Brendan esperou pacientemente. A janela do prédio estava bem fechada, tornando quase impossível que o atirador fizesse um disparo com precisão, especialmente no tempo nublado.Além disso, com tantos alvos no cais, o adversário teria que ser imprudente para tentar atirar com o risco de atingir a pessoa errada.Depois de contemplar seu próximo movimento, Brendan não se importava em caminhar em direção à armadilha do oponente, afinal, também contava que Sam estaria preparado para contra atacar.Interrompendo o raciocínio do magnata, Dominic, um dos seguranças exclamou:― Senhor Brighthall! Aquilo é o cargueiro? ―Com o binóculo, Brendan olhou para a direção apontada e viu uma embarcação rompendo lentamente a névoa. Uma mulher de cabelos grisalhos estava na amurada e, enquanto Brendan se concentrava, reconheceu o rosto de Ophelia.Então, o magnata examinou a área ao redor da balsa e viu apenas duas pessoas fumando, enquanto conversavam. Eles não pareciam estar com o adversário.Sem
― Segure minha mão, senhor! Eu vim de barco. Você só tem que aguentar mais um pouco! ― O segurança se virou e viu que Deirdre ainda estava longe.Então rugiu:― Aqui! Reme na direção da minha voz! Encontrei o senhor Brighthall! ―Ao ouvir a voz, Deirdre remou o barco com ímpeto e, em menos de um minuto, chegou no lugar correto. O homem apoiou a inconsciente Ophelia para reduzir o fardo de Brendan e, assim que o barquinho se aproximou, içou o corpo para dentro e puxou, primeiro Ophelia e depois o magnata.Apesar de estar exausto, a primeira atitude de Brendan foi fazer respiração boca a boca em Ophelia para eliminar a água em seus pulmões. A nevasca e o frio se tornavam mais intenso e encharcados, o segurança e Brendan tremiam e seus dentes batiam no frio. Mesmo assim, o magnata tentava usar o pouco calor que restara em seu corpo para tentar aquecer Ophelia.Quando finalmente chegaram à costa, ainda com Deirdre manuseando os remos, com vigor, pela primeira vez, Brendan notou que
Sam tinha sido enganado também. O segurança levou três homens para revistar o prédio em frente, assumindo que um atirador os espreitava, pronto para assassinar Brendan. Infelizmente, o segundo andar estava vazio quando revistou o local. Não havia, ao menos, um funcionário para ser interrogado.Em outras palavras, tudo não passara de uma distração e se Deirdre não estivesse lá, Brendan e Ophelia teriam morrido no mar.― O navio... ― Deirdre falou de repente. ― Havia alguém do grupo deles no cargueiro, afinal, alguém empurrou minha mãe da amurada. Se não houvesse ninguém ali, ela teria desembarcado pacificamente quando o navio atracasse. ―― Se o cargueiro ainda estiver atracando, teremos uma pista! ― Sam deu a ordem: ― Dominic, investigue isso rapidamente. Ninguém tem permissão para desembarcar. ―O homem assentiu e saiu.Sam deu uma olhada em Deirdre e descobriu que, mesmo tendo trocado o agasalho úmido por um seco e tido o corpo aquecido pelo ar quente do carro, no caminho para o
Ophelia foi uma mãe solteira que trabalhou arduamente para pagar uma boa escola para filha e proporcionar uma vida confortável. Era uma pena que sua mente tivesse colapsado antes que pudesse desfrutar da maturidade e do conforto material.Pensando nas infelicidades por que a mãe passara, os olhos de Deirdre se encheram de lágrimas e ela colocou a palma da mão da mulher em sua testa. Então, Ophelia começou a se mexer.― Mãe! ― Deirdre ficou radiante. ― Você está acordada? ―Ophelia abriu os olhos e encarou o teto por algum tempo. Logo depois, seu olhar pousou no rosto da jovem, enquanto o foco voltava, gradualmente.― Dee? ― A voz da mulher estava contaminada com excitação e ansiedade. ― Dee Dee? É você? ―― Sou eu! Mãe! ―Deirdre abriu os braços e abraçou a mãe. Por um minuto, mãe e filha desfrutaram de um reencontro caloroso e repleto de emoção.Quando se recuperaram, Deirdre esfregou os olhos e se sentou. Ela tinha muitas coisas para contar à mãe e muitas perguntas que precisa
