— Ah, Cida, mar tu tá bonita mulher! — Sandra falou, sorrindo para a amiga com muita animação. — Todo mundo vai te olha assim, duvido tu não arranjar um marido melhor hoje!
— Num fala bobagem, mulher — Cidinha reclamou, rindo levemente. — Tu também tá muito bonita! Tua mãe que fez o vestido foi? Sandra usava um vestido vermelho que combinava com ela, tinha uma saia rodada com alguns babados e um decote sutil, mas muito bonito e até um pouco sensual. Ela usava um colarzinho dourado delicado e seus cabelos estavam soltos livres como o vento e como ela mesma. Seus lábios estavam brilhantes e seu rosto ostentava uma maquiagem bem leve que, pela primeira vez, Cida a viu usar. — Foi, acredita? Ela também passou essas coisa em mim — Sandrinha apontou para o rosto levemente maquiado. — Disse que eu já to na idade de me arrumar como mulher. — Pois cê ficou foi bonita! — Cidinha elogiou, entrelaçando o braço ao da amiga e começando a caminhar. — Cê ta falando que eu vou arrumar um marido melhor, mas desse jeito quem vai acabar recebendo uma proposta de casamento é tu! Tá muito linda! As garotas gargalharam enquanto caminhavam em direção a pequena praça. No caminho, as bandeirolas tremulavam com o vento e elas viam tudo colorido com os enfeites da festa, havia laços de palha amarrados nas árvores, bandeirolas penduradas em todo canto e, mesmo antes da praça, as barraquinhas de licor já começavam a aparecer. Claro, elas não eram as únicas indo para a festa, homens e mulheres da vida também saiam de suas casas prontos para ter a noite mais divertida de suas vidas. Todos que passavam pelas duas garotas não podiam desviar os olhares, afinal, a beleza delas era impossível de se ignorar. Quando chegaram à praça, se depararam com tudo muito iluminado. No centro, havia uma grande fogueira que iluminava com sua luz avermelhada tudo ao redor, havia também várias barraquinhas de diversas coisas maçã do amor, uvas com chocolate, cocada, milho, pamonha e muito mais, o cheiro era de dar água na boca. O local já estava cheio como um formigueiro, mas ninguém se importava com isso, o forró alto enchia toda parte e a banda tocava com uma empolgação só vista no São João. Mais perto da fogueira, havia um espaço cercado por uma cerquinha de madeira decorada onde os casais dançavam o arrasta pé com animação, bem coladinhos como manda o ritmo. Mais ao longe havia uma roda gigante montada, uma das maiores atrações daquele São João, os casais faziam fila para comprar os ingressos e fazer o passeio que dava vista para toda a praça ornamentada. Perto dali, as barraquinhas de jogos começavam a abrir, tiro ao alvo, derrube as latas, pescaria e muitos outros jogos para que todos pudessem se divertir, inclusive a barraca do beijo, que já estava bem iluminada e bem decorada. Era pequena, um cubiculozinho de madeira com uma janelinha onde, vez ou outra, meninas paravam para tentar a sorte de receber o beijinho do rapaz que elas estavam afim. Os garotos, por sua vez, eram vendados e beijavam as meninas sem saber quem ao certo estavam beijando, era essa a magia da barraca do beijo se o beijo fosse bom, o menino teria que dar um jeito de descobrir quem era a menina. — Oh, vamo comprar um algodão-doce e ir dar uma volta na roda gigante, depois vamo dançar um pouquinho, o que tu acha? — Sandrinha falou, com uma empolgação que até lhe afinava a voz. — Vamos! Mas se esse treco cair com a gente em cima, eu vou te matar — Cida falou, um pouco assustada com a roda gigante. Era a primeira vez que uma atração como aquela ia até a vila, então, era a primeira vez que as garotas viam algo como aquilo, se não nas conversas das meninas que passavam as férias nas cidades grandes. As duas meninas passaram por entre as pessoas, ouvindo alguns cochichos aqui e ali e recebendo alguns olhares tortos, mas sem se importar com aquilo. Elas seguiram para a barraquinha de algodão-doce e compraram os seus, indo em seguida para a fila da roda gigante e não demorando a embarcar no brinquedo, rindo enquanto olhavam a vila de cima, apontando vez ou outra para algum local que viam de la. Quando o passeio acabou, elas correram em direção à pista de dança e, assim que chegaram, viram uma música começar