Em seguida, ele voltou os olhos para o violão, depois de ver o rosto corado da jovem que, ao menos para ele, era sem dúvidas a garota mais bonita da pista. Sandrinha percebeu o flerte do homem e gargalhou, ele era bonito até, não era dali, era um cantor de fora da cidade, e elas bem sabiam que os moços da cidade eram fogo.
Quando menos esperavam as duas meninas foram separadas e, inesperadamente, Cida foi tirada para dançar por um rapaz que ela havia visto algumas vezes, mas com quem nunca mais havia falado desde o que aconteceu no ano anterior. Naquele momento, ele tinha um sorriso lindo nos lábios e parecia não se importa com a reputação dela, ninguém na pista parecia ligar para aquilo, ao menos não ainda. Ela colocou o corpo ao do rapaz, dançando com ele e movendo o quadril no ritmo da música, esquecendo de todos os problemas ao som da voz doce do cantor enquanto o garoto a conduzia naquele forró delicioso que aquecia seu coração. Trocou de parceiro várias vezes enquanto as músicas iam passando, em dado momento se perdeu de Cida, mas não se importou com isso, seu próximo parceiro lhe trouxe licor e ela bebeu um copinho pequeno, rindo alegremente e voltando a dançar. Todos a conheciam como a melhor dançarina de todas as festas de São João, por isso, sempre haviam parceiros para ela nas comemorações. Porém, naquele ano, Cida não tinha muita confiança que as coisas seriam como antes, afinal, ela estava arruinada e as pessoas não se aproximavam dela, nem os homens e muito menos as mulheres. Mas, naquele São João, ela sentiu como se nada tivesse acontecido, como se ela fosse a mesma menina de 17 anos, dançando como se não houvesse amanhã e sem dever nada a ninguém. Sua testa já estava levemente suada, mas o seu perfume ainda era forte e o seu cheiro ficava em todos que dançavam com ela fazendo as outras meninas torcerem o nariz ao dançar com os rapazes que a deixavam na pista. O peito de Cida estava ofegante e qualquer um que a olhava podia jurar que ela brilhava, tamanha alegria que emanava dela naquele momento. Os mais velhos viam, na pista, Dona Maria dançando em sua juventude, agora mais do que nunca ela era como a mãe, o retrato da mulher que, como a filha, deixava estragos por onde passava, como um furacão. Mas nem todo o brilho e alegria de Cidinha poderia suportar o olhar de malícia de um homem que ela jurou jamais olhar de novo em sua vida. Jonas estava de longe a olhando dançar e naquele momento o lembrou de quando a conheceu da menina inocente que ele abordou na pista e de tudo o que tiveram. Claro, não havia lhe contado sobre Ilana, sua esposa, nem sobre Milena, sua filha. Jonas não se arrependia, teve o que queria e sentia saudades, mas sua esposa o descobriu e sua versão da história foi aceita por todos, afinal, quem resistiria a uma beldade como Cida. Com passos de raposa, bem calculados e discretos, ele passou por entre as pessoas, aproveitando que sua esposa havia ido distrair a filha com alguns joguinhos, e foi até a pista aproveitando que o último rapaz havia deixado Cida sozinha no meio do forró. Jonas entrou no local com rapidez e, a puxando pela cintura, colou as costas de Cidinha, que estava rindo levemente enquanto gritava uma música para a banda, em seu peitoral. Segundos depois, antes que ela se virasse, Jonas aproximou sua boca da orelha dela e, inspirando profundamente o cheiro de rosas que lhe era familiar, ele sussurrou: — Oh, minha Cida… Como senti sua falta — a voz dele era um sussurro e as mãos firmes e grandes apertaram a menina firmemente puxando a bunda dela de encontro ao quadril dele, enquanto o homem arfava. — Vamo dança um pouquinho, hm? O que tu acha? Depois te levo ali pra beber um licorzinho… Cida estava em choque, a voz de Jonas arrepiou sua espinha e a fez sentir náuseas, sentia nojo dele tanto quanto sentia nojo de Zé. Claro em questão de aparência, Jonas era muito mais bonito, tinha um trabalho menos pesado que o de Zé e isso o permitia se cuidar melhor, era um homem de quase trinta anos que tinha músculos fortes e um cabelo enrolado que formava algumas ondas de um tom loiro escuro. Com uma pele morena brilhante e um rosto de traços firmes, mas bonitos, ele conquistava suspiros pela vila, mas Ilana sempre foi uma mulher de por medo em qualquer um com seu ciúmes doido, então poucas mulheres tinham coragem de se meter com Jonas, as que tinham ou já não tinham mais nada a