RafaelEu me levanto lentamente, todos os olhares se voltam para mim. O som da minha cadeira arrastando é a única coisa que quebra o silêncio pesado que paira na sala. Com as mãos sobre a mesa, inclino-me levemente para frente, encarando a todos. Não há espaço para dúvidas no que estou prestes a dizer.— O casamento entre Lucas e Priscila vai acontecer. a minha voz sai firme, sem hesitação. Cada palavra é um martelo batendo na estrutura invisível de poder que mantemos. — É o único caminho para assegurar a ordem, e que todos lembrem o lugar de cada um dentro dessa organização.— Casamentos aqui não são sobre amor ou escolha. São alianças de poder, acordos feitos para reforçar lealdades e proteger interesses. Eu preciso garantir que as pessoas saibam que Priscila e a sua virgindade, algo que ainda pesa no valor que a máfia dá às mulheres e está sendo protegida.Sei que o futuro dela é algo que pesa na mente de Ramiro, e não quero dar espaço para que ninguém acredite que estou interr
RafaelPego a fotografia de Giulia e passo os dedos pela moldura. Ela é minha, não de sangue sangue, mas por amor e por ela, eu faria qualquer coisa. Mas me dou conta de que isso também é verdade para todos os pais dentro da organização. Ramiro e Priscila. Cristian e Maria. Todos eles têm filhas, e por mais que façamos parte de algo muito maior e mais perigoso, no fundo, o instinto é o mesmo: proteger.Eu quero proteger a Giulia do mundo e por isso casei a Priscila com o seu grande amor, o Lucas, mas não por isso, para protegê-la, do próprio pai, Como Ramiro fez isso por tanto tempo com ela, eu tenho vontade de mata-lo, mas preciso continuar a ser líder, porém se um dia, alguém fizer isso com a minha filha, eu volto do inferno, mas protegerei a minha Giulia.Minha mente volta para Priscila, que sempre foi uma guerreira, mais forte do que qualquer um poderia imaginar. Eu a coloquei em situações impossíveis, e ela sempre superou as expectativas. Maria, tão dedicada e leal, uma jovem que
LipeSinto o peso do revólver na minha mão e inspiro fundo, deixando o cheiro do metal e da pólvora preencherem o ar. Estou aqui com o meu irmão, o Gian Carlo, e a sensação é de camaradagem pura. Ele olha para mim, com aquele sorriso confiante de quem já fez isso milhares de vezes, e assente, sinalizando que está pronto.Posiciono os pés, ajusto a postura, e o barulho ao nosso redor parece diminuir enquanto foco no alvo à frente. Gian levanta a arma primeiro e dispara uma sequência rápida, três tiros certeiros que ressoam pelo estande. Os impactos acertam o alvo com precisão, e não posso deixar de admirá-lo. Ele sempre foi bom nisso.Agora é a minha vez. Levanto o revólver e respiro fundo, controlando a ansiedade. Puxo o gatilho uma vez, e o primeiro disparo me dá um pequeno tranco, mas o meu foco permanece firme. Repito o movimento, soltando outros dois tiros em sequência. Sinto a adrenalina percorrer o meu corpo, e um leve sorriso surge no meu rosto.Gian Carlo bate no meu ombro, me
Felipe VassaloCom calma, puxo uma faca da mesa ao lado, e sinto o cabo frio na minha mão enquanto ele observa o reflexo dela com os olhos arregalados. Gian Carlo permanece em silêncio, seu olhar firme, apenas me observando e me deixando conduzir o ritmo. Sem pressa, traço a lâmina pelo braço do primeiro homem, arrancando um grunhido de dor, e repito o movimento lentamente, deixando que cada som de agonia ecoe pelo galpão. Cada corte, cada pressão aplicada, parece esvaziar um pouco da dor que eu mesmo carrego.Quando me viro para os outros dois, vejo que a resistência deles está praticamente destruída, faço um corte profundo de cada e Gian Carlo me encara e me passa a sua pistola, e sem hesitar, aponto para o segundo homem. Um disparo preciso. O som seco e o corpo dele caindo inerte marcam o fim de sua luta.Sigo para o último, sem pressa, observo o sangue fluindo do corte que fiz a instantes atrás e sinto a calma tomar conta. Ele já desistiu, o olhar vidrado. Outro disparo, e o silên
