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BeatrizHoje quero que tudo esteja perfeito. Rafael tem enfrentado dias exaustivos, e sinto que ele precisa de um ambiente que o acolha, tirando-o do mundo lá fora e o traga para perto de mim e da nossa família. Depois de colocar Giulia para brincar no cercadinho, passo boa parte da tarde ajustando alguns detalhes.Quando termino de arrumar tudo, pego Giulia, exausta ofereço o meu sei0 a ela que pega imediatamente, quando ela termina, dou o seu banho, eu a levo para o berço. Ela parece um anjo com aquele rostinho tranquilo. Dou um beijo suave em sua testa e fico ali por alguns segundos, admirando como ela é perfeita. Não demora muito a Morgana entra no berço e vai dormir ao lado da minha pequena.Escolho um vestido que sei que Rafael adora, vermelho, ajustado nos lugares certos, e solto o cabelo, que cai em ondas sobre meus ombros. Um toque de maquiagem, perfume delicado... Tudo pensado para que ele sinta como me esforço para ser especial para ele, mesmo depois de tudo que vivemos junt
RafaelO sol já começa a se despedir no horizonte quando Beatriz chega em casa com a pequena Giulia nos braços. Ela está cansada, consigo ver pelo jeito como me olha e em seguida ajeita o cabelo para trás enquanto me dá um sorriso lindo.— Oi, Rafa. Foi um dia cheio... — ela diz, colocando a bolsa no sofá e dando um beijo leve no topo da cabeça da pequena.Morgana começa a se esfregar nela, que acaricia a sua cabeça.— Imagino. Dá pra ver no seu rosto. — respondo, me aproximando e pegando a Giulia no colo. — Vai lá, toma um banho tranquilo. Eu cuido dela enquanto isso.Beatriz hesita por um segundo, mas o cansaço a vence.— Obrigada. Não demoro.Com Giulia no colo, faço algumas brincadeiras que arrancam risadas gostosas dela. É incrível como essa pequena tem o poder de iluminar qualquer ambiente. Caminho pela sala, mostrando os quadros nas paredes e imitando os sons dos animais de um livrinho que ela adora e Morgana entra na brincadeira miando, toda carinhosa.Quando Beatriz volta, e
RafaelBeatriz pega o caderno, folheando as páginas com atenção.— Esses números são alarmantes. Você sabe que não é só o alimento final. A contaminação do solo e da água compromete todo o ecossistema. Sem falar nos trabalhadores rurais. Eles estão expostos a esses compostos tóxicos de forma direta.Assinto, sentindo o peso da situação.— A maior parte dos defensivos agrícolas usados aqui ainda são os que foram proibidos em outros países há décadas. Nosso sistema de fiscalização parece ser mais leniente, como se estivéssemos em uma zona de descarte de produtos químicos perigosos.Beatriz franze a testa, claramente indignada.— E o problema não é só a aplicação indiscriminada, mas também a falta de treinamento. Os trabalhadores muitas vezes não sabem como manusear esses produtos. Isso resulta em intoxicações, doenças respiratórias, até câncer.— Exato. Sem contar a questão econômica — digo, cruzando os braços. — O uso massivo de defensivos gera uma dependência dos agricultores. Eles s
BeatrizAcordo sentindo uma inquietação que não sei de onde vem. É como se algo estivesse fora do lugar, mas não consigo identificar o quê. Tento me acalmar enquanto arrumo a Giulia para o dia. Ela me olha com aquele sorriso inocente que carrega um mundo de doçura, mas, ainda assim, não consigo afastar essa sensação de agonia. Morgana se esfrega nas minhas pernas e faço um carinho em sua cabeça.Após terminar de vesti-la, vou para o meu quarto e me arrumo. Coloco uma roupa prática, prendo o cabelo em um coque desleixado e passo um pouco de rímel, só para tentar parecer menos cansada. Giulia balbucia algo enquanto a pego no colo, e meu coração aperta. Sei que Rafael vai torcer o nariz quando souber que saí com ela para trabalhar, mas preciso ir, converso com a minha gatinha e aviso que vou trabalhar e logo volto...Deixo Giulia na casa de Fabrícia, que me recebe com aquele olhar compreensivo de sempre. Fabrícia conhece bem a rotina e os sacrifícios que faço, e agradeço em silêncio enqu
