Mesmo que a distância entre Southedge e Alnwick fosse imensa, Brendan demonstrou uma determinação inabalável quando disse:— Então é melhor partirmos o quanto antes. —Alguns minutos depois, de malas feitas, quando Deirdre se despediu de Arthur, um brilho inesperado de tristeza iluminou seus olhos.— Você irá visitar a antiga casa de sua mãe? Tudo bem, vá em frente. Não vá se cansar demais. —— Não precisa se preocupar, pai — respondeu Deirdre. Mas, diante do olhar hesitante de Arthur, ela se sentiu obrigada a acrescentar: — Pai, eu vou voltar. —Arthur encontrou o olhar de Deirdre, com um brilho de esperança acendendo em seus olhos.Deirdre suspirou suavemente e decidiu reafirmar.— Você é meu pai, minha família. Claro, que eu vou voltar. —— Você está dizendo isso para me agradar? Ou você está falando sério? — A excitação de Arthur fez suas mãos tremerem. Ele segurou Deirdre como se quisesse transmitir algo, mas tudo o que surgiu foi um murmúrio: — Então, por favor, volte ass
Debaixo do envelope havia diversos documentos que seriam capazes de destruir a vida de uma pessoa. Deirdre ficou olhando para os papeis por um longo tempo, com Brendan ao seu lado, oferecendo apoio silencioso.No dia seguinte, embarcaram em um avião de volta para Southedge e, em três dias, a notícia da queda de Scott Cole, a principal figura política da cidade, devido à corrupção, se espalhou como um incêndio, conquistando, até mesmo, o interesse de outras cidades.Ao saber da história completa, o rosto envelhecido de Arthur ficou manchado de lágrimas de arrependimento.— Se eu soubesse que esse foi o motivo de sua partida, não teria deixado sua mãe ir embora daquele jeito. —Deirdre baixou o olhar e entregou a carta a Arthur.— Não se culpe. Nessa carta ela explica que sua partida foi um sacrifício voluntário para proteger a todos. Ela nunca culpou você. —Arthur olhou para a carta, lutando para encontrar as palavras certas, mas Deirdre saiu em silêncio, fechando a porta.-Ry
— Realmente, não é a primeira vez que me dizem que eu era uma criança muito mal-humorada. — respondeu Brendan, após relembrar sua infância.Arthur riu.— Afinal, crianças são crianças. Além disso, seu pai era um excelente empresário e você seguiu os passos dele. Ouvi falar de seu impressionante sucesso com os negócios em Neve. Você é realmente talentoso. Sabendo que você será sucessor da família Parker, posso finalmente relaxar. —Brendan achou que era apenas um elogio de um ancião e estava prestes a dar uma resposta humilde, mas ficou surpreso com o resto da declaração. Isso o fez congelar no lugar.— O que você quer dizer com isso, pai? — Deirdre ficou igualmente surpresa.— O que está errado? — Arthur sorriu. — Vocês dois já não têm filhos? Embora vocês tenham se divorciado, seu relacionamento ainda é forte. Não me diga que não está pensando em se casar novamente? —— Casar novamente? Não pensamos sobre isso... Ainda não é o momento certo. — Deirdre corou com a provocação. —
— O que aconteceu com minha mãe? —Brendan olhou para ele, totalmente surpreso. A voz de Sean tremeu um pouco, mas seus olhos mantinham um olhar claro e esperançoso. Deliciado por ouvir a voz do filho, o magnata se acalmou e olhou para trás:— Deirdre é sua verdadeira mãe. —Até Deirdre estava surpresa, pois aquela era a primeira vez que via Sean falar. Por isso, sentiu sua mente zumbir. Quando ela voltou à realidade, estendeu a mão.— É verdade, Sean, eu sou sua mãe, venha aqui. —Os olhos do menino continham um suave espanto. Ele era bastante inteligente e talvez tenha percebido a verdade, no caminho para lá. Assim, seus sentimentos eram uma mistura de felicidade e satisfação. Tudo o que ele mais queria era que Deirdre fosse sua mãe.Sendo criança, ele deu alguns passos, mas não conseguiu conter as lágrimas, segurando Deirdre com firmeza.Deirdre suprimiu sua própria vontade de chorar e se agachou, enxugando as lágrimas.— Você me perdoa por ter demorado tanto para aparecer?