e não perderam tempo, entrando no local e correndo para o meio da pista começando a dançar juntas o forro leve que tocava. Quando voltou os olhos para a banda, Cida viu o vocalista lhe dar um sorrisinho maroto e uma piscadela enquanto cantava: Eu quero um beijo de cinema americano; Fechar os olhos, fugir do perigo; Matar bandido, prender ladrão; A minha vida vai virar novela; Eu quero amor, eu quero amar; Eu quero o amor de Lisbela…Em seguida, ele voltou os olhos para o violão, depois de ver o rosto corado da jovem que, ao menos para ele, era sem dúvidas a garota mais bonita da pista. Sandrinha percebeu o flerte do homem e gargalhou, ele era bonito até, não era dali, era um cantor de fora da cidade, e elas bem sabiam que os moços da cidade eram fogo. Quando menos esperavam as duas meninas foram separadas e, inesperadamente, Cida foi tirada para dançar por um rapaz que ela havia visto algumas vezes, mas com quem nunca mais havia falado desde o que aconteceu no ano anterior. Naquele momento, ele tinha um sorriso lindo nos lábios e parecia não se importa com a reputação dela, ninguém na pista parecia ligar para aquilo, ao menos não ainda. Ela colocou o corpo ao do rapaz, dançando com ele e movendo o quadril no ritmo da música, esquecendo de todos os problemas ao som da voz doce do cantor enquanto o garoto a conduzia naquele forró delicioso que aquecia seu coração. Trocou de parceiro várias vezes enquanto as músi
Cida corria desesperadamente, a alegria da pista de dança havia sido arruinada e ela estava ofegante olhando para trás a cada passo e percebendo que Jonas ainda estava em seu encalço. Não havia mais festa, nem animação, agora ela só sentia medo e vergonha, medo do que falariam vergonha por ter sido tocada por ele de novo como se fosse dele, de ouvir aquelas coisas como se eles ainda tivessem alguma coisa. Os olhos dela marejaram e, sem que sequer notasse, as lágrimas começaram a rolar por seu rosto, deixando sua visão turva. Cida sentia o coração apertado, aquela era sua noite de alegria e agora já não havia mais felicidade. Será que um dia ele me deixa em paz, meu Deus? O que eu fiz pra nossa senhora pra sofrer assim?, ela pensou, passando a mão nos olhos e sentindo duas mãos a empurrando delicadamente para algum lugar. Quando abriu os olhos, Cida se viu na janelinha da barraca do beijo e ouviu algumas vozes femininas atrás dela, gargalhando e a incentivando. — Vi menina! Todo mu
Assim que pisou os pés na praça da vila, Beto sorriu, vendo as luzes amareladas e a grande fogueira no centro. Fazia muito tempo que não participava do São João da comunidade, não desde que terminou o colégio e saiu dali para cursar contabilidade na cidade grande. Seu pai era implacável e, para o senhor Joaquin Santana, o melhor era mandar o filho cursar uma boa faculdade antes que ele tomasse a posse das fazendas da família. De fato, a faculdade o havia ajudado, mas ele odiava a cidade grande. No fim, nada se comparava ao cheiro gostoso do campo, aos cavalos e a acordar de manhã bem cedo e ordenhar o leite que tomaria logo em seguida. Por isso ele estava encantado com a festa, com o clima, com a música, aquele era seu lugar. O homem caminhou tranquilamente por entre as pessoas, os moradores não o conheciam ou ao menos não se lembraram dele, mas não havia como julgá-los, afinal, ele havia mudado muito. O menino franzino de 19 anos que saiu dali agora era um homem e seis anos fizer
Se dona Norma soubesse que ele estava ali, ela certamente teria um infarto. O ponto é que Beto não é mais um menino, deseja honrar o desejo de seu pai, mas jamais vai jurar amor a uma mulher que não o atrai de forma alguma, e Lucia sabia disso desde o começo. — Eu conheço essa cara — falou Leo, interrompendo os pensamentos do irmão e mudando a direção da caminhada. — Vamos, tem um lugar que eu sei que vai te deixar animado. — Que lugar? — Beto perguntou, seguindo o outro enquanto olhava ao redor, decidindo o que faria primeiro. — Fecha o olho — Leo falou e, instantes depois, os olhos de Beto foram vendados e ele ouviu risinhos femininos. Naquele momento ele soube exatamente onde estava. Suas experiências com a barraca do beijo de São João eram as melhores que um homem poderia ter, foi num lugar assim onde deu seu primeiro beijo e não pensava em forma melhor de começar a noite, por isso, não resistiu nem um pouco quando foi empurrado e posicionado onde deveria estar. O beijo
