ENRICO
Quando vi Nina, depois de tantos anos, a porra do meu coração me traiu. Ele bateu acelerado, tirando-me de mim. Foi um inferno me manter na minha zona de conforto. Não permitir que sentimentos que foderam minha vida voltassem. Cada movimento que ela fazia em minha direção, parecia estar em câmera lenta. A minha vontade era correr e me perder em seus braços, agir como o idiota que fui quando me envolvi com ela. "Nina. Enrico." Foi o que dissemos. Sem perceber disse que estava com saudade, as palavras saltaram de minha boca. Ela foi agressiva em sua resposta, como se ela tivesse razão. Foi bom porque me fez lembrar de quem ela é.
No hotel, fiz um esforço para não ser enganado outra vez por sua aparência angelical. Estar face a face com ela, fodeu com tudo que planejei para nosso encontro. Precisei ficar um pouco distante e colocar a porra do meu fodido cérebro no lugar. Levantei-me e preparei outra dose de uísque, para não fazer merda. Não sei que ideia foi essa de trazê-la ao quarto que estou hospedado.
Depois disso, vi que vai ser mais difícil do que eu pensava viver com ela, não posso, de maneira alguma, perder o foco, cair mais uma vez nas suas armadilhas.
O que meu pai não sabe, e ninguém sequer suspeita, que o motivo maior de enfim eu ter cedido ao pedido do Lorenzo, de retornar para minha terra natal, não é apenas para me vingar da diaba em forma de anjo, mas também do principal articulador, o cabeça, o responsável por eu e minha família termos sido expulsos da proteção da família Mancinni.
Durante todos esses anos, não engoli a história contada por aqueles soldados, que foram eles que planejaram tudo, a mando do maledetto Salvatore. Don Guiseppe fez o que tinha que ser feito, depois que Lorenzo descobriu que tudo se tratava de uma armação contra a minha família, os torturou e executou, mas nada me tirava da cabeça que tinha o dedo de alguém do alto escalão.
Cheguei a suspeitar do Enzo e do Pietro. Sentia tanta raiva, que pensei que poderia ser um dos dois, pois ambos poderiam muito bem almejar o cargo de consigliere que meu pai exercia.
Com o passar do tempo, a raiva que sentia dos Mancinni foi se dissipando, meu pai martelava todos os dias na minha cabeça que eles agiram corretamente, que tudo estava contra ele. Depois de tanto refletir, percebi o quanto Don Guiseppe foi complacente, já o vi tirar a vida de homens que fizeram muito menos. Naquele momento para ele meu pai era um traidor e, mesmo assim, não o executou, apenas o baniu da nossa terra e suspendeu a proteção da famiglia.
Infelizmente não pude participar da guerra contra o maledetto Salvatore. Don Lorenzo pediu para que acabássemos com os mafiosos que serviam ao Salvatore aqui em Nova Iorque. Não foi tão difícil como a guerra travada na Itália, pois eles eram uma máfia menor e seu poderio inferior ao nosso.
Consegui com alguns policiais que fazem parte da nossa folha de pagamento, que eles fechassem o prostíbulo que Salvatore abriu na antiga casa da esposa do Lorenzo. Ele a devolveu, mas ela resolveu vender. Por falar em Perla, a sua fama ecoa nos quatros cantos. A poderosa chefona é respeitada por todos. A conheci em seu casamento, sua aparência não condiz com tudo que já ouvi sobre ela, porém, aprendi na pele como aparência engana. Nina sempre teve a aparência doce, sempre foi meiga, e não passa de uma diaba com cara de anjo.
Ela é a única Mancinni que não perdoei. Foram anos me dedicando ao amor que sentia, o que recebi como recompensa foi sua traição.
Amanhã é o grande dia, eu e toda minha família estaremos de volta ao lugar que nunca deveríamos ter saído. Pietro me disse que tem uma casa à venda próxima a sua, ele mora na mesma rua que Lorenzo. Inventei uma desculpa, disse que já comprei minha casa, não posso morar perto dos Mancinni, pois pode interferir nos meus planos com a Nina.
— Sono i benvenuti. Sejam bem-vindos.
Somos recebidos com festa. Meu pai e eu estamos no clube, Don Lorenzo organizou uma festa de boas-vindas. Minha mãe está na mansão Mancinni com as mulheres. A festa durou toda noite, meu pai e o senhor Guiseppe parecem estar relembrando os velhos tempos, enquanto Enzo e eu estamos sentados assistindo a uma apresentação de strip-tease, enquanto recebemos um boquete.
