— Mortalmente Morto —
Júlio C. Widell
Dois policiais patrulhavam uma das ruas da cidade. Aquela noite para eles estava sendo entediante e sem graça. Seu chefe ou Boss, como chamavam carinhosamente, estava cheio de trabalho, pois várias chamadas estranhas estava deixando os telefones congestionados, até que uma hora simplesmente tudo parou. Rádios, telefones celulares e tevês. Tudo parou assim que as luzes apagaram como se algum ser tivesse sugado cada gota de energia possível, mergulhando a cidade toda em um mar negro.
Thayane e Igor estavam há horas rondando o perímetro com a viatura. As sirenes vermelhas iluminavam boa parte das ruas, que no momento permaneciam vazias e silenciosas.
— Só pode está de brinc
A vastidão branca já estava deixando Rose maluca. Ela deveria estar andando por horas ou talvez hora alguma. Tudo o que consegui ver ao seu redor era apenas a cor branca como se estivesse presa dentro de uma caixa sem fim. Perguntava-se a todo instante onde é que estava. Se estivesse realmente morta, aquele deveria ser o seu inferno pessoal, mas jamais imaginou que seria tão vazio e silencioso. Já tinha gritado até perder a voz pedindo ajuda a alguém invisível. Estava exausta da falta de informações, exausta de tudo. Com a paciência se esgotando se jogou ao "chão" fechando os olhos, seus pensamentos a estava a consumindo. Perguntava-se como sua amiga estava no muno fora do que estava? Ela conhecia Paloma o suficiente para saber que ela não ficaria bem sozinha com um bando de desconhecidos ao seu redor. Respirei fundo pesando em uma maneira inútil de sair daquele cubículo branco infinito, mas nada que passasse daria certo. Apenas ficou a reviver os últimos
— Ele esta morrendo. - Gritou a garota desesperada, pressionando a seria ferida no pescoço de um rapaz desconhecido, que á poucos minutos foi mordido por um garotinho de aparência deplorável.— Não podemos fazer mais nada Mika. — Gritou de volta à senhora de idade avançada. Que no momento tentava arrastar a garota que não parava de pressionar a ferida no pescoço do rapaz.Seus olhos encharcados de lágrimas olhavam tristemente para o corpo de um jovem rapaz, que se encontrava caído sobre a fria causada de paralelepípedo. A fina garoa da gelada manhã caia em pequenas gostas contra o rosto pálido do jovem. – Dez minutos antes – As pernas de Jonas queimavam enquanto corria em direção à cidade. Também não era para menos, estava a minutos - talvez horas - correndo pelas ruas vazias. Sem falar no desespero que sentia. Seu filho de apenas cinco anos, se encontrava desacordado em seu colo. Jonas não sabia o motivo, mas seu
O cheiro forte de sangue me deixou paralisado por um longo momento. O líquido vermelho e viçoso escorreu por uma faca de cabo de madeira trabalhada. E no mesmo podia ser lido os seguintes dizeres sobre madeira:"A sabedoria não está na arma que carrega, e sim na cabeça do manuseador".As pequenas letras não interessavam naquele momento, o que realmente importava era: como eu tive a coragem de fazer o que fiz?— Júlio... — chamou uma voz feminina ao longe. — Júlio, o que você fez?Nem eu sabia como havia feito, simplesmente fizera.— E... eu... eu...A voz não saía, era como se estivesse paralisado com toda a maldita cena ao meu redor. Estava paralisado anestesiado num misto de sensações indescritíveis.— O que você fez? O que fez?A pergunta repetitiva da garot
Júlio — Acontecimentos estranhos —A noite estava fria, mas, mesmo assim, podia ser sentido o calor do dia que terminou. A cidade em que morava ficava ao lado da praia. O vento quente era sempre mandado de volta para ela, fazendo o fim de tarde ficar com uma sensação térmica diferente a cada instante. O céu estrelado dava todo o diferencial, pois, além de ser considerado um dos pontos turísticos mais procurados por astrônomos, a cidade também era rica em minerais, fazendo-a ser uma das mais bem desenvolvidas do país. Estava em minha cama já que meu trabalho tinha me esgotado por completo. Eu sabia que precisava descansar, pois no dia seguinte tudo se repetiria, mas o Facebook e WhatsApp me tiravam a atenção, não era a toa que todas as noites eu dormia sem ao menos ver a hora. "Você não imagina o que acabou de acontecer..." A mensagem de minha irmã estava aparecendo no visor de meu celular.