― McQueeny? Parabéns! Você está grávida de um mês! ―A empolgação do médico apenas empalideceu o rosto de Deirdre McQueeny, enquanto o sangue fugia de seu rosto, deixando-o lívido:― Tem certeza? ― Ela perguntou, sem confiar na informação que recebia ― tenho certeza de que o que senti foi apenas dor de estômago. Eu não acho que uma gravidez sequer seria possível. Você pode apenas... checar novamente?― Você fez sexo, no mês passado? ―― Sim... ― ― Você usou proteção? Você tomou a pílula do dia seguinte? ―Deirdre pensou em todas as vezes em que ela e Brendan tinham transado e balançou a cabeça, negativamente.― Lá vamos nós ― o médico concluiu, com um sorriso ― se você teve relações sexuais sem proteção e não tomou a pílula do dia seguinte, a probabilidade de ter engravidado é alta. Então, por que você acha que é impossível? ―Deirdre não tinha contra-argumento, então apertou as mãos em frente ao peito, em um gesto nervoso, hesitou e perguntou, timidamente:― Você pode muda
Deirdre McQueeny estava atordoada. Então, seus olhos começaram a ficar vermelhos, enquanto ela segurava as lágrimas.Brendan já sabia da gravidez, o tempo todo e, quando ligou, tinha sido apenas para ver o que ela responderia. Mas, se ele sabia, por que não falou de uma vez? Era para saborear aquele pequeno brilho de alívio, nos olhos dela? Ou, por que ele queria ver o vislumbre de consolo desmoronar, quando falasse sobre o aborto?Deirdre mordeu o lábio inferior e se esforçou para parecer calma, tentando se lembrar do quanto Brendan detestava vê-la chorar:― Brendan... Eu juro por Deus, serei obediente e farei tudo o que você me pedir. Apenas deixe-me... deixe-me ficar com meu filho, está bem? Por favor! Eu juro, que não vou criar caso sobre você ser o pai e, quando Charlene acordar, prometo que vou embora com a criança. Iremos desaparecer no ar e será como se nunca tivéssemos existido. ―A voz trêmula de Deirdre não tocou Brendan, nem um pouco. Ele tinha um coração de pedra. Por
Depois de se certificar de que Charlene estava bem, Brendan voltou para a sala de estar, mas ela estava vazia. Então, com uma careta, perguntou a Steven:― Onde está Deirdre? ― A pergunta deixou Steven mudo. Antes que ele conseguisse pensar em uma resposta, o celular de Brendan tocou. Ele conferiu quem ligava e viu que era o número da antiga mansão da família.A risada de sua mãe foi ouvida, assim que ele atendeu:― Brendan, seu garoto bobo! Como você pode esconder essas boas notícias de mim? Deus, nossa Lena está grávida! Você tem que voltar para casa, neste instante, filho! ―No momento em que Brendan chegou, Deirdre estava acomodada no sofá e mordiscava alguns lanches. Sua mãe segurava sua mão, em pura alegria. Entretanto, a paz da mulher foi arruinada assim que viu que ele tinha chegado. Deirdre congelou, abaixando a cabeça para evitar que seus olhares se encontrassem.Brendan fervia de raiva. No entanto, ele abriu um sorriso e disse:― Oh, mas isso não é simplesmente perfe
― Não, Brendan! Por favor! Estou te implorando, por favor, não! ― Brendan sorriu e disse:― Não? Não o quê? Ahh, Deirdre, Deirdre, Deirdre. Você está apostando tudo, não é? Quão baixo você pode afundar? ― Ele não poderia se importar menos, sobre como ela se sentia. Na verdade, ouvi-la fungar e chorar só o frustrava ainda mais.― B-B-Bren... Por favor, pense em nosso filho! ― Ela implorou, com lágrimas rolando pelo canto de seus olhos ― nossa criança... ― ― ‘Nossa’ o quê?! Essa coisa dentro de você é somente o filho de uma puta. Eu não tenho nenhuma relação com isso! ― A frieza em seus olhos gelaria o sangue de qualquer um. Ele queria puni-la e humilhá-la, para despertá-la de sua ilusão. E, mais importante ainda, fazer a criança perecer na brutalidade desse ato.― Brendan! ― ela gritou novamente, enquanto lutava.De repente, o celular do homem tocou em seu bolso, forçando-o a parar. Ele atendeu a ligação e colocou no viva-voz, atendendo, grosseiramente:― O que foi?! ― El