Meu porto seguro

Lipe

Minha mãe chega cheia de energia, como sempre. O som da campainha me tira do que quer que eu estivesse fazendo, e quando abro a porta, lá está ela, Giulia, com aquele sorriso caloroso que parece iluminar todo o ambiente.

— Meu filho! — Ela me puxa para um abraço apertado.

— Que saudade!

— Também senti, mãe. Entra, fica à vontade. — falo dando passagem.

Ela se movimenta pelo meu apartamento como se fosse dela, o que não me incomoda nem um pouco. A presença dela traz um ar de casa, de conforto.

— Tá tudo tão organizado, Lipe! — Ela ri, olhando ao redor.

— Tá querendo dizer que eu era bagunceiro? — brinco, e ela revira os olhos.

— Era? Ainda é, só que agora aprendeu a esconder melhor.

Rimos, e ela se senta no sofá enquanto eu coloco água para fazer um café. A conversa flui fácil, como sempre. Falamos de tudo, trabalho, as notícias da família, e ela me conta histórias engraçadas de conhecidos.

Mas, inevitavelmente, o assunto muda. É sempre assim quando ela está por aqui, ela perceb
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