Eu tentava entender aquela mulher, que assim como eu, só queria recomeçar, renascer! — Pretendia se apresentar como Silla? — Sim, mas eles me acharam, quando eu estava há algumas horas escondidas aqui nos arredores. Choquei. — Entendi. Você escondeu os documentos da sua amiga, não foi? Preferiu o anonimato! Antonieta sorriu com tristeza, pensativa. — Eu vi que aquela mulher estava muito doente, percebi ali uma oportunidade de usurpar a sua identidade! Eu fui mesquinha! O pensamento de Antonieta voltava para a cena de uma mulher moribunda à beira mar. Ela se aproximou para ajudá-la, foi nesse momento em que Giglio, o chefe da guarda, a abordou. — Ele se apaixonou por mim naquele instante! Velho safado! Antonieta era empregada da casa, não tinha família, não tinha ninguém. Como eu fingi estar confusa, ele teve uma ideia, vendo que a mulher desfalecia diante de nós. — Vou falar com o patrão, pode usar o nome dela! Que loucura, naquele mome
Me desesperei e comecei a recuar até que caí sobre o leite. Ele veio por cima de mim, sorrindo malicioso, maravilhoso. — Tem que esperar até nos casarmos!— supliquei ofegante. — Está me querendo também, ou estou enganado? Apertei os olhos impacientes, depois de tentar empurrá-lo, mas ele fazia pressão no meio das minhas pernas. — Está me machucando!— falei virando o rosto quando ele veio me beijar. Matteo deu um longo suspiro no meu pescoço e afastou-se enfim. Senti como se ele tivesse saído de dentro de mim. A sensação era muito boa. Minhas pernas abertas, ainda me deixava com a sensação de sentir o tecido fino da calça dele me forçar com o zíper. O acompanhei com o olhar atento. Ele foi até o closet, e voltou usando apenas um calção de seda. Sem me olhar, como se estivesse ali sozinho, ele se dirigiu até uma poltrona e puxou o seu assento. Ela se transformou em uma confortável cama. Eu o examinava incrédula. Por que ele precisava da
Silva ficou boquiaberto. — Morrer! Acha que ela não sabia nadar? O homem deu de ombros. — Ele disse que ela sabia nadar muito bem. Acho que alugou uma lancha e foi procurá-la. — E será que a encontrou? O garçom olhou em volta e respondeu baixinho: — Eu acompanhei tudo de perto. Ele voltou sem ela quando devolveu a lancha. E a outra mulher estava junto. Ela chama ele de amor! Silva ficou intrigado. — Elas devem ter algum grau de parentesco. — Mas ele estava com as duas, isso eu garanto. — Acha que são casados? O homem pensou um pouco. — Eles usavam aliança, agora que estou me lembrando. — Ela não poderia estar usando um anel qualquer?— Silva estava ansioso, sua voz tremia. — Não, eu tenho certeza que eram casados! Silva suspirou impaciente. — Pode ficar com o meu contato e me deixar informado dos passos desse indivíduo? — Claro! Silva ia se afastando, mas voltou de repente curioso para perg
Antonieta também levantou-se e o encarou. — Você não desconfiou de mim, e eu era uma completa estranha! Você até me levou para a sua cama! Deixe a moça em paz, Giglio! Giglio a encarou com o semblante fechado, ele estava realmente preocupado. — Você não a conhece, não sabe do que é capaz! Eu vi verdade em você, nela eu já não posso dizer a mesma coisa! Antonieta também baixou a guarda. — Eu também cheguei aqui confusa, você lembra? Ela pode ser apenas uma pessoa que precisa de ajuda. — Uma coisa é mentir para mim e outra para o senhor Matteo, você sabe que ele não suportaria ser enganado! Antonieta ficou curiosa, desconfiada. — O que pretende fazer? — Abrir os olhos do patrão! Ela é casada com aquele rapaz que esteve aqui mais cedo. Antonieta arregalou os olhos e ficou ofegante. — E daí se ela for, ela não se lembra! Talvez ela não queira se lembrar! Giglio perdeu a paciência. — Antonieta, ela não perdeu a memória coisa nenhuma! Ela foi traída pela amiga
