YaidesEle começa a rir, de uma forma tímida e indecisa, e logo depois ele puxa a respiração umas duas vezes, soltando o ar pela boca e se põe a chorar.— Um filho?! — Sua voz soa trêmula. Confirmo mais uma vez com a cabeça, e depois de esfregar suas mãos no jeans, ele me abraça e me beija de uma forma louca e emocionada, e quando se afasta, segura a nossa menina nos braços e grita enlouquecidamente, girando-a no ar, a fazendo rir alto, se divertindo a com a atitude do pai. — Eu vou ser pai outra vez! — Mais um grito e ele para, para abraçar a nós duas ao mesmo tempo.***— Senhora, o Senhor Lacerda pediu para avisar-lhe que precisa de você no escritório. — Live, nossa empregada avisa assim que entra em nosso quarto. Era estranho David me chamar no escritório da casa, pois ele nunca faz isso.— Obrigada, Live! Irei assim que terminar aqui.— Desculpe, Senhora! Ele disse que é urgente. — Semicerro os olhos para a garota e suspiro.— Tudo bem! — Largo o notebook em cima da cama, onde fa
YaidesNão dá para ir contra o seu destino e a prova disso é que exatamente agora estou andando em cima de um estreito tapete vermelho que trilha o meu caminho para um pequeno e lindo altar improvisado, onde o homem da minha vida está me aguarda ansioso. E bem na minha frente a nossa filha caminha com passos lentos iguais os meus, usando um vestido idêntico ao meu. É um vestido simples, ombro a ombro, rendado e com uma saia longa de musseline. Enquanto Maya joga as delicadas pétalas ao vento aproveito para apreciar a bela vista bem atrás do meu noivo. Como havia prometido, David escolheu o Prospect Mountain, em Lake George, Nova York, e eu devo dizer que a visão desse lugar é realmente de tirar o fôlego!Solto um suspiro baixo, porém, profundo quando ele sorrir para mim e tenho vontade de correr para os seus braços, mas continuo fazendo a lenta marcha nupcial, contradizendo com toda a ansiedade que explode dentro de mim.— Eu te amo! — sibilo sem emitir som algum, porém, não contenho
SETE ANOS ANTES...Naquela noite eu a beijei com uma intensidade enlouquecedora. Quanto mais a beijava, mais a queria e mais a possuía. Yaides tinha um poder sobrenatural sobre mim, que me puxava mais para ela e me atraía de uma forma que me tirava as forças. Olhei para baixo e a vi em seu melhor momento. Ela respirava com dificuldade e gemia baixinho, enquanto as suas unhas se aprofundavam em minha pele. Fui arrebatado por aquela linda visão e no segundo seguinte, me entreguei ao seu prazer, mergulhando nas mais profundas águas revoltosas, me derramando inteiro dentro dela.— Está decidido — disse ainda ofegante. — Ficaremos juntos em Massachusetts e só voltaremos de lá formados e casados — Inclinei-me para deixar um beijo casto em sua boca e a puxei para os meus braços. Yaides se aconchegou em meu peito e eu pude sentir que ela sorria contra a minha pele.— Sim. — Ela disse, passando as pontas dos dedos suavemente pelo meu peitoral. Ela ergueu a sua cabeça e me olhou com um sorriso
David DIAS ATUAIS... — Cara, você precisa ver a novata do RH. — Caio Alcântara, meu primo e sócio diz entrando na minha sala, sem ao menos bater na porta. Ergo minha cabeça acima da tela do computador e encaro o rosto sorridente do homem vestido de maneira informal. — Loira, alta e aqueles olhos verdes? Deus do céu! — O carinha se senta na cadeira de frente para a minha mesa e eu me afasto da mesma, encostando-me na cadeira e começo a gira-la lentamente de um lado para o outro, sem tirar os meus olhos de cima dessa figura. — Você não devia estar em uma reunião agora? — Ignoro o seu comentário sobre a nossa funcionária e incomodado, ele revira os olhos para mim. Eu adoro o meu primo! Sempre fomos melhores amigos, mesmo com uma diferença de idade grande. Caio sempre foi um garoto esperto demais para a sua idade e a única coisa que me incomoda nele, é esse seu comportamento e a sua vida promíscua movida de farras e de mulheres que frequentam o nosso apartamento todas as noites. — Rela