Lorenzo foi para casa, provavelmente por causa da sua esposa e filha. Meu amigo e Don lambe o chão que sua esposa pisa. Ele tem sorte de ter uma mulher como a Perla ao seu lado, que arriscou a própria vida para acabar com seu arqui-inimigo, que na época era seu marido.
Uma das meninas que estavam fazendo strip-tease se aproxima de mim completamente nua, coloco seu mamilo em minha boca e chupo, com força. Abro suas pernas e enfio meus dedos nela, três de uma vez. Sua intimidade está mais do que acostumada. A vadia que está de joelhos chupando meu pau, para de chupar e me chama para o quarto. Levo as duas comigo.
Ao entrar no quarto, ambas tiram minha roupa. Me sento na beirada da cama e as duas me chupam, alternando entre as bolas e meu pau. A diaba surge em meus pensamentos, desde a última vez que estive com ela, não sai da minha cabeça. No dia do casamento mal trocamos palavras, assim que acabou a cerimônia, voltei para Nova Iorque.
Pedi que ela me desse a resposta somente quando eu retornasse de vez para Itália. A noite em que a fiz minha vem em meu pensamento, meu pau amolece. Foda-se.
— Chupa direito a porra do meu pau — grito e puxo pelos cabelos a ruiva que está me chupando.
A raiva percorre minhas veias, meu pau fica duro de novo, o empurro com força na garganta da morena, que se engasga.
— Está vendo, porra? É assim que se chupa um pau. Fora daqui.
A ruiva me olha, com pavor, abre a porta e sai correndo.
— Diaba do caralho, vou acabar com você, Nina — resmungo, enquanto fodo a morena de quatro.
Por sua culpa, não acredito no amor. Nunca consegui me envolver com ninguém. Seu castigo vai ser ficar presa a mim. Nunca se apaixonar, ter filhos. Nunca mais foder. Se me trair, te mato.
Estou fodendo com tanta força que a morena grita.
— Foda-se.
Gozo. Ela desaba na cama, descarto minha camisinha, me visto e vou embora. Aquela diaba acabou com minha noite.
NINATem horas que sinto o Enrico tão distante, não reconheço mais nele o homem que sempre fui apaixonada. Desde que disse sim, que aceitei namorar com ele, foram poucas as vezes que nos vimos. Ele sempre está viajando, envolvido com as coisas da máfia. Meus irmãos confiam nele e o tem em alta consideração, por isso, o delegam muitos trabalhos.Faz um mês que ele voltou, hoje ele me ligou e disse que, assim que chegar, vai conversar com Lorenzo sobre a gente. Não sei como meu irmão vai reagir quando ele souber que Enrico me fez mulher quando eu tinha dezoito anos. Não acho necessário que ele conte sobre o nosso relacionamento antes de sua partida, mas ele quer tudo em pratos limpos. Acabei concordando, se não concordasse ele contaria do mesmo jeito. Enrico não é mais aquele homem que cedia a todos meus caprichos. Ele se tornou um homem mais duro, mais sé
NINAAté agora, este é o dia mais feliz da minha vida, o dia em que me tornei esposa do homem que amo, o homem que sempre fez parte dos meus melhores sonhos. Sonhos esses que neste exato momento está prestes a virarem pesadelo.Depois da cerimônia do nosso casamento que foi realizado no jardim da mansão Mancinni, seguimos para a festa no enorme salão da mansão. Estavam presentes toda a famiglia, e os líderes que vivem espalhados pelo país e fora dele. Todos fizeram questão de estarem presentes pois é o casamento de um Mancinni. Enrico e sua família também são muitos respeitados pela famiglia.Estávamos recebendo os cumprimentos dos convidados, quando se aproximou o Capo de Palermo, o senhor Francesco Rossi. Lembro-me dele. Quando Enrico vivia na Itália, antes do mal-entendido, o senhor Francesco sempre estava nas nossas reuniões fam
NINAAvanço para cima dele. Consigo dar dois socos em seu peito, antes de ele segurar meus pulsos, que aperta com força.— Se você me odeia, por que essa palhaçada de casamento? — grito, aos prantos.Ele examina meu rosto, não sei o que procura, talvez se estou sendo sincera. Foda-se o que ele pensa.— Vou te dizer como vão ser as coisas daqui para frente.Estou com tanta raiva, que o medo que estou desse homem é o que menos importa. Não acredito que tentei feri-lo, se ele quisesse, poderia ter quebrado meu braço, fui imprudente, agi por impulso.— Você é minha moglie, sua família não tem mais poder sobre você, porque agora é uma Ferri. Você é livre para fazer o que quiser, pouco me importa se vai ao shopping, fazer curso, ou fofocar com as amigas. As únicas coisas que
