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Capítulo 2°— Reflexões Dolorosas

Enquanto as águas me arrastavam, eu refletia sobre tudo o que estava me acontecendo.

Cath ainda ia fazer dezenove anos, enquanto eu já tinha quase vinte e seis. Desde criança, ela estava sempre entre nós. Já nesse tempo, Diogo não a suportava! Queria pegar na minha mão, mas ela dizia que iria contar para os meus pais.

Quando eu tinha só treze aninhos ele me beijou, escondido no jardim, e ela fez um escândalo! Saiu correndo e contou aos gritos.

— Que criança insuportável!— Diogo exclamou e saiu correndo para a sua casa, que ficava no mesmo quarteirão.

Eu até achei graça da situação, pois Cath tinha só seis anos e eu achava que se tratava de ciúmes da irmã, apesar que me deu muito trabalho aquela atitude infantil.

Meus pais me achavam nova demais para namorar e eu quase levei uma surra!

Demorou mais de três anos para os meus pais aceitarem o nosso namoro! Eles davam ordens para que Cath ficasse sempre por perto. Ela não desgrudava de mim, parecia não suportar o Diogo.

Aquilo começou a ficar cansativo e até por um tempo eles se suportaram, parecia que iriam se entender finalmente, mas quando ele anunciou que ficaríamos noivos, ela voltou a tratá-lo mal, com deboches e sarcasmo! Nessa época, eu tinha vinte e dois anos e Cath quinze.

Ficou tão difícil a convivência que resolvemos nos casar rapidamente, em menos de um ano depois do noivado. Antes que eu saísse de casa para a igreja, ela implorou que eu não me casasse, soluçava abraçada a mim.

Me afastei depois que ela acalmou o choro.

— Cath, nada vai me impedir de casar com o Diogo!

— Você vai se arrepender!— ela gritou, antes de subir as escadas correndo e chorando.

Eu suspirei, talvez aquilo não passasse de ciúmes da irmã. Cath era uma adolescente rebelde não passava disso! Diogo apressou o casamento, devido a pressão dela e dos meus pais para que eu me separasse dele. O pior, é que ninguém me apresentava um motivo lógico para aquilo.

A pior lembrança, em meio às águas que me arrastavam lentamente, era a cena que vi ao entrar naquele lugar e flagrar os dois aos beijos, eu nunca iria esquecer, nunca os perdoaria!

Enquanto isso, o garçom voltou ao local onde me deixou, trazendo um copo com água. Ele ficou desesperado ao constatar que eu não estava mais lá. Ele virou-se na direção da mesa onde estava Diogo e Cath e se dirigiu para lá.

— Com licença, desculpe incomodar, mas vocês esperam por uma moça de cabelos loiros e presos? Ela usa óculos escuros e um vestido branco e preto.

Diogo franziu a testa surpreso.

— Não, não esperamos ninguém, por quê?

Cath continuava abraçada ao pescoço de Diogo e achava graça da situação.

— Você acha que convidamos mais alguém para nos atrapalhar?

O rapaz ficou sem jeito e explicou, gesticulando nervosamente com uma das mãos, enquanto a outra segurava ainda o copo d'água:

— Ela viu vocês e começou a chorar, achei estranho, tive a impressão de que ela ia pular no mar!

Diogo percebeu que o rapaz olhava para a aliança na sua mão e a escondeu debaixo da mesa.

— Não sei do que está falando!— disse ríspido.

O rapaz ficou confuso e voltou ao lugar de onde eu pulei. Para sua surpresa, Diogo chegou logo em seguida. Ele virou-se assustado.

— Por que acha que essa tal moça misteriosa pode ser alguém que eu conheço?—Diogo intimou.

— É sua esposa, não é?— O rapaz rebateu incrédulo.

Diogo ia dizer algo, mas seus olhos se depararam com um objeto caído no chão. Era a chave do meu carro, ele logo reconheceu o chaveiro extravagante, sempre gostei muito!

Ele acariciou a bola peluda cor-de-rosa, com expressão de pavor.

— Devo chamar a polícia, senhor?— o garçom quis saber, angustiado.

Diogo deu um longo suspiro e respondeu:

— Não se preocupe, ela sabe nadar muito bem!

O rapaz ficou boquiaberto, enquanto Diogo voltava para a mesa. Pouco depois ,ele pagou a conta e saiu arrastando Cath dali.

Os dois entraram no carro discutindo.

— Por que não deixa que ela suma de uma vez? Assim ficaremos livres para viver o nosso amor!— ela falava, enquanto colocava o cinto.

Diogo olhou pelo retrovisor, estava tenso.

— O carro dela está por aqui, deixei a chave na recepção, precisamos sumir daqui, o mais rápido possível!

Cath cruzou os braços nervosa.

— Devia assumir de uma vez, sempre disse que me ama!

— Não é hora para isso, Cath!— Diogo ligou o carro.

— E quando será? Meus pais já sabem de tudo, sempre souberam. Eu devia contar-lhe que me entreguei para você no ano passado!

Diogo ficou nervoso.

— Ficou louca, quer dar mais motivos para eles me odiarem?

Cath deu de ombros rindo zombeteira.

— Que diferença isso faz, somos apaixonados desde que éramos crianças!

— Nunca gostei de você quando era pequena, garota! Sempre foi uma criança mimada, e sua irmã não merecia sua traição!

— E a sua?— Cath rebateu.

Seguiram discutindo, Diogo tinha uma reunião importante no final do expediente, talvez saísse a tão sonhada promoção.

Enquanto isso, eu já tomada pelo desespero e cansaço, entrei em pânico, ao perceber que não conseguia mais nadar.

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