Lucas— O Rafael é pai!— Imagino o quanto ele está feliz, do jeito que ele é apaixonado pela Beatriz e agora com uma mini Beatriz para mimar, deve ser incrível Lucas!— Estou ansiosa para conhecê-la!— Eu também gostaria de conhecê-la logo, Pri.— Deve ser tão linda!— Acho que o Rafael realmente vai nos casar, estou torcendo que sim, isso não saiu da minha cabeça depois daquela conversa no escritório.— Assim que casarmos, vou te engravidar, quero ter filhos com você, no mínimo três!— Pri, você também pensa em ter filhos logo?— Lu, estamos no auge da nossa carreira e da nossa vida, quero muito ter filhos com você, mas eu gostaria de aproveitar um pouco mais o início do nosso casamento para podermos aproveitar a vida e curtir, viajar.— Faz sentido Pri, eu realmente quero aproveitar muito com você e fazer amor contigo todas as horas e lugares, mas primeiro temos que arrumar uma casa no condomínio para morar.— Vamos mudar de assunto, preciso voltar ao caos da nossa realidade, estou
LucasPriscila se moveu em direção à pista de dança, misturando-se à multidão. Ela dançava com uma graça natural, o vestido se movendo com ela enquanto os olhares dos predadores se fixavam na sua direção, atraídos pela combinação de beleza e despreocupação. Eles viam uma garota jovem, vulnerável, sozinha, e aquilo era exatamente o que queríamos.Continuei observando de longe, tomando pequenos goles do meu falso drink, sempre atento. Um dos homens começou a se mexer, seus olhos fixos em Priscila enquanto ele fazia o caminho em direção à pista. Era o sinal de que o jogo estava avançando. Eu me afastei um pouco mais, fingindo não perceber, como se estivesse distraído, enquanto a atenção de todos ao redor se voltava para ela.O barmen, cúmplice, continuava nos servindo drinks falsos, mantendo o ritmo da encenação. Priscila sabia exatamente o que fazer, deixar que aquele homem chegasse perto o suficiente, mas sem parecer fácil demais. Era uma linha tênue que ela sempre conseguia caminhar c
PriscilaSaímos da boate como se fosse mais uma noite qualquer, mas eu sabia que estávamos nos aproximando do clímax da missão. O motor do carro da mulher roncava baixo enquanto cruzávamos as ruas vazias da cidade. Ela estava ao volante, confiante, achando que tinha me fisgado completamente. O silêncio no carro era denso, quase palpável, mas por dentro, minha mente estava alerta, cada detalhe do ambiente sendo calculado.Eu podia sentir o cheiro da antecipação no ar. A cada quilômetro que passava, sabia que estávamos chegando perto do motel onde eu estive na noite anterior. O lugar era uma armadilha sórdida, e o destino final da mulher à minha direita seria exatamente o oposto do que ela esperava.Tentei manter a minha respiração controlada, deixando a minha postura relaxada. Olhava pela janela, como se estivesse ansiosa para o que viria, mas por dentro, cada parte de mim estava pronta para a ação. Eu sabia que Lucas estava me observando de perto, que toda a equipe estava sincronizada
PriscilaA noite fria nos envolvia assim que saímos do quarto abafado. Os outros membr0s da equipe já tinham os três criminosos sob controle, amarrados e jogados na parte de trás de uma van discreta. Joana fechava as portas com um estalo seco, dando um último olhar para garantir que tudo estava bem seguro.Lucas e eu ficamos um momento em frente ao motel, o vento batendo em nossos rostos, carregando consigo o cheiro de asfalto molhado e fumaça de cigarro. Eu ainda podia sentir a eletricidade no ar, como se a luta tivesse deixado rastros invisíveis ao nosso redor. Ele parou ao meu lado, sem dizer uma palavra, mas a sua presença era suficiente.— Foi tranquilo, não é? — perguntei, tentando aliviar o clima.— Nem tanto — ele respondeu com um meio sorriso, os olhos ainda fixos nos meus. — Mas você lidou com isso de um jeito... impressionante Priscila.— A cada dia você supera a si mesma, e a cada membr0 da nossa equipe quado te ver em ação.— Tenho muito orgulho de te ter como minha parc