Parecia que a noite tinha realmente começado ali e, com conversas e risadas, Cida dançou durante muito tempo. A cada nova música, mais gargalhadas ecoavam e a moça se sentiu exatamente como chegou na festa, viva! Beto era apenas um estranho e ela não sabia o porquê da conexão entre eles ser tão forte, mas decidiu que também não seria naquele momento que iria descobrir. Curtiria a noite como nenhuma outra e dançaria até que seus pés não aguentassem mais, pois, logo estaria casada com alguém que sequer a amava e não estava pronta para esse tormento.O som da banda enchia o local de alegria e as barracas de comida enchiam cada vez mais. O cheiro dos ximangos recém assados preencheu o local, misturado a pólvora das bombinhas que as crianças soltavam. As moças ao redor não entendiam o que Cida tinha, que despertava tanto desejo nos homens e muito menos de onde era o rapaz charmoso que ela tinha arranjado para dançar. Então, começaram a invejar ainda mais a menina.— Como é que pode um tre
A casa não estava tão distante do portão e, em questão de minutos, ele empurra a porta e entra com a moça, direto para o quarto. Cida, ao entrar, repara na casa simples que está e imagina que Beto seria apenas algum capataz da fazenda, isso explicaria o fato dele não ser conhecido, pois provavelmente vivia a maior parte do tempo trabalhando ou ajudando seu patrão em alguma viagem.Mas ela não pensou muito sobre aquilo e logo se deixou levar pelo momento, sentindo os braços fortes de Beto a apertarem cada vez mais. Ele então entrou num quartinho simples, com uma cama de casal forrada com um lençol que, mesmo parecendo velho, estava limpo e cheiroso. No lado esquerdo, uma janela de madeira estava fechada apenas com um pedaço da própria tábua que a construiu, uma mesinha e um guarda-roupa estavam no canto do cômodo, fazendo apenas volume e, na parede, uma abertura deixava com que a luz da lua entrasse, iluminando boa parte do lugar. Os rojões e bombas, que eram altos, estavam apenas ap
O que eram apenas gemidos baixos, se tornaram sussurros roucos e cheios de desejo: — Cida, Cida.. Porra, que gostoso… — Beto comevou a gemer mais alto o nome da moça, que intensificou ainda mais os movimentos, sentindo seu corpo vibrar diante da voz dele. Não demorou muito para que ela o levasse ao paraíso, fazendo o corpo de Beto tencionar e seu pau pulsar nos lábios macios da moça, gozando na boca dela, soltando urros enquanto segurava o lençol com força. Não satisfeito, ele trocou novamente as posições, voltando a deixar Cida por baixo, deitando-a na cama. Beto puxou a calcinha com toda a delicadeza possível, deslizando o tecido macio pelas pernas dela, enquanto a via limpar com o dedo indicador uma gota esbranquiçada que escorreu levemente pelo canto de seus lábios. Então, se posicionando entre as pernas dela, Beto aproximou os lábios, olhando para a boceta levemente rosada de Cida que corou ao percebê-lo encará-la com tanto desejo. A garota sentiu a respiração quente de Be
Novamente, Cida foi tomada pelo prazer quase desesperador, numa intensidade que a deixou desorientada, então, sem que esperasse, um líquido sem cor saiu de sua bocheta enquanto ela gemia, agora com a vagina expulsando o membro dentro dela. Sem forças, ela apenas empurrou o rapaz para o lado e olhou preocupada para o líquido que molhou suas pernas e um pouco das pernas de Beto, o que a deixou um pouco preocupada e completamente envergonhada — Será que eu me machuquei? Isso nunca aconteceu antes — ela sussurrou, sem olhar para ele, com as bochechas vermelhas. — Não se preocupe, só significa que você gostou muito, pode acontecer com algumas mulheres às vezes — Beto disse, surpreso em como uma moça poderia ser realmente tão pura e inocente para desconhecer coisas sobre o proprio corpo na hora do sexo, ao mesmo tempo em que o havia feito gemer de tanto prazer. Além disso, também sentiu seu ego massageado ao saber que a levou a um nivel de prazer que jamais havia experimentado. Cida su