David — Sextou, David! Tá a fim de tomar umas com as meninas? — Caio pergunta saindo da sua sala que fica bem no meio do corredor. Caminhamos juntos para um dos elevadores, encontrando alguns funcionários que também se preparam para sair. — Talvez eu vá ao Pub hoje — resmungo com um tom sério e ergo os meus olhos para os números que brilhavam no teclado a nossa frente. O rosto de Caio surge na minha frente. O idiota se inclina e me encara com um baita sorriso escroto. — Me diga que isso não é um sonho? — pede com um humor que me fez soltar uma respiração alta. — Vai te foder, Caio! — Sério, David! Você nunca diz sim pra mim. Pelo menos não com tanta facilidade. — Se eu te dissesse que não, você ia desistir? — Não. — Por isso resolvi dizer logo um sim — rosno. Mas, a verdade é que não quero voltar sozinho para aquele apartamento e passar mais uma noite remoendo o meu passado, que não tem concerto. Depois que as portas do elevador se abrem, seguimos para os nossos carros e de lá
David— Não deve ser tão ruim assim. — Caio resmungou quando saímos da sala de reuniões.— É péssimo, Caio! — retruco mal-humorado.— Seja lá o que você deixou para trás no Brasil, acho que já está mais do que na hora de voltar e dá um jeito nessa situação, David.— Por que acha que eu deixei algo para trás? — rebato. Ele abre a porta do seu escritório e eu paro, esperando a sua resposta.— Por vários motivos. Você não trepa mais, não sai para dançar, beber feito um louco todos os finais de semana e tem uma m*****a foto de Yaides em sua carteira. — Surpreso com esse último comentário, arqueio as sobrancelhas e o encaro com firmeza.— Andou mexendo nas minhas coisas? — indago entre dentes, segurando um berro no meio do corredor, para não chamar a atenção dos funcionários. Caio respira fundo e antes de me responder, ele olha para os lados.— Não. Eu só fui pegar o seu cartão como havia me pedido uma vez. Sem querer deixei alguns documentos cair no chão e a foto dela estava no meio deles.
David — Porra, que gata, quem é? — Caio pergunta, praticamente quebrando seu pescoço, para olhar a bunda da garota, que saiu pisando duro e rebolando dentro do vestido apertado. — Patrícia Backer. — Da indústria de farmacêutica? — Ele parece surpreso. — Por que não a passou para mim? Cara, unir os negócios ao prazer é a melhor coisa do mundo! Tenho certeza de que a deixaria bem satisfeita. — Você ainda vai se dar mal com isso — ralho em resposta, encarando os papéis. Ele se senta à minha frente e o seu tempo em silêncio me faz olhá-lo por cima dos documentos. — E aí? — indaga. Dou de ombros. — E aí o quê? — Liguei para a minha mãe e avisei que irei ao Brasil na próxima semana — informa. Faço um sim em concordância para ele. — Contei pra ela que você vai comigo. — VOCÊ O QUÊ? — Praticamente grito a indagação. Ele se ajeita na cadeira. — O encontro da turma será em quinze dias e como você aceitou o convite... — Semicerro os olhos para o meu primo, contendo uma fúria que parece m
David — Entendeu tudo direitinho, Kathy? — pergunto para a nossa assessora, após uma reunião rápida. Caio e eu decidimos que Kathy Lourency ficará responsável pela empresa enquanto estivermos no Brasil. É claro que algumas coisas farei de maneira remota pela internet, como algumas reuniões, leituras de contratos, avaliação de documentos, entre outras coisas. — Pode ter certeza de que entendi tudo direitinho. Não se preocupe, Senhor Lacerda e Senhor Alcântara. Tomarei conta de tudo. — E me ligue se precisar, a qualquer hora. — Reforço. — Deixa de ser babaca, David a Kathy não é nenhuma criança e você já repetiu a mesma coisa dezenas de vezes. — Caio rebate impaciente e a garota rir do seu comentário. — Podem ir tranquilos, qualquer coisa eu peço socorro. — Kathy fala sorridente. Querem saber a verdade? Estou protelando esse momento. Quanto mais as horas se avançam, mas nervoso eu fico e consequentemente quero recuar, mas eu sei que não posso e que o meu primo também não permitirá