Brendan recobrava a consciência. Ele sempre foi um homem saudável e, mesmo tendo prejudicado bastante a condição física, nos meses que se seguiram ao desaparecimento de Deirdre, quando acreditou que a jovem tinha morrido, ainda era capaz de uma recuperação rápida.― Senhor! ― Sam estava ao telefone, mas quando notou que o magnata abria os olhos, desligou. Ele serviu um copo de água para o chefe.Brendan bebeu, enquanto inconscientemente olhava ao redor do cômodo com seus olhos escuros.Sam percebeu o gesto e explicou:― Eu e a Dona Deirdre dividimos as tarefas. Eu optei por acompanhar o senhor, enquanto ela ficou cuidando da mãe. ―― Entendo. ― Brendan terminou o copo de água. Ele sabia que isso aconteceria, mas ainda estava um pouco esperançoso em seu coração. Mas, bastava um mínimo de racionalidade para saber que aquela era uma escolha sensata.Tendo sabido, indiretamente, pela resposta de Sam, que tanto Deirdre quanto Ophelia estavam bem, a mente do magnata se voltou para o fi
Brendan entendeu o que Deirdre queria dizer com a extensa justificativa e abriu um sorriso de compreensão com seus lábios pálidos.― Não precisa se explicar, eu entendo ― disse o magnata com indiferença e escondeu o sorriso, mas fez Deirdre corar.Tentando disfarçar a própria confusão, a jovem tentou mudar o assunto da conversa.― Você não acha o incidente de hoje muito estranho? Primeiro você e Sam foram induzidos a dividir a equipe. Depois, sua própria equipe foi afastada de você. Assim que acharam que você estava sozinho, minha mãe foi empurrada para fora do navio. Parecia que tudo era uma armadilha. ―― Eu já pensei nisso ― disse Brendan, com a voz rouca, soltando algumas tosses. Ele franziu as sobrancelhas, enquanto ponderava: ― Acredito que queriam que eu me afogasse. Afinal, eu ficaria fisicamente exausto só de nadar até lá e jamais teria forças para voltar com Ophelia. Todos presumiriam que isso foi apenas um acidente. No entanto, meus inimigos planejaram tudo, exceto que v
― É porque a identidade do meu pai não é importante para mim. Ele é apenas um estranho ligado por laços de parentesco comigo. Além disso, minha mãe está de volta e posso obter direto com ela a resposta de que preciso. Por isso, recusei o acordo com Charlene. ― O olhar de Deirdre era solene e suas sobrancelhas estavam bem franzidas. Era como se ela ficasse de muito mau humor quando pensava no pai.Logo depois, abaixou a cabeça e se decidiu:― No entanto, acho que essas pessoas não estão apenas mirando em você. Eles podem estar mirando em mim também. Preciso descobrir a identidade do meu pai para evitar que o incidente da minha mãe aconteça novamente. ―Brendan ponderou e segurou a mão da jovem, na tentativa de passar segurança:― Faça o que quiser e deixe o resto comigo. ―Deirdre aceitou o aperto de mão, fechando um acordo. Eles não estavam mais presos a questões complicadas, como relacionamentos, eram parceiros cooperativos.O primeiro objetivo de Deirdre envolvia obter resposta
―Não deixar ninguém tirar a criança de mim? ― Deirdre ficou surpresa e confusa. ― Por que você disse isso? Quem tiraria minha filha de mim? ―― As mesmas pessoas que me raptaram, é claro. ― Ophelia falou de maneira calma e composta: ― Pense nisso. Se me capturaram e depois me libertaram isso significa que não sou o alvo deles, mas você ou Brendan continuam sendo. Se esse for o caso, a criança de vocês é uma vulnerabilidade, não é? ―Deirdre passou a entender a situação.― Mãe, foi bom você ter tocado nesse assunto. A gente precisa muito falar sobre isso. ―Olhando para a expressão séria da filha, Ophelia não teve escolha a não ser ficar séria também.― Tudo bem, filha. O que você quer saber? ―Deirdre ficou em conflito, mas disse:― Você ... você ainda se lembra do meu pai? ―O rosto de Ophelia ficou terrivelmente pálido, mas como Deirdre não podia vê-lo, não percebeu a alteração. Depois de alguns segundos, ainda sem saber como deveria responder, a mulher grisalha tentou ganh
