Deirdre abraçou Ryker, apoiando a cabeça em seu peito enquanto ele fazia carinho em suas costas.— A propósito, você não está curiosa para saber aonde eu fui, depois que saí esta manhã? —Deirdre percebeu o significado oculto por trás das palavras de Ryker, por isso, recuou pouco a pouco do abraço e olhou para ele.Os olhos do homem eram enigmáticos como sempre e continham uma clareza que parecia atravessar tudo.— Fui ao hospital. — Ele não esperou que Deirdre respondesse. — Porque eu estava curioso para saber o motivo de ter ficado com tanto sono ontem à noite, sem motivo. Qualquer pessoa comum poderia atribuir isso à exaustão. Mas eu conheço meu corpo muito bem. Eu sei que você me drogou. —Deirdre sentiu um arrepio repentino percorrer sua espinha.Ryker deu um passo à frente casualmente, mas seus olhos estavam cheios de intenção assassina.— Eu subestimei você, Deirdre. Suas habilidades de atuação são muito mais impressionantes do que eu imaginava. Você quase me enganou. Voc
— Mas que... — Com uma careta de dor, Ryker tentou parar o sangramento do nariz. — Como veio para cá sem que eu soubesse? Pedi a Emily para que ficasse de olho em você e me avisasse se houvesse qualquer coisa estranha acontecendo, mas parece que aquela imprestável nem sequer consegue realizar as tarefas mais simples. —— Quem escolhe controlar mentes com drogas deve ser capaz de prever este tipo de contratempo. — Brendan agiu rudemente. Ao se levantar, pegou a chave da mão de Ryker e arrastou o hipnólogo até uma cadeira.Deirdre apertou a manga de Brendan com força e, sentindo o nervosismo da mulher, o magnata a envolveu em um abraço, para acalmá-la.— Está tudo bem. Me desculpe por chegar tão tarde, não queria que você tivesse passado por mais isso. —— Não foi culpa sua. Você chegou na hora certa e me salvou de mais problemas. Foi minha própria tolice que quase me ferrou. Deixei que ele descobrisse meus planos — disse Deirdre, balançando a cabeça de um lado para o outro.Brendan
Mesmo que a distância entre Southedge e Alnwick fosse imensa, Brendan demonstrou uma determinação inabalável quando disse:— Então é melhor partirmos o quanto antes. —Alguns minutos depois, de malas feitas, quando Deirdre se despediu de Arthur, um brilho inesperado de tristeza iluminou seus olhos.— Você irá visitar a antiga casa de sua mãe? Tudo bem, vá em frente. Não vá se cansar demais. —— Não precisa se preocupar, pai — respondeu Deirdre. Mas, diante do olhar hesitante de Arthur, ela se sentiu obrigada a acrescentar: — Pai, eu vou voltar. —Arthur encontrou o olhar de Deirdre, com um brilho de esperança acendendo em seus olhos.Deirdre suspirou suavemente e decidiu reafirmar.— Você é meu pai, minha família. Claro, que eu vou voltar. —— Você está dizendo isso para me agradar? Ou você está falando sério? — A excitação de Arthur fez suas mãos tremerem. Ele segurou Deirdre como se quisesse transmitir algo, mas tudo o que surgiu foi um murmúrio: — Então, por favor, volte ass
Debaixo do envelope havia diversos documentos que seriam capazes de destruir a vida de uma pessoa. Deirdre ficou olhando para os papeis por um longo tempo, com Brendan ao seu lado, oferecendo apoio silencioso.No dia seguinte, embarcaram em um avião de volta para Southedge e, em três dias, a notícia da queda de Scott Cole, a principal figura política da cidade, devido à corrupção, se espalhou como um incêndio, conquistando, até mesmo, o interesse de outras cidades.Ao saber da história completa, o rosto envelhecido de Arthur ficou manchado de lágrimas de arrependimento.— Se eu soubesse que esse foi o motivo de sua partida, não teria deixado sua mãe ir embora daquele jeito. —Deirdre baixou o olhar e entregou a carta a Arthur.— Não se culpe. Nessa carta ela explica que sua partida foi um sacrifício voluntário para proteger a todos. Ela nunca culpou você. —Arthur olhou para a carta, lutando para encontrar as palavras certas, mas Deirdre saiu em silêncio, fechando a porta.-Ry