ENRICOA adrenalina percorre meu sistema. A sentença de morte que por mim já foi decretada, faz meu corpo reagir em antecipação. O medo se faz presente, posso senti-lo no ar.Tudo é negro.Sombrio.Mórbido.Olho para o homem sangrando que está sob meu domínio e sorrio. O sangue escorre por todo seu corpo. Seus cortes e perfurações são uma verdadeira obra de arte.Sinto prazer com o seu medo. Ele é pungitivo, contundente. O cheiro do seu medo me estimula, ele sabe quem sou e que não tem nenhuma chance. Anseio por mais, quero cortar cada parte do seu corpo, porém, tenho que me segurar, senão ele morre antes de me passar as informações que preciso.— Para quem você trabalha? — pergunto, sem agressividade, como se estivesse falando com um bebê. Enquanto isso, afio minha espada. O home
NINAExatamente há três meses, me casei com um lobo mau e selvagem, que fica à espreita, observando todos os meus movimentos. Mesmo não estando presente, seus olhos me observam através de seus homens. Como uma fera faminta, aguarda o momento do ataque. Um passo errado, apenas um ato falho, ele me ataca com suas garras afiadas.Seus dias são dedicados à máfia e fazer com que sua promessa se cumpra. Que eu viva só, sem amor, sem sexo e que nunca seja tocada por ele.Quando Enrico está em casa, se tranca no escritório, muitas vezes, sai de lá tarde da noite, bêbado. Ouço seus resmungos no corredor que dá acesso ao nosso quarto. Sua fala enrolada e a dificuldade de abrir a porta do quarto chamam minha atenção, pois só consigo dormir depois que ele entra em seu quarto.Muitas vezes, me comporto como uma espiã, s
ENRICOHá duas coisas nesta vida que anseio desesperadamente, uma é me vingar da Nina, a outra e provar que Francesco foi o cabeça da armação contra meu pai. Finalmente este dia chegou, o dia em que os Mancinni não terão mais nenhum resquício de dúvida a respeito da fidelidade dos Ferri.Com a faca cavando a garganta do soldado de merda do Francesco, pergunto:— Quem mandou seu irmão dizer na época ao Don Guiseppe, que o meu pai que tinha o traído, e por que o mandante nos queriam fora?Depois de tantos anos, descobri que uns dos soldados que envolvido na armação contra minha família era irmão desse maledetto que trabalha para Francesco. Até hoje nunca engoli a história que foi tudo armado pelos soldados, ainda mais depois do assassinato da senhora Mancinni.Com a morte da senhora Mancinni, Don Guiseppe,
NINAMinha cunhada é uma mulher muito sábia e esperta. Nunca imaginei o quanto eu estava errada em relação ao Enrico e, pior, agindo feito uma idiota, me escondendo nesta casa.Cadê a Nina alegre, espontânea?Sinceramente, a Nina que sempre fui deixou de existir depois da decepção que se tornou meu casamento, e como um déjà vu, em vez de enfrentar meus problemas, me mantenho à distância. Me escondo, sou craque nisso.As palavras da Perla foram um verdadeiro banho de realidade, como se esse tempo todo eu estivesse em um lugar à parte da vida real, da vida como realmente ela é. Depois que Enrico foi trabalhar, fui às compras, transformei todo meu guarda-roupa. Abandonei meus vestidos sem graça de garotinha do papai, por vestidos sensuais.As mudanças não param por aí, conforme Perla me orientou, vou mudar com
NINADurante todo o dia reviso documentos e mais documentos, para me inteirar sobre os negócios da famiglia. Apesar de ter feito Direito criminal, durante o curso aprendemos um pouco sobre as outras áreas, basicamente tudo se trata da lei. Na hora do almoço fico esperando Enrico me ligar, porém, ele não entra em contato. Ligo para Sandra, que diz que ele já saiu para almoçar, pergunto onde e ela prontamente me informa.Vou ao banheiro, retoco minha maquiagem, solto meu cabelo que estava preso em um coque e vou ao seu encontro. Na porta do prédio da empresa o soldado Costa está me aguardando, coisas do meu malvado favorito, apesar de não querer me dar bola, me protege.No restaurante vejo seus dois soldados a postos, observo todo o local e não encontro meu marido. Um homem elegante se aproxima e pergunta se alguém está me aguardando, me apresento como senhora