Jesus Cristinho, nos ajude!- I

Quando o São João acaba e a festança acaba, a cidadezinha volta ao seu ritmo normal, ao falatório de sempre, às fofocas e ao trabalho, muito trabalho. Cida estava vestida num vestido velho, sentada na porta de casa com uma grande bacia de peixe entre as pernas e um pano sobre o colo, tirando as escamas da pescaria do dia de seu pai e limpando os peixes para que pudessem conservá-los no sal e na gordura alguns e venderem outros.

Enquanto a faca afiada cortava a carne, a mente da menina estava longe. Por ali ninguém passava a não ser que fosse comprar peixe com seu Antônio e isso lhe dava liberdade para ficar mais relaxada, apenas fazendo seu serviço e pensando na vida, exatamente como agora.

A ameaça de Zé não saiu de sua cabeça, a forma como ele apertou seu pescoço e o ódio em seu olhar, tudo aquilo apavorou Cida de formas à não deixá-la dormir desde então.

Fazia quase uma semana que não via o homem, mas ele ainda assombrava seus sonhos, sua vida. Do jeito que as coisas andavam, o
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