— Realmente, não é a primeira vez que me dizem que eu era uma criança muito mal-humorada. — respondeu Brendan, após relembrar sua infância.Arthur riu.— Afinal, crianças são crianças. Além disso, seu pai era um excelente empresário e você seguiu os passos dele. Ouvi falar de seu impressionante sucesso com os negócios em Neve. Você é realmente talentoso. Sabendo que você será sucessor da família Parker, posso finalmente relaxar. —Brendan achou que era apenas um elogio de um ancião e estava prestes a dar uma resposta humilde, mas ficou surpreso com o resto da declaração. Isso o fez congelar no lugar.— O que você quer dizer com isso, pai? — Deirdre ficou igualmente surpresa.— O que está errado? — Arthur sorriu. — Vocês dois já não têm filhos? Embora vocês tenham se divorciado, seu relacionamento ainda é forte. Não me diga que não está pensando em se casar novamente? —— Casar novamente? Não pensamos sobre isso... Ainda não é o momento certo. — Deirdre corou com a provocação. —
— O que aconteceu com minha mãe? —Brendan olhou para ele, totalmente surpreso. A voz de Sean tremeu um pouco, mas seus olhos mantinham um olhar claro e esperançoso. Deliciado por ouvir a voz do filho, o magnata se acalmou e olhou para trás:— Deirdre é sua verdadeira mãe. —Até Deirdre estava surpresa, pois aquela era a primeira vez que via Sean falar. Por isso, sentiu sua mente zumbir. Quando ela voltou à realidade, estendeu a mão.— É verdade, Sean, eu sou sua mãe, venha aqui. —Os olhos do menino continham um suave espanto. Ele era bastante inteligente e talvez tenha percebido a verdade, no caminho para lá. Assim, seus sentimentos eram uma mistura de felicidade e satisfação. Tudo o que ele mais queria era que Deirdre fosse sua mãe.Sendo criança, ele deu alguns passos, mas não conseguiu conter as lágrimas, segurando Deirdre com firmeza.Deirdre suprimiu sua própria vontade de chorar e se agachou, enxugando as lágrimas.— Você me perdoa por ter demorado tanto para aparecer?
― McQueeny? Parabéns! Você está grávida de um mês! ―A empolgação do médico apenas empalideceu o rosto de Deirdre McQueeny, enquanto o sangue fugia de seu rosto, deixando-o lívido:― Tem certeza? ― Ela perguntou, sem confiar na informação que recebia ― tenho certeza de que o que senti foi apenas dor de estômago. Eu não acho que uma gravidez sequer seria possível. Você pode apenas... checar novamente?― Você fez sexo, no mês passado? ―― Sim... ― ― Você usou proteção? Você tomou a pílula do dia seguinte? ―Deirdre pensou em todas as vezes em que ela e Brendan tinham transado e balançou a cabeça, negativamente.― Lá vamos nós ― o médico concluiu, com um sorriso ― se você teve relações sexuais sem proteção e não tomou a pílula do dia seguinte, a probabilidade de ter engravidado é alta. Então, por que você acha que é impossível? ―Deirdre não tinha contra-argumento, então apertou as mãos em frente ao peito, em um gesto nervoso, hesitou e perguntou, timidamente:― Você pode muda
Deirdre McQueeny estava atordoada. Então, seus olhos começaram a ficar vermelhos, enquanto ela segurava as lágrimas.Brendan já sabia da gravidez, o tempo todo e, quando ligou, tinha sido apenas para ver o que ela responderia. Mas, se ele sabia, por que não falou de uma vez? Era para saborear aquele pequeno brilho de alívio, nos olhos dela? Ou, por que ele queria ver o vislumbre de consolo desmoronar, quando falasse sobre o aborto?Deirdre mordeu o lábio inferior e se esforçou para parecer calma, tentando se lembrar do quanto Brendan detestava vê-la chorar:― Brendan... Eu juro por Deus, serei obediente e farei tudo o que você me pedir. Apenas deixe-me... deixe-me ficar com meu filho, está bem? Por favor! Eu juro, que não vou criar caso sobre você ser o pai e, quando Charlene acordar, prometo que vou embora com a criança. Iremos desaparecer no ar e será como se nunca tivéssemos existido. ―A voz trêmula de Deirdre não tocou Brendan, nem um pouco. Ele tinha um coração de pedra. Por