BeatrizSaio de casa cedo, carregando Giulia nos braços, enquanto Rafael ainda dorme. Ele não gosta que eu continue indo ao laboratório, mas já deixamos isso claro e é isso que quero, ainda estou aprendendo a equilibrar minha vida entre mãe e cientista.Fabrícia, como sempre, me recebe com um sorriso caloroso.— Não se preocupe, Bia. Giulia está em boas mãos — ela diz, pegando minha pequena.— Obrigada, Fabrícia. Não sei o que faria sem você — digo, depositando um beijo na testa da minha filha antes de sair.Chego ao laboratório, já com a mente cheia de ideias. Organizo meus materiais e começo a trabalhar. Tudo está indo bem até que Robert aparece. Ele é filho da Dra. Mônica e está no segundo ano da faculdade de medicina. Sempre muito educado, Robert é um garoto curioso e, admito, bastante carismático.— Bom dia, Beatriz! Trouxe os relatórios que minha mãe pediu para você dar uma olhada.— Bom dia, Robert. Deixe aqui. Como vai a faculdade? Alguma novidade?Começamos a conversar sobre
Alguns dias depoisBeatrizVoltar ao treinamento depois do nascimento da Giulia parecia um desafio imenso. O meu corpo ainda estava se ajustando, e eu sabia que precisaria de tempo para recuperar a forma física completa. Mas o mais difícil não era o estado do meu corpo, era a sensação de estar distante daquilo que eu ainda estava conhecendo e gostando, do ritmo e da intensidade da máfia. No entanto, o desejo de voltar, de recuperar meu espaço, era mais forte do que qualquer hesitação.Quando entrei na sala de treinamento, os rostos familiares me receberam com uma espécie de respeito silencioso. Não era por eu ser a esposa do Rafael, o chefe. Não era isso que fazia com que eles me respeitassem, e eu sabia disso. Eles me respeitavam pelo que eu sempre fui, justa, firme, dedicada e, acima de tudo, boa no que fazia. Sempre lidei com todos de maneira igual, e isso se refletia agora, na maneira como cada um me cumprimentava.— Beatriz — ouvi um deles dizer, com um aceno respeitoso. — Bom
BeatrizEstava concentrada no treino de tiro quando ouvi passos pesados se aproximando. Não precisei olhar para saber quem era; a presença de Rafael preenchia qualquer sala, sempre imponente. Ele parou ao meu lado, observando em silêncio enquanto eu disparava mais uma vez, cada projétil atingindo o alvo com precisão.Senti o olhar dele sobre mim, e quando finalmente abaixei a arma e olhei para ele, vi aquele sorriso orgulhoso que raramente mostrava, mas que eu conhecia bem. Rafael não era de muitos elogios em público, mas quando se orgulhava, era inegável.— Beatriz, está indo muito bem — ele disse, a sua voz grave reverberando pela sala.Eu apenas sorri de volta, sentindo o peso da aprovação dele. O treinamento não era só uma forma de conquistar a minha posição; também era uma maneira de reafirmar quem eu sou, tanto para mim mesma quanto para os outros. e Rafael sabe disso.Ele então virou-se para o grupo, que parou o que estava fazendo para prestar atenção, como sempre faziam quando
Beatriz A noite está silenciosa, ser mãe é maravilhoso, mas também é muito cansativo, uma rotina totalmente diferente…Ela dorme profundamente no quarto ao lado, com a barriguinha cheia, mamou bastante, sei que não acordará nas próximas horas. Nos últimos tempos, tudo se tornou um redemoinho de novidades, rotina e algumas dificuldades. Mas agora, enquanto estamos só nós dois, percebo o quanto ele continua me afetando, a necessidade do corpo dele, da forma que nos entendemos, dos toques e da intimidade que nos conectam de uma forma única, imaginei que todas essas ondas de sensações eram devido às alterações hormonais da gestação, mas agora, meses após o parto, nada mudou, eu sinto muita necessidade dele.Ele se aproxima, e vejo um brilho suave em seus olhos. Ele estende a mão para tocar o meu rosto, passando o polegar de leve pela minha pele, e sinto uma onda de calor, um misto de saudade e desejo, inundar todo o meu corpo. Seus dedos descem lentamente, contornando meu pescoço, meu om