voz masculina encheu a casa inteira e Cida soltou o balde, saindo da cozinha e correndo rápido para a sala, olhando desconfiada para a janela, escondendo-se um pouco na parede que dividia os dois
Quando o São João chega no interior, tudo fica mais colorido e com sabor. Nessa época do ano, até os dias mais tristes se tornam alegres e, volta e meia, alguma surpresa muito bem-vinda vem acalentar a vida dos que não tiveram tanta sorte no começo do ano.E esse foi o caso de Cidinha. Uma menina bonita, com belos cabelos castanhos ondulados que desciam até abaixo da sua bunda, olhos de um tom de mel encantador, rosto de anjo, como todos diziam. Tinha traços muito belos, um nariz pequeno, levemente largo, uma pele bronzeada, como um café com leite recém-passado, lábios grossos e muito tentadores. Mas seu rosto não era a única coisa bonita em si, ela era o conjunto da obra, Cidinha tinha um corpo de dar inveja em qualquer moça da comunidade ribeirinha que ficava próximo ao Velho Chico.Mas sua sorte era, sem dúvida, só essa. Todos ali tinham pouco, mas o pouco que tinham era compartilhado, mas a beleza de Cidinha impactava diretamente em sua vida. As moças comprometidas não gostavam qu
— Mas tão cedo e tu já tá aí nessa vida — falou a amiga, aparecendo na cozinha após entrar na casa sem se importar com a ausência de um convite. — Vim te chamar para ir ali na feira comigo. Sandra era também uma moça de chamar muita atenção, tinha uma pele negra brilhante e bela, olhos escuros e um cabelo volumoso e enorme, que chamava atenção onde quer que ela fosse. Era bem alta e muito esbelta, facilmente poderia ser uma modelo, mas deixou esse sonho de lado, já que sua mãe não achava uma boa ideia por acreditar que todas aquelas moças acabavam como moças da vida, o que, certamente, não passava de uma ideia sem sentido algum que a mãe dela ouviu de alguma outra mulher. — Eu tenho que trabalhar, né — Cidinha revirou os olhos, terminando de enxaguar o último copo. — Vai fazer o que lá?— To precisando comprar umas coisas e, além disso, a arrumação para a festa já começou, podemos ver como as coisas vão ser esse ano! — a animação de Sandra ela clara, certamente ela queria muito que
— Como é que é? — Sandra disse, assustada com a notícia dada de última hora.— Eu já não sei nem mais o que fazer, Sandra. Eu não quero me casar e já falei com painho, mas ele insiste que tem que ser com aquele homem nojento — enquanto falava, Cida fazia expressões de nojo, como se estivesse chupando um limão bem azedo. Os braços cruzados e o bico deixavam bem claro sua insatisfação com essa ideia.— Amiga, quando, como? Me conte do começo, porque eu não tô entendendo mais nada. De onde que seu Antônio tirou essa ideia da cabeça? E logo com o Zé? Tanto homem mais bem-apresentado nesse lugar — quanto mais ouvia, mais confusa Sandra ficava com a situação que sua amiga estava. Ela desejava tudo de bom a Cida e não a imaginava nunca indo se casar logo com um homem tão asqueroso como o primo.— Olha, sabe de uma, vamo terminar de comprar as coisas logo que seu pai chega e eu to batendo perna com ocê, ele num vai gostar. Bom que cê vai lá pra casa mais eu e assim explico logo do início. Pod
— Amiga, é o seguinte. Você precisa enfrentar seu pai e dizer não, porque olha, aquele homem te olhou com uma cara de safado, que eu fiquei até com nojo. Ele não disfarçou em nada a vontade que ele tá de te pegar viu. Pelo menos seu Antônio quer deixar o casamento pra depois do São joão… Já pensou se fosse hoje mesmo? Do jeito que o povo já gosta de falar, ia comentar era que tu tá grávida.— Ave Maria, Sandra. Era pra me ajudar ou pra me botar medo?— Desculpa, não era a intenção. Mas pensa, hoje a gente vai dançar muito juntas e você vai poder se divertir antes da sentença. Deixa pra pensar nisso depois, mulher, que logo é dia de muito arrasta pé.— Olha, você tem razão. Eu vou curtir os festejos, depois eu enrolo meu pai o máximo até conseguir dar um jeito dele mudar de ideia. Agora, vem cá, você por algum acaso já escolheu a roupa? — nessa hora, Sandra deu um grito agudo, lembrando que não tinha terminado de colar os farrapos no vestido rodado, nem levado as compras pra mãe, que d