Faca e sangue sobre as mãos. Coração palpitando, olhos vermelhos de tanto chorar. A garota olhava para mim com cara de espanto. Os olhos castanhos claros, mais vermelhos que os meus, olhavam o cadáver da senhora caída sobre o chão. Não sabia no que ela estava pensando sobre mim. Poderia estar me achando um louco, ou até mesmo fora de mim. — Júlio… porque você fez isso? — A voz estava nitidamente trêmula. — Eu já te falei. Jéssica, eu já contei tudo… Sim, a garota que presenciou a cena se tratava de minha irmã. A vergonha que sentia dela era o que estava me matando, vergonha pelo que fiz. — Tem algo acontecendo… — disse, olhando em seu rosto. — Eu sei, mas isso o que fez é demais. — disse, olhando sério para mim. O choro continuava, as lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto, limpando delicadamente o sangue seco que estava impregnado em minha pele. — Como iremos explicar isto à polícia? Não estava acreditando que havia
Paloma — O Pedido de Rose —“Doutora Paloma, comparecer à ala de espera. Doutora Paloma, comparecer à ala de espera.”A mensagem repetitiva atingiu os meus ouvidos de uma forma inesperada. Não era sempre que me chamavam. O hospital estava lotado, nunca havia visto tantas e tantas pessoas se aglomerando para serem atendidas. Não sabia o motivo da balbúrdia. Julguei que um surto se espalhou pelos arredores da cidade ou deveria ter sido um grave engarrafamento. A última vez em que uma situação destas aconteceu foi há dois anos, quando o surto da gripe suína matou milhares de pessoas em todo o mundo. Centenas de pessoas formaram filas do lado de fora alegando estarem com o vírus. No fim apenas 50 das centenas tinham a doença e menos de 20 foram caso de óbito. As pess
Jéssica — Quando chegamos ao hospital — O grande hospital parecia um monumento histórico. Sua grandiosidade encantava quem o olhava. Eram 13 andares de pura seriedade. As luzes davam forma ao local, que se mostrava retangular com janelas dos pés à cabeça, juntamente com paredes brancas. Em sua entrada, podia ser facilmente visto o imenso letreiro que estampava a frente do grandioso hospital. “San Miguel”. E, embaixo, uma grande cruz vermelha, simbolizando a marca mundial da saúde. — Vamos estacionar... — disse Larissa olhando para mim parecendo ansiosa. Deixamos o carro estacionado de qualquer forma na entrada do hospital que parecia silencioso e medonho. O vento frio soprava fazendo com que o vidro escuro do “Uno” ficasse cada vez mais embasado. Saímos do carro, deixando Júlio sobre os bancos. — Não é melhor um de nós ficarmos? — Perguntei olhando para a face pálida de m
Rose — Caída, mas não derrotada! — Assim que Paloma subiu com as crianças as coisas ficaram muito mais complicada. Todas as centenas de pessoas começaram a se descontrolar como em uma manifestação demoníaca. Os guardas que tentavam acalmar a multidão enfurecida por falta de atendimento simplesmente foram engolidos e desarmados com socos e pontapés. A gritaria parecia não ter fim. Muitas mulheres gritavam como se estivesse loucas e homens davam socos no vidro de proteção da bancada. Eles queriam ferir os médicos, podíamos ver isso em seus olhares. Era um exército de pessoas insatisfeitas e malucas que se aproximavam cada vez mais da insanidade. Se alguém não fizesse algo para controlar tudo aquilo seria com certeza o meu fim. A maioria dos enfermeiros estavam parados sem esbanjar reação alguma. Estavam paralisados com a onde de violência. Foi em um momento qualquer que um homem surgiu apontado um revól