“Eu pulei do penhasco e me joguei ao mar, deixando a dor da decepção apagar todo o meu passado. Eu só queria esquecer aquela traição, mesmo que isso custasse a minha vida, os meus sonhos e por fim, a minha identidade. “ Foi assim que tudo começou… Eu dirigia feliz, havia fechado um grande negócio! Com a venda daquela mansão milionária, finalmente poderia trocar o carro do meu marido. Diogo se queixava sempre que, enquanto não chegasse a tão sonhada promoção na exportadora em que trabalhava, teria que se conformar com o seu carro, que não trocava há três anos. De repente, por ironia do destino, o surpreendo dirigindo quase do meu lado. O farol fechou e ele estava tão ansioso, impaciente, olhando para frente que não me viu. Meu coração disparou de felicidade e eu o segui, ele dirigia rápido e eu desviava dos carros para alcançá-lo, cheguei a gritar o seu nome, mas ele não me ouviu. Para mim, era muita sorte não precisar chegar em casa para lhe contar do meu grande feito, me se
Enquanto as águas me arrastavam, eu refletia sobre tudo o que estava me acontecendo. Cath ainda ia fazer dezenove anos, enquanto eu já tinha quase vinte e seis. Desde criança, ela estava sempre entre nós. Já nesse tempo, Diogo não a suportava! Queria pegar na minha mão, mas ela dizia que iria contar para os meus pais. Quando eu tinha só treze aninhos ele me beijou, escondido no jardim, e ela fez um escândalo! Saiu correndo e contou aos gritos. — Que criança insuportável!— Diogo exclamou e saiu correndo para a sua casa, que ficava no mesmo quarteirão. Eu até achei graça da situação, pois Cath tinha só seis anos e eu achava que se tratava de ciúmes da irmã, apesar que me deu muito trabalho aquela atitude infantil. Meus pais me achavam nova demais para namorar e eu quase levei uma surra! Demorou mais de três anos para os meus pais aceitarem o nosso namoro! Eles davam ordens para que Cath ficasse sempre por perto. Ela não desgrudava de mim, parecia não suportar o Diogo. A
Comecei a afogar de repente. As águas me abraçaram e o mar começou a me puxar, sem que eu estivesse mais no controle. Foi um desespero muito grande, eu comecei a gritar por socorro, quando avistei uma enorme propriedade sobre um penhasco, era uma mansão gigantesca! Minha experiência como corretora de imóveis, me dizia que a casa era habitada por alguém muito poderoso, e eu comecei a gritar por socorro, me debatendo nas águas. De repente, consegui chamar atenção, muitos homens pularam para o mar e vieram na minha direção. Eu não conseguia ver, nem ouvir, em meio ao meu desespero, mas havia uma figura que me observava ao longe, gritando para os seus homens. — Tragam-na, depressa homens! Andem logo com isso! O relógio do seu pulso se chocava contra a parede de pedra que cercava a casa. — Tem que salvá-la!— ele continuou a gritar. De repente, eu fui puxada por braços fortes e pensei que já estava perdendo os sentidos. “ Meu Deus, eu preciso viver!” — dizia em pensame
Um homem forte, com a camisa molhada, deu um passo à frente, saindo do meio dos outros que também haviam pulado na água para me salvar. — O que pretende fazer, senhor? O todo poderoso suspirou, ainda segurando meus ombros. — Vou ficar com ela, levem-na para o meu quarto! — O quê!— parecia mesmo absurdo, o homem, que se destacava dentre os demais subordinados, não estava errado. Dois homens responderam ao sinal do patrão e avançaram para me colocar nos braços. Um foi na frente, abrindo portas, afastando cortinas, enquanto o outro ofegava me levando nos braços para o meu destino. Depois de subir uma escada de pedra, que dava para um corredor, onde o som das ondas do mar parecia mais próximo, enfim chegamos. — O que acha que o patrão pretende?— um perguntou para outro, depois de me deitar no leito. — Não sei, tomá-la como sua amante, talvez! Eu gelei e fingi estar adormecida. — Fala como se o patrão fosse um bandido, um mafioso