perder ou eram desavisadas, como Cida. O corpo dela gelou e endureceu, seus olhos se apagaram por um momento e a raiva subiu por seu coração até chegar em sua cabeça, trazendo-a para a realidade novamente e lembrando-a que estavam no meio da pista. Cida, munida de todo o ódio que sentia por Jonas, se virou para ele, gritando. — Vai procurar tua mulher, seu safado! — então, sem pensar duas vezes, ergueu o joelho com força, batendo bem no meio das pernas de Jonas, que curvou o corpo e apertou a destra no volume de sua calça sentindo uma dor que o fez grunhir. — Sua puta! Tá maluca? — ele gritou, vendo a menina correr para longe da pista. — Tá se fazendo de difícil agora? Mas cê vai ver! — depois de sussurrar isso, sentindo a dor se abrandar mais, Jonas começou a correr entre as pessoas, tentando seguir Cida entre a multidão.Cida corria desesperadamente, a alegria da pista de dança havia sido arruinada e ela estava ofegante olhando para trás a cada passo e percebendo que Jonas ainda estava em seu encalço. Não havia mais festa, nem animação, agora ela só sentia medo e vergonha, medo do que falariam vergonha por ter sido tocada por ele de novo como se fosse dele, de ouvir aquelas coisas como se eles ainda tivessem alguma coisa. Os olhos dela marejaram e, sem que sequer notasse, as lágrimas começaram a rolar por seu rosto, deixando sua visão turva. Cida sentia o coração apertado, aquela era sua noite de alegria e agora já não havia mais felicidade. Será que um dia ele me deixa em paz, meu Deus? O que eu fiz pra nossa senhora pra sofrer assim?, ela pensou, passando a mão nos olhos e sentindo duas mãos a empurrando delicadamente para algum lugar. Quando abriu os olhos, Cida se viu na janelinha da barraca do beijo e ouviu algumas vozes femininas atrás dela, gargalhando e a incentivando. — Vi menina! Todo mu
Assim que pisou os pés na praça da vila, Beto sorriu, vendo as luzes amareladas e a grande fogueira no centro. Fazia muito tempo que não participava do São João da comunidade, não desde que terminou o colégio e saiu dali para cursar contabilidade na cidade grande. Seu pai era implacável e, para o senhor Joaquin Santana, o melhor era mandar o filho cursar uma boa faculdade antes que ele tomasse a posse das fazendas da família. De fato, a faculdade o havia ajudado, mas ele odiava a cidade grande. No fim, nada se comparava ao cheiro gostoso do campo, aos cavalos e a acordar de manhã bem cedo e ordenhar o leite que tomaria logo em seguida. Por isso ele estava encantado com a festa, com o clima, com a música, aquele era seu lugar. O homem caminhou tranquilamente por entre as pessoas, os moradores não o conheciam ou ao menos não se lembraram dele, mas não havia como julgá-los, afinal, ele havia mudado muito. O menino franzino de 19 anos que saiu dali agora era um homem e seis anos fizer
Se dona Norma soubesse que ele estava ali, ela certamente teria um infarto. O ponto é que Beto não é mais um menino, deseja honrar o desejo de seu pai, mas jamais vai jurar amor a uma mulher que não o atrai de forma alguma, e Lucia sabia disso desde o começo. — Eu conheço essa cara — falou Leo, interrompendo os pensamentos do irmão e mudando a direção da caminhada. — Vamos, tem um lugar que eu sei que vai te deixar animado. — Que lugar? — Beto perguntou, seguindo o outro enquanto olhava ao redor, decidindo o que faria primeiro. — Fecha o olho — Leo falou e, instantes depois, os olhos de Beto foram vendados e ele ouviu risinhos femininos. Naquele momento ele soube exatamente onde estava. Suas experiências com a barraca do beijo de São João eram as melhores que um homem poderia ter, foi num lugar assim onde deu seu primeiro beijo e não pensava em forma melhor de começar a noite, por isso, não resistiu nem um pouco quando foi empurrado e posicionado onde deveria estar. O beijo
Parecia que a noite tinha realmente começado ali e, com conversas e risadas, Cida dançou durante muito tempo. A cada nova música, mais gargalhadas ecoavam e a moça se sentiu exatamente como chegou na festa, viva! Beto era apenas um estranho e ela não sabia o porquê da conexão entre eles ser tão forte, mas decidiu que também não seria naquele momento que iria descobrir. Curtiria a noite como nenhuma outra e dançaria até que seus pés não aguentassem mais, pois, logo estaria casada com alguém que sequer a amava e não estava pronta para esse tormento.O som da banda enchia o local de alegria e as barracas de comida enchiam cada vez mais. O cheiro dos ximangos recém assados preencheu o local, misturado a pólvora das bombinhas que as crianças soltavam. As moças ao redor não entendiam o que Cida tinha, que despertava tanto desejo nos homens e muito menos de onde era o rapaz charmoso que ela tinha arranjado para dançar. Então, começaram a invejar ainda mais a menina.— Como é que pode um tre