Brendan recobrava a consciência. Ele sempre foi um homem saudável e, mesmo tendo prejudicado bastante a condição física, nos meses que se seguiram ao desaparecimento de Deirdre, quando acreditou que a jovem tinha morrido, ainda era capaz de uma recuperação rápida.― Senhor! ― Sam estava ao telefone, mas quando notou que o magnata abria os olhos, desligou. Ele serviu um copo de água para o chefe.Brendan bebeu, enquanto inconscientemente olhava ao redor do cômodo com seus olhos escuros.Sam percebeu o gesto e explicou:― Eu e a Dona Deirdre dividimos as tarefas. Eu optei por acompanhar o senhor, enquanto ela ficou cuidando da mãe. ―― Entendo. ― Brendan terminou o copo de água. Ele sabia que isso aconteceria, mas ainda estava um pouco esperançoso em seu coração. Mas, bastava um mínimo de racionalidade para saber que aquela era uma escolha sensata.Tendo sabido, indiretamente, pela resposta de Sam, que tanto Deirdre quanto Ophelia estavam bem, a mente do magnata se voltou para o fi
Brendan entendeu o que Deirdre queria dizer com a extensa justificativa e abriu um sorriso de compreensão com seus lábios pálidos.― Não precisa se explicar, eu entendo ― disse o magnata com indiferença e escondeu o sorriso, mas fez Deirdre corar.Tentando disfarçar a própria confusão, a jovem tentou mudar o assunto da conversa.― Você não acha o incidente de hoje muito estranho? Primeiro você e Sam foram induzidos a dividir a equipe. Depois, sua própria equipe foi afastada de você. Assim que acharam que você estava sozinho, minha mãe foi empurrada para fora do navio. Parecia que tudo era uma armadilha. ―― Eu já pensei nisso ― disse Brendan, com a voz rouca, soltando algumas tosses. Ele franziu as sobrancelhas, enquanto ponderava: ― Acredito que queriam que eu me afogasse. Afinal, eu ficaria fisicamente exausto só de nadar até lá e jamais teria forças para voltar com Ophelia. Todos presumiriam que isso foi apenas um acidente. No entanto, meus inimigos planejaram tudo, exceto que v
― É porque a identidade do meu pai não é importante para mim. Ele é apenas um estranho ligado por laços de parentesco comigo. Além disso, minha mãe está de volta e posso obter direto com ela a resposta de que preciso. Por isso, recusei o acordo com Charlene. ― O olhar de Deirdre era solene e suas sobrancelhas estavam bem franzidas. Era como se ela ficasse de muito mau humor quando pensava no pai.Logo depois, abaixou a cabeça e se decidiu:― No entanto, acho que essas pessoas não estão apenas mirando em você. Eles podem estar mirando em mim também. Preciso descobrir a identidade do meu pai para evitar que o incidente da minha mãe aconteça novamente. ―Brendan ponderou e segurou a mão da jovem, na tentativa de passar segurança:― Faça o que quiser e deixe o resto comigo. ―Deirdre aceitou o aperto de mão, fechando um acordo. Eles não estavam mais presos a questões complicadas, como relacionamentos, eram parceiros cooperativos.O primeiro objetivo de Deirdre envolvia obter resposta
―Não deixar ninguém tirar a criança de mim? ― Deirdre ficou surpresa e confusa. ― Por que você disse isso? Quem tiraria minha filha de mim? ―― As mesmas pessoas que me raptaram, é claro. ― Ophelia falou de maneira calma e composta: ― Pense nisso. Se me capturaram e depois me libertaram isso significa que não sou o alvo deles, mas você ou Brendan continuam sendo. Se esse for o caso, a criança de vocês é uma vulnerabilidade, não é? ―Deirdre passou a entender a situação.― Mãe, foi bom você ter tocado nesse assunto. A gente precisa muito falar sobre isso. ―Olhando para a expressão séria da filha, Ophelia não teve escolha a não ser ficar séria também.― Tudo bem, filha. O que você quer saber? ―Deirdre ficou em conflito, mas disse:― Você ... você ainda se lembra do meu pai? ―O rosto de Ophelia ficou terrivelmente pálido, mas como Deirdre não podia vê-lo, não percebeu a alteração. Depois de alguns segundos, ainda sem saber como deveria responder, a mulher grisalha tentou ganh