Quando Deirdre saía do quarto, ouviu Brendan dizer:― Dee, obrigado por tudo o que você está fazendo. ―-A mente de Deirdre estava cheia de pensamentos sobre a conversa que teria com Charlene e, por isso, teve uma noite agitada e cheia de sonhos confusos. Assim, acordou e se vestiu antes mesmo que o sol nascesse.Mesmo nas primeiras horas do dia, Engel já estava ocupada fazendo pães na cozinha, mas foi para sala ao ouvir que alguém descia as escadas.― Por que você acordou tão cedo, Dee? ―― Bom dia, Anna! Tenho que sair para resolver umas coisas. ―A governanta sorriu, como se tudo fizesse sentido.― Não é de admirar que Shea também tenha chegado tão cedo. ―― Ela já está aqui? ―― Sim. No entanto, é possível que ela tenha ficado entediada, então saiu para correr. Mas, disse que estaria de volta em uma hora. Deixe-me verificar a hora... Ela deve estar de volta quando você terminar o café da manhã. ―Deirdre assentiu e começou a se deliciar com o café fresco e o pão que aca
― Você está tentando fazer um acordo comigo? Claro, mas não gosto de ter outra pessoa no meu espaço. Diga a ela para sair daqui! ―Shea disse, sem hesitar nem um segundo:― Não vai rolar. ―Com postura determinada, a segurança olhou para Charlene friamente. Não havia como dizer o que a cobra era capaz de fazer, já que estava se comportando como uma louca.― Não vai rolar, é? ― Charlene ergueu o queixo de maneira despreocupada. ― Vocês duas podem sair, então. Eu não queria fazer acordo nenhum com vocês, de qualquer forma. O que eu sei, só eu sei e ninguém mais sabe! Sabia? Só eu sei! ―Deirdre franziu as sobrancelhas e deu um tapinha em Shea.― Não tem problema, pode esperar fora, se ouvir qualquer barulho errado, você volta. ―― Dona Dee ― Shea balançou a cabeça e disse suavemente: ― Não posso ir. Prometi ao Brighthall que a protegeria. Não poderei voltar a tempo se algo acontecer rápido. ―― Eu vou ficar bem, olhe para as pernas dela. ―A segurança olhou e constatou que uma d
Charlene manteve a cabeça baixa e respirou pesadamente como se estivesse em conflito. Por isso, percebendo que a rival estava prestes a ceder, Deirdre insistiu:― Se você fechar esse negócio comigo, vou providenciar que seja tirada do país em menos de duas semanas, depois que você me der as informações. ―― Você tem certeza de que vai conseguir fazer isso? ― Charlene estreitou os olhos.Mas, a jovem respirou fundo e fez um gesto com as mãos abertas:― Que outra opção você tem, além de acreditar em mim? ―― Claro... ― Charlene olhou para ela maliciosamente. ― Mas você tem que jurar que não vai me enganar, Deirdre. Caso contrário, amaldiçoarei a criança em seu ventre com uma morte trágica! ―Deirdre franziu as sobrancelhas, pensando em como o último recurso de sua rival tinha sido infantil.― Se você diz... ―Charlene abaixou a cabeça e falou devagar.― Eu ouvi claramente quando falavam sobre seu pai, mas não consegui descobrir se se tratava de um nome real ou algum tipo de apel
Desde que fora transferida para a cela individual, Charlene se preparara para aquele confronto, mesmo sem acreditar que Deirdre seria estúpida o suficiente para fazer uma visita. Mas, a oportunidade aparecera.Charlene segurou o ladrilho na mão e passou o polegar pela quina mais afiada, sugando o ar, conforme uma linha vermelha surgiu na pele. Então, com um sorriso no rosto, focou toda a atenção em sua vítima.A ideia era escrever ‘vadia’ na testa de Deirdre, pois, mesmo que a jovem fosse morrer naquele dia, Charlene queria que todos soubessem o que a jovem era e garantir que seu velório fosse realizado com um caixão fechado.Charlene se arrastou até Deirdre e olhou para o rosto requintado. As pupilas da cobra estavam dilatadas e ela respirava pesadamente de ciúme e ansiedade. Então agarrou o ladrilho com força, apontou a quina pontiaguda e acertou o rosto de Deirdre.Charlene apunhalou a carne de Deirdre e sentiu a ponta penetrar. Porém, antes que realizasse o segundo movimento, r