A casa não estava tão distante do portão e, em questão de minutos, ele empurra a porta e entra com a moça, direto para o quarto. Cida, ao entrar, repara na casa simples que está e imagina que Beto seria apenas algum capataz da fazenda, isso explicaria o fato dele não ser conhecido, pois provavelmente vivia a maior parte do tempo trabalhando ou ajudando seu patrão em alguma viagem.Mas ela não pensou muito sobre aquilo e logo se deixou levar pelo momento, sentindo os braços fortes de Beto a apertarem cada vez mais. Ele então entrou num quartinho simples, com uma cama de casal forrada com um lençol que, mesmo parecendo velho, estava limpo e cheiroso. No lado esquerdo, uma janela de madeira estava fechada apenas com um pedaço da própria tábua que a construiu, uma mesinha e um guarda-roupa estavam no canto do cômodo, fazendo apenas volume e, na parede, uma abertura deixava com que a luz da lua entrasse, iluminando boa parte do lugar. Os rojões e bombas, que eram altos, estavam apenas ap
O que eram apenas gemidos baixos, se tornaram sussurros roucos e cheios de desejo: — Cida, Cida.. Porra, que gostoso… — Beto comevou a gemer mais alto o nome da moça, que intensificou ainda mais os movimentos, sentindo seu corpo vibrar diante da voz dele. Não demorou muito para que ela o levasse ao paraíso, fazendo o corpo de Beto tencionar e seu pau pulsar nos lábios macios da moça, gozando na boca dela, soltando urros enquanto segurava o lençol com força. Não satisfeito, ele trocou novamente as posições, voltando a deixar Cida por baixo, deitando-a na cama. Beto puxou a calcinha com toda a delicadeza possível, deslizando o tecido macio pelas pernas dela, enquanto a via limpar com o dedo indicador uma gota esbranquiçada que escorreu levemente pelo canto de seus lábios. Então, se posicionando entre as pernas dela, Beto aproximou os lábios, olhando para a boceta levemente rosada de Cida que corou ao percebê-lo encará-la com tanto desejo. A garota sentiu a respiração quente de Be
Novamente, Cida foi tomada pelo prazer quase desesperador, numa intensidade que a deixou desorientada, então, sem que esperasse, um líquido sem cor saiu de sua bocheta enquanto ela gemia, agora com a vagina expulsando o membro dentro dela. Sem forças, ela apenas empurrou o rapaz para o lado e olhou preocupada para o líquido que molhou suas pernas e um pouco das pernas de Beto, o que a deixou um pouco preocupada e completamente envergonhada — Será que eu me machuquei? Isso nunca aconteceu antes — ela sussurrou, sem olhar para ele, com as bochechas vermelhas. — Não se preocupe, só significa que você gostou muito, pode acontecer com algumas mulheres às vezes — Beto disse, surpreso em como uma moça poderia ser realmente tão pura e inocente para desconhecer coisas sobre o proprio corpo na hora do sexo, ao mesmo tempo em que o havia feito gemer de tanto prazer. Além disso, também sentiu seu ego massageado ao saber que a levou a um nivel de prazer que jamais havia experimentado. Cida su
Era por volta das dez horas da manhã quando Cida avistou sua casa. Nessa época do ano, mesmo sendo inverno no Brasil, a região onde ela morava ainda ficava quente em horários mais específicos e o frio aparecia apenas mais no final do dia, por conta do rio que passava próximo ao pequeno povoado. Normalmente não havia vento, nem mesmo a brisa fresca os alcançava naquela hora da manhã. O suor em sua testa escorria e, misturado ao cansaço de tanto andar, ela só pensava em cair na cama e dormir o restante do dia. A vila estava vazia, pois provavelmente a maioria das pessoas curtiu até o amanhecer, com a explosão dos fogos e o cessar do fogo que queimava a madeira. As bandeirolas ainda estavam lá, mas nem se moviam, pois o vento parecia não querer fazer visita ao local, o deixando ainda mais abafado. Ao longe, nuvens indicavam que provavelmente choveria, mas nada certo, já que geralmente as nuvens sempre se esvaziavam antes.Cida entrou em casa indo direto para seu quarto sem nem ao menos c