Trabalho de parto

Beatriz

Assim que Rafael abre os olhos e ouve minhas palavras, vejo o pânico se espalhar em seu rosto. Por um momento, ele parece completamente perdido, como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés.

— O quê? Agora? — ele balbucia, sentando-se rapidamente na cama, seus olhos arregalados, sem saber para onde olhar ou o que fazer primeiro. É quase engraçado vê-lo assim, tão nervoso, quando normalmente é ele quem sempre tem o controle da situação.

Ele se levanta de repente, sem rumo, começando a andar de um lado para o outro, enquanto eu o observo, tentando manter a calma. Rafael olha para a porta, depois para mim, e depois para o chão, como se estivesse tentando descobrir qual o próximo passo.

— Eu… eu vou buscar… não, espera… você precisa de alguma coisa? — Ele pergunta, a voz trêmula, e então começa a mexer nas gavetas, pegando qualquer coisa que encontra, a sua pistola e o celular, como se fossem necessárias agora. Não consigo evitar um sorriso ao ver o seu desespero.

— Amor, calm
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